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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Carinho

Um colinho

UM COLINHO

Tantas vezes tudo que precisamos
É de um pouquinho de atenção
Cuidado, carinho e delicadeza
E um colinho não faz mal não…

Se a dor é no corpo, um colinho neutraliza
Se a dor é no coração, um colinho cicatriza
Se a dor é na mente, um colinho exorciza
Se a dor é de saudade, um colinho ameniza

Mas se a dor não tem nome,
E corpo e alma dela padecem
Não tem jeito não
De um colinho ela carece…

Alda M S Santos

Um colinho

UM COLINHO

Tantas vezes tudo que precisamos
É de um pouquinho de atenção
Cuidado, carinho e delicadeza
E um colinho não faz mal não…

Se a dor é no corpo, um colinho neutraliza
Se a dor é no coração, um colinho cicatriza
Se a dor é na mente, um colinho exorciza
Se a dor é de saudade, um colinho ameniza

Mas se a dor não tem nome,
E corpo e alma dela padecem
Não tem jeito não
De um colinho ela carece…

Alda M S Santos

Entre carícias

Duo poético entre as poetisas Carmen Lúcia da Cunha Moraes & Alda Maria Silva Santos Entre Carícias

Entre carícias a vida pode se fazer
Não importa como irá acontecer
Com firmeza ou delicadeza
Vale a vida que se busca no amor, no prazer
Na alegria que desperta, no amor sob a coberta
Bom mesmo é corpo e alma em alerta
No prazer recíproco do amor redescoberto…
Alda Maria

Entre carícias tudo pode acontecer
Não há limites para o sentir
Não há para se excitar
Não há modelos a seguir
O amor com carinho deve florescer
Em cada vôo passarinho
Faz a vida acontecer!
Cah

Duo poétivo entre as poetisas Alda Maria Silva Santos e Carmen Lúcia da Cunha Moraes

Beijos de todo tipo

BEIJOS DE TODO TIPO

São tantos e de todos os tipos

Aqueles de carinho de um pai ou de uma mãe

Os dados na bochecha de um amigo/irmão

Os que se dá na mão, por cavalheirismo

Os que se dá na testa, por proteção

Os que são de amor, alegria e confiança de uma criança

Os que se estala no rosto em agradecimento

Os que são dois em cumprimento

Há ainda os que se dá como selinho nos lábios

Se o cumprimento for mais íntimo

Há os que são beijos acompanhados de abraços na pontinha dos pés de amor/amigo

Ou os que são mais longos, apaixonados, em entrega e promessa de algo mais

Há aqueles de tesão em que abraços, braços e corpos acompanham

E há os de amor, cumplicidade, suaves e ternos que carregam uma vida consigo…

Há beijos de todo tipo…

Gosto de todos, desde que sejam verdadeiros!

Alda M S Santos

Doçura a várias mãos

DOÇURA A VÁRIAS MÃOS

Um alguém que se encontra além-mar

Com saudades de um alguém do lado de cá

Num desconhecido brasileiro passeando por lá

Encontra a oportunidade de uma lembrança para cá enviar

Da França para o Brasil

De Rennes para Beagá

Um carinho em vidros de geleia

Atravessa o oceano para alguém alegrar

Passando por minhas mãos

Chega às mãos do irmão no hospital a se curar

E aquele sorriso largo de satisfação a lembrar

Da irmã que está há tanto tempo tão longe, noutro lugar

Uma conversa, lembranças, atenção

E um coração hospitalizado mais alegre ficou…

Quantas mãos são necessárias

Para tornar um pouco mais doce e feliz um coração?

Feliz por fazer parte, ser uma das mãos…

Que Senhor Tadeu encontre logo a recuperação

E possa logo num voo passear

Para comer geleia e sorrir com a irmã Theda Mara além-mar…

Alda M S Santos

Um colinho

UM COLINHO

Tantas vezes tudo que precisamos

É de um pouquinho de atenção

Cuidado, carinho e delicadeza

E um colinho não faz mal não…

Se a dor é no corpo, um colinho neutraliza

Se a dor é no coração, um colinho cicatriza

Se a dor é na mente, um colinho exorciza

Se a dor é de saudade, um colinho ameniza

Mas se a dor não tem nome,

E corpo e alma dela padecem

Não tem jeito não

De um colinho ela carece…

Alda M S Santos

Artistas

ARTISTAS

Uma dupla de amigos “artistas”

Senhor Edilson, 75 anos, morador do Lar Frei Otto

Eu, uma professora “desenhista” e voluntária no lar

Eu desenho, ele colore…

A cada visita temos essa troca de carinho

Nós dois ficamos felizes…

Até a árvore que caiu lá fora e deixou o lar sem energia

Impedindo a distração com a TV não importou tanto

O tempo passa rápido quando fazemos o que gostamos

Aquilo que nos faz bem tem efeito cascata

O que fica de bom em cada um de nós

Transborda para todos a nossa volta…

Até a próxima, amigo Didi!

Alda M S Santos

Ah, um carinho…

AH, UM CARINHO…

Quem não gosta, quem não quer?

Ah, um carinho….

Amolece os corações mais duros, enverga os mais resistentes

Atrai os desavisados, enlaça os distraídos

Derruba os céticos, acorda os descrentes

Ah, um carinho…

Quem não gosta, quem não quer?

Carinho com as mãos

Carinho com o olhar

Carinho com as palavras

Até fecha os olhinhos, se entrega

Confia…

Carinho que vai, carinho que volta

Ah, um carinho…

Quem não gosta, quem não quer?

Carinho que se doa é carinho que se recebe…

Alda M S Santos

A um abraço de distância

A UM ABRAÇO DE DISTÂNCIA

Para que precisamos buscar tantas coisas?

Para que nos desgastamos tanto para adquirir objetos que nem necessitamos

Roupas, carro, casa, passeios

Para quê?

Para que lutamos tanto por pessoas ou situações que não são nossos

Não precisam de nós, não nos querem

Se tudo isso sozinho de nada vale e traz sofrimentos

Para quê?

Se tudo que nos faz bem, nos faz felizes

Se tudo que acalenta nossa alma carente de verdades e simplicidade

Enternece nosso coração, alarga nosso sorriso

Não estiver a um abraço de distância

Ao alcance de nossos braços quentes

Cuidado com carinho em nossa mente e coração?

Alda M S Santos

#carinhologos

Coisinha beijoqueira

COISINHA BEIJOQUEIRA

-Já vem você né, coisinha?

Ela diz entre a braveza e a surpresa escondida num meio sorriso.

– Oi! Sou eu! Estava com saudades- digo, me aproximando devagar.

-Pode ficar aí. Não chega aqui, não!- diz ajeitando os cabelos.

– Quero ver você de perto. Só conversar. Sabe que te amo, amor da minha vida?

– É? Amor da minha vida?- um sorriso divertido abre as portas e eu chego.

– Como você está?- abraço a idosa e beijo suas bochechas.

Ela sorri, conta suas dores e fantasias, pergunta se fui de carro, pede para levá-la a minha casa.

Tento convencê-la a tomar um banho:

– Pra ficar mais linda, cheirosa!

– Você é a coisinha beijoqueira!

– Sim! Mas só beijo porque te amo! 💕

Ela sorri feliz em meio às suas lamúrias, mas nada de aceitar o banho…

Mas eu a amo assim mesmo!

Quanto sofrimento ela deve ter suportado nessa vida?

Não importa por quanto tempo dure o sorriso, o importante é despertá-lo!

Lá e cá!

Alda M S Santos

Inocência, ingenuidade

INOCÊNCIA, INGENUIDADE

Inocência, ingenuidade

Credulidade, confiança

Quando se perde na vida

Tão bonita cumplicidade?

Inocência, ingenuidade

Pureza, sorriso solto, iluminado

Quando se perde na vida

Tão agradável docilidade?

Inocência, ingenuidade

Transparência, curiosidade

Quando se torna ambiguidade

O olhar que era pura afinidade?

Inocência, ingenuidade

Sinceridade, esperança

Quando se perde na vida

Tão humana liberdade?

Inocência, ingenuidade

Carinho, naturalidade

Quando isso se transforma em

Tão adorável sensualidade?

Inocência, ingenuidade

Paz, gratuita amorosidade

Quando se perde na vida

Tão almejada felicidade?

Certamente, digo,

Quando se perde a simplicidade

Tudo isso fica na saudade…

Alda M S Santos

Você não pode abraçar o mundo!

VOCÊ NÃO PODE ABRAÇAR O MUNDO!

Você não pode abraçar o mundo todo

Mas pode abraçar quem está a seu lado

Você não pode alimentar a todos que têm fome

Mas pode contribuir mais, evitando desperdícios

Você não pode aquecer a todos no inverno

Mas pode, além de cobertor, doar calor humano

Você pode não resolver os problemas de todo indivíduo

Mas pode evitar ser um problema a mais para tantos

Pode amenizar as dores de muitos com aquilo que talvez possa lhe parecer pouco

Mas pode ser o “tudo” de alguém

Pode ser os olhos de quem não vê a beleza, o brilho

Os ouvidos de quem não é ouvido, compreendido

O toque delicado em quem se sente excluído

O cuidado de amor que devolve a alguém a autoestima perdida

A palavra de estímulo para quem está desanimado

A mão acolhedora que ampara aquele que cai

O olhar e sorriso de amizade e carinho para quem se sente só

A cor, o brilho, o perfume, a boa lembrança no mundo tão cinzento de alguém

E, sim, o abraço fraterno a quem pouco tem…

Ainda que não possamos abraçar o mundo

Podemos “abraçar” o que dermos conta…

O bem contagia e se propaga

E pode atingir o mundo em efeito cascata

Enchendo também nosso mundo de cor, brilho, perfume e boas lembranças

Além de nos tornar cada dia mais fortes, mais humanos…

Um mínimo parecidos com Ele

Quem doa amor, abraço e carinho, no ato de “preencher” o outro, preenche-se

Podemos, sim, assim, abraçar o mundo!

Alda M S Santos

Economia à base de porcaria

ECONOMIA À BASE DE PORCARIA

“Você só fica me gastando”- dizia meio brava e escondendo um sorriso

A idosa que eu apertava e enchia de beijos…

Penso assim: vida é para se gastar, “nada de economia à base de porcaria”

Estamos aqui para usar o que temos, o que conquistamos

Não devemos economizar nada para um depois incerto

Gastamos muito tempo adquirindo coisas

Perdendo bons sentimentos e pessoas

Economizando na demonstração de afeto e carinho

Em palavras doces, em declarações de amor, em cuidados

Para não “estragar” o outro, não deixá-lo mal acostumado

Para não sofrer ou fazer sofrer…

E chega um ponto em que tudo que importa

É o quanto de amor que doamos

O uso que fizemos do amor que conquistamos

O bom aproveitamento do amor que recebemos…

Amor não se economiza, se gasta

E quanto mais se gasta, mais se tem!

Alda M S Santos

Deus dá o frio conforme o cobertor

DEUS DÁ O FRIO CONFORME O COBERTOR

Diz o ditado: “Deus dá o frio conforme o cobertor”

Bem sabe Ele o que cada um de nós precisa para viver

Uns até parecem ganhar mais que outros

Mas acredito que cada um ganhe de acordo com suas necessidades de aprendizado

E o que cada um faz com o frio ou cobertor que recebe

É que o diferencia dos outros humanos

Que o faz mais ou menos feliz e realizado

Há quem ignore o frio, se rebele contra ele ou faça pouco caso do cobertor

Mas há quem consiga até diminuir o frio de seus semelhantes

Entre tantos males e bênçãos de nossa (des)humanidade

Nem sempre podemos escolher o que recebemos

Mas escolhemos o que fazer com o que temos, com o que nos dão

Há quem despreze uma manta térmica bem quentinha

Mas há quem descubra a força do amor e solidariedade

E faça milagres com um cobertor fininho

Deus não nos desampara, apenas nos deixa escolher nosso caminho…

Alda M S Santos

Terreno abandonado

TERRENO ABANDONADO

Quem observa um jardim ou um terreno produtivo

Nem sempre imagina o trabalho que tudo aquilo dá

Saber arar a terra, o momento certo de plantar, irrigar, podar

Escolher as mudas certas para áreas de sol ou sombra

Ficar atento às plantas que ocupam todo o espaço e sufocam as demais

Controlar pragas e insetos invasores, nocivos

Irrigar adequadamente, cuidar para não invadir terreno alheio

Saber que as plantas mais danosas crescem com facilidade, se alastram

Flores raras são mais sensíveis e exigem atenção maior

Podemos admirar jardins e saborear frutas, mas não saber muito bem cultivá-los

Com a nossa vida pessoal se dá o mesmo processo

A diferença é que podemos contratar profissionais para hortas, pomares e jardins

Mas não podemos terceirizar o trabalho de escolhas das mudas, poda e cuidado de nossas vidas

Nosso “terreno” interno não se adapta com qualquer muda

Não reage bem à escuridão, luz excessiva ou falta de irrigação

Cada terreno tem características muito individuais que precisam ser respeitadas

Todo jardim florido, roça ou pomar produtivos

Têm sempre um jardineiro, um agricultor, um fazendeiro dedicado e atento…

Um terreno abandonado é igual a uma vida sem “dono”, sem cuidados

Conhecemos de longe, não têm brilho ou beleza

Nasce e cresce o que quer…

Alda M S Santos

Delicadezas

DELICADEZAS

Há coisas tão delicadas que fazem sorrir, que fazem chorar

Um pezinho tão fofo, tão pequenino, cheio de caminhos por vir, nos faz sorrir…

Um rosto idoso, vincado pelas rugas, mãos manchadas, cheias de vida, caminhos trilhados, nos faz chorar…

Um botão de rosa, molhado de orvalho, lado a lado com uma rosa aberta, outra seca, nos faz sorrir…

O sol que desce na serra lentamente, entardecendo, “morrendo” aos poucos, até nova aurora, nos faz chorar…

As estrelas que salpicam num manto negro de pura beleza, tão inacessíveis, tão mágicas, tão eternas, nos fazem sorrir…

Um sorriso que brilha nos olhos bondosos, maliciosos, que perfuma e ilumina tudo em volta, traz vida, produz saudade

Sei lá, faz sorrir, faz chorar…

Delicadezas fazem a vida valer não só a pena, mas o tinteiro todo…

Alda M S Santos

Reações em cadeia

REAÇÕES EM CADEIA

Uma lagoa tranquila, águas praticamente paradas

Uma pedrinha que se joga e várias ondas se formam em cadeia

Até o lago voltar novamente ao repouso do início

Muitos movimentos são despertados e se propagam

Todos os nossos movimentos nessa vida provocam “ondas”

Quer sejam ações físicas ou emocionais,

Ondas se formam… nos outros, dentro de nós mesmos…

Mau humor, rispidez, desânimo geram reação em cadeia, causa e efeito

A boa notícia é que um sorriso, uma gargalhada, um abraço

Um beijo, um gesto qualquer de bondade e carinho, de confiança, repercute também em muitas ondas

Somos nós que escolhemos qual lago movimentar

Quais ondas provocar, quais ondas interromper…

Somos responsáveis pela “pedra” que jogamos, pelas ondas que despertamos…

Se somos a causa, respondemos pelos efeitos: bons ou ruins!

Alda M S Santos

Atrofiados

ATROFIADOS

Tudo aquilo que não usamos atrofia, enferruja, torna-se obsoleto, perde a utilidade, a validade, o brilho

O mesmo vale para objetos, eletrônicos, máquinas, alimentos, músculos, cérebro, sentimentos, emoções …

Não usar uma máquina, um veículo não os preserva

Não ingerir um alimento não o conserva ou eterniza

Não trabalhar músculos faz com que se atrofiem, percam tônus

A utilização é que faz correr o óleo, o sangue, o oxigênio, o fluido da vida…

Motor em uso mantém a máquina ativa

Sentimentos e emoções são o óleo, o fluido vital que gira o motor da vida

Coração partido tem mais vida que coração intacto, atrofiado por falta de uso…

Alda M S Santos

Fragilidades

FRAGILIDADES

Ser frágil é a coisa mais fácil do mundo, mais humana, mais dolorosa

Mostrar-se frágil, aparentar fraqueza, por sua vez, a mais difícil

Transparecer fragilidade, impotência, pedir ajuda

Estender a mão, gritar por socorro, chorar, necessitar

Demonstram um fracasso que não ousamos admitir

Mostrar-se necessitado exige uma força sobre-humana, uma certa humildade, pureza de coração

Que poucos possuímos, e quase nunca conseguimos obter, alcançar

Não combinam com o orgulho e vaidade que gostamos de ostentar

Pouquíssimos conseguem acessar esses nossos recônditos frágeis

Quem consegue, não é por ser forte, mas por também ser frágil e se reconhecer no outro.

Assim, fechados em nós mesmos, sepultando fraquezas e lágrimas

Aumentamos dia a dia nossas fragilidades, nossos medos

Muitas vezes, a força estando a um abraço de distância…

Alda M S Santos

Promessas

PROMESSAS

Promessas…

Quantas ouvimos na vida, quantas fizemos?

Quantas vezes fomos decepcionados, quantas decepcionamos?

Quantas feitas em benefício próprio, para se proteger, ainda que de si mesmo?

Quantas para proteger aos que amamos, sem sequer saberem?

Tantas delas feitas em benefício da vida

E que, ao não cuidarmos, acabamos por reduzi-la a uma meia-vida?

Promessas quase sempre envolvem sacrifícios, força de vontade:

Parar de fumar, de beber, praticar regularmente uma atividade física, cuidar da emoção

Alimentar-se bem, fazer dietas, dormir 8h, obedecer o médico, curtir férias revigorantes,

Manter-se longe de emoções perigosas

Não trabalhar demais, não amar de menos

Ou o contrário, sei lá!

Se fossem coisas fáceis não haveria necessidade de promessas…

Deveríamos poder viver com uma única promessa

Melhor, com um único objetivo,

Ser e fazer feliz, sem depender demais dos outros…

Ainda assim, não estaríamos isentos de decepções!

Alda M S Santos

Carinho também se aprende

CARINHO TAMBÉM SE APRENDE!

O ato de doar carinho, amor, atenção

É aprendido, desenvolvido, trabalha-se a emoção

O fato de ser inerente ao ser humano, a cada coração

Não implica necessariamente que todos tenham na mesma dimensão ou proporção

Uns apresentam maior dificuldade em oferecer

Já outros são inseguros, travados para receber

Mas ambos podem e devem essa habilidade praticar

Quem trabalha doando carinho e amor sabe bem valorizar

Oferecer o abraço acompanhado daquele olhar empático, terno

E de um “eu te amo” fraterno, sincero

Leva a sentir no outro e em si a grandeza e elasticidade do amor Paterno

Fluindo de nós para o outro, do outro para nós, seu poder curativo, eterno…

Alda M S Santos

#carinhologos

#carinhologossolidarios

O máximo

O MÁXIMO

Ser “o máximo”, ou identificar o máximo em alguém,

É uma questão de perspectiva, de percepção

De referencial, de pontos de vista, de preferências

Ou de amor…

Podemos ser o máximo para uns, o mínimo para outros

Podemos ser o máximo ou o mínimo até para nós mesmos

Dependendo do momento ou da situação

E, por mais que dermos de nós mesmos,

Sempre será pouco para alguém, para algumas pessoas

Sempre haverá quem não saiba valorizar, identificar o que de bom recebeu:

O máximo de alguém…e deixou ir embora

Em contrapartida, para outras, um mínimo de nós ou delas é o bastante

Para fazê-las felizes, para nos fazer felizes

Isso não é se contentar com pouco

É saber identificar o que é precioso, gratuito

Verdadeiro, imprescindível, único

Para poder corresponder com o nosso máximo, e conservar…

Alda M S Santos

No contrafluxo

NO CONTRAFLUXO

Estradas cheias, acidentes

Corpos e mentes em ebulição, expectativas

Marchinhas, samba, dança, folia, abadás

Fantasias, plumas e paetês

Mata, estrada de terra, bichos, rede na varanda

Fogão à lenha, cachoeira, rios, pássaros a cantar

Uns no fluxo, outros no contrafluxo

Nesse carnaval cada qual

Escolhe o fogo que quer acender…

E que a diversão seja certa!

Alda M S Santos

Autênticos como crianças

AUTÊNTICOS COMO CRIANÇAS

“Oh jardineira por que estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu?”

Quanto mais tenho contato com idosos

Mais me convenço que o que somos se mantém

Talvez até se potencialize com a chegada da idade

Excetuando-se mudanças advindas das limitações físicas e de saúde

Ninguém torna-se mais paciente, comunicativo

Amoroso, pacífico, solidário, cristão, festeiro

Porque a idade chegou…

Muitas vezes acontece justamente o contrário

A certa liberalidade que a idade autoriza

Que as rugas validam

Que o andar trôpego confere

Fazem dos idosos pessoas mais autênticas, como crianças

E todos acabamos por admirá-los, dando um “desconto”

Achamos até bonitinho a rabugice e implicância

Ou a alegria e espontaneidade excessivas

Mas seria ingenuidade esperar que um introvertido, quieto, preguiçoso, desconfiado, malicioso, rabugento

Ou o oposto desses, festeiro, animado, alegre, extrovertido, namorador, crédulo

Mudasse da água para o vinho

Virassem “santos” porque passaram para a terceira idade

Acredito em mudanças, crescimento, aprendizado

Particularmente com as lições que a vida dá

Mas essência é algo muito difícil de mudar…

De todo modo, nada disso nos impede de amá-los

E querer fazê-los um pouco mais felizes…

Nós os amamos do jeitinho que são!

“Não fiques triste que esse mundo é todo seu

Tu és muito mais bonita que a camélia que morreu”…

Alda M S Santos

#carinhologos

#carinhologossolidarios

Sem você

SEM VOCÊ

Em todos os espaços você faz falta,

Na brisa que passa, no sol que racha

Num perfume bom, no cheiro de um alimento qualquer

Nas tiradas engraçadas ou mesmo nas rabugices ou implicâncias

Na música que toca, no silêncio oportuno

Tudo que acontece, principalmente no que não acontece

Lembro-me de você…

Sem você não tem a mesma graça, meu anjo

Você faz falta em tudo lá fora

Mas a maior falta você faz aqui dentro!

Alda M S Santos

Que eu me importe

QUE EU ME IMPORTE…

Que eu me importe com o outro

O bastante para ajudá-lo nas tristezas, nas dores, nas necessidades mais prementes

Sem sufocá-lo ou parecer superior…

Que eu me importe com o outro

O bastante para me alegrar com suas alegrias

Sem invejar ou me enciumar, se possível,

Ainda que a felicidade dele não mais me inclua…

Que eu me importe com o outro

O bastante para valorizar bons momentos, guardar no coração, respeitar

Aquilo que hoje já não é mais como antes…

Que eu me importe com o outro

O bastante para dar a ele aquilo que não consigo dar nem pra mim mesma

Pois é algo que a gente só encontra fora de nós…

Que eu possa ser assim para o outro: verdadeira, inteira, amorosa

E que ele também possa ser desse grau e magnitude para mim,

Pois para isso fomos feitos: nos fazer bem…

Que nos importemos o bastante!

Alda M S Santos

Eu te amo!

EU TE AMO!

Um grupo de pessoas ia embora para um lugar sem volta.

Ora parecia um portão de embarque de aeroporto, ora o portão de São Pedro.

Uma fila se formava, alguns queriam retornar, resolver pendências,

Outros insistiam em levar as bagagens.

Um “São Pedro” controlava a entrada.

“Só libero por alguns segundos e por um motivo apenas : para perdoar ou pedir perdão a alguém”!

Uns pediam, imploravam, se enraiveciam…e nada conseguiam!

Chegou minha vez, eu chorava calada, ele me olhou e disse:

“Para isso você não precisa retornar”!

“Mas eles precisam saber!” – eu insisti.

“Não! Todos que você amou sabem bem. Você disse ‘eu te amo’ incansáveis vezes por palavras e atitudes”!

“Quero me desculpar por ir embora”! -tentei.

“Não se preocupe! Os que te amaram entenderão, e vocês voltarão a se encontrar logo!”

Ele abriu o portão e eu entrei sozinha, mas esperançosa.

Uma paisagem paradisíaca de muito verde e lindos lagos se descortinava à minha frente, e segui…

Acordei com o coração apertado e indagando:

Demonstro mesmo meu amor por palavras e atitudes,

Ou isso seria uma advertência?

Quantas vezes digo “eu te amo”?

E você?

Alda M S Santos

Duas imagens

DUAS IMAGENS

No porta-retratos a imagem era de uma mulher madura

Meio corpo para fora da piscina, sorridente, feliz

Exalava energia e saúde

Contrastando com aquela senhora que estava numa cama hospitalar

Pálida, envelhecida, enfraquecida, doente

Sondas e apetrechos médicos variados ligados a seu corpo

Cochilava, boca aberta, muito magrinha

Fiz um carinho em seus cabelos, em seu rosto, dei-lhe um beijo

Ela abriu os olhos e me encarou

Desejei um Ano Novo de alegrias, saúde e paz

Entreguei umas lembrancinhas, li um cartão

Sorriu para mim com os olhos em agradecimento

Tornou a fechá-los…

A vida se esvaía ali naquele lar de idosos

Que passava em sua mente?

Arrependimentos, decepções, mágoas,

Ou alegrias, amores vividos, saudades?

Visitava mentalmente lugares queridos?

A foto era como queriam se lembrar dela

Alegre, jovial, saudável…

Mas o choque era grande para quem não a conheceu antes!

Associar as duas imagens era desconcertante

A sensação que fica é de que a vida é fluida

E quase sempre termina de um modo bem triste…

Precisamos valorizar a saúde que temos

A vida que há em cada um de nós,

Antes do fim…

Alda M S Santos

Sobre o amor

SOBRE O AMOR

De tudo deduzimos três pontos irrefutáveis sobre o amor:

A certeza de que ele sempre vale a pena

A clareza de que ele faz brotar forças inimagináveis em cada ser

A consciência de que ele, se verdadeiro, nunca morre, nunca mesmo, apenas adapta-se ao ambiente…

Alda M S Santos

Amparo

AMPARO

Em retrospectiva, vislumbramos momentos

Estágios e situações da vida que enfrentamos

E não acreditamos que algumas coisas foram reais

De onde tiramos força e coragem para superar cada revés

Vencemos medos, risco de morte, ameaças, doenças,

Angústias, perdas, decepções, mudanças, saudades,

Ou ao menos estamos aprendendo devagarzinho a conviver…

Como conseguimos? Simples! Deus!

Fé e esperança! Enfrentamento! Não nos escondendo, mesmo sofrendo.

Ainda que a gente não tenha percebido nas ocasiões

Deus nos permite viver somente o que nos fará aprender e crescer.

Se Ele nos submete a algo, ele nos ajuda e nos ampara

Como um pai que coloca rodinhas na bicicleta dos filhos

Depois tira uma, a outra, segura a bicicleta e, finalmente, o deixa ir

Mas seu olhar sempre cuidadoso acompanha e ampara o filho

Saber disso nos dá forças para não estacionar, prosseguir

Mesmo que a gente ainda se aventure demais por aí,

Leve alguns tombos nos mesmos lugares de antes

Nas curvas, se esfole, sofra, chore…

Mas só compreendemos mais tarde

“Para ver a ilha como um todo é preciso estar minimamente fora dela”

Alda M S Santos

Como um beija-flor

COMO UM BEIJA-FLOR

Entre muitas cores e sons

Tons, nuances, texturas …

O olhar transita entre o próximo

O distante e o longínquo

Ora apenas fixa longe sem nada ver

Ora quer trazer para dentro de si as belezas distantes,

Acalentá-las num cantinho qualquer de nossa alma,

Somos assim…incertos…

Como um beija-flor que suga sem cessar

Precisamos parar, descansar, observar calmamente a grandeza à nossa volta,

Absorver tudo de bom que pudermos conseguir…

Abastecer-nos de riquezas,  estocar para as horas de carestia,

Corpo, mente, alma, coração…

Sabedoria da natureza: tudo aproveitar, nada desperdiçar,

Como um beija-flor…

Alda M S Santos

Ausências

AUSÊNCIAS

A gente percebe que não é autossuficiente

Quando começa a sofrer de ausências

Ausências de gente do bem conosco

Percebemos que somos essenciais uns aos outros

Quando começamos a “exigir” presenças

Presenças do amor e da alegria

Do carinho, do sorriso, da atenção

Aquelas que quando se vão fazem falta, a gente chora

Mas que sorri ao lembrar da marca que deixou

Por menor que tenha sido o convívio…

Alda M S Santos

#carinhologos

#carinhologossolidarios

Nosso papel, nossa escolha

NOSSO PAPEL, NOSSA ESCOLHA!

Eram seis homens idosos numa mesa a jogar cartas

Num clube tradicional e caro da cidade

Observamos e comentamos sobre a vida tranquila

Diversão num clube numa terça-feira de manhã

Olharam para nós de longe, talvez estranhando

Aquelas pessoas vestidas de palhaço numa terça-feira

Distribuindo abraços grátis, um sorriso, palavras doces.

Concluímos que eram aposentados, vida ganha…

E seguimos nossa atividade ali.

Ao sair, dirigindo o carro com cinco palhaços

Num semáforo adiante, outro idoso vinha trôpego

Camisa torcida e mal abotoada vendendo balas de goma

Passou por nós, olhou, sorrimos, sorriu

Ganhou um cartão de coração, um Feliz Natal e nosso carinho

Não conheço nem aqueles idosos e nem esse

Não sei o que determinou que uns estariam lá no clube

E que outros estariam a vender balas no semáforo

Berço? Escolhas? Trabalho? Dedicação? Sorte? Fé?

Sei que a nós não cabe julgar! Uns não são melhores que os outros!

Levar a todos aquilo que pudermos oferecer, sem preconceitos

Esse é nosso papel, nossa escolha!

Alda M S Santos

#carinhologos

Quando o ímã é o carinho

QUANDO O ÍMÃ É O CARINHO

Nenhum ser vivo se aproxima de outro por acaso

Quando o ímã é o carinho

Não importa a espécie, classe filo, gênero

Origem, ordem, reino, família, habitat

Se anda, voa, se arrasta ou se não sai do lugar

Criatura atrai criatura

Vegetal ou animal, racional ou irracional

Afinidades que apenas são sentidas

Não se explica, se curte se sente falta!

Alda M S Santos

Bela panorâmica

BELA PANORÂMICA

Vista abrangente, vista definitiva, vista bela e encantadora

Olhar distante, até onde a vista alcança

Capacidade relaxante e revigorante

Uma vista panorâmica nos permite ver a beleza distante e nos abstrair dos problemas

Ou focar em pequenas partes sem perder a visão geral

E do quanto somos apenas parte de um todo,

Do quanto somos interligados, mas apenas um

Nesse maravilhoso multiverso!

Alda M S Santos

Por nós, pelos outros

POR NÓS, PELOS OUTROS

O quanto fazemos por nós mesmos, nós sabemos

A real importância daquilo que fazemos pelos outros, imaginamos

Mas e o quanto os outros fazem por nós, silenciosamente

Dias e noites de sono “perdidos”, de lágrimas, agitação, preocupação, amor

O quanto investem em emoção, coração, oração

O quanto abdicam de parte de sua própria alegria por nós,

Saberíamos calcular?

Alguém que já fizemos algum bem no passado

E que hoje ora por nós, nos protege de longe

Que tem um pensamento de alegria, de positividade, de esperança

Que seria nosso anjo defensor aqui ou do outro lado

Saberíamos dizer?

Deus tem um modo todo especial de estar conosco

Quantas pessoas estarão a nos proteger, sem que a gente saiba,

Exatamente nesse momento?

Quantas?

Alda M S Santos

Amor incondicional

AMOR INCONDICIONAL

Viemos uns dias, ficamos um mês sem aparecer

Quando volto, sou recebida com um carinho sem igual

Demonstra de todas as formas o prazer em nos ter de volta: corre, salta, gira, vai e volta, lambe…

Se falasse diria: estive com saudades, que bom que está aqui

Nada de cobranças pelo que passou, pela falta que sentiu

Apenas a alegria do reencontro

Cadelinha de todos, companheirinha fiel nas aventuras na mata

Cachorros sentem o amor, aproximam-se de quem gosta deles

E quando vamos embora, deita-se na porteira,

Recebe o cafuné de despedida

Segue o carro por um pedacinho de chão

E Luana parece se conformar:

Eles voltarão…

Quem dera que humanos fossem simples assim!

Alda M S Santos

Reencontro

REENCONTRO
Em sonhos, encontrei-me com uma amiga
Que há muitos anos não via
Parecíamos, fisicamente, diferentes uma para a outra
Mas nossa essência e carinho não haviam mudado
Amigas de segredos, de intimidades, de adolescência
De primeiro “amor”, de descobertas, de medos e planos
E a conversa fluiu tão natural que parecia não ter havido distância
Cada qual com sua vida, sua família, uns planos realizados
Outros que ficaram apenas na vontade, decepções
Mágoas, vitórias e conquistas, novos planos…
Aquela história dividida debaixo de um pé de amora
E que quase sempre a gente chora…
Tudo na verdade se resume aos nossos sonhos, sempre.
E pensamos em quanto tempo tínhamos ainda pela frente.
Sensação maravilhosa reencontrar alguém que foi especial
Que fez parte de um capítulo importante de nossa história
E que ficou guardadinho lá no fundo aguardando
As voltas da vida e os propósitos de Deus!
Saudades! Amei rever você, ainda que em sonhos…
Alda M S Santos

Apelidos

APELIDOS
Apelidos podem ser marcantes
Quase sempre o são, sejam os carinhosos, pela delicadeza
Sejam os depreciativos, pela crueldade
Tanto faz se colocados pelos pais, amigos ou amores
Inimigos ou desafetos quaisquer
Doçura, princesa, gata, sapeca, anjinha, fadinha
Expedita, encrenca, pequena, “aldaciosa”
Baixinha, pretinha, branca, vida…
Príncipe, gato, amor, rei, anjo, tesouro, preto…
Sempre nos remeterão a alguém ou alguma situação
E nos levarão para lugares revisitados dentro de nós…
Alda M S Santos

Nem me despedi

NEM ME DESPEDI…

E aquela pessoa querida se foi…

Foi chamada para uma vida melhor que essa

Choramos, lamentamos, quase sempre exclamamos:

Sequer pude me despedir!

Gostaríamos mesmo?

Dar um adeus, não um tchau ou um até mais,

Um adeus! Sabendo que não haverá volta.

Um adeus! Até não sei quando ou onde…

Teríamos estrutura?

Momento para o qual nunca estaremos preparados

Não fomos ensinados a abrir mão de quem amamos

A nos afastar de quem queremos por perto

Mesmo sabendo da finitude da vida e das relações.

Melhor mesmo é fazer valer cada segundo dessa vida

Pois ele pode ser um adeus

E a gente nem ter se despedido…

Alda M S Santos

Que imagem carrega consigo?

QUE IMAGEM CARREGA CONSIGO?

Qual imagem carrega consigo na tela do celular,

Na carteira, no bolso, na bolsa, na mochila, tatuada na pele,

Entre as páginas de um livro como uma rosa eternizada?

Aquela que ao encarar sorri para você, por você,

Que tira você do eixo, do prumo, do esquadro,

Que fez da sua vida uma bagunça, sinalizou com uma reviravolta

Te ensinou a fazer malabarismos, a viver na corda bamba

Te fez acreditar que tudo pode ser melhor,

Te colocou numa via, tantas vezes, de mão-dupla, perigosa

Outras, mão-única, sem retorno

Que você deixou em casa, no trabalho, na escola,

Ou simplesmente jogada por aí em qualquer lugar?

Aquela imagem que não precisa de celular,

De carteira, bolso, bolsa, mochila ou livro,

Pois essa imagem você carrega gravada na mente,

No coração, na alma…

Qual imagem carrega consigo e é sua fonte vital?

Alda M S Santos

O que nos redime?

O QUE NOS REDIME?

Se o amor não justifica tudo

A ausência dele, tampouco

Se existe nesse mundo ou no outro

Algo capaz de nos redimir

São os atos realizados por amor,

Com amor, para o amor

Em nome do amor…

Não amar, por si só, já é pecado!

Alda M S Santos

Naquela rua

NAQUELA RUA

Parado na esquina estava aquele mesmo carro

Que tantas vezes por ali passou, leve, carregando alegria

Agora pesava muito, semblante carregado

Não descia, apenas olhava, esperava, triste,

Que alguém saísse por aquela porta com o mesmo sorriso

A dizer que nada mudou, que o amor era o mesmo

Que nada existia, nem de dentro de si mesmos ou dos outros,

Que pudesse impedir de ficarem juntos.

Aquela casa conhecida, sempre convidativa e amável

Parecia estranha, a dizer que nada mais havia ali de importante.

Isso não era certo! Então porque doía tanto?

Agora todo mundo passava e olhava, menos quem interessava

Enquanto isso não acontecia, entre nascer e pôr de sol,

Esperava, olhava e chorava…

Quem sabe um dia deixaria de doer ou de se importar?

Alda M S Santos

Amor multiplicado

AMOR MULTIPLICADO

A importância que temos ou tivemos na vida de alguém

Sempre fica impressa em seu modo de ser e agir

Os conselhos, mesmo calados, que soube ouvir,

Os cuidados que passou a ter diante da vida

A coragem em enfrentar certas situações ou fugir de outras

O momento de saber se recolher e esperar

O respeito ao que o outro é  e  considera certo ou errado

O cuidado em não magoar por bobagens

Vemos o amor que o outro soube receber

Quando notamos um pouco de nós impresso neles

Nós nos multiplicamos naqueles que amamos

E que souberam nos amar…

Alda M S Santos

Amor que fica

AMOR QUE FICA

Costumam me alertar: não se apegue demais

Você se envolve muito e depois sofre!

Num momento as pessoas estão bem, noutro podem não estar mais…

Um abraço carinhoso, um toque delicado

Um sorriso sincero e sofrido

O prazer num bom bate papo…

Atenção, companhia, amor desinteressado

E não sabemos quando podem ser os últimos…

Rapidamente são levados de nós pela doença, por males diversos

Pelas circunstâncias das quais não temos controle.

Eles têm me ensinado muito!

Independente de como a gente ou o outro esteja

Não dá pra ter medo de demonstrar amor e carinho

Receio de se entregar e se envolver.

Não sabemos quando aquele abraço, aquele olhar, 

Aquele toque, palavra, sorriso ou lágrima

 Podem ser um adeus!

E isso vale para convívios em qualquer idade ou estado de saúde

A única certeza que temos é a do hoje!

Amemos uns aos outros! Não amar também é sofrer

Só devemos nos afastar de quem amamos,

Quando nossa presença puder causar mais mal do que bem.

A saudade é a dor do amor que fica gravado na alma!

Alda M S Santos 

#carinhologos

Falamos quando

FALAMOS QUANDO…

Quando olhamos superficialmente ou profundamente,

Ou desviamos o olhar, falamos

Quando silenciamos, falamos

Quando cuidamos de alguém, falamos

Quando mergulhamos na natureza, falamos

Quando ouvimos música, falamos

Quando oramos, falamos

Quando choramos ou sorrimos, falamos

Quando abraçamos, beijamos, falamos

Quando verbalizamos, falamos…

Tudo em nós fala, se expressa

Do fio de cabelo ao coração.

São idiomas que somente almas afins entendem.

Perdem muito aqueles que só leem palavras…

Alda M S Santos

Pérolas aos porcos

PÉROLAS AOS PORCOS

“Não lanceis vossas pérolas aos porcos”!

Quem são as pérolas, quem são os porcos?

Podemos tanto lançar pérolas aos porcos

Quanto sermos porcos às pérolas que nos são lançadas!

E há pérolas e pérolas, porcos e porcos.

Qual vale mais: um porco verdadeiro, do qual se sabe o que esperar

Ou um cordão de pérolas falsas a nos enganar?

Alda M S Santos

Desisto

DESISTO!

Última vez! Agora desisto!

Quantas vezes afirmamos isso na vida?

Quando o trabalho é pesado demais,

Quando a incapacidade nos assola,

Quando a fé vai embora,

Quando o outro mente ou nos decepciona,

Quando nos sentimos sozinhos,

Quando até pensar no assunto dói,

Quando não temos perspectivas ou esperanças…

Afirmamos convictos: desisto!

Mas quantas vezes não cumprimos o prometido?

Do nosso interior, cedo ou tarde, nasce uma força, uma luz

Nova coragem, novo ânimo

Jorram como água límpida sobre nós, para nós

Isso dependendo da real importância do almejado

Do grau de amor envolvido

Fica apenas adormecido lá no fundo

E sempre algo o traz à tona

Cedo ou tarde

E acreditamos:

Vou tentar só mais essa vez!

Alda M S Santos

Enfermos e enfermeiros

ENFERMOS E ENFERMEIROS

Ninguém gosta de hospital,

Mas ter alguém para cuidar da gente é desejo de todos

Imagine que enquanto vivemos

Haja alguém atento e disposto para nos aplicar esperança intravenosa

Um comprimido de alegria sublingual

Uma ampola de força intramuscular

Uma higienização da alma com palavras sábias e silêncios oportunos

Um banho que lave toda mágoa e decepção

Uma dosagem oral de amor de hora em hora

Uma pomada de fé e disposição!

A vida quase sempre é assim,

Ora cuidando, ora cuidados

Ora enfermos, ora enfermeiros.

Precisamos nos entregar…

Alda M S Santos

Quer que desenhe?

QUER QUE DESENHE?

Para compreender

Há quem entenda olhares

Muitos precisam das palavras

Vários necessitam que desenhe

Outros, nem colorindo…

Alda M S Santos

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