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barreiras emocionais

Uma ameaça?

UMA AMEAÇA???

Um dia a vida irá te cobrar
Tudo aquilo que te deu para usar
E você, por ação ou inércia, não soube aproveitar
Parece que é um modo de ameaçar?
Não sei…
Sei que recebemos tanto por aqui
E tantas vezes não usamos adequadamente
Perdemos tempo na contramão, batendo de frente
Lutando por algo que não parece a cara da gente
Enquanto, se olharmos bem, poderíamos agir diferente
Potencializando o que temos de bom
Nossas habilidades, nossos melhores dons…
Todos temos algo a ser desenvolvido
Talvez bem diferente do caminho tão sofrido
Que escolhemos trilhar e perdemos nosso melhor abrigo:
Nossa própria fé e energia vital
Que mais e mais aumenta se tiver atenção especial
Somos diferentes uns dos outros, felizmente
Mas nossa humanidade nos assemelha, verdadeiramente
Estamos aqui para ser e fazer o bem, para crescer
Se o que você faz permite esse desenvolver
A cobrança da vida não é ameaçadora
É um presente, uma benção reveladora

Alda M S Santos

Quando voltar para casa…

QUANDO VOLTAR PARA CASA…

A verdade é que não importa quantos idiomas soube falar ou entender
Mas a quantos indivíduos conseguiu ouvir, compreender e acolher
De nada adianta ser um profissional excelente e produtivo
Se entre família e amigos não soube ser colo e abrigo

Não se quer saber quanto dinheiro tem guardado
Mas a quantos conseguiu ajudar, não deixar desamparado
Não se quer avaliar quantos diplomas possui, mestrado ou doutorado
Mas se foi capaz de manter a simplicidade a seu lado

Não será importante qual igreja frequentou ou fé professou
Mas quantos semelhantes abraçou, se os diferentes não afastou
Não importa se viajou por todo o mundo
Mas se teve sensibilidade de conhecer alguém a fundo

Não se quer saber se veste ou calça itens de marca
Mas em quantos conseguiu deixar boa marca
Não importa se morou numa mansão ou num barracão
Mas se soube ser família, ser um lar de coração

A verdade é que o valioso não é o que conseguiu de material aqui nessa viagem
Mas o quanto evoluiu enquanto ser humano nessa passagem
Isso, sim, terá valor quando voltar para casa…

Alda M S Santos

Escondidos

ESCONDIDOS
Quantas palavras não ditas
Um silêncio sufoca?
Quantas questões e dúvidas dolorosas
Uma sabedoria esconde?
Quantas angústias e lágrimas intermitentes
Um sorriso camufla?
Quanta inteligência e bondade  
Uma simplicidade carrega?
Quantos medos e traumas
Uma coragem disfarça?
Quantas loucuras e desatinos
Uma sanidade “sossega”?
Quanta esperança e fé
Um orgulho embaça?
Quanto companheirismo e amizade
Uma distância destrói?
Quanta evolução e aprendizado
Uma soberba apaga?
Quanto carinho e amor
Uma indiferença mata?
Quanta vida feliz
A inércia impossibilita?
Quanta coisa boa anda escondida
Nos recônditos secretos de nós mesmos
Aguardando para ser revelada
E navegar no barco da vida?
Alda M S Santos

Pra fazer sentido

PRA FAZER SENTIDO…

Gosto do que me desperta sorriso de paz
Que brinca, que acalma, que simplifica, é eficaz
A vida quer gente que faça, que seja ação
Mas que nunca abra mão da emoção

Gosto do que a natureza me proporciona
Da riqueza, força, l suavidade que emociona
Aprecio quando tudo parece se encaixar
Quando encontro colo ao ver tudo desmoronar

Preciso que as coisas para mim façam sentido
Para que eu tenha sensação de dever cumprido
Mas que não pese, seja leve, um viver divertido

Pra fazer sentido é necessário tocar o coração
Não basta que seja apenas percebido na razão
Se não acariciar a alma não vale nada não

Alda M S Santos

Minha força

MINHA FORÇA

Minha força vem de minhas fragilidades
Por mais paradoxal que possa parecer
As fraquezas têm suas especificidades
E é nesse movimento que podemos crescer

Onde habitam meus maiores medos
Que muitas vezes passam por segredos
É estufa protetora de minh’alma cansada
Mas também é adubo para essa vida agitada

Encontro forças na família, na oração
No desejo de caminhar em comunhão
Recusar o que é fácil, resistir à tentação
Viver exige momentos de inércia e de ação

O medo da perda nos faz ter cuidados
Abrigar com carinho nossos achados
Cuidar do broto, regar, curtir a floração
E degustar o fruto com alegria no coração

Alda M S Santos

Todos falhos

TODOS FALHOS

Não quero mais acreditar cegamente
Em gente que parece do bem, inocente
Eles são apenas humanos, nada mais
Que erram, acertam, afrontam os demais

Por aqui não há ninguém tão perfeito
Nesse plano parece tudo de qualquer jeito
Tanto fazemos buscando causar algum efeito
Ah, cansada… eita mundo imperfeito!

Humanos são todos, todos falhos
Religiosos e os demais, são apenas trabalhos
Políticos, então, esses, uns paspalhos
E ficamos todos com coração em frangalhos

Só precisamos remendar nossos retalhos
Com sabedoria e paz, entender atos falhos
Aceitar a noite, a garoa, a aurora, o orvalho
Sem tanta decepção, assim não me atrapalho!

Alda M S Santos

Vamos fazer assim?

VAMOS FAZER ASSIM?

Se me entristece, choro, saio de perto
Se me desrespeita, vou embora, isso é certo
Se me ignora, não ligo, sou forte, resistente
Se não admiro, não concordo, fico indiferente

Vamos fazer assim?

Se abala minha saúde física e mental
Fecho as portas e janelas para esse vendaval
Se manter convivência tem me feito mal
Ofereço minha ausência ou distância, tá legal?

Vamos fazer assim?

Sou responsável por tudo que me acontece
Meu agir deve te mostrar o que me aborrece
Estarei atenta ao que em mim não te faz bem
A mesma prerrogativa dou a você também

Vamos fazer assim?

Alda M S Santos

Como vai você?

COMO VAI VOCÊ?

Está com coração angustiado, sem saber o porquê
Corpo cansado, alma adoecida sem ter a quem recorrer
A vida pede um novo espaço, novo caminho
Desejo de não se sentir tão sozinho

Como vai você?

Sente-se fragilizado sem ter alguém confiável ao lado
O peito aperta, machucado ou cicatrizado
Desejo de estar noutro lugar menos bagunçado
Busca pela paz, por harmonia, mundo mais humanizado

Como vai você?

O CVV valoriza a vida, aquilo que você tem a dizer
Pode te ouvir, sem julgamentos, pode te acolher
Há 61 anos realiza esse trabalho de amor
Quer conversar, desabafar, lá encontrará calor…

Como vai você?

Alda M S Santos
#cvv #188 #cvv.org.br

Real

REAL

O que é real para mim, para você
Será tudo aquilo que a gente vê
Ou basta sentir a dor ou o prazer de ser
Aquilo que se é, sem mesmo saber o porquê?

O que é a realidade que nos faz despertar
Ou até mesmo adormecer sem querer levantar
É somente o que nos faz sentir livres, vivos
Ou também é real o que nos deixa cativos?

Minha realidade pode ser diferente da sua
Ela pode me deixar exposta, alma nua
Sei que enfrentá-la não precisa ser doloroso
Posso refletir e deixar o aprendizado gostoso

Quando encontro em mim as respostas
Para as perguntas ou emoções já postas
A realidade torna-se clara, significativa
Entendo a minha, a sua, nessa vida ativa

Alda M S Santos

Reiniciar

REINICIAR

Mundo anda difícil, o certo e o errado estão invertidos
Tolerância e amizade parecem não fazer sentido
Respeito pelo outro é visto com insatisfação
Não dá para viver em paz com tanta invasão

Não há reflexão, só se nota muita maldade
Gente que faz o mal em qualquer idade
Não há proteção, falta humanidade
Vergonha de estar por aqui, de verdade

Para tudo há briga, revolta, discussão
Tantas mentiras, dúvidas entre o sim e o não
Vontade de passar tudo isso a limpo, reiniciar
Será que Deus não gostaria de recomeçar?

Se assim for quero ser parte da natureza
Ali há harmonia, paz, luz e beleza
Ser água, bicho, planta, céu, tanto faz.
Só gostaria de algo mais eficaz

Alda M S Santos

Se fere

SE FERE

Se fere minha essência eu abro mão
Se deturpa minhas crenças eu digo não
Se invade minha humanidade peço lucidez
Se mata a vida que pulsa é insensatez
Num cantinho de mim mesma busco a paz
Rogo a Deus que viver o amor seja eficaz

Alda M S Santos

Viver é um eterno desafio

VIVER É UM ETERNO DESAFIO

Ah, viver parece uma grande piada!
Se você fala e não pensa se mete em furada
Se pensa e não fala fica engasgada
Se sente e nada faz, alma frustrada

Ah, viver nem sempre é fácil, não
Ficou cansativo tanto cuidado e senão
Medir cada detalhe para não ofender o irmão
E também não machucar o próprio coração

Ah, viver deveria ser um bom prato
Degustado com prazer de fato
A verdade é que há tanto prato vazio
Corpo e alma enfrentam esse desafio

Ah, será que desistir seria boa opção?
Dizer: quero brincar mais de viver não
Se não der para viver com emoção e alegria
Quero voltar para casa, a porta se abriria?

Alda M S Santos

vida #morte

Problemas?

PROBLEMAS?

Ah, os problemas… nem sempre são o que a gente vê
Posso estar sorrindo e passando pelo mesmo que você
Posso estar triste e em busca de sei lá o quê
Não somos melhores que ninguém
Problemas todo mundo tem
O jeito de encarar é que é variável
Há quem bata de frente,  brigue, chore, esperneie
Há quem, cansado, desista dessa lida, vagueie
Há quem pare, pense, tente entender o momento
Quer levantar em si qual o real sentimento
Quando percebe analisa, encara, sofre, chora
Às vezes bota tudo para fora e vai embora
Noutras, renova a alma ferida e machucada
Apara as arestas, e segue em busca de nova jornada
Ah  problemas…todo mundo tem
Atrás daquela alma boa e aparente alegria
Há um alguém que luta para manter a harmonia
Bom acolher com amor e empatia!

Alda M S Santos

Confiança

CONFIANÇA

Ah, que palavra doce que traz aconchego
Que combina com paz e sossego
Rima com segurança e esperança
Exige fé, coragem, amor e perseverança

Nem sempre fácil nos dias atuais
Confiar em meio a tantos vendavais
Acreditar que tudo vai melhorar, ver os sinais
Ignorar negativismo, enaltecer pontos divinais

Vontade de agir como delicada criança
Num colo entrega seus medos, faz aliança
Certa que ali há carinho, cuidado e bonança

Sob a imensidão de um céu de sol ou luar
Ser grato, ser luz, com humildade confiar
Logo, logo toda a angústia e medo vão passar

Alda M S Santos

Porteiras abertas

PORTEIRAS ABERTAS

Em porteira aberta passa boi, passa boiada
Passa também a visita chata e indesejada
Bom deixar apenas entreaberta, uma fresta
Aí permitimos passar só o que coração atesta

Se entra a luz, entra também a escuridão
Se entra alegria, também entra decepção
Não dá para convidar para ficar quem veio apenas para o café 
Quer seja em nossa mansão ou casinha de sapé

A tristeza tem mania de querer se instalar
Alia-se ao cansaço e desesperança para ficar
Mas se a alegria for bem nutrida, alimentada
Faz parceria com amor e expulsa essa danada

Alda M S Santos

Nossas réguas

NOSSAS RÉGUAS

Ah, mas são diferentes, sim
Minha régua não é igual a sua
Podemos medir as mesmas coisas
Porém, com resultados diversos
Quer sejam físicos ou emocionais
Amorosos, sociais ou intelectuais
A dor ou a alegria, a chatice ou a simpatia
Nossas réguas só medem a nós mesmos
Sua régua não mede com precisão minha agonia
Não seria fiel, seria falsa, mera fantasia
Minha régua não dimensiona sua dor, sua realidade
Há outro padrão que não cabe na minha verdade
Para medir o que se passa contigo
Para ser bem próximo de um amigo
É preciso usar a sua régua, o seu metro
Ver sob sua ótica, sentir sob seu espectro
Sob pena de ser cruel, maldoso, falacioso
A medida para não ser tão impiedoso
É ser flexível, resiliente, acolhedor e respeitoso
Nada se aproxima mais de uma medida universal
Que o abraço, a voz, a palavra amiga e especial
Estou aqui! Para você e para mim, ao natural…

Alda M S Santos

Radicais?

RADICAIS?

Precisamos de humanos que saibam ouvir, não só falar
Que saibam conversar, sem com isso brigar
A capacidade de interagir e compreender
Permite nosso evoluir, nosso florescer

Cada qual em seu canto radicalizado
Não possibilita um diálogo civilizado
Apontar o dedo, julgar, fazer acusações
Cria um mundo nocivo, cheio de aberrações

É preciso ter o coração e mente abertos
Manter a civilidade e sabedoria por perto
Bate-boca e insultos ferem, desrespeito não é certo

Quando eu me permito mergulho interior, autoconhecimento
Abro espaço para razão e sentimento
Assim, posso entender melhor no outro o pensamento

Alda M S Santos

Perigo das certezas

PERIGO DAS CERTEZAS

Tanta gente cheia de certezas
De convicções, querendo virar a mesa
“Verdades” absolutas de lá e de cá
Sem respeito e cuidado isso não vai prestar

Tanta gente agindo de modo, no mínimo,  irreverente
Por vezes ilegal, radical e contundente
Falta parar um pouco, analisar, refletir
A massa nem sempre sabe para onde ir

A primeira postura daquele que se julga certo
Deveria ser manter a sabedoria e a paz por perto
Nunca semear discórdia e desunião, sob pena de criar deserto

É preciso compreensão ao ponto de vista diverso
Respeitando as próprias crenças, a lei, o que for controverso
Sabendo que nossa atitude muda o ritmo do universo

Alda M S Santos

Noves fora

NOVES FORA

Na tentativa de entender melhor esse mundo
Busco sair da superfície, mergulhar fundo
Uso a lógica, o raciocínio, a razão
Mas nem sempre as exatas trarão a solução

Somo, subtraio, multiplico, divido, noves fora
Vou tentando achar a resposta certa a toda hora
Entendo que para melhor compreensão
Terei que dosar razão e coração

Meu pensar pode ser bem diferente do seu
Será que seu sentir se parece com o meu?
Talvez nesse ponto encontremos um apogeu

Humanos sempre nesses difíceis embates
Vitórias, derrotas, empates
Casos de vida e morte, há algo que os aparte?

Alda M S Santos

A missão

A MISSÃO

Qual será por aqui nossa tarefa, nossa missão
Como saber se não estamos na contramão
Se seguimos a turma, a maioria, a massa
Se nos importa bem sentir sentados na praça?

Como estaremos no check-out final
Será doce calmaria ou intenso vendaval
Haverá dívidas e créditos nesse balanço
Ônus ou bônus, alegrias, paz ou ranço?

Nosso HD interno será útil, aproveitável
Ou pode-se deletar tudo, resetável
E reiniciar do zero o que for aceitável?

Seria bom usar Bluetooth, poder trocar dados
Aparelhar corpo e alma, presente e passado
Fazer de nosso coração o maior aliado

Alda M S Santos

Disco voador

DISCO VOADOR

Luzes no céu de nosso Brasil
Em tons branco ou azul anil
Girando em trios ou paradas
Pilotos reportam questão inusitada

Será que são discos voadores
Talvez OVNIs com seus sensores
Somos espécie a ser estudada
Gente que anda perdida e amalucada

Vieram trazer ou buscar informação
Qual será a dúvida, a questão
Poderiam nos ensinar a dar as mãos

Espaço sideral todo precisa de amor
“Oh, oh, seu moço do disco voador
Me leve com você pra onde você for…”

Alda M S Santos

Abalos sísmicos

ABALOS SÍSMICOS

A natureza humana está sendo abalada
Estrutura sendo fortemente danificada
Tanta gente gritando, tanta gente silenciada
As paredes da alma estão todas trincadas

Bom verificar o índice do abalo sísmico
A origem, a duração, o quanto é polêmico
A escala Richter do coração poderá dizer
Os danos que podem causar esse enlouquecer

Análise feita, causas e consequências descobertas
É chegada a hora de aparar as arestas
Não dá é para deixar trincas abertas

Abalos sísmicos geram nova acomodação
Bom estar alerta para evitar infiltração
A vida precisa de amor, essa é a solução

Alda M S Santos

Não vamos brigar

NÃO VAMOS BRIGAR!

Cansada desse mundo que só sabe brigar
Não sabe conversar, dialogar, quer guerrear
Pessoas querendo se impor a todo custo
Sem se importar com o que é mais justo

Não quero brigar, prefiro uma boa prosa
Ranço de gente que anda sempre furiosa
Esquece o que é parceria ou respeito
Usa de hipocrisia, esconde o mal feito

Vamos fazer assim: eu sou eu, você é você
O que amo e acredito tem meu porquê
O que você valoriza tem sua razão de ser

Amigos, colegas, famílias, amores
Grupos feitos de indivíduos, abrigos, favores
Nada vale brigar ou guardar rancores

Alda M S Santos

Em defesa, olhos abertos

EM DEFESA, OLHOS ABERTOS

Em defesa da própria sobrevivência
Lutando contra toda prepotência
É preciso saber se proteger, se cuidar
Com sabedoria, em evidência, se disfarçar

Necessário é saber a hora de nos calar
As vias duplas podem nos atropelar
Não é covardia, é respeito, autorrespeito
Silêncio é resposta para todo mal feito

Não retrucar mentiras ou acusações
Exige lucidez, firmeza nas convicções
Introspecção às vezes apaga imperfeições

Olhos abertos, a natureza ensina como se camuflar
São defesas natas que permitem perseverar
Evitar embates é encontrar por aqui bom lugar

Alda M S Santos

Vontade de voar…

VONTADE DE VOAR

Vontade danada de poder voar
Para um cantinho especial e descansar
Quero que tenha mata virgem
Mar ou cachoeira alta que até dá vertigem

Vontade de voar para um lugar
Que tenha luz do sol ou do luar
Que a brisa seja suave e delicada
Ou uma chuvinha na tarde encalorada

Vontade de voar para onde seja um lar
Que possa andar descalça, passear
Sentir que não há qualquer perigo
Tudo ali servindo de aconchego e abrigo

Vontade de encontrar uma boa morada
Entre pessoas do bem seguir minha jornada
Esse mundo anda tão cruel e violento
Tenho medo de não acabar esse tormento

Vontade de voar…será que há esse lugar?

Alda M S Santos

Brinde da maturidade

BRINDE DA MATURIDADE

Não gosta, não fique perto
Faz mal ou machuca, se afaste
Não gosta de ouvir, desligue
Te causa angústia, mude o foco
Não quer brigar, não responda, ignore
Não quer brincar não entre no jogo
Não procure, não veja, não leia
Se é politicagem ou mentira, pule
Se é falsa religiosidade, só lamente
Não gaste energia com o que sabe que fere
Dê tempo, se cuide, se trate bem, se cure
Feche portas, tranque janelas, abra persianas
Elas mostrarão para quem destrancar a alma
A vida requer sabedoria, boas escolhas
Só nós mesmos somos capazes de identificar
O que vem para somar, acrescentar
Ou o que já não serve mais, só vai atrasar
Saber onde quer ficar e de onde sair é brinde da maturidade
Aproveite!

Alda M S Santos

Tinha tanto medo…

TINHA TANTO MEDO…

Tinha tanto medo de ficar perdida que já não mais saía
Tinha tanto medo de não ser feliz que já não sorria
Tinha tanto medo da prisão que já não tinha liberdade
Tinha tanto medo da tempestade que já não curtia o Sol
Tinha tanto medo da escuridão que perdia sua própria luz
Tinha tanto medo de envelhecer que não aproveitava o amanhecer
Tinha tanto medo de ser enganada que não arriscava nada
Tinha tanto medo de ser dependente que vivia doente
Tinha tanto medo da solidão que aceitava qualquer situação  
Tinha tanto medo de tudo um dia esquecer
Que a vida se tornava um eterno reviver
Tinha tanto medo de tudo, de morrer que nada mais fazia que sobreviver

Alda M S Santos

Tenho medo…

TENHO MEDO…

Esse mundo anda tão estranho, tão assustador
Muito humano sendo usurpador
De direitos, de vontades, espalhando dor
Tenho medo de tanta gente do mal, sem pudor

A noção do certo e do errado está distorcida
Só se vê uma longa e desfreada corrida
Para ver quem ao outro se impõe
E seu modo de ser e viver se sobrepõe

Relações de mentira, muita insanidade
Ameaças, medos, sobra maldade
Aprisionamento, exclusão, falta autenticidade

A vida pede sabedoria, pede verdade
A Deus clamamos por bênçãos e bondade
Que possamos crescer em paz e liberdade

Alda M S Santos

Um rio

UM RIO

O rio da minha vida segue devagarinho
Sem se importar com obstáculos do caminho
Tem sempre em mente seu objetivo
Encontrar-se com o mar, ser dele cativo

As pedras são lentamente contornadas
As matas ciliares apoiam, são abençoadas
A luz brilhante que chega por entre os galhos
São uma energia a mais, iluminam os atalhos

Meu rio passa por sombras assustadoras
Outras são leves e compensadoras
Muitas vezes caudaloso, forte, intenso
Noutras um fio de água só, sequer penso

Meu rio sabe que um dia chegará ao mar
Mas quer curtir todo o caminho, quer passear
Quer encontrar afluentes, brincar, namorar
Pois entende que o amor tem ali seu lugar

Alda M S Santos

No self-service da vida

NO SELF-SERVICE DA VIDA

No grande self-service da vida há muito arroz com feijão
Há também pratos carregados de sofisticação
Há aqueles que nos ganham pelos olhos
Outros pelo sabor, pelo preço, pela nutrição
Tantos de nós ficamos perdidos nessa vitrine alimentar
E nos empanturramos, confundindo nosso paladar
Escolhas implicam sins, carregam também muitos nãos
Maioria das vezes nos bastam o arroz com feijão
E nos iludimos com o que não é boa refeição
Quando percebemos já prejudicamos a digestão
Bom saber o que faz bem para o corpo e o coração
Na vida emocional vale a mesma ponderação
Vícios causam males, grande confusão
Gosto mesmo de um prato simples e saboroso
Não me engano com o que na vitrine parece apetitoso
Na certeza de estar bem nutrida e alimentada
Sei escolher meu prato físico e emocional
Sigo em paz, ignoro o que não é essencial

Alda M S Santos

Maior que o medo…

MAIOR QUE O MEDO…

Maior que o medo de tropeçar, de cair
É o desejo de trilhar, de seguir
Descobrir novas companhias, novos caminhos
Se temos a nós mesmos não estamos sozinhos

Maior que o medo de sofrer uma decepção
É o desejo de atender o que pede o coração
Quando o peito aperta e pede por uma solução
É hora de agir, de voar para dentro de si, ser emoção

Maior que o medo de naufragar nesse oceano
É saber que tempestade tem todo o tempo, não me engano
Os ventos em alto mar podem ser bom sinal
Que pode haver nova rota pós vendaval

Maior que o medo de vir a sofrer
É não aproveitar por aqui esse viver
Essa viagem tem data de chegar e partir
Mas tem plano de voo, bom mesmo é nos divertir

Alda M S Santos

Remédio de toda cura

REMÉDIO DE TODA CURA

Buscando um pouco de harmonia e aconchego
Coração gritando, pedindo arrego
Tão difícil nos livrar de alguns desapegos
No silêncio talvez esteja o desejado sossego

Mundo carregado de ilusões e utopias
Tanto a machucar, ferir, tirar as alegrias
Algo que sobra em nós, nossos excessos
Algo que falta também, que é carência, retrocessos

Inveja, desilusão, ciúmes e decepção
Navegando entre o sim e o não
Não se sabe ao certo o que mais dói
E que faz o viver um bichinho que corrói

A humanidade anda em rápida e constante descida
Falta coragem e força para engrenar na subida
Corações duros dificultando a recuperação
Precisamos nos irmanar, ser parceria, dar-nos as mãos

Há momentos em que a vida parece tão escura
Que a sensação de incapacidade perdura
Urge buscar em nós o remédio de toda cura
O amor que brota silencioso na alma madura

Alda M S Santos

Em busca do mar

EM BUSCA DO MAR

Como um rio que nasce na serra
Apenas um olho d’água que flui, não erra
Sigo meus caminhos em busca do mar
Sem saber o que irei enfrentar

Haverá dias de calor, seca e solidão
Em meio a matas, perdido em escuridão
Mas a certeza de ir em busca do destino
Afasta as angústias, os medos, os desatinos

Haverá dias de intensas tempestades
Misturado a tanta coisa quase perde a identidade
A visão do mar mantém a força e coragem
De não desistir ou estacionar em qualquer paragem

Como um rio sigo, ora forte, ora frágil
Tentando respeitar meu ritmo lento ou ágil
A visão do oceano deve instigar, animar
Não a ponto de tirar o prazer do agora, de aqui desbravar

Alda M S Santos

Em casa


EM CASA

Uma unanimidade: estar em casa é sensacional 
Uma leveza, bem-estar, algo que é sempre especial 
Muitos são os modos de se sentir em casa 
Quando o coração fica leve, parecendo ter asa

Podemos nos sentir em casa sob o olhar de alguém 
Ou quando nos abraçam e acolhem também 
Estar em casa não é questão de lugar
É saber-se querido, amado, é poder amar 

A casa pode ser simples ou requintada 
Mas é preciso que seja boa morada
Só fará bem se houver boa energia 
De um viver onde pulse a harmonia 

Podemos nos sentir em casa numa igreja, na rua 
Na praia, na mata, sob a chuva ou sob a lua 
Se houver paz, abrigo até mesmo na solidão 
Mas não há casa melhor que um coração 

Qual sua casa?

Alda M S Santos 

Dói

DÓI

Dói não acreditar quase em nada
Também dói investir em canoa furada
Dói se espetar no espinho da rosa, machuca
Dói mais ainda não ter uma roseira, vida maluca

Dói sofrer por um amor não correspondido
Mais doloroso é não amar, é tempo perdido
Dói ver o mundo com tanta desumanidade
E que ainda não aprendemos a viver com dignidade

Dói não realizar os sonhos, os desejos
Dói mais ainda já não sonhar com abraços e beijos
Dói ver por aqui tanta indiferença e desigualdade
E por mais que se faça, não amenizar essa realidade

Viver é por vezes pesado e doloroso
Mas não desistir faz o mundo mais prazeroso
Amar, amar, se doar é o único caminho
Para doer menos, não se sentir inútil e sozinho

Alda M S Santos

Recomeçar do zero

RECOMEÇAR DO ZERO

Não existe recomeçar do zero
Porque se temos essa prerrogativa
É porque um dia já começamos
E todo começo deixa nem que seja uma negativa

Retirando o que perdemos, o que permaneceu?
E não diga que nada ficou
De tudo que se construiu, viveu
Ao menos entulho restou

Separe o joio do trigo
Descarte, reaproveite, reserve, busque abrigo
E se ainda assim só encontrar a dor
É com ela que irá recomeçar
E com renovado fervor…

Recomece do amor que encontrar em você, por você!

Alda M S Santos

Não é preciso!

NÃO É PRECISO!

Não precisa ser o primeiro a romper a fita da chegada
Basta manter a disposição após a largada
Não precisa estar no alto do pódio
Basta que esteja feliz, na paz, sem ódio

Tantas vezes entramos em infrutíferas disputas
Aquelas que machucam, não valem tanta luta
Não preciso competir com meu semelhante
Quero estar melhor que eu mesma a cada instante

Há tantas necessidades que não são prementes
Não podemos ficar delas dependentes
A vida pode ser mais leve, mais feliz
Se conseguirmos ouvir o que a alma nos diz

Corpo e coração têm algumas vontades urgentes
A mente vai dando o equilíbrio, sendo inteligente
Essa balança precisa estar em equilíbrio pra não tombar
Assim nossa vida tem mais sorrir, menos chorar

Alda M S Santos

Não são só palavras!

NÃO SÃO SÓ PALAVRAS

Elas podem ser impensadas
Rispidas, fortes, mal analisadas
Podem ferir, machucar, magoar
São lâminas fazendo a alma chorar

Não são só palavras!

Podem estar carregadas de desesperança
De desânimo, de cansaço, de mentira, destemperança
Podem instigar um lado negativo, punitivo
Fazendo de nós um coração fugitivo

Não são só palavras!

Podem estar recheadas de fé e amor
Trazendo luz, esperança, colo e calor
Podem animar, ser carinho, abraços e beijinhos
A doçura que todos precisamos para não seguir sozinhos

Não são só palavras!

Aquilo que falamos não pode mais ser recolhido
Vai encontrar um terreno para crescer, é sabido
Se quisermos plantar o bem, lançar ao vento
Vamos transmitir coisas boas do pensamento

Não são só palavras!

Alda M S Santos

Quando o mundo acabar

QUANDO O MUNDO ACABAR

Quando o mundo acabar, não quero chorar
Vou sentar num canto, refletir, analisar
Será que fiz tudo que me cabia
Sem esmorecimento, preguiça ou letargia?

Quando o mundo acabar, voltarei para casa
Livre de todos os pesos, leves asas
O quanto ficará de mim nesse espaço
Ao menos deixarei algum forte laço?

Quando o mundo acabar, não quero chorar
Serei grata, penso que o pranto vai chegar
Seja saudade, não arrependimento ou pesar

Mas enquanto o mumdo não acabar por aqui
Assumirei minha parte, vou amar, vou agir
O voo de volta por hora pode seguir sem mim

Alda M S Santos

Tá doendo?

TÁ DOENDO?

“Mas tá doendo muito, muito mesmo”, a criança dizia
E em seu choro de dor se desfazia
Será que há como medir uma dor
Há como saber o que dói mais ou causa menos torpor?
Sei que causa dor aguda se ainda está aberta a ferida
Cabeça, dente, coluna, rim, nervo ciático, difícil a lida
Mas há outras dores difíceis de suportar
As que apertam e machucam o coração
Ou aquelas que trazem mágoa ou decepção
Dói não ter sua intensa afeição correspondida
Dói saber que aquela pessoa não era mesmo amiga
Dói o vazio da fome, a carência de nutriente
No corpo, na alma, no coração da gente
Dói perder por alguém a admiração
Dói saber que fez tanto por nada, indignação
Dói não conseguir se fazer entender
Também dói não saber com certas coisas viver
Dói se sentir envelhecer sem aproveitar o presente
Fixado no passado ou com o futuro imprevidente
Dói não saber sorrir, brincar, fazer do dia a dia algo prazeroso
Na verdade, viver pode ser bem doloroso
Melhor se fixar na cura, no que pode ser gostoso
Deixar a dor ir embora com o vento, sem lamento
Ou soprá-la para longe do pensamento
Assim o viver traz menos sofrimento…

Alda M S Santos

Não me cabe

NÃO ME CABE

Nessa caixa não me cabe
Não é que eu não seja flexível
É que ela tende a me moldar
Colocar num padrão que me machuca
E que não vai me agradar

Nessa caixa não me cabe
Dobra daqui, dobra dali
Tira um pedaço desse lado
Aperta o outro, transfere de lugar
Até eu não mais me identificar

Nessa caixa não me cabe
E mesmo se coubesse eu não gostaria
É que prezo a liberdade de ser o que sou
Colocar-me ali me mataria

Nessa caixa não me cabe
Não sou boneca para viver em caixa, preciso de ar
Prefiro jardim, mata, rio, mar ou cachoeira
E assim quero viver a vida inteira…

Alda M S Santos

Os três da sobrevivência

OS TRÊS DA SOBREVIVÊNCIA

Três minutos sem ar
Três dias sem água
Três semanas sem alimento
Essa é a lei dos “Três” da sobrevivência
É o que aguentamos sem perecer
Mas será que isso basta para poder viver?
O que mais é necessário para não apenas sobreviver
E viver com intensidade e alegria
Sendo e fazendo o bem em total harmonia?
Quanto tempo se vive sem companhia
Ou pode-se encontrar na solidão uma sintonia?
Será que suportamos a tirania
De uma vida tensa em seu dia a dia?
Será que dá para suportar bem
Estar sem carinho, sem amor, sem alguém
Há como medir a quantidade de amor
Que cada ser humano precisa para ser calor
Sendo o ar, a água e o alimento
Nessa vida nem sempre a contento?
O que representa nosso ar nesse lugar
Qual nossa água, sempre a nos hidratar
Alimento da alma é tão precioso quanto o pão
Sem ele pode haver vida, mas sem coração…
Quais são seus três da sobrevivência?

Alda M S Santos

Pela raiz


PELA RAIZ

Se queremos manter, cuidamos da raiz
Isso todos sabem, até um aprendiz
Se desejamos que cresça irrigamos
Tratamos com carinho, adubamos

Se é flor a gente trata com jeitinho
Fica junto, admira, abre caminho
Se é erva daninha arrancamos de vez
Antes que estrague o canteiro, seria estupidez

Vale para plantas, gente, emoções
Não vale cultivar certas situações
Sob pena de apertar grilhões

Viemos munidos de sabedoria
Utilizar faz bem, gera alegria
Desatenção só traz desarmonia

Alda M S Santos

Relações completas?

RELAÇÕES COMPLETAS?

Somos uma caixinha de uma riqueza interessante
E vamos distribuindo nossos pedacinhos de modo intrigante
Selecionamos até sem ver o que e com quem partilhar
Cada pessoa acaba nos dizendo com o que é capaz de lidar

Há pessoas que partilhamos mente, pensamentos e ideias, reflexões
Com outras dividimos nossa habilidade física, corpo, ações
Há aquelas com as quais trocamos sentimentos e emoções
Desafiante é encontrar com quem partilhar todas essas nossas frações

Com Fulano falo sobre minhas convicções tranquilamente
Com Beltrano brinco, pulo, trabalho, vivo, faço amor alegremente
Com Sicrano sorrio, choro, me amparo, abro coração docemente
Uma relação completa traz tudo isso divinamente

Não quer dizer que vamos descartar as relações “parciais”
Somos corpo, mente, coração, são partes fundamentais
Em sua parcialidade elas podem ser inteiras, completas
Nos fazer bem nessa troca que pode parecer incompleta

Alda M S Santos

Um viver morno

UM VIVER MORNO

Um mundo densamente povoado
Há gente de todo tipo, para todo lado
Tem para todos os gostos e preferências
Mas nunca houve tanta solidão e negligência

Gente que não se demora num olhar
Gente que já não sabe mais abraçar
Gente que tem pressa de chegar
Sem saber sequer aonde vai parar

Gente que busca uma conexão qualquer
Não se identifica o que a alma requer
Gente que anda carente de colo e atenção
Do ombro, da palavra ou do silêncio irmão

Um mundo de várias pessoas no entorno
E tanta gente nesse viver morno
Falta calor humano, amor de verdade
Ganhar tempo é perder em humanidade

Alda M S Santos

Jeito de olhar…

JEITO DE OLHAR

Um passo atrás pode ser avançar
A tempestade pode vir para limpar
A queda pode ensinar a levantar
O vendaval pode colocar as coisas no lugar

Tudo depende do jeito de olhar

Chorar ensina a valorizar o sorriso
Medo e inércia nem sempre são coisas de indeciso
Talvez seja um modo de usar o perigo
Para encontrar melhor abrigo

Tudo depende do jeito de olhar

Solidão nem sempre é ausência de companhia
Talvez seja escolha de pessoas
Que usam de muita sabedoria
Ao não insistir em buscar no outro
Aquilo que encontram em si mesmas: paz e sintonia

Tudo depende do jeito de olhar

Preta, branca, cinza ou multicor
A vida sempre será uma tela
Para artistas que pintam com estilo e amor
E usam a paleta preferida para torná-la ainda mais bela…

Tudo depende do jeito de olhar
Do jeito de a vida encarar …

Alda M S Santos

Perguntas…respostas?

PERGUNTAS… RESPOSTAS?

O que fazer para não nos machucar
Ou se isso acontecer, como parar de chorar
Uns com tanto, outros na necessidade
Será que dá para ter um pouco de felicidade?

Dois mil anos é há quem acredite na guerra
Doença, maldades e mortes assustam na Terra
Será que há um espaço além do espaço sideral
Que possa ativar nosso lado menos animal?

Viver cansa, dói, fere, alegra, dá prazer
Um vai e vem frenético sem saber quando irá acontecer
Aquele momento que nos levará embora, interrupção fatal 
Para onde será que iremos, afinal?

São tantas as perguntas nessa vida de labuta
Tantas coisas a nos deixar de calça curta
Qual o sentido disso tudo, meu Deus?
A pergunta não cala, mas é melhor confiar nos desígnios Seus

Alda M S Santos

Fim

FIM
Do princípio ao fim
Ou do fim ao princípio
Tantas questões dentro de mim
Chego só, volto só
Enfim, qual é o propósito
Disso tudo, Serafim
Será o fim?
Aterrisso sem nada saber
Tenho tanto ainda para aprender
E já começo a voltar
Para casa regressar
Perco a mobilidade, a habilidade
A memória e, por vezes, a consciência
Não é uma incongruência
Disso tudo, Serafim?
Tudo que amealhei por aqui
Não mais me pertencerá
O que me acompanhará é aquilo que ganhei ou perdi
Conquistei ou doei, e que poderei também deixar
Com quem esteve comigo do princípio ao fim
Chego nua, volto vestida de Lua, perfume de jasmim
Várias fases, brilho e luz…
Um ciclo que se fecha em mim e me conduz…
Alda M S Santos

Acordo prévio?

ACORDO PRÉVIO?

Até que ponto o que temos foi determinado pelo destino
Ou fomos nós quem pedimos num momento de desatino
Será que aqueles que caminham conosco por aqui
Foram escolhidos do outro lado para nosso evoluir?

Aqueles que nos decepcionam são lição
Os que nos encorajam, atiçam, são animação
Há os que são puro carinho e amor, eterna gratidão
Penso: qual foi nosso acordo prévio com a Criação?

Certo é que nada nem ninguém é por acaso, tudo vem a calhar
Importante é saber o que jogar fora ou manter, depois da lição tirar
Olho em meu entorno e vejo tanta gente diferente 
Será que precisamos uns dos outros mutuamente?

Percebo que há também um constante ir e vir
Ha quem já cumpriu sua missão por aqui, seu evoluir
Chega a hora de voltar para casa, para o eterno lar
Bom seria tanta gente boa poder reencontrar…

Alda M S Santos

Como você se sente?

COMO VOCÊ SE SENTE?

Sabe, esse mundo anda meio abilolado
Ninguém quer mesmo entender nosso lado
O que sentimos não interessa, dizem: suporta!
Só o modo que agimos é o que importa

Bom se há um alguém que te olha e te diz
Eu sei como se sente, parece infeliz
Pode estar sendo difícil ou doloroso
Estou contigo, te compreendo, dê cá um abraço caloroso

Ser humano precisa aprender a usar o coração
De que adianta ter tanto raciocínio e razão
Se nas horas difíceis te deixam na mão?

Amar ao próximo como a si mesmo: essa é grande lição
Mas tem nisso tudo apenas um senão
Desprendemos o amor próprio, como amar nosso irmão?

Alda M S Santos

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