É MACABRO FALAR DE MORTE?
Muitas são as explicações na tentativa de justificá-la
Uma das poucas certezas da vida: a morte
E ainda assim a desconhecemos e tememos
Atinge a todos, sem exceção
Não escolhe idade, raça, gênero, cultura ou condição socioeconômica
Ainda assim tentamos explicar:
“Estava velho e doente, sofrendo, foi melhor assim”
“Tão jovem, uma vida pela frente, não dá para aceitar”
“Lutou contra o destino, mas não teve jeito, era a hora”
“Esse também desafiou a morte todo o tempo”
“Era um anjinho, nada viveu ainda”
“Uma alma boa, nunca fez mal a ninguém”
Ou a mais ouvida de todas:
“Deus chamou de volta para casa!”
Quem Deus chama de volta?
Qual o critério para voltar para casa?
Deu defeito, venceu o período de garantia?
Precisa de “assistência técnica” especializada?
Deu ou causou perda total e precisa voltar para o fabricante?
E se foi mau uso, tem direito a reparos e retorno às vias?
E aqueles que apresentam reiteradamente o mesmo defeito, destruindo ou arriscando a si e aos outros?
Nessa perspectiva Deus seria o mecânico, o técnico especialista em reparar falhas e danos.
Mas será que Ele não saberia fazer isso com o motor funcionando, com o coração batendo?
Será que quem volta para casa não precisa de injeção de carinho, tratamento intensivo de amor?
E aqueles que não apresentam defeito de fábrica,
Por que voltam para a “oficina”?
Será que Ele não leva alguns tão bons para ajudá-lo lá em cima?
Será que simplesmente não venceram seu “estágio” por aqui?
Será que quem é chamado de volta já não veio com data de retorno?
Qual o critério para escolher o quanto viver e quando morrer?
Olhando por um lado positivo
Quem morre já cumpriu seu papel nessa dimensão,
E volta para a eternidade, para o paraíso tão aclamado!
Não é castigo ou punição a morte, apenas mudança de jornada.
Seriam, então, privilegiados aqueles que vão mais cedo…
Difícil é fazer aqueles que foram deixados para trás
Entender, aceitar e aprender a lidar com a ausência e a saudade…
E, não, falar de morte não é macabro!
Alda M S Santos
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