HUMANIDADE FALHA…
São dois milênios e a humanidade continua falha
Como humanos racionais a gente ainda se atrapalha
Invasões e “descobertas” de terras já habitadas
Dinheiro e ouro ditando ações inimaginadas
Quase submissão dos mais frágeis povos originários
Imposição da força, ameaças, agir arbitrário
Do “nunca mais” dito ao holocausto emudecemos
Tanto horror e desumanidade esquecemos
Fome, abusos, roubos, moléstias exclusão
Vergonha dessa humanidade sem coração
Que se julga superior e causa tamanha dor e comoção
A vida uma hora cobra tanta agressão
A um povo, uma raça, natureza sob pressão
A conta vai chegar… terá de nós compaixão?
Alda M S Santos
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QUAL O PREÇO?
Tudo nessa vida tem um preço
Que é cobrado todo o tempo da gente
Pagamos pelo excesso, pela falta
Dor ou alegria, aquilo que está em pauta
Pagamos pelo que passa na mente
Por tudo que se vive, simplesmente
Pagamos por seguir o caminho
Rápido, lento, acompanhado ou sozinho
Pagamos por ficar parados, estacionados
Por não tomar frente, ficar de lado
Pagamos por mudar, crescer, evoluir
Pagamos também por cair, por regredir
Pagamos pelo amor que nos permitimos
Pelo que recebemos, pelo que doamos
Pelas amizades que felizes carregamos
Pelos fardos leves ou pesados que levamos
Ah, se por tudo se paga um preço
Melhor escolher bem o que se leva com isso
Bom refletir bem o custo e o benefício
Olhando o que você tem, sem artificios
Tem valor pelo preço que está pagando?
Alda M S Santos
AQUELES DIAS
Aqueles dias dos quais ninguém está livre
Cuja vontade é achar um cantinho para hibernar
Sem ninguém para incomodar
Nada ou tudo falar, pensar, repensar, adormecer
Quando não conseguimos o quebra-cabeças montar
E tudo que queremos é sair desse mal-estar
Onde será esse lugar?
Será preciso num avião decolar
Ou num barco alcançar o alto mar
Ao volante dirigir sem rumo até cansar
Ir até o céu com as estrelas e a Lua conversar
Num foguete à via láctea chegar
Ou será que está mais perto e bastaria apenas
Mergulhar nos recônditos secretos de nosso ser
Sorrir, chorar, brigar, apaziguar, debater
E ali ficar até desfalecer ou renascer…
Alda M S Santos
FINS E MEIOS
Fins, meios…qual seu objetivo
Qual o meio para torná-lo real
Será que isso é mesmo subjetivo
Ou há algo que legalize o normal?
Só importa o que você quer e almeja
Independente do que se põe na bandeja
Ou há certas leis, limites e restrições
Que impedem alguns tipos de ações?
Os fins são nossas metas, são importantes
Lutar por elas deve ser nosso plano constante
Cuidando daquilo que é correto ou relevante
Meios que vilipendiam ou ferem pra vencer
É o limite que devemos sempre estabelecer
Não é bonito o meio que destrói para viver
Alda M S Santos
PERDÃO!
Perdão, quando não soube caminhar por esse chão
Pelas vezes que disse sim, quando deveria dizer não
Ou, quando ao contrário, faltou coragem para o sim
Sabendo que ele que me traria pra mim
Perdão pela afobação, pela impaciência
Pela falta de esperança ou resiliência
Por desistir muitas vezes, cansada
Por não ter visto nenhuma luz nessa estrada
Perdão a mim mesma, quero leveza
Perdoar, perdoar-se, seguir nossa natureza
A culpa é um fardo muito pesado
Quem perdoa a si e ao outro é abençoado
Perdão não implica seguir na mesma situação
Ele é luz para nova estrada, nova sensação
Sem a bagagem do ontem, do passado
Coma alma leve, o futuro vem bem anunciado
Alda M S Santos
LIVRE-ARBÍTRIO?
Como lidar com esse mundo?
Gente maltratando gente, jeito imundo
Nação contra nação, irmão contra irmão
A natureza que grita por salvação
Como lidar com discriminação e corrupção
Cidadão que se acha dono da situação
Ofendem e maltratam a natureza
Flora, fauna…a vida perde sua riqueza
Humanos que condenam outros humanos
Causando na humanidade grandes danos
O amor já não é olhado com simpatia
O ódio tem alcançado o alto, a soberania
Como somos olhados pela Criação
Que Deus pensa desse viver sem compaixão
Vai nos dar corda, respeitar nossa decisão
Ou livre-arbítrio não será boa opção?
Alda M S Santos
O QUE SENTIMOS?
O que sentimos diante dessa imagem
De um fato ou de uma situação, qual emoção?
O que se passa em nosso coração?
Uma rampa, um presidente, um povo
E vai começar tudo de novo!?
O que você sente?
Raiva, revolta, medo, deseperança
Rejeição, abandono, traição, corrupção
Renovação, recomeço, alegria, confiança
Fé num poder Superior que vem do Alto, devoção
Sensação de dever cumprido ou de impunidade?
Que se passa em sua alma, qual sua verdade?
Em que polo você se encontra?
Está em algum extremo, em alguma ponta,
Ou tenta se equilibrar no meio, sem afronta?
O que sentimos diante dos fatos diz muito sobre nós!
Estamos todos em evolução por aqui
É bom analisar e trabalhar nosso sentir
Diante de tudo isso sinto muitas coisas
Mas uma se sobressai: Deus não nos abandona!
A sensação de proteção permanece…
Então, se há o cuidado Dele, vamos trabalhar
Seguir nosso caminho e acreditar
E, principalmente, saber respeitar, não julgar tanto
Deixar vir à tona o Confiar!
Somos um povo que aprendeu a Amar!
Alda M S Santos
VIAGEM
A vida avisa se chega o bem ou o mal
Ela sempre nos envia algum sinal
Se vai machucar ou não, dor ou satisfação
É preciso atentar para o pulsar do coração
Muda daqui, age diferente ali
Se recolhe ou se protege aqui
Enfrenta com amor e coragem
A vida é uma interessante viagem
Alda M S Santos
PALMAS
Palmas para colorir, palmas para enfeitar
Palmas para sorrir, palmas para homenagear
De tudo que anda acontecendo por aí
O que seria digno de palmas por aqui?
O primeiro a ser excluído seria o desrespeito
Grudadinho nele elimina-se logo o preconceito
Batam palmas para a fé e a esperança
De quem lutou e manteve a perseverança
Palmas para quem soube estender a mão
Para quem soube ser empatia e compaixão
Palmas para quem foi bom cidadão
Palmas para quem acreditou na verdade
Caiu, levantou, seguiu com simplicidade
Firmes no amor, maior ato de liberdade
Alda M S Santos
CHEGANDO UM NOVO ANO
Foi um ano pesado, difícil, tenso
Brigas, lutas, sem muito consenso
Certo é olhar tudo como rico aprendizado
Trazendo o que é bom para nosso lado
Houve perdas, contendas, atritos
Muitos tentando ganhar tudo no grito
Mas houve cores e muita beleza
Para quem soube focar na delicadeza
Deus sempre manda seus sinais
Quem vê se fortalece nos vendavais
Sabe ser simples, não almeja pedestais
Tudo isso vai passar, a dor irá embora
Um ano novo começa na gente agora
Sejamos amor e respeito, chegou a hora
Alda M S Santos
MELANCOLIA
Dia de chuva, domingo, típica melancolia
Aquela vontade de ficar na cama, letargia
Um filme de Natal na TV aumenta a nostalgia
Passado, presente e futuro lutam por sintonia
Gratidão pelo já vivido, aprendizado
Vitórias, alegrias que alimentam o passado
Presente de sonhos pedindo realização
A vida clama por paz, ação, resignação
Futuro em pauta, o que nos cabe no coração
A mente alerta tenta fazer ponte com a razão
Esperança de tempos melhores, boa sensação
Se há algo que a vida ensinou até aqui
Lutar apenas pelo que vale o existir
No mais, deixa a vida seu curso seguir
Alda M S Santos
FORMATAR ESSE HD
Onde será que está a falha
Tem que haver uma nessa batalha
Será a falta de uma educação de qualidade
Que tenha história e profundidade?
Será que a falha está na família
Na igreja, na sociedade, nessa matilha
Que não aprende e não ensina a lição
Dos maiores erros humanos como nação
Inconcebível que haja apologia ao nazismo
De fora da ilha dá pra ver todo o ostracismo
Nossa vergonha maior como humanidade
Achar-se melhor, ter sobre outros superioridade
Excluir, destruir,, humilhar, torturar e matar
Meu Deus, não dá para sequer imaginar
Que alguém tenha isso como convicção
É, o mundo carece de intensa renovação
Em tempos em que tudo parece distorcido
Valores falhos, mentiras, mundo sofrido
A tecnologia em alta, humanidade em baixa
Vamos formatar o HD, reiniciar, passar borracha
Alda M S Santos
COMO OVELHAS
Andando em círculos, umas atrás das outras
Por doze horas seguidas sem cessar
Que faz com que as ovelhas fiquem nesse caminhar
Qual delas teve a ideia de começar
Há uma que esteja na frente a liderar
Por que as outras não conseguem evitar?
Qual a razão desse aparente transe
Uma parte delas não seguiu o rebanho
O contágio não foi para todas elas
Parte ficou no meio só observando, alheias
Quantas vezes seguimos a marcha, a tropa
Sem sequer raciocinar, sem entender a razão
Apenas seguindo a multidão
Que falta para desligar o interruptor
Quem está certo: o caminhante ou o desertor?
Quem segue indefinidamente ou quem espera?
Não sei o que move a coreografia das ovelhas
Tampouco sei o que tem movido nossas humanas centelhas
O povo parece abobalhado, atordoado
Será que o mesmo sinal que guiou as ovelhas
Tem guiado os humanos grudados em suas parelhas?
Alda M S Santos
OITO BILHÕES
Um número meio difícil para a imaginação
Sabe-se que é muita gente nessa dimensão
Somos nós, humanos por aqui, seguindo
Estamos mais destruindo ou construindo?
Quais as medidas deveriam ser usadas
Para saber se estamos crescendo nessa empreitada
Avançamos muito em números absolutos
Somos um povo bom, capaz, impoluto?
O que conquistamos foi a custa de quê?
Destruímos natureza, civilizações, qual o porquê?
Lá do alto a Criação está triste e atenta
Observando quem causa guerra, quem as apascenta
Imagina se fôssemos oito milhões de gente diferente
De mãos dadas, irmanados, seguindo em frente
As chances de sermos maiores, sobreviventes incansáveis
Passam pelo coração, por ações autossustentáveis
Alda M S Santos
TÃO DIFÍCIL
Tão difícil o mundo assim dividido
Como será que Ele olha seu filho combalido
A Terra tomada pelas guerras, pelo degredo
Famílias desunidas, isoladas em seus medos
Tão difícil a briga dentro de si, interna
Por autenticidade, verdade, alheio à baderna
A confusão quer abarcar a todos, quer aliados
Manter-se são é tantas vezes complicado
Quiséramos olhar para o céu como grande tela
A transmitir o caminho, luz sobre nossas mazelas
Sem nada a nos ser forçado ou empurrado pela goela
Busquemos essa tela dentro da gente
Somos capazes de achar essa semente
Nossa essência, nosso bem, efetivamente
Alda M S Santos
NEBULOSO
Estamos vivendo tempos nebulosos
Para todo lado que se olhe há inescrupulosos
Donos da verdade há para todo canto
E o que nos resta é dor ou pranto
Diz que toda tempestade traz a bonança
É preciso saber aguardar com esperança
Mas é importante agir com calma e cuidado
Atrás de toda nuvem há céu azul, ensolarado
Alda M S Santos
CHEGADA A HORA
É hora de ouvir o coração
Hora de se encher de muita emoção
Mas não é bom esquecer a razão
E lembrar da dor e da carência de nosso irmão
É chegada a hora de deixar brilhar a luz
Seguir a estrela maior que nos conduz
Aquela que fala do amor maior
Pela criação, pelo próximo, ninguém é menor
É hora de ouvir seu próprio sentir
De ter sensibilidade no agir
Momento de cuidado para ninguém ferir
É fundamental respeito ao outro, a si
O que se lança no tempo volta para ti
Que a paz e o amor reinem para você e para mim
Alda M S Santos
TEM HORA…
Tem hora que tudo é leveza
Alegria, satisfação, luz e beleza
Tem hora que tudo fica escuro
Dor, mágoa, dúvida, em cima do muro
Tem hora que há compreensão e clareza
Sensação de pertencimento, inteireza
Tem hora que busco qualquer disco voador
Que me leve para o espaço… Por favor!
Tem hora que nada parece fazer sentido
Qual a razão de tudo isso, povo sofrido
Tem hora que quero apenas passar batido
Tem hora que mergulho bem fundo
Nas minhas emoções, meu submundo
Tem hora que quero somente ir embora
Alda M S Santos
DEIXE DEUS AGIR
Inspira, expira, deixe a paz em circulação
Entra e sai… entra e sai…no e do coração
Troca de oxigênio e gás carbônico
Antes que o mal se torne crônico
Em que momento começou a dar errado
Dá vontade de esquecer, não deixar parado
Inspira fundo, outra vez, expira devagar
É bom a gente ativar a alegria, contaminar
Pedimos paz, sabedoria, sem violência
Que Jesus cubra o Brasil de amor e resiliência
Que vejamos o outro, sem prepotência
Inspira, expira, inspira, expira, não conspira
Respeito, amor e fé e a roda da vida gira
E Deus agirá em nós, na verdade, sem mentira
Alda M S Santos
BOA LEITURA
É preciso que se faça uma boa leitura
De cada ponto, de cada nó, de cada conjectura
Faz-se necessário sabedoria e bravura
Agir com delicadeza e doçura
Evita de causar por aqui grandes fissuras
Bom quando conseguimos apagar as amarguras
Não nos perder nos giros da vida, nas tonturas
Sabedores que haverá tempos de faltas, de farturas
Aprendendo a lidar com as decepções e desventuras
Entendendo quando ser firmeza ou ternura
Por aqui faz diferença nosso agir, nossa postura
Quando tudo parecer escuro, bom fazer boa mistura
De cores, de luz, de natureza, de aventura
Assim, o que faz bem em nós perdura…
Alda M S Santos
EM CADA LUA
A natureza está sempre a nos dizer
Que para tudo há tempo: viver ou morrer
De voltar a brilhar, de reviver, de crescer
Basta um olhar para admirar esse acontecer
Não importa se é a chuva que cai torrencial
Se é a trepadeira que se alastra no seu quintal
Se o sol que queima a pele, a brisa que arrepia
Ou a lua cheia no céu que nos contagia
Dentro de nós tudo está em processo
De evolução e crescimento, sem retrocesso
Cada qual numa fase, numa etapa, numa lua
Pode vir, natureza, seja como for, sou toda sua
Curtir a primavera interna, o coração fraterno
Entender que temos outonos e invernos
O mundo gira sem parar em torno do astro-rei
Passaremos por cada estação, isso eu sei
Alda M S Santos
É TEMPO DE DESABROCHAR
É tempo de desabrochar
Rosas em tantos belos tons
Brancas, amarelas, laranjas
Qual mais te causa frisson?
Azul, cor-de-rosa, champanhe, vermelha
Despertam o sentir, acendem a centelha
Rosas são em nós puro simbolismo
Prenúncio de amor, amizade e otimismo
É tempo de desabrochar…
Suavidade no toque, perfume de inebriar
Rosa atrai, encanta, sabe eternizar
O que faz bem, leva-nos a apaixonar
E terá sempre em nós um bom lugar
É tempo de desabrochar…
Em cada alma há um botão
Fechado ainda, aguardando a melhor ocasião
Prestes a se abrir, ser emoção
Espalhando boa energia em cada coração
É tempo de desabrochar…
Branca, laranja, vermelha ou amarela
Tanto faz, todas são belas
Vale mesmo o que você traz
Que faz brilhar os olhos dela
É tempo de desabrochar e encantar…
Alda M S Santos
TEREZINHA DE JESUS
Terezinha de Jesus, quando numa queda foi ao chão,
Logo acudiram três cavalheiros, os três de chapéu na mão
Quando criança eu me perguntava a razão dela ser acudida tão prontamente
E me contentava com a resposta que era por ela ser de Jesus
Melhor assim, que acreditar que era por ela ser a morena mais bonita
E sempre pensava que se fosse do bem, de Jesus
Eu até poderia cair, mas sempre existiria alguém para me acudir
Pai, irmão, ou aquele a quem eu daria a mão
Anos passados, quedas várias das quais me levantei
Ora sozinha, ora com alguém cujo carinho amealhei
Retorno à Terezinha de Jesus, querendo uns gomos, não só da laranja
Mas de tudo que de belo há por aqui nesse existir
A vida não é uma brincadeira de roda, tampouco um carrossel
Mas ela certamente nos fortalece para levantar das quedas rumo ao céu
Ou não ficar tão tontos em suas voltas amalucadas
E sermos a própria mão a nos amparar quando houver solidão
Se não com um chapéu na mão, com paz no coração
E ainda que não seja a morena mais bonita do pedaço
Seguir podendo receber ou oferecer um beijo e um abraço
Alda M S Santos
PELO MENOS…
Os “pelo menos” da vida são frustrantes
Não somos um país rico ou desenvolvido
Mas pelo menos não temos catástrofes
Não temos uma política decente
Mas pelo menos temos bom humor
Não temos uma educação que seja valorizada
Mas pelo menos damos uma ajeitada
Não temos moeda forte, uma língua universal
Mas pelo menos nosso clima é bom, é tropical
Não temos uma casa dos sonhos
Mas pelo menos não temos pesadelos
Não temos a família perfeita ou amor ideal
Mas pelo menos não somos sós nesse quintal
Não temos lazer, prazer, algo legal pra fazer
Mas pelo menos conseguimos sobreviver
Tudo bem, vamos nos conformando
Mas seria tão bom se isso não nos estacionasse
No mundo seguro do pelo menos, da conformação
Se pudéssemos lutar por uma melhor situação
Na qual pudéssemos dizer, sou feliz, por que não?
Com a vida assumo esse compromisso, faço esse trato
Sempre ser luz, ser paz, ser amor, isso é fato!
Pelo menos não, que bom que é assim!
Alda M S Santos
MUNDO LARGADO
O tempo está passando, vidas indo, outras chegando
A ciência evoluindo, a politicagem aumentando
Gente boa sendo enganada, ruim sendo aplaudida
O caminho parece cansativo e longo, trilha comprida
O desejo de conquistar o mundo ora domina
Em contraponto com vontade de desaparecer numa esquina
Horas em que tudo parece ter um significado
E outras em que nada faz sentido, mundo largado
Vontade de nos misturar a tudo, não mais pensar
Apenas nessa viagem louca nos deixar levar
Porque há momentos em que se for parar para refletir
Só prevalece o desejo insano de fugir
Fechamos a conta, jogamos a toalha
O coração aperta, a vista embaralha
E ainda há quem acredite nessa humanidade
Que investe em nós, parece mesmo insanidade
Guerras, abusos, corrupção, doencas, demagogia
A mente sofre, coração aperta, o que alivia?
Saber que Deus ainda nos mantém por aqui, acredita
Não adianta desistir, se entregar ou fazer fita
Acordar, levantar da cama, abrir a janela, chuva ou sol, frio ou calor
Melhor seguir nesse caminho…e investir no amor
Só ele é capaz de fazer tudo isso ser mais leve e verdadeiro
Nas idas e vindas desse trem nos mantermos passageiros
Só ele. Só Ele!
Alda M S Santos
PRIORIDADES
Na vida é muito bom ter certas habilidades
Particularmentes saber estabelecer prioridades
Naqueles momentos em que parece haver tantas opções
Quando na verdade muitas são enganações
Nem sempre aquele sorriso pode ser amigo
Ou quem te puxa as orelhas é inimigo
Entender que nunca seremos unanimidade
Acreditar nisso é, no mínimo, infantilidade
Hoje posso priorizar a chuva, amanhã o sol
Num momento querer praia, no outro cachecol
Saber ser sombra ou um majestoso farol
Preciso na verdade ser minha prioridade
Não deixar que tolham minha liberdade
Por aqui ser amor, luz, paz e solidariedade
Alda M S Santos
SOMOS PASSAGEIROS DO TEMPO
Somos passageiros da vida, do tempo
Transitamos por aqui, nem sempre a contento
Ora em momentos luz, ora em escuridão
Vamos aprendendo e ensinando a lição
Como passageiros chegamos um dia
Como passageiros partiremos, haverá alegria?
Nessa viagem há tanta gente que vai embora
Bom focar nas relações, amar sem demora
Nessa nau precisamos ter cuidado e atenção
Sempre haverá alguma comunicação,
O grito fala, o silêncio também
É de bom tom saber o que convém
Como passageiros trazemos uma bagagem
Por aqui usamos a tudo com força e coragem
Na partida é preciso muita sabedoria
Para saber o que deixar ou levar com alegria
Alda M S Santos
O AMOR E O TEMPO
Que o amor faz ao tempo: acelera, modifica?
Que o tempo faz ao amor: fragiliza, solidifica?
O amor tem poder de parar o tempo
Congelar nos momentos mais felizes
Onde não haja contratempos?
Ou segue indefinidamente, mero passatempo?
O tempo dilui o amor, desaparece, enfraquece
Ou o enraiza, fortalece, engrandece?
Por si só o tempo não faz nada
Tudo dependerá da ação empenhada
Do que queremos ter em nós eternizada
Lembranças boas e aprendizados
Carinhos e atenção recebidos e doados
O tempo apenas potencializa
Aquilo que temos como prioritário
Fará crescer o que foi cuidado e regado
Fará morrer o que foi a segundo plano relegado
Mas o tempo sempre permite aprendizado
E novo recomeço a coração magoado
Disposto a se enveredar nesse mundo
Onde aquele que ama é sempre abençoado
Sempre haverá tempo para um alguém
Que se dispõe a amar e ser amado …
Alda M S Santos
SE ME IMPORTA
Se me importa, vou me preocupar
Vou estar junto, vou perguntar
Sobre aquele semblante sério
Sobre o que é claro ou mistério
Se me é importante pode alegrar meu dia
Ou pode me fazer sonhar, ser fantasia
Se me importa pode me fazer chorar, entristecer
Se fizer algo que machuque, me faça sofrer
Se não me importa não adianta plantar bananeira
De nada servirá seriedade ou brincadeira
O seu agir já não determinará minha vida inteira
Se me importa o sorriso me contagia
A presença, a atenção são pura alegria
O carinho, o cuidado inspiram poesia
Alda M S Santos
PANDEMIA, PANDEMÔNIO
Quase três anos de pandemia
Seguidos de um ano de pandemônio
Se eu sobreviver a tanta agonia
Penso que enfrento qualquer demônio
Tanta dor, tanta morte, tanta discussão
Gente do bem andando na contramão
Doença que se alastrou, riscos inimagináveis
Gente de viseira, valores questionáveis
O mundo luta pela paz, guerra sem razão
Momentos em que passa sede o coração
Cansados seguimos sem querer exclusão
Quero apenas agir no bem, na compaixão
Busco um cantinho de paz em mim
Que seja perfumado e colorido meu jardim
Doenças, dores, política e radicalismo
Quero longe de mim, sobreviver, sem fatalismo
Alda M S Santos
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PRAZO DE VALIDADE
Queria que algumas coisas fossem vitalícias
Durassem para sempre algumas delícias
Mas para tudo há prazo de validade
Quer seja bom ou ruim, sonho ou realidade
A água que desce nas corredeiras
O barulho gostoso das cachoeiras
A brisa suave que a alma acaricia
Ou a água gelada que a pele arrepia
Chuva também é bom, curta duração
Faz bem para todos, necessária irrigação
Leva-nos para uma boa introspecção
Incha o broto que vai nascer no coração
Bom tornar vitalícios a amizade, o amor
O sol gostoso que é luz e calor
Já a tristeza e decepção podem ter curta validade
Não fazem falta, nublam a felicidade
Alda M S Santos
CÉU OU INFERNO
Quem faz seu céu, seu inferno
Quem é sua primavera, seu inverno
Quem acende sua luz, ilumina seu caminho
Quem é aquele que não te deixa sozinho
Meu céu sou eu quem faço, quem crio
Escolhendo o que é luminoso ou sombrio
Com as portas que abro ou fecho em mim
Com aqueles que eternizo ou ponho um fim
Sou céu quando sou amor, sou reciprocidade
Sou inferno quando não sou realidade
Sou sombra quando perco a esperança
Sou luz se não desisto de meu lado criança
Sou céu quando sou verdadeira, abro o véu
Quando afasto o que faz mal, sem escarcéu
Sou inferno quando luto por guerras perdidas
Sou céu quando acolho minh’alma sofrida
Alda M S Santos
MUNDO
Mundo que tira, mundo que dá
Mundo que nos deixa a pensar
Mundo que nos rouba, que nos devolve
Mundo que nossas entranhas revolve
Mundo que nos cansa, nos ensina
Mundo que decepciona, nos fascina
Mundo do qual queremos fugir, sumir
Mundo que nos cativa e nos faz insistir
Mundo para o qual viemos por alguma razão
Para crescer, amar, lutar, ser evolução
Mundo que carrega muita desigualdade
Onde queremos ver mais humanidade
Mundo que quero subir no pódio e aparecer
Às vezes quero ser minúscula, desaparecer
Mundo que quero deixar melhor que encontrei
Por isso busco fé e coragem, não desistirei
Alda M S Santos
DESAFIOS
Levantar cedo com chuva lá fora
Ver quem a gente ama ir embora
Ouvir mentira e falsidade e ficar calado
Não ter quem a gente quer do nosso lado
Ter que escolher entre o ruim e o pior
Lutar contra alguém que parece maior
Escolher entre praia ou cachoeira
Levar decepções e mágoas na brincadeira
Manter leve e solta uma amizade
Engolir o choro quando falta lealdade
Sorrir quando o desejo é de sumir
Ter que fazer de conta, disfarçar ou fingir
Dizer não ao queijo com goiabada
Querer ser sempre a bela namorada
Dividir a cama, o abraço e o cobertor
Ser e fazer morada por direito e não favor
Conquistar alguém que está distante
Manter uma relação quente e vibrante
Fazer do amor um belo e doce desatino
Sem perder a sanidade, abraçar o destino
Alda M S Santos
JOGA FORA!
Joga fora o que já não aquece
Ou aquilo que causa aperto, enrijece
Joga fora aquilo que fere e machuca
Assim vamos fugindo de arapucas
Joga fora o que não alegra e perfuma
Que não permite cor e beleza alguma
Joga fora, lance sem piedade ao vento
O que trava e estaciona o pensamento
Joga fora o amor que só causa dor
Certamente há algo com menos rigor
Joga fora, ou recicle, um sentimento
Busque reciprocidade, contentamento
Joga fora o que não é primordial
Por aqui manter o bem, afastar o mal
Nessa viagem só bagagens leves
Amor, paz, luz, união, a vida é breve
Alda M S Santos