ATÉ À LUA…
Tantas vezes dá vontade de ir, só ir…
Sempre em frente em busca de outra gente
Que não faça tanto pouco caso uns dos outros
Que não faça tanto barulho por nada
Ou silencie, se omita quando é solicitada
Que não guerreie, não despreze, não mate
Desejo de ir em busca de novo astro, novo planeta
Quem sabe uma Lua não nos dê na veneta?
Se muito refletir, será que veremos valor por aqui
Será que há esperança nos humanos tão desumanos?
Fica a questão: qual parte me cabe nessa mudança?
A natureza sendo destruída, cidadão que nem liga
Tanta desigualdade material, emocional, moral
Cada qual lutando suas batalhas internas sem ver o essencial:
Qualquer luta fica mais fácil quando saio do meu pedestal
Quando dou as mãos, olho para o outro e me vejo ali
Como um alguém que deseja crescer
E fazer valer por aqui esse viver
A Lua está logo ali, parece que me chama
Digo a ela: ainda não! – ela não reclama
Mas somos parceiras, ela me ouve, me entende, me espera
Qualquer hora daremos juntas início a uma nova era
Enquanto isso eu sonho… e sigo…
Alda M S Santos
VAMOS CAMINHAR?
Eu cuido, você cuida, nós cuidamos
Assim aprendemos na escola, assim conjugamos
É pra vida toda o aprendizado
Eu, tu, nós seguimos com esse cuidado
O corpo requer sempre movimento
Parado enferruja, não fica a contento
O cognitivo pede atividade constante
Assim previne demência que é tão frustrante
Nossa alma anseia por carinho que ativa o emocional
Amor na medida pedimos de modo especial
Assim ficamos abastecidos em nosso natural
E não tombaremos frente a qualquer vendaval
Vamos caminhar?
Alda M S Santos
ENTRE TODOS OS CAMINHOS
Muitas vezes parecem haver inúmeros caminhos
Noutras sequer um se descortina, ficamos sozinhos
Tantas vezes nas rotatórias da vida
Perdemos o ponto, a hora, não vimos a saída
Ora há retas longas e intermináveis
Em declives e aclives inimagináveis
Ora a todo tempo há várias bifurcações
Vontade de sentar e esperar mais provisões
Há momentos em que seguir cansa
Bate uma vontade de desistir dessas andanças
Ou de fazer novos tratos, algumas alianças
Sejam quais forem as nossas opções
Vale sempre observar bem nossas emoções
Pois são elas que apontam as melhores direções
Alda M S Santos
UMA BÚSSOLA
Não tenho boa orientação espacial
Perco-me facilmente em qualquer local
Digo a todos que sou desbussolada
Fico confusa, meio desorientada
Falta-me algo que me aponte o norte
Uma bússola que me oriente, me reporte
O caminho que seja um farol, um forte
Que me despreocupe, que não me importe
Mas prefiro mesmo é não perder, em resumo
Aquilo de bom no outro que me mantém no prumo
Quero manter iluminado esse caminho, esse rumo
Quero conservar minha boa bússola emocional
Para não me deixar enveredar no escuro, no mal
E em mim mesma encontrar abrigo especial
Alda M S Santos
PELA ESTRADA AFORA
“Pela estrada afora eu vou bem sozinha”
Vamos caminhar nessa estradinha?
Caminho do rio ou da floresta?
Para todo lado há lobos maus
Nem sempre dá para fazer a festa
Mas a magia do caminhar é sensacional
Vão em frente Chapeuzinhos e vovozinhas
Tentando escolher o melhor caminho
Em busca de seus doces, oferecendo suas doçuras
Fugindo do mal, das amarguras
Muitas vezes o coração é que é deserto
Mas cada qual segue sua sina, sua trilha
Sabendo que o mal pode estar por perto
Mas confiante que o bem também, por certo
Por vezes, fazem algumas travessuras
Afinal, o quadro da vida pede variadas pinturas
Seguem Chapeuzinhos, vovozinhas e lobos
Bons ou maus… aprendendo, afinal
Ora se cruzam, ora seguem em paralelas
Buscando o que há de bom por aqui
Até chegar à tardinha, ao sol poente do existir
E junto à própria consciência, feliz e contente, dormir…
Alda M S Santos
POR ONDE TENS ANDADO?
Por onde tens andado?
As estradas nem sempre são planas ou belas…
Que caminhos tens trilhado?
As trilhas, muitas vezes, têm bifurcações confusas…
O que tens plantado?
As sementes nem sempre são boas ou as terras férteis…
O que tens colhido?
A colheita nem sempre é farta ou digna…
Mas, mais vale com quem se anda
Com quem se planta e se cuida
E com quem se partilha a colheita…
Os pés podem estar sujos dos caminhos incertos
As mãos machucadas pela colheita mirrada
Mas o coração precisa estar limpo e puro
Recheado de bondade, amor e compaixão
A alma repleta de luz a iluminar nossos caminhos
E, se não iluminar, ao menos não criar sombras nos caminhos dos outros
São coração e alma que mostram os caminhos que trilhamos
Mesmo que nem sempre haja flores ou belas paisagens,
Podemos vislumbrar um jardim, um oásis…
Por onde tens andado?
Alda M S Santos
TRAJETÓRIAS
O destino é o mesmo,
Mas são tantas as trajetórias…
Longas, curvas, cheias de atalhos,
Alegrias, lágrimas, dores, saudades.
Muitos obstáculos, emoções, lutas…
Pequenas vitórias, enormes tropeços, grandes amores…
Valiosas lições, aprendizados ricos
Nas nossas, especialmente nas trajetórias dos outros…
Muitos milagres, bênçãos sem fim.
Tantas vezes estamos nas trajetórias alheias!
Podemos ser o amor, o sorriso, a lágrima
A alegria, o obstáculo
A lição ou a maior emoção.
Que saibamos deixar marcas eternas e positivas nos corações daqueles que tocarmos!
Alda M S Santos
UMA LONGA ESTRADA
Uma longa estrada pela frente
Música no ar, muita coisa na mente
Dirigindo, sem rumo, seguindo
Apenas deixando o tempo passar, fluindo
Desejo de apenas deixar-se levar
Nas estradas de terra, no ar
Num barco, nas ondas do mar
Na imaginação, um bom lugar, talvez ficar
O pôr do sol ao longe observar
Querendo também com ele se esconder
Nascer noutro canto, além-mar
A vida pede ou cede passagem
Não sabe, apenas segue viagem
Ora no centro, ora à margem
Alda M S Santos
SEM RUMO
Sem rumo, sem prumo
Tentando fazer um resumo
Dessa história, obra aberta
Querendo fazer a escolha certa
Sem rumo, sem prumo
Sem rota ou plano de voo
Apenas voando, sem direção
Pés em falso, fora do chão
Sem rumo, sem prumo
Em sonhos flutuando
Em versos mergulhando
E a vida… passando
Falta o ar, falta o chão
Tantas vezes, falta motivação
Mas a gente segue em frente
Sendo luz, vencendo a escuridão
Alda M S Santos
ANDANÇAS
Andei por caminhos desconhecidos
Tive medo, me acovardei
Quis voltar, desistir, chorei
Mas a esperança prevaleceu, enfrentei
Andei por caminhos estreitos, esburacados
Tentei não cair, carregar os fardos
Nem sempre leves, enfrentando o cansaço
Buscando o refrigério de um abraço
Andei por caminhos floridos
Intenso perfume, coloridos
Sentindo de Deus o cuidado, o abrigo
Em cada passo protegida do perigo
Andei por caminhos de amor e compaixão
Olhei para o lado, vi meu irmão
Seguimos juntos, mãos dadas
Tornando mais fácil nossa caminhada
Alda M S Santos
SIGO A LUZ
Não importa se o caminho é longo
Se está complicado prosseguir
O cansaço assume, não deixa fluir
Sigo a luz..
Quando não consigo acreditar
Que tudo isso irá passar
E poderemos de novo nos abraçar
Sigo a luz…
Quando o brilho do Sol é insuficiente
A escuridão da noite é persistente
E fica impossível ser bom previdente
Sigo a luz…
Quando o amor é mais dor que calor
Quando o jardim já não tem mais flor
E tudo parece querer nos indispor
Sigo a luz…
Só a luz renova a energia
Só a luz promove a magia
Só a luz de Deus em nós, só ela
É capaz de em nós ser o guia
Sigo essa luz…
Alda M S Santos
MUITOS CAMINHOS
São muitos os caminhos, os sonhos
Ora são lindos, prazerosos, ora medonhos
Cabe a nós fazer a melhor escolha
Nos mover, sair feliz dessa bolha
Num eterno ir e vir, cair, seguir
Desejamos ser amor, nunca desistir
Nos alegramos, decepcionamos
Erramos, assumimos falhas, perdoamos
De encontros se faz o viver
Amizades, amores, relações de prazer
Somos da vida a civilização
E tantas vezes disso abrimos mão
Mas a cada dificuldade, um aprendizado
A cada tombo, um levantar mais animado
A vida é de quem não fica parado
E busca seu sonho, mesmo amedrontado
Alda M S Santos
ELA CAMINHA PELA VIDA
Ela caminha pela vida vestida de saudade
Saudade de tempos que não sabe bem definir
Talvez em que fosse mais real um sentir
Ou um desejo grande de fazer sorrir
Ela caminha pela vida vestida de brisa
Ora suave, leve, refrescante
Ora quente, envolvente, vibrante
Abraçando os sonhos, amante, delirante
Ela caminha pela vida vestida de amor
Transita em jardins, colhendo flor
Querendo ter asas como borboletas
Ou sendo a rosa daquele beija-flor
Ela caminha pela vida vestida de Lua
Só brilho, eclipses, fases
Corpo entregue, alma nua
Doce vida, belos sonhos em tons lilases
Ela caminha pela vida…
Alda M S Santos
ATALHOS
Buscamos muito por atalhos
Por caminhos mais rápidos
Sem saber que tantas vezes
A longa estrada é que faz viver
Nos atalhos queimamos etapas
Não aspiramos as flores que perfumam
Não ouvimos o cantar dos pássaros
Não amamos sob as estrelas que iluminam
Não recebemos o sol que nos aquece
Ou a brisa cálida que nos enternece
Queremos chegar logo, atalhar
Para o objetivo logo alcançar
Não quero mais atalhos!
Quero trilhar o caminho mais longo
O destino final todos sabemos
Urge aproveitar os beijos e o dar-se as mãos
Abraçar a vida que se apresenta nessa estrada
Entre a aurora e o anoitecer
Quero mesmo é poder viver
Acolhendo tudo com prazer
Lágrimas, sorrisos, beijos, flores
A doçura da vida, dos amores
Não quero atalhos!
Alda M S Santos
UM NORTE
Pode haver coisa mais linda
Que uma estrada assim tão colorida
Cheiro de mato, de terra molhada
De uma vida que segue, não fica parada?
Verde em vários matizes, brilhantes
Aromas da natureza, marcantes
Sons que acalmam, energizantes
Cachoeira que seduz, atraente, hipnotizante
Não importa se há bichos
Eles fazem parte do encanto
São natureza viva, cada qual em seu canto
Há quem goste, há quem desgoste
Há quem fique totalmente perdido
Há quem encontre aqui o seu norte
Alda M S Santos
SIMPLESMENTE, IA…
As árvores passavam rápido lá fora
Um vento gostoso entrava pela janela
E bagunçava todo o cabelo dela
Uma música alta tocava ali atiçando a coragem
Pisava fundo, subia, reduzia na banguela
Quanto mais seguia, mais caminho surgia
E ela dirigia meio sem saber para onde ia
Simplesmente, ia…tinha que ir, disso sabia…
Algo estranho a impulsionava, nada a impedia
Ora sol, ora chuva, sempre a música a embalava
Que buscava?
Não sabia, simplesmente ia…
Quando chegasse, saberia, ou regressaria…
Alda M S Santos
Mais no meu blog vidaintensavida.com
POR ONDE EU FOR
Sigo por aí parecendo muito certa de meus caminhos
Dos entroncamentos, das vias esburacadas
Dando de cara com gente má e bons anjinhos
Nas ruas sem saída e grandes encruzilhadas
Não consigo fugir de mim, deixar nada para trás
Por onde eu for, nas costas e na alma, levo bagagem
No coração quem me amou, quem amei
Nessa vida especial, minha grande viagem
Vão comigo as lembranças das lágrimas derramadas
Toda a tristeza e dores já acalmadas
O aprendizado que trouxe de toda vida aproveitada
Mas por onde eu for, certa do caminho ou não
Levo comigo tudo que sou, toda emoção
Disso nunca conseguirei abrir mão
Alda M S Santos
A GENTE COMBINA…
Vento que uiva, que canta
Fala baixinho, sussurrando
Ora grita, nervoso, intenso
Traz e leva pensamentos e desejos
Vento que passa veloz
Muda o plano de voo das aves,
Traz consigo tempestade atroz
Balança galhos das árvores
Que se curvam ao seu poder
E, resilientes, retomam seu prumo, até sem querer
Vento que acaricia feito brisa suave, que atiça
Que arrepia cada centímetro da pele, que enfeitiça
E que esquenta corpo e alma, lá dentro, bem fundo
Ou que, devastador, gela tudo em nosso mundo
Vento que chega sem qualquer aviso
Deixa em alvoroço rios e mares, impreciso
Pega toda a gente desprevenida
Correndo em busca de boa guarida
Ou se entregando a ele, sem saída
Vento que vem e que vai
Uma hora a gente combina direitinho
Quem sabe a gente não vai juntos pro mesmo caminho?
Alda M S Santos
POR AÍ…
Ando por aí…
Ora concentrada, absorta
Ora distraída, dispersa
Atenta ao que parece não importar
Mas, na verdade, quero a todos motivar
Ando por aí…
Notando cores, construções, edificações
Percebendo também destroços, demolições
Ando por aí…
Tentando parear com quem caminha só
Buscando direcionar o passo de quem parece perdido
Ando por aí…
Levando abraços, sorrisos, um pouco de fé e esperança
Porque nessa vida o que mais pesa na balança
O que mais nos trará valor positivo
É aquilo que de nós foi amor, foi abrigo
Ando por aí…
Alda M S Santos
TRILHANDO
Busco as trilhas do viver
Na mata densa e quase fechada
Sigo em frente, não olho para trás
Caminho sob árvores, piso em folhas secas, sou animada
Cheiro bom de terra molhada
Ar puro, sons da natureza, verde intenso
Um pássaro que canta para atrair sua namorada
Nas árvores, num coração, as marcas de um amor, de alguém
Em frente, sigo a trilha, não busco ninguém
Roupas dependuradas num galho
De quem serão? Não há ninguém!
Despertam a imaginação…
Barulho de água corrente me atrai, mudo a rota
Quanto mais ando, mais quero andar
Tão fácil ali me perder…
Percebo que nas trilhas da mata densa
Sempre em frente, numa água cristalina que cai
Encontro a minha própria trilha
O cansaço não vence, se esvai
Aquela trilha leva a mim mesma
Perdendo e me encontrando
Vou trilhando, vou vivendo…
Alda M S Santos
A VIDA SEGUE…
Sozinho ou acompanhado
Com os pares de sempre ou novos acompanhantes
Importante é seguir em frente…
Essencial é carregar a consciência limpa
Levando conosco a delícia de uma alma em paz
E a disposição para enfrentar períodos de turbulência
A vida segue e vai levando a todos
Grandes ou pequenos, fortes ou frágeis
Dispostos ou não, falsos ou verdadeiros
Leves ou pesados, conscientes ou confusos
Mas tem voos mais emocionantes e melhores pousos
Para quem sabe o que quer e luta por isso
Sem contudo cortar as asas
Ou derrubar o avião de ninguém…
A vida segue…
Ir junto não é uma opção
Mas como e com quem iremos podemos, sim, escolher…
A vida segue…
Alda M S Santos
PASSA POR DENTRO
Venha o que vier, estejamos onde estiver
Aconteça o que acontecer
Seja que problema for
A saída sempre passa por dentro
Por dentro de nós mesmos
Se é a saúde que incomoda
A mente que falha
O coração que aperta
O meio de fora que não ajuda
O outro que não corresponde
Não importa
Tudo só se resolve
Quando é absorvido e processado dentro de nós
Colocamos os problemas em nosso divã interior
Silenciamos e buscamos nossa “verdade”
Debatemos conosco mesmos
E chegamos a um bom veredicto
Uma boa saída
Nossos problemas se resolvem
Quando não fugimos deles
Ao contrário, nós os encaramos frente a frente
Sendo honestos e verdadeiros conosco mesmos
Assumindo nossas responsabilidades
Nas causas e nas consequências…
Toda saída tem um atalho
Que passa por dentro de nós!
Alda M S Santos
PONTES
Há pontes que nos levam
Outras nos trazem de volta
Tão bom ir, desbravar
Conhecer, buscar, se inteirar
Descobrir mundos e pessoas
Amar, aprender, ensinar, saberes trocar
Mesmo que nos causem medo de transitar
Mas bom mesmo é aquela ponte
Que pegamos para voltar
E é só nossa essa travessia
Esse delicioso, por vezes, doloroso caminhar
Quase sempre cansativo retornar
Pontes que nós mesmos (des)construímos
Não ficam prontas a nos esperar
Mas que são erguidas com maestria
Quando impera o desejo de regressar
E descobrir, finalmente, que ali é nosso lugar…
Alda M S Santos
UM ATALHO
Se a estrada estiver longa e interminável
Se o destino parecer inalcançável
Pegue um atalho, corte caminho
Se a trilha mansamente escurecer
Se o cansaço quiser te abater
Pegue um atalho, corte caminho
Se o terreno for pura aridez
E o humor total acidez
Pegue um atalho, corte caminho
Se a solidão for a sua companhia
Ofereça-a sua mão, viva essa magia
Pegue um atalho, corte caminho
Se um dia quiser desistir, exausto demais para prosseguir
Pegue um atalho, concentre-se no entorno, na natureza
Inspire, expire, encontre sua própria beleza
Quando a chegada parecer distante, quase invisível
Construa seu atalho, acredite, torne-a possível!
Alda M S Santos
VÁ!
Vá! Sempre em frente
Não importa o meio de transporte
Sobre duas rodas, vento no rosto
Ou deslizando na água suavemente, refrescando a alma
Vá! Não desista!
Submerso, dentro de um submarino, dentro de si mesmo
Pedalando uma bike nas trilhas perigosas
Vá! Insista!
No conforto de uma limusine tomando Champagne
Num ônibus lotado de gente tão maluca quanto você
Numa aeronave veloz além das nuvens
A pé numa estradinha de piso batido e flores nas margens
Caminhando ou correndo
Nas asas da imaginação…
Vá! Não fique parado!
A vida não espera por ninguém
O tempo não perdoa quem estaciona
Ele passa e te deixa para trás
E quando vê, a vida passou…
Vá! Sempre em frente!
Alda M S Santos
ENCONTRE!
Encontre aquilo que você precisa
Busque, vá atrás, olhe bem, avalie
Não fique parado, aja, reaja!
Você precisa encontrar o caminho
Caminhando, ora sozinho, ora acompanhado
Sequer sabe o que precisa?
Não tem problema!
Quando encontrar você saberá
Será invadido por uma sensação de tranquilidade
Consciência leve, confiante, recheada de amor-próprio
Principalmente de uma alma em sintonia com o outro
Irá se sentir completo, pleno
Poderá até transbordar…
Mas para isso precisa caminhar
Por lugares bem simples, sem interdições
A vida acontece onde a gente menos espera
Algumas vezes pode até bater em nossa porta
Mas teremos que levantar para abri-la!
Encontre! Encontre-se!
Alda M S Santos
SE ELE BATE EM HARMONIA…
Aprender a ouvir o próprio coração
Tudo que de melhor possa haver fica ali
Está lá guardado, “batendo” todo o tempo
Como em código morse para decifrarmos
É através dele que Deus fala conosco
Através dele sabemos quando estamos no caminho certo
Se não dói, se está leve, se fica em harmonia com o outro
Se não há culpas, medos ou traumas
Se ao menos conseguimos ouvi-lo bater em paz
Está tudo na direção correta
É Deus dizendo para seguir em frente…
Alda M S Santos
SEMPRE A LUZ
Ora em tons de verde, florido, claro, quentinho
Ora cinzento, frio, escuro, fosco, triste
Mas a luz está sempre lá…
Quantas pegadas foram deixadas para trás
Quanto há dessa estrada a percorrer
Mais, menos… não sabemos
Mas a luz está sempre lá…a chamar
Quantas vezes quisemos voltar, parar, seguir
Sorrir, chorar, gritar, silenciar
Pular partes, sentar, desistir
Vencer tudo de uma vez só
Mas a luz estava sempre lá…a nos chamar
Vamos construindo passo a passo esse caminho
Lentamente, apressadamente, andando ou correndo
Mas a luz está sempre lá…
Sentimentos se alternando em nós, humanamente
Bem acompanhados, muitas vezes, agradecidos
Solitários e meio desamparados em outras, descrentes
Mas a luz está sempre lá…
Ela é nossa bússola, nosso guia
Aquela que nos traz de volta aos trilhos
Nas vezes em que, por imperícia, descarrilhamos
Ela é nosso objetivo
Sempre a luz…
Sempre a busca incessante pela luz
É ela que nos fortalece e anima
Quanto falta? Não sei…
Sei que sigo a minha Luz…
Alda M S Santos
RESPEITANDO LIMITES
Nem estacionada e nem correndo
Sigo a vida no ritmo que me satisfaz
Com aqueles que mereci para estarem nessa jornada comigo
Junto daqueles que me conquistaram com amor e carinho
Dia e noite, faça chuva ou faça sol
Nas tempestades ou nas bonanças, caminhamos
Se estaciono, enferrujo, atrofio
Se corro, posso me contundir, machucar, ferir
E ser obrigada a parar antes do fim
Quero seguir caminhando, sempre em frente
Mãos dadas, objetivos comuns, almas afins
Respeitando os limites físicos
Mas também os intelectuais, os emocionais
A mente, o coração, a alma também têm ritmo próprio
E cada qual sabe bem aquele que lhe cabe
E faz feliz…
Sigo caminhando…
Alda M S Santos
NOS CAMINHOS DA VIDA
Somos gratos quando alguém caminha conosco
É bom ter mãos entrelaçadas, desejos comuns
Mesmo que nem sempre o outro esteja todo o tempo conosco
Mas que, de onde estiver, esteja a nos dar a mão
O apoio, a confiança, a proteção
As pegadas podem não estar impressas ao nosso lado
Mas as sentimos marcadas em nós como digitais
Não como fiscais ou cerceadores da liberdade
Mas como segurança, porto seguro, refúgio
É bom poder estar acompanhados nessa marcha
Por alguém que se faça tão presente em nós
Que mesmo quando ali não estiver
Seja notado por todos
Mas, principalmente, sentido por nós
Qualquer caminho torna-se prazeroso
Se temos conosco bons caminhantes…
Alda M S Santos
FRONTEIRAS
Do lado de lá ou do lado de cá
Uma linha invisível a separar
Fronteiras a nos impor limites
A nos deixar de lados diferentes do front
Tal qual a linha no horizonte
A dividir o que é céu e o que é mar
Do lado de lá ou do lado de cá
Aquele traço suave quase apagado a separar
O amarelo fosco do entardecer e o cinza chumbo do anoitecer
As águas doces de um rio que se encontram com o sal do mar
A terra seca da chuva prata que a inunda
Do lado de lá ou do lado de cá
Nem sempre enxergamos a linha tênue a separar
O que é efêmero do que é eterno
O que é certo do que parece certo
O que é bom do que é ruim
O que é verdade ou o que é saudade
O que é nosso do que pensamos que fosse
O que é amor do que são só palavras
Do lado de lá ou do lado de cá
A fronteira a dividir esse front
Não é enxergada nem na luz nem na escuridão
Mas é sentida a cada passo
Em cada grito ou silêncio de dor ou alegria
Em cada pegada deixada nas areias dessa estrada chamada vida…
Alda M S Santos
FAROL DE BONDADE
Em meio a tantos caminhos confusos, trilhos quebrados, vagões desconectados
Sempre aparecerá uma placa, uma bússola, um sinal indicando a direção
Em meio a tantas dúvidas e inquietações
Sempre haverá um alguém a dizer boas e sábias palavras, estimulando a reflexão
Em meio a tantas exclusões, preconceitos e mania de superioridade
Sempre surgirá um abraço acolhedor, fraterno, irmão
Em meio a tanto desamor e individualismo
Sempre haverá alguém a nos amar acima de tudo, ser o anjo protetor do nosso coração
Em meio a tantos túneis escuros e repletos de maldade
Sempre haverá um farol de bondade e esperança, ainda que na contramão
Para todos aqueles que, de enxergar o lado bom da vida, não abrem mão…
Alda M S Santos
NO MEIO DO CAMINHO
Se um vem de lá e outro vai de cá
É no meio do caminho que irão se encontrar
Polarizações nefastas impossibilitam o dar-se as mãos
Extremos radicais impedem o abraço gostoso
Para o encontro de paz ser possível
É preciso que ambos se disponham a caminhar
Saltar obstáculos, deixar malas pesadas para trás
E seguir em busca do mesmo objetivo
O equilíbrio que impede a queda
Nunca está nos polos ou extremos nefastos
É no meio do caminho que os melhores abraços selam a paz…
Alda M S Santos
TÔ INDO…
– Como você está?
– Tô indo…
– Indo? Pra onde? Como?
– Seguindo em frente, no caminho que se apresenta.
Quem pergunta nem sempre quer saber
Quem responde nem sempre quer responder…
Outras vezes quem pergunta sabe bem a resposta
Quer apenas confirmação do imaginado
Quem responde prefere não abrir porteira de problemas,
Não quer incomodar…
“Tô indo“ muitas vezes é resignação
Aceitação do equilíbrio necessário entre escolhas e consequências
Entre vitórias e derrotas, lágrimas e sorrisos
“Tô indo” pode ser demonstração de luta e força
De não entrega, de resistência à tristeza dos dias nublados
Por saber que o sol tem força para surgir entre nuvens
Aquecer, deixar nascer e crescer brotos de esperança e paz…
“Tô indo, e você?”
Alda M S Santos
REDOMA DE VIDRO
Não podemos colocá-los numa redoma de vidro, isolando-os do exterior
Não podemos embalá-los à vácuo, engaiolá-los
Não podemos fechá-los numa bolha, protegendo-os
Tampouco podemos voar por eles
Ou tapar todos os buracos e retirar as pedras do caminho
Mas podemos plantar flores perfumadas em canteiros centrais
Cultivar árvores frondosas para dar sombra à caminhada
Para que façam seus ninhos, repousem
Podemos falar sobre trilhas que não levam a lugar nenhum
Podemos alertar sobre os becos sem saída
Sobre voos em áreas turbulentas
Podemos prevenir sobre os “encantos” e estratégias dos inimigos do bem
Aqueles que devagarzinho invadem nossas contas,
Presencialmente ou virtualmente,
Bancárias, físicas, mentais, emocionais, psicológicas
E nos deixam no vermelho com dívidas a pagar
Sem asas para voar…
Não podemos viver pelos outros, nem por quem amamos
Mas àqueles que nos foram confiados
Devemos proteção e cuidado, somos responsáveis!
Alda M S Santos
O VALOR DE UMA VIDA
Ânsia, necessidade premente de seguir
Seguir em frente para o desconhecido, o novo
Até onde não haja mais chão para caminhar
E ali pousar…
Ânsia, necessidade premente de seguir
Seguir, mas pegando o retorno, voltar
Até um bom lugar, um ponto pacífico, saudoso, confiável
Buscar o conhecido, prazeroso, sentar
E ali pousar…
Todo desejo de seguir esconde um embutido desejo de estacionar
Num lugar de tranquilidade e paz…
Enquanto houver propósito de seguir haverá vida
Em pouso ou em trânsito…
Cada qual faz sua melhor versão do caminho
Cada um sabe o valor de sua vida e das vidas alheias …
Alda M S Santos
DESTINOS
Destinos: pré-estabelecidos ou construídos?
Um caminho que vem definido a priori
Do qual passamos a vida a buscar ou desviar
Ou um ponto de chegada que nem sempre podemos identificar?
Destino: o objetivo final dessa jornada, imutável
Ou o caminho que por nós é construído, aleatoriamente
Nas lutas e labutas diárias de nossas vidas entrelaçadas às dos outros
Buscando o que acreditamos ser o melhor para todos
Destinos: uma justificativa para o mal e a inércia
Ou um motivo a mais para abrir trilhas melhores na mata densa do viver?
Destino: nos paralisa ou nos move?
É possível evitá-lo ou qualquer caminho leva a ele, sem escapatória
Sendo tudo aquilo que vivemos por escolha?
Parafraseando Jean de la Fontaine
“Muitas vezes, encontramos o nosso destino por caminhos pelos quais enveredamos para o evitar”…
Qual tem sido nosso destino?
Alda M S Santos
MARCAS DO CAMINHO
Há caminhos que escolhemos
Bonitos, diversos, floridos, claros, com fontes refrescantes
Mas que apresentam pedras e buracos a transpor
E há caminhos que nos escolhem, se impõem
Por vezes tranquilos, em outras verdadeiras provações
A ambos imprimimos nossas marcas, deixamos nossas pegadas
Leves, fáceis ou nem tanto para quem vem atrás
Ou pisamos nas pegadas alheias, apagando-as
Preguiça de construir as próprias marcas, dar os próprios passos
Destruindo o que outro construiu com sacrifício
Ou, ao contrário, completando as pegadas alheias
Com sabedoria, amor, perdão e generosidade
Construindo um mundo melhor…
Esses caminhos são os mais gratificantes!
Alda M S Santos
NOSSOS RASTROS
Nesse ora tão longo, ora tão breve caminho da vida
Seguimos as marcas deixadas por nossos antecessores
Em forma de pegadas, de palavras, de registros escritos
Um sentimento, um exemplo, um sinal qualquer a nos guiar
Nem todas as marcas são positivas, mas ensinam
Percebemos as que não levam a lugar algum
As que são voltas desnecessárias
As que levam para um beco sem saída
As que nos jogam num buraco perigoso
As que são certeiras e relaxantes
As trilhas que precisam ser reconstruídas
Algumas mudam, deixam de ser adequadas
Surgem outras mais tranquilas ou mais difíceis
A nós cabe o discernimento para fazer a melhor escolha
Não devemos nos esquecer que somos deles sucessores
Mas que somos antecessores daqueles que vêm atrás de nós
É uma caminhada feita há milênios
E outros quantos milênios virão?
Nossa tarefa é melhorar a trilha e as marcas sempre
Precisamos seguir…
Nem que seja para não decepcionar quem já foi
Ou quem ainda vem em nosso encalço seguindo nosso rastro…
O brilho de nossa luz…
Alda M S Santos
FAROL
Luz forte no alto de uma torre na escuridão total
Serviam de guia, de alerta, de aviso aos navegadores solitários
Desviavam navios de perigos vindos de montes de terra que irrompiam em alto mar
E poderiam fazê-los perecer
Fachos de luzes intermitentes, potentes, constantes, brilhantes
Refletidas a longas distâncias
Mas nem toda luz livra do perigo ou do mal
Até mesmo os faróis tiveram os seus “afundadores”
Aqueles que se passavam por alertas do bem
Quando na verdade era luz falsa que emitiam
Para atrair navios para zonas perigosas e saqueá-los
Cacos de vidro se passando por diamantes
Até mesmo a luz pode enganar, pode cegar
Podemos muitas vezes enxergar melhor em exígua luz
Ou até mesmo na escuridão em que a vista se acostumou
Do que numa forte luz enganosa…
A luz que vem de dentro é a que ilumina verdadeiramente!
Alda M S Santos
ELA CAMINHA
À beira-mar ela caminha
Olha longe no horizonte
Sempre gostou muito de caminhadas
Nas avenidas, nas estradinhas de terra
Na beira de um rio, nas matas, montanhas…
O corpo é exigido, a mente trabalha, vai relaxando
A alma se abastece de belezas, de levezas
Busca um veleiro que navega sozinho ao longe
Quem estará ali? Será feliz?
Uma gaivota que mergulha atrás de alimento
Uma lancha de transporte de aluguel num cais improvisado
O vento desarruma seu cabelo, arranca o chapéu
Levanta sua saída de praia, refresca a alma
As ondas quebram a seus pés espumando e se recolhem de volta ao mar
“Tragam coisas boas, levem as ruins”, ela profetiza
Chuta a água, chuta os problemas, inspira e expira fundo
Sente os músculos sendo exigidos
Tensão, relaxamento, prazer…
Vê uma família de golfinhos nadando despreocupada
Um casal enamorado se exercita debaixo de um coqueiro
Como seria morar ali?
O encanto seria o mesmo?
Faria essa caminhada diária?
E ela segue…
Caminhando, chutando a água, refletindo
Sugando da natureza tudo que consegue de maravilhoso
Aprende com ela, seu ir e vir constante…
Enchendo-se de coisas boas, esvaziando-se do que faz mal…
Ela caminha…
Alda M S Santos
(RETRO)VISÃO
Diante do vidro para-brisa se descortina o caminho
O olhar o tem à frente, independente se o vemos limpo ou embaçado
Claro, escuro, livre ou interrompido por desvios
Ele esta lá, quer pisemos fundo no acelerador da vida
Ou brequemos forte nos freios, desanimados
O olhar volta para o retrovisor, vê o caminho lá atrás
Ora bonito, florido, iluminado, feliz
Com abraços apertados e beijos doces
Ora escuro, empoeirado, esburacado, triste
Com dores, lágrimas, medos e decepções
Sentimos saudades, por vezes queremos voltar
Mesmo passado, nem sempre bom, ele carrega em si a prerrogativa de ser conhecido
Mas o caminho à frente se impõe no grande para-brisa, o novo
Desconhecido, apenas imaginado, gera insegurança e expectativas
E nesse vai e vem de olhares, a visão precisa se manter à frente
As dimensões desproporcionais entre retrovisor e para-brisa
Significam que é bom olhar para trás, vez ou outra
Trazer grudado no coração e na alma o que o passado agregou
O amor recebido ou perdido, os afetos doados, os aprendizados
Os buracos em que caiu ou que “jogou” alguém
As vidas que salvou, ou as que não conseguiu
Mas sabe que a vida segue é para frente…
Pisa mais calmamente no acelerador e segue
Todo cuidado é pouco,
Luz forte cega tanto quanto escuridão
Não quer deixar quem queira seguir junto sozinho no caminho
Não há pressa…
O presente acontece para quem não fica parado
E o futuro, se chegar, já será presente …
Alda M S Santos
O DIA EM QUE A TERRA NÃO PAROU…
Quando não nos posicionamos perante a vida
Quando não escolhemos caminhos ou não fazemos opções
Por inércia, ignorância, covardia, dúvidas ou medos
A vida não deixa de acontecer, o planeta não deixa de girar
A Terra não para pra nos esperar
As pessoas seguem as trilhas que escolheram
A vida se impõe, alguém “escolhe” por nós
E somos “obrigados” a aceitar a escolha de outros que caiu em nosso colo
O caminho a nós imposto, bonito ou feio, plano ou cheio de aclives
Sem nossa análise, avaliação ou aprovação
Delegamos a outros, por inércia ou inaptidão, o controle de nossas vidas
E percebemos que aquele “dia em que a Terra parou”
Existiu apenas na canção, nos sonhos loucos de Raul Seixas
Ela seguiu em ensandecida rotação e translação e fomos lançados fora de órbita
Para um lugar melhor ou pior…
A Terra, indiferente à nossa “preguiça”, continuou a girar…
A Terra continua a girar…
Alda M S Santos
O SOL BRILHA PARA TODOS
No céu, no mar, na terra
Há espaço para todos
Aviões bimotores, helicópteros, teco-tecos, supersônicos
A enfrentar os ventos no céu
Barquinhos a vela, lanchas, escunas, navios e grandes veleiros
A navegar em águas calmas ou bravias
Bicicletas, motocicletas, carros, caminhões e ônibus
A trafegar no solo firme debaixo de nossos pés
O espaço, democrático, abriga a todos
Nossos corações também deveriam ser assim
Forte como o céu, a água ou a terra
Não excluir nada ou ninguém a priori
Elástico, deveria caber a todos que quisessem entrar e fazer dele sua morada
Como o sol que sempre brilha para todos
No céu, no mar, na terra…
Alda M S Santos
VOCÊ CHEGARÁ AO SEU DESTINO
Escolha sua rota! Coloque os cintos!
Dirija com cuidado! Vamos!
Siga em frente por 25 Km até rodovia BR 040
Radar reportado à frente, atenção!
Fiscalização eletrônica semafórica em 300m
Mantenha-se à direita para saída 108 A para Angra dos Reis
Via de tráfego intenso, não se esqueça dos faróis
Acidente reportado no quilômetro 85
Cuidado! Veículo tombado à frente
Pegue acesso lateral para Arco Metropolitano
Polícia reportada à frente
Reduza a velocidade, declive acentuado
Área de intensa nebulosidade, mantenha faróis de milha acesos
Desvio à esquerda, via interditada
Tempo estimado no engarrafamento: 9 minutos
Atenção! Animal ferido e morto na pista
Uma estrada, uma viagem, muitos caminhos
A ansiedade, o desejo de chegar
Um guia do Waze…
Tudo torna-se mais fácil e seguro
Rota e destino pré-calculados
Previsão de chegada e revisão de rota
Perigos antecipados com prazo para reação
Alerta de avanço de sinais, áreas proibidas e fiscalizações
Sugestões para abastecimento e descanso
O medo de ficar perdido é quase nulo
A sensação de “conhecer” o desconhecido tranquiliza
E, se errarmos, ele recalcula e nos coloca novamente nos trilhos
Devíamos todos ter um guia assim acoplado ao cérebro
Não vá por aí, pode se acidentar na pista
Alerta amarelo aceso, atenção
Via sem saída, retorne e retome seu destino
Trânsito proibido, área privativa e reservada
Não estacione, parada proibida
Siga em frente por longos anos
Se não der pra ir de carro, vá de avião, de barco
Voe, nade, se arraste, mas prossiga!
Você chegará ao seu destino…
Alda M S Santos
POR ONDE A VIDA FLUI
Uns aprendem a andar, outros a correr
Uns aprendem a cair, outros a levantar
Uns aprendem a subir, outros a descer
Uns aprendem a ir, outros a voltar
Uns aprender a descansar, outros a trabalhar
Uns aprendem a sempre seguir, leves, sem “pesos”, a nada se prendem
Sequer olham para trás, para quem porventura deixou
Ou tenha sido deixado pelo caminho…
Querem apenas chegar, sem atrasos ou contratempos
Outros aprendem que nesses vaivéns, aparentemente antagônicos,
Estão a marcha da vida, a linha do trem
Por onde a vida flui, nem sempre veloz
Nem sempre silenciosa, nem sempre fácil
Porém, mais certa da chegada, a qualquer tempo…
Alda M S Santos
APRENDI COM A NATUREZA
Aprendi com a natureza que quando o sol se põe aqui
Ele nasce e ilumina o outro hemisfério terrestre
Quando um lado nosso anoitece, escurece
Bom é valorizar nossa parte “dia”, iluminada
Sempre haverá um lado com luz forte e quente
Enquanto o outro estiver escuro e frio
Aprendi com a natureza a aceitar e apreciar todas as nossas estações
O perfume suave que nos anima e encanta quando tudo são flores em nossas primaveras
O calor de nossos verões com leveza e intensidade nos instigando a mergulhar no frescor da vida
As cores de terra, as perdas de “folhas” de nossos outonos para preservar as raízes, tempo de reflexões e plantio
O frio e hibernação no recolhimento de nossos invernos, tempo de esperança, gestando uma nova vida…
Somos assim também: fases que se interligam e se intercalam
Fases que se completam e se precisam
Fases que não têm fim, apenas rotatividade
Estou aprendendo com a natureza a lidar com seus paradoxos e antagonismos
A lidar com seca e cheia, sombra e luz, flor e fruto, vida e morte
Aprendendo com a natureza a lidar com as dicotomias humanas
Amor e ódio, alegria e tristeza, sorriso e lágrimas, interesse e indiferença, prazer e dor
Aprendi com a natureza que é preciso parecer morrer para poder nascer mais belo e mais forte
Tudo isso são apenas duas faces da mesma moeda
A moeda valiosa do viver…
Alda M S Santos
PÁSSAROS FAMINTOS
Nas trilhas da vida vamos sempre seguindo
Como pássaros migrando em busca de novo verão
Querendo saciar a fome, a sede, almejando algo melhor
Tal qual João e Maria, deixamos migalhas de pão
Para marcar o caminho de volta
Se lá na frente for inverno, estiver pior
Acabamos nos perdendo na densa floresta
Nos ares gelados, nas nuvens espessas
Não há mais alimento suficiente que satisfaça
Ansiamos por regressar…
Voltamos em busca da trilha de migalhas deixadas
“Pássaros” famintos comeram, o caminho se perdeu…
Mas, se atentos olharmos, migalhas deixadas estão camufladas aí
Estão escondidas em cada pessoa que encontramos e deixamos no caminho
Que das nossas “migalhas” de amor e de afeto se alimentaram
Ou que se amargaram sob nossos atos, às vezes, indigestos,
Enquanto nos alimentávamos das migalhas nem sempre doces dos que seguiam à frente.
Para nos encontrarmos, para voltar ao ponto de partida
Precisamos seguir o rastro deixado em cada um
E descobrir o ponto onde tudo começou a desandar
E voltar…
Voltar para refazer uma trilha e poder seguir em frente
Cientes de que o alimento da vida está nas “migalhas” nem sempre valorizadas
Da nossa dianteira e também da nossa retaguarda…
Alda M S Santos