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poemas e reflexões da vida cotidiana

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MORRI!

MORRI!

Sonhei que eu tinha ido embora
Havia morrido para esse mundo
Andava entre todos e não era notada
Fazia de tudo, me sentia só, desligada
Ouvia tudo que diziam, lamentavam
O que poderiam ter feito, choravam
Outros apenas a notícia espalhavam
“Soube que ela morreu, assim do nada?”
“Virou poesia, está por aí, espalhando magia”
“Sinto tanta saudade, não entendo tanta maldade”
Eu estava em paz, só não entendia
A razão de sentir o que toda a gente sentia
A morte não é ausência de dor – indagava
Queria me sentir presente em algum lugar
Resolver pendências, poder tudo organizar
Abraçar a todos que por mim choravam
Dizer que os amava, que em mim moravam
Parecia estar entre um mundo e outro
Esse daqui seguia dia a dia sem mim
Uns corações doloridos, outros nem aí
E eu só queria poder seguir…
Sentir que não existe, existindo, é meio esquisito
O coração bate sem bater, parece aflito
Entrei numa paróquia onde todos rezavam
Ali me ajoelhei, agradeci, Deus em mim eu sentia
Meu coração batia, a vida ainda existia
Acordei…

Alda M S Santos


De onde se vê?

DE ONDE VOCÊ VÊ?

De onde você vê a vida que passa?
Ela te parece estar estacionada
Ou, ao contrário, está bastante acelerada?
Ela reduz para você embarcar
Ou segue seu inconstante girar?

De onde você vê a vida que passa?
Consegue enxergar luzes e brilhos
Ou se sente sempre fora dos trilhos?
É capaz de se permitir pousar em lugares diferentes
Ou nunca sai de rota, prefere o recorrente?

De onde você vê a vida que passa?
Seu lugar é de alguém que luta incansavelmente
Ou de um alguém que curte, se encanta, independente?
É aquele que sofre e a vê como batalha a ser vencida
Ou deixa-se levar e aproveita cada investida?

De onde você vê a vida que passa?
É a vítima que está sempre na defensiva
Ou arrisca-se a alçar novos voos, novos ares
É aquele que tem a vida com olhar cansado e indiferente
Ou aquele que a abraça todo dia, a tem como um presente?

De onde você vê a vida que passa?

Alda M S Santos

Quando voltar para casa…

QUANDO VOLTAR PARA CASA…

A verdade é que não importa quantos idiomas soube falar ou entender
Mas a quantos indivíduos conseguiu ouvir, compreender e acolher
De nada adianta ser um profissional excelente e produtivo
Se entre família e amigos não soube ser colo e abrigo

Não se quer saber quanto dinheiro tem guardado
Mas a quantos conseguiu ajudar, não deixar desamparado
Não se quer avaliar quantos diplomas possui, mestrado ou doutorado
Mas se foi capaz de manter a simplicidade a seu lado

Não será importante qual igreja frequentou ou fé professou
Mas quantos semelhantes abraçou, se os diferentes não afastou
Não importa se viajou por todo o mundo
Mas se teve sensibilidade de conhecer alguém a fundo

Não se quer saber se veste ou calça itens de marca
Mas em quantos conseguiu deixar boa marca
Não importa se morou numa mansão ou num barracão
Mas se soube ser família, ser um lar de coração

A verdade é que o valioso não é o que conseguiu de material aqui nessa viagem
Mas o quanto evoluiu enquanto ser humano nessa passagem
Isso, sim, terá valor quando voltar para casa…

Alda M S Santos

Não é normal!

NÃO É NORMAL!

Quem sou eu para ditar o que é normal
O que foge à regra, ou é antinatural
Meu termômetro é meu bem ou mal estar
Se dói ou machuca não tem bom lugar!

Diz que não é normal não gostar de chocolate
Ou ter medo das brigas, lutas e embates…
Não seria normal esquecer quem nos ajudou,
Até cruel virar as costas a quem nos amparou

Gostar de chuva ou amar dias nublados
Não gostar de doces, preferir salgados
Optar por cultivar amizades de longa data
Valorizar a emoção, sem grandes bravatas

Preferir ficar em casa vendo um filme quietinho
A ter que enfrentar lá fora tanto burburinho
Gostar de mata, água, bicho, um lugar isolado
Ter para sempre um coração enamorado

Seria anormal não lidar bem com ingratidão
Ou quem não sabe usar devidamente o perdão
É doentio esquecer a rosa, lembrar os espinhos
Apagar as pegadas amigas pelos caminhos?

Apontar o dedo para quem é diferente 
Isso não é normal, fere a alma da gente
Cada qual tem direito a seu jeito, seu espaço
Respeito, esse sim, é normal, eu abraço

Alda M S Santos

Escondidos

ESCONDIDOS
Quantas palavras não ditas
Um silêncio sufoca?
Quantas questões e dúvidas dolorosas
Uma sabedoria esconde?
Quantas angústias e lágrimas intermitentes
Um sorriso camufla?
Quanta inteligência e bondade  
Uma simplicidade carrega?
Quantos medos e traumas
Uma coragem disfarça?
Quantas loucuras e desatinos
Uma sanidade “sossega”?
Quanta esperança e fé
Um orgulho embaça?
Quanto companheirismo e amizade
Uma distância destrói?
Quanta evolução e aprendizado
Uma soberba apaga?
Quanto carinho e amor
Uma indiferença mata?
Quanta vida feliz
A inércia impossibilita?
Quanta coisa boa anda escondida
Nos recônditos secretos de nós mesmos
Aguardando para ser revelada
E navegar no barco da vida?
Alda M S Santos

Um dia

UM DIA
Um dia ainda vamos entender
O bem que poderíamos ter feito
E não fizemos
O mal que poderíamos ter evitado
E não evitamos
Aquela dor que causamos a nós e aos outros
E não precisaríamos ter enfrentado
O novo rumo que poderíamos ter tomado
E não tomamos
Todos os avisos e alertas que recebemos
E ignoramos
As oportunidades de crescimento e renovação
E fechamos os olhos
As chances de fazer um movimento pelo amor e pela paz
E ficamos inertes
As famílias que poderíamos ter ajudo a construir
E destruímos
A vida que poderia ter sido bem vivida
E matamos…humanamente!
Mudar, construir o mundo grande lá de fora
Começa por não destruir o mundo pequeno no nosso entorno
Abrir as porteiras e deixar a luz nos iluminar de dentro para fora
Um mundo melhor precisa de cada um de nós!
Um dia pode ser tarde demais…
Alda M S Santos

Vou insistir

VOU INSISTIR

Vou insistir na vida, não posso desistir
Foi-me dada, não sei se fui eu que pedi
Na dúvida, sei que preciso seguir
Até onde, sei não, ainda irei descobrir

Vou insistir, pode haver luz e escuridão
Mas posso pedir e estender a mão
Quando doer vou chorar, vou desabafar
Vou encontrar um colo para me aconchegar

Vou insistir e, se possível, ao cair vou sorrir
Da situação, do outro, de mim, deixar fluir
Mesmo que pareça que estou só
Se tiver a mim mesma desfaço qualquer nó

Não vou desistir, não quero essa opção
E não basta só sobreviver, quero amor, emoção
E quando tudo parecer que chegou ao fim
Ter a ousadia de dizer que “valeu” para mim

Alda M S Santos

Linha de chegada

LINHA DE CHEGADA

Quiséramos saber qual o ponto de partida
O início de tudo, os planos para essa vida
A linha de chegada tantas vezes parece distante
Deixa-nos com a coragem lesa, inconstante
Será que só há um ponto de largada
Visando apenas o final, a chegada
Ou várias vezes rompemos a fita
E largamos novamente nessa trilha bonita?
Tantas chegadas, tantos recomeços
Tantas quedas, desânimos, tropeços
As companhias são as mesmas nessa corrida
Ou há desistências e trocas na partida
Tão bom poder chegar, aportar
Melhor ainda curtir cada curva da estrada
Valorizar cada queda ou parada
Estamos sempre largando ou chegando
E a vida infinitamente recomeçando…

Alda M S Santos

Um simples propósito

UM SIMPLES PROPÓSITO

Acordar com um propósito de observar as gentilezas
Em todo o canto ver e promover delicadezas
O primeiro a se manifestar é o sol forte que ilumina e aquece
Que convida para a vida, nunca esmorece
O gorjeio dos pássaros na goiabeira
Mostram.que simplicidade é a bandeira
Uma preferência cedida no trânsito bagunçado
Uma ajuda a um idoso na padaria com o pacote enrolado
Segurar o ônibus enquanto alguém chega correndo
Ceder o assento para alguém em pé sofrendo
Um sorriso de bom dia ou bom trabalho a alguém
Não importa se as conhece, isso alegra, faz bem
Crianças que vão para a escola cheias de energia
Enxergar ali nosso passado doce,boa nostalgia
Ignorar as notícias assustadoras no jornal
Que têm efeitos catastróficos, não são bom sinal
Escolher dar mais atenção para quem está a seu lado
Será que não precisa de um carinho, um beijo melado?
A vida está recheada de coisas boas, de luz, de belezas
Estar vivo e saudável, andar, correr, trabalhar, com certeza
Por aqui, somos nós que pilotamos esse trem
Nós escolhemos o caminho e as companhias também
Como você está se sentindo hoje?

Alda M S Santos

Um tudo, um nada

UM TUDO, UM NADA

Somos um nada quando a alegria foge da gente
E percebemos que somos derrubados por pouco
Quando entramos em linha descendente
Tudo parece ruir, mesmo o que parecia crescente

Somos um nada quando não vemos saída
A desesperança e medo nos consomem
Coração aperta, alma fica dolorida
Tudo parece uma triste despedida

Somos um tudo quando nos alimentamos de amor
Em cada perda conseguimos manter a fé
Sabedores que logo tudo estará de pé

Somos um tudo quando em nossa insignificância
Conseguimos aprender o que tem importância
Fazendo parte do que virá em abundância

Alda M S Santos

Na linha do horizonte

NA LINHA DO HORIZONTE

No grande céu azul ele é sempre soberano
Não importa em qual parte do ano
Primavera, verão, outono ou inverno
Sabe aquecer e envolver, tudo se faz terno

Descendo a linha do horizonte suavemente
A imaginação mexe com o coração da gente
Lá tem brilho, tem vida, ainda que adormecida
Tem você, tem nós, a alma embevecida

Astro rei desse plano, desse universo
Inspira gente apaixonada que faz versos
E em seu mundo de magia ficam imersos

É calor, é brilho, é luz e cor
É a vida pedindo passagem, por favor!
Olhe direitinho: não é um esplendor?

Alda M S Santos

No balanço da vida

NO BALANÇO DA VIDA

Nesse balanço que vai e vem
A gente chora e se alegra também
Num constante sobe e desce
Somos quem ora envelhece, ora rejuvenesce

No balanço da vida tentamos ser parceiros
Amigos, amantes, companheiros
Na rotina às vezes cansativa e entediante
Podemos ter muitos momentos inebriantes

Tal qual areia da praia sob ação das ondas do mar
Ou dos coqueiros entregues ao intenso ventar
Não se quebra, se adapta, é resiliente
Sempre produz, às intempéries é indiferente

O que pode ser um grande diferencial
É manter viva a criança, seguir esse tutorial
De brincar sempre, se brigar fazer as pazes
A vida passa rápido com seus momentos fugazes

Alda M S Santos

Um jeito de apreciar

UM JEITO DE APRECIAR

Na cadeira descanso de pernas pro ar
Nas piscinas naturais vou mergulhar
Caminhando e chutando água na areia
Cantando e nadando tal qual sereia

Tudo é um jeito de apreciar…

Brincando de andar como siri
Fazendo de conta que nasci aqui
Num helicóptero admiro a beleza do alto
Ainda que o coração fique aos saltos

Tudo é um jeito de apreciar…

Num quadriciclo passeando agarradinho
Sob coqueiros ladeando o caminho
De um lado a praia que convida prum banho
Do outro são lagos de água doce, não me acanho

Tudo é um jeito de apreciar…

Tão bom poder curtir essa viagem
Nesse plano, nesse universo, nessas paragens
Não sei exatamente o que vim fazer aqui
Vou seguindo o coração, valorizando meu sentir

Tudo é um jeito de apreciar…

Alda M S Santos

Ampulheta


AMPULHETA

Observando o descer suave da areia na ampulheta
Percebo o fluir rápido de nosso existir por aqui
Tantas vezes reclamamos que o tempo não passa
Que aquele dia ou momento especial não chegam
Temos a vontade de acelerar cada estágio, cada faceta
Mas quando o conteúdo de cima já parece pouco
Gostaríamos de reduzir o ritmo, pedir que vá devagarinho
Que nos dê mais oportunidades, mais um tempinho…
Poder parar, talvez voltar, virar ao contrário, reiniciar
Mas a areia continua descendo sem se importar
O sol continua nascendo dia após dia, parece alheio
As tempestades vão e vêm, a lua muda as fases
A roda da vida nunca para de girar…
Não importa se estacionamos, gritamos ou silenciamos
O jeito é ser amigo, aliado do tempo
Não acelerar, não parar, seguir aproveitando
A cada momento dando o devido valor, acreditando
Que a areia na ampulheta é a mesma até o fim
Cabe a nós mesmos nunca desistir, como ela, fluir…
Suavemente, lentamente, sabendo que não acaba
Somente muda de lugar, talvez, do outro lado, recomeçar…

Alda M S Santos

Olho para esse mundo…

OLHO PARA ESSE MUNDO…

Olho para esse mundo e sinto desânimo, cansaço
Gente que parece louca, má, sem qualquer embaraço
Humanos nos mesmos erros e falhas na jornada
Tanta gente ofendendo, machucando, matando por nada
Como uma criança que escreve, erra, apaga
Infinitas vezes segue nessa mesma saga
Até perceber que o melhor é rasgar a folha
Amassar, jogar fora e recomeçar, sair dessa bolha
Pode doer bastante reescrever na página marcada, rasgada
Onde já nada se vê, está borrada, vista embaçada
Pode cansar recomeçar nova escrita,, nova história
Mas ainda é o melhor modo, há esperança de glórias
Jogar nosso caderno fora não é boa opção
Dar uma folheada desde o início nota-se evolução
O número de folhas em branco também faz pulsar o coração
Será que Deus repudia tantos cadernos fraudados
Que nos avalia como filhos de amor necessitados
Ou se arrepende e quer passar esse caderno a limpo?
Que Ele tenha piedade dessa insana humanidade
E que não desista de nós em meio a tanta desumanidade

Alda M S Santos

A vida da gente

A VIDA DA GENTE

A atenção pode ser o oásis naquele deserto
A compreensão vai de encontro ao coração incerto
A empatia pavimenta a estrada longa e escura
E ilumina uma alma que se sente insegura

Palavras podem substituir o desejo de abraço
Diálogo que aproxima, que cria laços
Ainda que momentâneo abre um espaço
Para interação humana no mesmo compasso

A socialização e interatividade são inerentes
A todo ser humano, mesmo em graus diferentes
E quer viver em busca um viver mais benevolente

Essa viagem por aqui nessa nau
Pode ser um passeio sensacional
Desde que o amor seja universal

Alda M S Santos

Eu sou

EU SOU…

Sou aquela que intensa e alegre chega
Sou amor, carinho que se aconchega
Sou triste, desanimada, acabrunhada
Nessa vida tantas vezes desordenada

Sou aquela que se vai, que chora e sorri
Que briga pelo que quer, sem desistir
Ora frágil, ora forte, ora sem norte
Tentando não depender muito da sorte

Sou aquela que precisa de gente
Para ficar bem, ser mais contente
Não abro mão de um pouco de introspecção
Aquela que se obtém na solidão

Sou apenas mais um alguém
Que erra, que conserta, que acerta também
Encontro a paz na natureza, na simplicidade
Num amor pleno, verdadeiro e sem maldade

Alda M S Santos

Qual o preço?

QUAL O PREÇO?

Tudo nessa vida tem um preço
Que é cobrado todo o tempo da gente
Pagamos pelo excesso, pela falta
Dor ou alegria, aquilo que está em pauta
Pagamos pelo que passa na mente
Por tudo que se vive, simplesmente
Pagamos por seguir o caminho
Rápido, lento, acompanhado ou sozinho
Pagamos por ficar parados, estacionados
Por não tomar frente, ficar de lado
Pagamos por mudar, crescer, evoluir
Pagamos também por cair, por regredir
Pagamos pelo amor que nos permitimos
Pelo que recebemos, pelo que doamos
Pelas amizades que felizes carregamos
Pelos fardos leves ou pesados que levamos
Ah, se por tudo se paga um preço
Melhor escolher bem o que se leva com isso
Bom refletir bem o custo e o benefício
Olhando o que você tem, sem artificios
Tem valor pelo preço que está pagando?

Alda M S Santos

Aqueles dias

AQUELES DIAS

Aqueles dias dos quais ninguém está livre
Cuja vontade é achar um cantinho para hibernar
Sem ninguém para incomodar
Nada ou tudo falar, pensar, repensar, adormecer
Quando não conseguimos o quebra-cabeças montar
E tudo que queremos é sair desse mal-estar
Onde será esse lugar?
Será preciso num avião decolar
Ou num barco alcançar o alto mar
Ao volante dirigir sem rumo até cansar
Ir até o céu com as estrelas e a Lua conversar
Num foguete à via láctea chegar
Ou será que está mais perto e bastaria apenas
Mergulhar nos recônditos secretos de nosso ser
Sorrir, chorar, brigar, apaziguar, debater
E ali ficar até desfalecer ou renascer…

Alda M S Santos

Fins e meios


FINS E MEIOS

Fins, meios…qual seu objetivo
Qual o meio para torná-lo real
Será que isso é mesmo subjetivo
Ou há algo que legalize o normal?

Só importa o que você quer e almeja
Independente do que se põe na bandeja
Ou há certas leis, limites e restrições
Que impedem alguns tipos de ações?

Os fins são nossas metas, são importantes
Lutar por elas deve ser nosso plano constante
Cuidando daquilo que é correto ou relevante

Meios que vilipendiam ou ferem pra vencer
É o limite que devemos sempre estabelecer
Não é bonito o meio que destrói para viver

Alda M S Santos

Livre-arbítrio?

LIVRE-ARBÍTRIO?

Como lidar com esse mundo?
Gente maltratando gente, jeito imundo
Nação contra nação, irmão contra irmão
A natureza que grita por salvação

Como lidar com discriminação e corrupção
Cidadão que se acha dono da situação
Ofendem e maltratam a natureza
Flora, fauna…a vida perde sua riqueza

Humanos que condenam outros humanos
Causando na humanidade grandes danos
O amor já não é olhado com simpatia
O ódio tem alcançado o alto, a soberania

Como somos olhados pela Criação
Que Deus pensa desse viver sem compaixão
Vai nos dar corda, respeitar nossa decisão
Ou livre-arbítrio não será boa opção?

Alda M S Santos

Viver é um eterno desafio

VIVER É UM ETERNO DESAFIO

Ah, viver parece uma grande piada!
Se você fala e não pensa se mete em furada
Se pensa e não fala fica engasgada
Se sente e nada faz, alma frustrada

Ah, viver nem sempre é fácil, não
Ficou cansativo tanto cuidado e senão
Medir cada detalhe para não ofender o irmão
E também não machucar o próprio coração

Ah, viver deveria ser um bom prato
Degustado com prazer de fato
A verdade é que há tanto prato vazio
Corpo e alma enfrentam esse desafio

Ah, será que desistir seria boa opção?
Dizer: quero brincar mais de viver não
Se não der para viver com emoção e alegria
Quero voltar para casa, a porta se abriria?

Alda M S Santos

vida #morte

Ainda é!

AINDA É!

Barco ancorado no porto ainda é barco
Trem atracado na estação ainda é trem
Aeronave pousada no hangar ainda é aeronave
Passarinho quietinho no ninho ainda sabe voar
Povo cansado de acreditar ainda pode confiar
Repouso e atividade, tempos que todos temos
Reabastecer energias, encher o tanque
O barco ainda almeja desbravar oceanos
O trem quer seguir novos trilhos
A aeronave vislumbra as alturas, o espaço
Passarinho sabe que sairá voando do ninho
E nós? Há uma esperança que nos alimenta
Uma fé que nos anima e apascenta
A coragem de ser novo humano e sonhar
Ser barco, trem, aeronave, passarinho
E nunca mais se sentir sozinho
Nesse ir, vir, partir, repousar…

Alda M S Santos

Organizando

ORGANIZANDO
Organizando…
Nas gavetas de cima, aqueles que me amam incondicionalmente.
Preciso da força que me dão apenas por estarem  por perto.
Nas gavetas intermediárias, os críticos, os questionadores, analíticos, julgadores.
Preciso deles para me instigar e fazer crescer.
Nas gavetas de baixo, os falsos, hipócritas, mesquinhos, que se julgam melhores e superiores.
Em todas elas quem merece e/ou precisa de amor.
Nas de cima, aqueles fáceis de amar.
Nas intermediárias, os que aprendo dia a dia a amar.
Nas últimas, aqueles que nunca devo esquecer: para nunca me tornar e para, se possível, mudá-los de gavetas.
Ninguém de nossas vidas deve ser excluído, apenas remanejado.
Não estão ali por acaso…
Nos ajudam a seguir o curso de nossas vidas.
Alda M S Santos

Não é opção!

NÃO É OPÇÃO!

Quantas vezes desistir surge como opção
Aquela angústia que aperta o peito, o coração
Mundo tão perdido, sem sonhos, negativista
Próprio umbigo é marca de todo individualista

Aquele desejo de jogar a toalha, ir embora
Se entregar, abrir mão, a alma silencia e chora
Tanta desigualdade, fome, exclusão
Mas tantos com limitada e excludente visão

Perde-se a noção do todo, da coletividade
Com isso some qualquer sinal de normalidade
Vai-se aos gritos todo indício de humanidade

A Terra clama por mais, pede que se levante
Acorde e sacuda a bandeira da paz, triunfante
Tenha humildade, amor, não seja arrogante!

Alda M S Santos

E a jabuticabeira ali…

E A JABUTICABEIRA ALI…

E se a vida fosse uma grande jabuticabeira
Convidativa ali na cerca, bem na beira
Carregadinha de frutos para quem quiser saborear
Só chegar, colher e aproveitar

O mundo anda tão complicado
Coisas simples são deixadas de lado
Só é aplaudido o que é difícil de ser conquistado
O que é natural já não é valorizado

Disputas e lutas são incentivadas
Verdades e mentiras são calibradas
Num eterno ringue brigas são travadas

E a jabuticabeira ali no meu caminho
Diminuo o passo, sorrio, sou passarinho
Me aboleto ali, colho e como devagarinho

Alda M S Santos

Tão difícil

TÃO DIFÍCIL

Tão difícil o mundo assim dividido
Como será que Ele olha seu filho combalido
A Terra tomada pelas guerras, pelo degredo
Famílias desunidas, isoladas em seus medos

Tão difícil a briga dentro de si, interna
Por autenticidade, verdade, alheio à baderna
A confusão quer abarcar a todos, quer aliados
Manter-se são é tantas vezes complicado

Quiséramos olhar para o céu como grande tela
A transmitir o caminho, luz sobre nossas mazelas
Sem nada a nos ser forçado ou empurrado pela goela

Busquemos essa tela dentro da gente
Somos capazes de achar essa semente
Nossa essência, nosso bem, efetivamente

Alda M S Santos

Nebuloso

NEBULOSO

Estamos vivendo tempos nebulosos
Para todo lado que se olhe há inescrupulosos
Donos da verdade há para todo canto
E o que nos resta é dor ou pranto

Diz que toda tempestade traz a bonança
É preciso saber aguardar com esperança
Mas é importante agir com calma e cuidado
Atrás de toda nuvem há céu azul, ensolarado

Alda M S Santos

Tem hora…

TEM HORA…

Tem hora que tudo é leveza
Alegria, satisfação, luz e beleza
Tem hora que tudo fica escuro
Dor, mágoa, dúvida, em cima do muro

Tem hora que há compreensão e clareza
Sensação de pertencimento, inteireza
Tem hora que busco qualquer disco voador
Que me leve para o espaço… Por favor!

Tem hora que nada parece fazer sentido
Qual a razão de tudo isso, povo sofrido
Tem hora que quero apenas passar batido

Tem hora que mergulho bem fundo
Nas minhas emoções, meu submundo
Tem hora que quero somente ir embora

Alda M S Santos

Boa leitura

BOA LEITURA

É preciso que se faça uma boa leitura
De cada ponto, de cada nó, de cada conjectura
Faz-se necessário sabedoria e bravura
Agir com delicadeza e doçura
Evita de causar por aqui grandes fissuras
Bom quando conseguimos apagar as amarguras
Não nos perder nos giros da vida, nas tonturas
Sabedores que haverá tempos de faltas, de farturas
Aprendendo a lidar com as decepções e desventuras
Entendendo quando ser firmeza ou ternura
Por aqui faz diferença nosso agir, nossa postura
Quando tudo parecer escuro, bom fazer boa mistura
De cores, de luz, de natureza, de aventura
Assim, o que faz bem  em nós perdura…

Alda M S Santos

Vontade de voar…

VONTADE DE VOAR

Vontade danada de poder voar
Para um cantinho especial e descansar
Quero que tenha mata virgem
Mar ou cachoeira alta que até dá vertigem

Vontade de voar para um lugar
Que tenha luz do sol ou do luar
Que a brisa seja suave e delicada
Ou uma chuvinha na tarde encalorada

Vontade de voar para onde seja um lar
Que possa andar descalça, passear
Sentir que não há qualquer perigo
Tudo ali servindo de aconchego e abrigo

Vontade de encontrar uma boa morada
Entre pessoas do bem seguir minha jornada
Esse mundo anda tão cruel e violento
Tenho medo de não acabar esse tormento

Vontade de voar…será que há esse lugar?

Alda M S Santos

Brinde da maturidade

BRINDE DA MATURIDADE

Não gosta, não fique perto
Faz mal ou machuca, se afaste
Não gosta de ouvir, desligue
Te causa angústia, mude o foco
Não quer brigar, não responda, ignore
Não quer brincar não entre no jogo
Não procure, não veja, não leia
Se é politicagem ou mentira, pule
Se é falsa religiosidade, só lamente
Não gaste energia com o que sabe que fere
Dê tempo, se cuide, se trate bem, se cure
Feche portas, tranque janelas, abra persianas
Elas mostrarão para quem destrancar a alma
A vida requer sabedoria, boas escolhas
Só nós mesmos somos capazes de identificar
O que vem para somar, acrescentar
Ou o que já não serve mais, só vai atrasar
Saber onde quer ficar e de onde sair é brinde da maturidade
Aproveite!

Alda M S Santos

Tinha tanto medo…

TINHA TANTO MEDO…

Tinha tanto medo de ficar perdida que já não mais saía
Tinha tanto medo de não ser feliz que já não sorria
Tinha tanto medo da prisão que já não tinha liberdade
Tinha tanto medo da tempestade que já não curtia o Sol
Tinha tanto medo da escuridão que perdia sua própria luz
Tinha tanto medo de envelhecer que não aproveitava o amanhecer
Tinha tanto medo de ser enganada que não arriscava nada
Tinha tanto medo de ser dependente que vivia doente
Tinha tanto medo da solidão que aceitava qualquer situação  
Tinha tanto medo de tudo um dia esquecer
Que a vida se tornava um eterno reviver
Tinha tanto medo de tudo, de morrer que nada mais fazia que sobreviver

Alda M S Santos

Quando deixamos Deus agir…

QUANDO DEIXAMOS DEUS AGIR

Quando deixamos Deus agir
Nota-se só bênçãos, não há decepção
Qualquer contratempo vira lição
Há brisa suave sob sol quente
Há calor do abraço para toda a gente

Quando deixamos Deus agir
Os corações pulsam ritmado, forte
Perdidos encontram seu rumo, seu norte
Cansados encontram oásis, refrigério
Viver é algo leve, acaba-se o mistério

Quando deixamos Deus agir
O tempo difícil fica para trás
O hoje é prazeroso, a vida se refaz
Amizades se renovam, o amor é eficaz
Alianças se eternizam, o olhar é perspicaz

Quando deixamos Deus agir
O medo é vencido pela luz, pela coragem
O futuro torna-se bela miragem
A esperança energiza nossa alma em alta voltagem

Basta deixar Deus agir em nós!

Alda M S Santos

Porque vivo

PORQUE VIVO

Já chorei de alegria até a barriga doer
De emoção até não mais poder
Ou de angústia até amanhecer
Isso porque vivo…

Já tive medo de alguém perder
De não poder ver meus filhos crescer
De adoecer, envelhecer, dos outros depender
Isso porque vivo…

Já implorei pela vida, tive medo da morte, da escuridão
Rezei por todos, pedi perdão
Muitas vezes acompanhada, outras na solidão
Isso porque vivo…

Já tive muitas amizades, já fiquei na saudade
Brinquei, fui séria, lutei por liberdade
Nunca quis ser apenas uma metade
Isso porque vivo…

Já me organizei, arrumei o que estava bagunçado
Já fiz burradas, baguncei o que estava arrumado
Quase desisti de ver tudo de novo organizado
Isso porque vivo…

Já ganhei, vibrei, comemorei
Já perdi, sofri, quis sumir, revoltei
Amei, fui amada, correspondida, ignorada
Aprendi, cresci, me empolguei
Encontrei o caminho, voltei
Isso porque vivo…

Num saldo positivo vou vivendo, vou seguindo
Cada dia mais longe do começo
Não necessariamente perto do fim
Só de pensar, estremeço
Isso porque vivo…

Alda M S Santos

Mundo

MUNDO

Mundo que tira, mundo que dá
Mundo que nos deixa a pensar
Mundo que nos rouba, que nos devolve
Mundo que nossas entranhas revolve

Mundo que nos cansa, nos ensina
Mundo que decepciona, nos fascina
Mundo do qual queremos fugir, sumir
Mundo que nos cativa e nos faz insistir

Mundo para o qual viemos por alguma razão
Para crescer, amar, lutar, ser evolução
Mundo que carrega muita desigualdade
Onde queremos ver mais humanidade

Mundo que quero subir no pódio e aparecer 
Às vezes quero ser minúscula, desaparecer
Mundo que quero deixar melhor que encontrei
Por isso busco fé e coragem, não desistirei

Alda M S Santos

Joga fora!

JOGA FORA!

Joga fora o que já não aquece
Ou aquilo que causa aperto, enrijece
Joga fora aquilo que fere e machuca
Assim vamos fugindo de arapucas

Joga fora o que não alegra e perfuma
Que não permite cor e beleza alguma
Joga fora, lance sem piedade ao vento
O que trava e estaciona o pensamento

Joga fora o amor que só causa dor
Certamente há algo com menos rigor
Joga fora, ou recicle, um sentimento
Busque reciprocidade, contentamento

Joga fora o que não é primordial
Por aqui manter o bem, afastar o mal
Nessa viagem só bagagens leves
Amor, paz, luz, união, a vida é breve

Alda M S Santos

Meu sol

MEU SOL

Sempre em busca do calor e luz do sol
Como uma árvore, uma roseira, um girassol
Tento não me afetar com as tempestades
Acredito que elas levarão embora as maldades

Sei que a vida tem seus vendavais
Que quase sempre nos deixam sinais
De um mundo passado, um futuro desejado
De um presente que tenha amor ao nosso lado

Tão bom poder encontrar por aqui um lugar
De paz, de luz, de doce recolhimento
Cantinho especial para desvendar sentimentos

Bom mesmo é acender o sol do lado de dentro
Em qualquer lugar levar brilho e contentamento
De uma vida desejada, alheia ao sofrimento

Alda M S Santos

No self-service da vida

NO SELF-SERVICE DA VIDA

No grande self-service da vida há muito arroz com feijão
Há também pratos carregados de sofisticação
Há aqueles que nos ganham pelos olhos
Outros pelo sabor, pelo preço, pela nutrição
Tantos de nós ficamos perdidos nessa vitrine alimentar
E nos empanturramos, confundindo nosso paladar
Escolhas implicam sins, carregam também muitos nãos
Maioria das vezes nos bastam o arroz com feijão
E nos iludimos com o que não é boa refeição
Quando percebemos já prejudicamos a digestão
Bom saber o que faz bem para o corpo e o coração
Na vida emocional vale a mesma ponderação
Vícios causam males, grande confusão
Gosto mesmo de um prato simples e saboroso
Não me engano com o que na vitrine parece apetitoso
Na certeza de estar bem nutrida e alimentada
Sei escolher meu prato físico e emocional
Sigo em paz, ignoro o que não é essencial

Alda M S Santos

Seria muito?

SERIA MUITO?
Seria muito imaginar que fui o sonho de alguém
Que minha existência foi planejada
Que antes de aqui chegar eu existi em outro lugar
E foi a mente, a alma, o coração
A imaginação e o desejo de um alguém
Que me tornaram possível viver por aqui?
Será que estive antes no coração de meus pais
Que tudo estava combinado previamente
Que para esta dimensão eu viria
E que teria por aqui um trabalho a fazer?
Seria muito pensar que me materializei nesse plano
Para tornar real o amor de um alguém?
Seria muito imaginar que esperam algo de mim
Que me “vigiam” o existir e o fazer
Na esperança de que eu caminhe sempre para e pelo bem?
Sendo assim, seria muito pedir
Que me perdoassem os atos falhos
Os caminhos sem saída que peguei
As trilhas com inúmeras bifurcações que me enveredei
A luz que outras vezes ignorei?
Seria muito pedir, a quem sonhou comigo
A quem permitiu meu existir
Que estivesse sempre a meu lado
Levando-me pelas mãos para o melhor caminho
Que não me permitisse fugir
Orientando-me com palavras de doçura e carinho
Alertando-me aos buracos nas vias existenciais
Preparando-me para o porvir
Dando-me colo, atenção, amor?
É que pareço forte, sabe
Mas, a verdade, é que tantas vezes só quero um pouquinho de colo
De apoio e da certeza de que não estou só
Seria muito pedir?
Alda M S Santos

Toma lá, dá cá!

TOMA LÁ, DÁ CÁ!

Seria bem matemático se a vida fosse assim
Um toma lá, dá cá, noves fora, equacionar, enfim
Mas não sou tão adepta das Ciências Exatas
Sou da área de humanas, nem sempre tão sensata

Prefiro lidar com sentimento, emoção
O que ofereço aqui não precisa reposição
Se o bem fluir livre para outro alguém
Estarei feliz desse jeitinho também

Fico pensando se Deus fosse assim tão matemático
Em sua avaliação fosse tão exato e prático
Se quisesse nos cobrar na ponta do lápis o que ofereceu
Será que a conta bateria certinho, seu Dirceu?

Gosto de ser assim: o que tenho me foi doado
Veio da Criação, até mesmo o que foi conquistado
Se puder fazer melhor a vida de outro ser humano
Penso que estarei realizando algo bom nesse plano

Alda M S Santos

Não tenho medo

NÃO TENHO MEDO!

Não tenho medo da morte
Tenho medo de viver sem norte
Não tenho medo de enfrentar o fim
Mas tenho medo de me perder de mim

Não me amedronta a vida do outro lado
Mas me assusta não a ter aproveitado
Tenho medo de sofrer ou machucar alguém
Mas o medo pode me paralisar também

Tenho medo de uma vida sem propósito
De fazer dessa viagem só um depósito
De coisas e mais coisas conquistadas
Sem perceber as almas abençoadas

Temo um viver sem que e nem pra quê
De não saber realizar o que vim fazer
Não tenho medo de não ser valorizada
Sei que estou por Ele bem assessorada

Alda M S Santos

Tenho você!

TENHO VOCÊ!

Não estamos sós nessa viagem
Em cada tempestade, em cada estiagem
Posso sentir você a me acolher, me abraçar
Dando- me as mãos, não me deixando naufragar

Não estamos sós nessa vida
Tantas vezes dolorida, sofrida
Em cada gesto de dor, de amor, de carinho
Sei que foi você que me enviou cada anjinho

Não estamos sós nessa nossa jornada
Escolhemos estar aqui enfrentando toda invernada
Ainda que tanta maldade esteja disseminada
Sinto que tenho você, não estou desamparada

Não estamos sós nessa trilha, nesses caminho
Ainda que às vezes me isole e vá chorar num cantinho
Posso sentir com força seu amor, seu abraço
Dizendo “sei que dói”, e juntando meus pedaços

Definitivamente, não estamos sós! Gratidão!

Alda M S Santos

Digo sim, digo não!

DIGO SIM, DIGO NÃO!

Digo sim para um dia bonito e ensolarado
Abro-me para a vida, para um mundo  abençoado
Digo sim para cada trilha do caminho
Torcendo que seja acompanhada, nunca sozinha

Digo não para o que machuca meu coração
Para o que é maldade, falsidade ou desunião
Digo não para qualquer tipo de desumanidade
Afasto de mim o que não agrega, não quero em minha realidade

Digo sim para o amor, para a amizade
Para os abraços quentes, carinho de verdade
Digo sim para a beleza e leveza da natureza
Essa magia que devemos cuidar com delicadeza

Digo não para a revolta ou pessimismo
Digo sim para a fraternidade, companheirismo
Digo não para a dor, qualquer extremismo
Digo sim para Deus, minha fonte de otimismo

Alda M S Santos

Re(encontros)

RE(ENCONTROS)

Fico encantada com os (re)encontros que a vida permite
Aqueles que você pensa: teve a mão de Deus aqui
Não é simples coincidência, é Jesuscidência
Reencontros de almas, de outras fases desse existir
Ou até mesmo de outras eras, vale investir
Parece que a vida tem um belo propósito por aqui
A Terra vai girando e tudo se encaixando
Como uma grande nave girando no espaço sideral
Em cada lugar ou momento vai possibilitando algo especial
Encontros que irão fazer a diferença na vida de alguém
Alguns curtos, outros longos, se eternizando também
Cada pessoa que a vida me permite encontrar
Aprender, ensinar, trocar, amar
Procuro refletir; não existe coincidência ou acaso
Quero aproveitar o que puder, não sei qual o prazo
Uma coisa é certa: a vida se encarrega de unir
Aquilo que tem algo bom para juntos construir
Por alguns momentos ou por todo o existir

Alda M S Santos

Em busca do mar

EM BUSCA DO MAR

Como um rio que nasce na serra
Apenas um olho d’água que flui, não erra
Sigo meus caminhos em busca do mar
Sem saber o que irei enfrentar

Haverá dias de calor, seca e solidão
Em meio a matas, perdido em escuridão
Mas a certeza de ir em busca do destino
Afasta as angústias, os medos, os desatinos

Haverá dias de intensas tempestades
Misturado a tanta coisa quase perde a identidade
A visão do mar mantém a força e coragem
De não desistir ou estacionar em qualquer paragem

Como um rio sigo, ora forte, ora frágil
Tentando respeitar meu ritmo lento ou ágil
A visão do oceano deve instigar, animar
Não a ponto de tirar o prazer do agora, de aqui desbravar

Alda M S Santos

Não combinam

NÃO COMBINAM

Há coisas que não se encaixam, não combinam
É preciso esforço para ver se se acertam
Praia e chuva pedem uma dose extra de coragem
Lua e estrelas sem um amor parecem bobagem

Cachoeiras e rios que não chegam ao mar são desperdício
Ausência de humor, muita pirraça são na vida mau indício
Sol sem alegria, sem animação é  bobagem
O vento que não leva o negativo é só friagem

Vitória com preguiça é embromação
Amizade com mentira é decepção
Amor sem parceria, com mentira é solidão

Gaiolas e asas são um insulto à liberdade
Sorriso que não chega aos olhos é falsidade
Amor sem acolhimento, não é alimento, não é de verdade

Alda M S Santos

Tudo pode acontecer

TUDO PODE ACONTECER

O mundo segue girando no espaço
Ora seguimos firmes, ora fora de compasso
Cansa-nos tantas vezes algumas expectativas
Quando sabemos de tantas negativas

Tanta dor, tanta desumanidade
Mas tudo pode acontecer, na verdade
Para aquele que crê que tudo se constrói
Cada ato é importante, nem precisa ser herói

O amor sempre pedirá por reciprocidade
Compaixão, carinho e bondade
Como um sol se pondo na serra
Amar é certeza de que a vida não erra

Tudo pode acontecer nessa viagem
Aqui viemos para lutar com coragem
Nunca desistir deve ser nosso maior lema
E buscar nossa poesia, o amor como tema

Alda M S Santos

Não é preciso!

NÃO É PRECISO!

Não precisa ser o primeiro a romper a fita da chegada
Basta manter a disposição após a largada
Não precisa estar no alto do pódio
Basta que esteja feliz, na paz, sem ódio

Tantas vezes entramos em infrutíferas disputas
Aquelas que machucam, não valem tanta luta
Não preciso competir com meu semelhante
Quero estar melhor que eu mesma a cada instante

Há tantas necessidades que não são prementes
Não podemos ficar delas dependentes
A vida pode ser mais leve, mais feliz
Se conseguirmos ouvir o que a alma nos diz

Corpo e coração têm algumas vontades urgentes
A mente vai dando o equilíbrio, sendo inteligente
Essa balança precisa estar em equilíbrio pra não tombar
Assim nossa vida tem mais sorrir, menos chorar

Alda M S Santos

Deixa rolar

DEIXA ROLAR

Não se perturbe tanto
Com aquilo que atormenta
Machuca, fere
Deixa rolar
Logo vai passar…

Não se vanglorie tanto
Com aquilo que é bonito
Encanta, alegra
Deixa rolar
Isso também vai passar…

Não se torture tanto
Com aquilo que parece não ter fim
O bom, o mau, o saudoso
Deixa rolar
Logo irá passar…

Entre começos e fins
Angústias e recomeços
A vida segue infinita
Deixa rolar
Ela sempre irá para onde tem esperança e gente bonita…

Deixa rolar…

Alda M S Santos

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