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Coração

Por um mundo mais irmão

POR UM MUNDO MAIS IRMÃO

Urge olhar com mais carinho para nosso lado
Observar quem caminha ali, ter cuidado
Alguém sempre leva uma carga pesada
E podemos contribuir com nossa mão aliada

Fingimos não ver o sorriso forçado,
Disfarçando um coração apertado
Torna-se corriqueiro ver qualquer machucado
Isso não é evolução, não é aprendizado

Falta saúde física e emocional
Forças para enfrentar todo esse vendaval
Sobra gente querendo se sentir especial

Nosso mundo anda tão individualista
A dor do outro não dói em nós, não importa
Seremos humanos se abrimos essa porta

Alda M S Santos

Coração pedindo



CORAÇÃO PEDINDO

Temperaturas caindo, todos buscando abrigo
Desejo de aconchego, coração querendo amigo
A vida necessitando de um pouco de renovação
A poesia se fazendo mais evidente, sendo mais emoção

Parece que o momento é de introspecção
Se quisermos de verdade, encontraremos uma solução
Somos humanos feitos de coração e razão
Se equilibrarmos bem esses pontos, seremos dignos da Criação

Nosso mundo se recolhe em reflexão
O que podemos fazer, qual a melhor ação?
Não queremos deixar a vida passar em vão

Podemos escolher o caminho da bondade
Aquele em que somos mais solidariedade
Sem estender as mãos, não seremos felicidade

Alda M S Santos

Quando o coração chora

QUANDO O CORAÇÃO CHORA

Por vezes chora o coração
Não se sabe ao certo a razão
Aperta, machuca, dolorosa sensação
Busca um refúgio em si, uma consolação

Quando o coração chora, fica-se em câmera lenta
Parece que a vida nada vale, se ausenta
Ora pulsa forte, ora frágil, delicado
Estaciona, perde agilidade, parece cansado

Quando o coração chora 
Urge buscar a alegria, a dor mandar embora
Sem reticências, sem demora

Mas se não se sabe o motivo
Busque em si mesmo um abrigo
Lá está Deus, um bom amigo

Alda M S Santos

Ao encontro do teu coração

AO ENCONTRO DO TEU CORAÇÃO

Quero ir ao encontro do teu coração
Encontrar a magia, a rima, a sedução
Quero sentir a paz que nasce, que brota
Ou até mesmo a dor que abre uma broca
Quero dançar a música suave que toca
Desnudar a alma, abrir as comportas
Quero ser seu par, numa dança de salão
Quero acender a luz, iluminar a escuridão
Esquecer um pouco a razão, ser emoção
Quero deixar as lágrimas rolarem
Ou o sorriso em faíscas os olhos iluminarem
Quero ser aquele pedido de oração
Que vai ao encontro da Criação
Poder ser o meu  próprio perdão
Num momento de puro amor próprio e união
Conseguir ser a paz, a eterna gratidão
Quero ir de encontro a você
Meu mais profundo e sentimental coração

Alda M S Santos
Evento Poético Ao Encontro do teu coração

Palavras do coração

PALAVRAS DO CORAÇÃO

Se vem do coração esperamos sinceridade
Que as palavras brotem sem falsidade
Mas nem sempre o que ele expressa
Nos alegra ou cumpre a promessa

Coração pode expressar sofrimento, dor
Aí as palavras ferem, carregam rancor
Até podem perfumar, mas esmagam a flor
São expressão de alma machucada, falta calor

Se o coração estiver cheio de amor e alegria
Só haverá palavras ternas, de harmonia
Haverá contágio de luz, paz, boa energia

Espera-se do coração o que for verdadeiro
Que faça vibrar, acreditar, confiar, ser parceiro
Bem ou mal, seguir no mundo bem mais inteiro

ENCONTRO AO PÔR DO SOL

Alda M S Santos
Pala

Ser coração

SER CORAÇÃO

Ser colo, acolhimento, empatia, sentimento
Exige uma alma sensível, receptiva
Domínio da própria emoção, com respeito
Que saiba ser amiga, compreensiva

Esse mundo onde tem imperado a dor, a solidão
Pessoas sentindo descaso e abandono
Rodeadas de gente, não há compreensão
Terreno fértil para aparecimento da depressão

Urge ser alguém que ouve e acolhe nesse mundão
Que estende a mão, sabe ser coração
Para aquele que se sente sem chão

O tempo corre , voa, não perdoa
Mas dá para ser ainda aquela alma boa
Que não quer passar por essa vida à toa

Alda M S Santos

Não é em vão

NÃO É EM VÃO
Não é em vão
Qualquer ação vinda do coração
Não importa como ela chega
De onde vem, de quem vem
Se vier da alma, houver compaixão
Não é em vão
Se traz alegria, harmonia, atenção
Se agita a emoção, acelera o coração
Pode durar minutos, horas, dias
Até se eternizar na lembrança
Não é em vão
Um abraço apertado que nos tira do chão
Um carinho, um beijinho, um “juízo, hein”
Por amizade, solidariedade, humanidade, amor
Se faz brotar o sorriso, se te deixa leve
Não é em vão
Vã é a crença de que nada vale…
Alda M S Santos

Fada Coração

FADA CORAÇÃO

A Fada Luz queria tanto saber
Um modo de ser e fazer feliz
Resolveu rodar o mundo inteiro
Até descobrir o segredo

Num jardim, entre rosas,
Em meio a tanta luz e calor
Deu de cara com a Fadinha Sol
Que afirmou que para ser feliz
Era preciso saber a todos aquecer, fazer crescer…

Numa noite de lua e estrelas
Encantou-se com a Fadinha Estrela,
Sentada na Lua Cheia
E, brilhante, não tinha dúvidas:
A felicidade estava em iluminar caminhos…

Seguiu uma trilha até o horizonte
E foi dar no mar, numa praia distante
Ali estava satisfeita sob um coqueiro a Fadinha Água
Convicta, afirmou: ser feliz é matar a sede de viver

Fadinha Luz pensativa ficou, acreditava em todas elas
Era preciso aquecer, iluminar, matar a sede de vida
Mas sabia que algo ainda não estava completo
Sentia que ser feliz era mais que isso

E no meio de tanta criança feliz
Brincando, cantando, sorrindo e dançando
Encontrou, de olhos brilhantes, a Fada Coração
E ali descobriu que a felicidade
Estava em saber se doar, amar, ser irmão…

E Fada Luz aprendeu a lição:
Ser feliz é saber amar, é ser carinho
É ser pureza, é ser criança
É ser da vida o coração!

Alda M S Santos

Ser coração

SER CORAÇÃO

Ser colo, acolhimento, empatia, sentimento
Exige uma alma sensível, receptiva
Domínio da própria emoção, com respeito
Que saiba ser amiga, compreensiva

Esse mundo onde tem imperado a dor, a solidão
Pessoas sentindo descaso e abandono
Rodeadas de gente, não há compreensão
Terreno fértil para aparecimento da depressão

Urge ser alguém que ouve e acolhe nesse mundão
Que estende a mão, sabe ser coração
Para aquele que se sente sem chão

O tempo corre , voa, não perdoa
Mas dá para ser ainda aquela alma boa
Que não quer passar por essa vida a toa

Alda M S Santos

Um lugar

UM LUGAR

Se fecharmos nossos olhos podemos ir a qualquer lugar

Para o friozinho na Serra numa fogueira esquentar

Ou ver o pôr do sol tropical numa tarde à beira-mar

Se fecharmos nossos olhos podemos fazer o mundo girar

Ser atraídos pela Lua e juntos até ela poder viajar

Deitar tranquilamente em seu quarto crescente e namorar

Se fecharmos os olhos podemos a vida inteira mudar

Quando de mala e cuia formos um coração habitar

E fazer dali a morada mais linda desse lugar

Se fecharmos os olhos podemos nossa alma desnudar

Torná-la intensa, pura, pronta a se completar

Aí já poderemos nossa missão por aqui finalizar…

Alda M S Santos

Um coração de cada vez

UM CORAÇÃO DE CADA VEZ

Se quisermos mudar o mundo

Devemos começar bem devagar

De pouco em pouco, um coração de cada vez

Não adianta querer apressar

Um coração de cada vez

Oferecemos carinho, tempo, dedicação

Logo não haverá de amor, escassez

Se para com cada um tivermos atenção

De nada adianta vestir o corpo

Pouco vale oferecer o pão

Nossa carência maior alimentar a alma

Uma delicadeza para o coração

Coração bem tratado, bem curado

Espalha amor de montão

E, um coração de cada vez,

Saímos da solidão, vamos mudando esse mundão!

Alda M S Santos

Com o coração

COM O CORAÇÃO

Quer que dê certo?

Coloque sempre o coração

Se ele se alegra, prossiga

Se ele chora, reavalie

Se faz alguém chorar

Mude de atitude

Se ele está só, dê-lhe atenção

Tantas vezes falta na solidão

É a própria companhia

Aquela da qual nunca podemos abrir mão

Sentar num cantinho qualquer

Vasculhar nossos cantinhos esquecidos

Cutucar mesmo onde dói, limpar as feridas

Deixar a luz entrar, arejar

E conversar conosco mesmos

Fazer as perguntas certas

Ser sincero nas respostas

E novas atitudes tomar:

Nunca desistir de nos amar!

Cuidar de nosso emocional

É fundamental…

Viver com o coração

É ter a melhor razão para nunca desistir de si

É ter munição de sobra para as batalhas cotidianas

Com o coração pode até demorar mais

Mas a vitória é garantida!

Alda M S Santos

Lotado de vazios

LOTADO DE VAZIOS

Sentir-se cheio, estufado

Extravasando, repleto

Incompleto, porém

Lotado de vazios…

Espaços preenchidos

Mas nada que atenda

Às necessidades da alma

Cantinhos esquecidos

Escuros, carentes, sofridos

Lotado de vazios…

Urge uma faxina

Limpar, separar o que for eficaz

E os entulhos descartar

Guardar apenas o que trouxer paz

Abrir espaços, vazios evidenciar…

Somente assim será possível

Encher-se de amor e compaixão

Um coração tão sensível

E, assim, preencher os vazios da solidão…

Lotado de vazios?

Não, quero poder dizer

Lotado de amor!

Alda M S Santos

Queria dormir

QUERIA DORMIR

Às vezes quero dormir

E acordar noutro lugar

Não sei se isso seria morrer

Mas tenho vontade de descansar

Não me acostumo a ver tanta dor

Tanta luta, tanta frustração

Se queremos apenas um viver

Sem tanta mágoa e violação

Mesmo tão triste e desanimada

Eu me recuso a fugir

Limpo as lágrimas, sorrio, coragem renovada

Prefiro ficar aqui e agir

Dormir. e acordar noutro lugar

Para outro dia irá ficar…

Alda M S Santos

De pele ou de alma?

DE PELE OU DE ALMA?

Uns são música, outros são apenas barulho

Uns são preciosidades, outros são entulho

Uns são mente, outros são emoção

Uns são coração, outros são perdição

Uns são frescor, outros são terror

Uns são atalho, outros são abismo

Uns são realidade, outros são fantasia

Uns são saudade, outros são nostalgia

Uns são luz, outros são escuridão

Uns são amanhecer, outros são entardecer

Uns são poesia, outros são melodia

Uns são sonho, outros pura magia…

Uns são sede, outros são oásis

Uns são paixão, outros são solidão

Uns são de pele, outros são de alma

Uns são ternos, outros são eternos…

O que o outro é para nós

Ou o que somos para o outro

Sempre será uma relação dual

De ser e de permitir-se ser especial…

Alda M S Santos

SOS CORAÇÃO

SOS CORAÇÃO

O sol está alto no céu

E aquilo ali é uma cama

E está “feita” onde todos transitam

Cobertores embolados, papelões rasgados

Alguns ainda dormem

Sujos, barbados, vestidos da cor das ruas

Às vezes uma sacola com “tudo” o que têm na vida

Serve a eles de travesseiro

Guardam outras poucas peças de roupas

Talvez um pente ou uma escova de dentes

Um espelho quebrado, será?

Uma fotografia de outros tempos

Mas aquilo é uma cama!

Ali no meio do caminho

Exposta a todas as intempéries

Logo vai escurecer e esfriar, é inverno

Como pode um ser humano viver assim?

Dependentes da generosidade alheia

Será que levam ao pé da letra a passagem bíblica (Mt 6, 25-34)

Das aves do céu e dos lírios do campo

Que Deus alimenta, veste e cuida sempre?

Ou já em nada mais creem?

São muitas as histórias

São imigrantes que vieram e não encontraram emprego

Usuários de entorpecentes perdidos de si mesmos

Pessoas brigadas com familiares

Doentes da mente, do corpo, da alma…

Mas são pessoas!

E nós que temos também nossa cama

Nosso lar, nossas coisas, nossas conquistas

Até que ponto podemos ser considerados humanos

Se nada disso nos sensibilizar

Não nos fizer agir para isso tudo amenizar?

A humanidade pede socorro

SOS CORAÇÃO!

Alda M S Santos

Rascunhos

RASCUNHOS

Não há borrachas, tampouco corretivos

Não dá para apagar ou descartar

Não escrevemos nossa história a lápis

A vida é pintada à tinta

Com as cores que escolhemos

Direto na tela final

Não dá para viver de ensaio

Não dá para ficar rascunhando

A vida é um espetáculo ao vivo

Não se pode parar, retornar

Ou ficar aguardando boa luz

Essa obra-prima é original, única versão

É sempre uma finalização

Não faça rascunhos, não viva de esboços

Talvez não haja tempo para passar a limpo…

Alda M S Santos

Lenison

LENISON

Maior parte da sua vida foi comigo

Dois terços da minha foram contigo

Meu amor da juventude, da maturidade

Meu amor de sempre até a eternidade…

Que Deus possa te proporcionar o melhor

Saúde, paz, alegrias, união

Esperança, amor e fé

E se Deus permitir

Que seja sempre comigo

Com muito chamego e cafuné

Te amo muito!

Alda M S Santos

Silêncio barulhento

SILÊNCIO BARULHENTO

No meu silêncio barulhento acalmo meus gritos

No meu barulho silencioso afogo minhas angústias

Silêncios que gritam, gritos que calam

Pacífico tormento…

Nas minhas angústias molhadas rego meus solitários momentos

Desses momentos (re)nascem traumas e sonhos

Dessa solidão bem nutrida colho as mudas de esperança

E descarto os medos já crescidos

Feito mato entre flores, enfrentamento

As esperanças viçosas e perfumadas tal qual rosas vermelhas

Alimentam e alegram meu viver nesse jardim, puro renascimento

E quanto mais as distribuo por aí

Mais elas crescem e perfumam em mim…

Alda M S Santos

Escondidos

ESCONDIDOS

Quantas palavras não ditas

Um silêncio sufoca?

Quantas questões e dúvidas dolorosas

Uma sabedoria esconde?

Quantas angústias e lágrimas intermitentes

Um sorriso camufla?

Quanta inteligência e bondade

Uma simplicidade carrega?

Quantos medos e traumas

Uma coragem disfarça?

Quantas loucuras e desatinos

Uma sanidade “sossega”?

Quanta esperança e fé

Um orgulho embaça?

Quanto companheirismo e amizade

Uma distância destrói?

Quanta evolução e aprendizado

Uma soberba apaga?

Quanto carinho e amor

Uma indiferença mata?

Quanta vida feliz

A inércia impossibilita?

Quanta coisa boa anda escondida

Nos recônditos secretos de nós mesmos

Aguardando para ser revelada

E navegar no barco da vida?

Alda M S Santos

Névoa

NÉVOA

Névoa fina e densa que amanhece

Como aquela que vez ou outra desce e fica dentro da gente

Que invade todos os espaços

Adentra cada cantinho escondido

Não aquece, esfria, não ilumina, escurece

Mas é o sinal de um tempo passado, que esmorece

Prenúncio de chuvas, tempestades

Ou de sol forte mais tarde?

Quem sabe resquícios, sobras, lembranças

Daquilo que um dia foi sólido

E, em forma de nebulosidade, retorna

E logo se condensa em nós

Névoa fina que cai

Em forma de saudade…

Alda M S Santos

Se ele bate em harmonia…

SE ELE BATE EM HARMONIA…

Aprender a ouvir o próprio coração

Tudo que de melhor possa haver fica ali

Está lá guardado, “batendo” todo o tempo

Como em código morse para decifrarmos

É através dele que Deus fala conosco

Através dele sabemos quando estamos no caminho certo

Se não dói, se está leve, se fica em harmonia com o outro

Se não há culpas, medos ou traumas

Se ao menos conseguimos ouvi-lo bater em paz

Está tudo na direção correta

É Deus dizendo para seguir em frente…

Alda M S Santos

Descartáveis

DESCARTÁVEIS

Num mundo onde prevalece a lei do menor esforço

Onde se opta pelo que dá menos trabalho

Os descartáveis estão em alta

Copos, pratos, papéis, objetos diversos

Usou, não precisa lavar, descarta-se, joga fora

Nessa mesma onda, nessa avalanche descartável

Estão sentimentos, emoções, pessoas, relações

Se exige um pouco mais de atenção

Se cobra reflexão, valorização, tempo, reciprocidade

Ah, dá muito trabalho!

Deixa pra lá, passa a vez…

A fila anda!

Amizades, famílias, dons, aptidões, fé

Joga-se fora lares e o que tem dentro dele

Joga-se fora familiares

Reutilizar, renovar, para quê?

Joga fora e compra-se um novo

Pega, toma ou empresta de alguém!

Tudo que exige atenção, dedicação, cuidado diário

É perda de tempo…

E vamos nos enchendo de lixos descartáveis

Entupidos, pesados, cansados, doentes…

Mais vale uma taça de cristal que se lava a cada uso

Um amor que se irriga e se renova todo dia a cada beijo

Que a troca desenfreada para obter algo novo

Tudo de bom nesse mundo é o que nos empenhamos para ser duradouro

Para se eternizar em nós…

Alda M S Santos

Choro por nós

CHORO POR NÓS

Eu choro por todos nós

Choro pela humanidade que se desumaniza

Que promove mais discórdia que concórdia

Que destrói o meio em que vive

Que transforma vida em morte

Eu choro por todos nós

Choro por pessoas que sofrem

Por pessoas que nada fazem para amenizar o sofrimento alheio

Que se acreditam superiores

Eu choro por todos nós

Choro pela humanidade que tanto tem

Que ignora o que falta ao semelhante

Mas que prefere reclamar

Opta por brigar pelo que não tem

Escolhe invejar o que é do outro

Eu choro por todos nós

Choro pela humanidade tão manipulada

Que, por opção, ignorância ou alheamento,

Escolhe o ódio pensando buscar o amor

Eu choro por todos nós

Choro por toda humanidade

Particularmente por quem tem o poder de fazer a diferença para o bem

E escolhe danificar a vida de tantos

Ou mesmo de um alguém

Eu choro…

Chorando, vou buscando um caminho diferente…

Alda M S Santos

#carinhologos

Somos de Deus?

SOMOS DE DEUS?

João, Maria, José, quem é de Deus?

Somos de Deus por pertencer à religião A, B ou C?

Por frequentarmos templos de pedra regularmente?

Deixamos de sê-lo quando não somos adeptos de nenhuma religião?

De Deus somos quando agimos pelo bem, sem ferir ninguém!

Ou ao menos termos sempre esse propósito

De agir sempre em favor do outro, evitando abusos de todo tipo

Tanto mal se tem feito em “nome de Deus”

Ou se escondendo atrás Dele

Ou abusando da confiança e fragilidade dos fiéis

Ou passando-se por amigo que entra e leva o que o outro tem de mais precioso

Tanta “guerra santa” que Ele desconhece, não avaliza

Santo só teve um por aqui

E, quando voltar, certamente não irá a templos e igrejas

Ele irá às almas e corações em sintonia e afinidade com o SEU

Os bons e fiéis corações, mesmo falhos, às vezes, esses são de Deus!

Alda M S Santos

Apenas um bronco

APENAS UM BRONCO

“Queria ser apenas um bronco”

Daqueles dos confins do sertão

Ter toda a “ciência” da natureza

Do mesmo modo que tem a ciência da mente, das emoções

Sem complexidade, sem grandes devaneios

Ter toda a esperança advinda da fé

Toda a paz que a consciência da finitude da vida permite

Nada de grandes preocupações ou conjecturas

Nada de medos, culpas, traumas, desafios intransponíveis

Apenas a certeza que, mesmo em dias difíceis,

Tudo está em seu devido lugar

Não luta contra monstros imaginários

Aceita e abraça o que a vida apresenta

O sol nasce, se põe, a lua surge, as estrelas brilham

O galo acorda a todos, a chuva cai, as árvores produzem

Pessoas nascem, morrem, chegam e se vão

Algumas nos amam, outras não

Somos apenas parte de um universo maior

O rio segue seu curso…

E o bronco que nada tem de complexo

Simplesmente, vive…

Não entende das grandes (des)conexões que afetam os demais

Suas conexões físico/emocionais não se perdem

E, por isso mesmo, mantém-se inteiro

Bronco? Quisera ser…

Alda M S Santos

Misturados

MISTURADOS

A capacidade de misturar

Pernas, pés, braços, corpos, ideias, corações

E manter-se individual, separado

A habilidade de caminhar junto

Ainda que por caminhos diferentes

E se encontrar no mesmo ponto

O jeitinho especial de ser duo

Sem perder a unidade

A perícia de estar dentro, mesmo estando longe

O prazer de voar juntos

Cada qual com suas asas

A satisfação de escolher a quais elos quer estar atado

Sem perder os próprios movimentos

Sem mudar a própria essência, sem ferir a alma

Potencializando a habilidade e a coragem de voar

Preservando a liberdade de viver e amar…

Alda M S Santos

Roubos

ROUBOS

Podem nos roubar o sorriso

Mas nunca a alegria de viver

Podem nos roubar o sossego, a calma

Mas nunca a paz que trazemos na alma

Podem nos roubar um sentimento

Mas nunca um coração disposto a amar

Podem nos roubar a confiabilidade

Mas nunca a fé na humanidade

Podem nos roubar a autoconfiança

Mas nunca o amor-próprio

Podem nos roubar noites de sono

Mas nunca nossa capacidade de sonhar

Podem nos roubar o apetite

Mas nunca nossa fome de viver

Podem nos roubar a vida

Mas nunca nossa eternidade…

Podem nos roubar a beleza de alguns capítulos

Mas nunca a pureza e grandeza de toda nossa história…

Alda M S Santos

Cargas extras

CARGAS EXTRAS

Carrego comigo muitas coisas, bagageiro cheio

Ora leves e bonitas como borboletas no jardim, difíceis de seguir

Ora pesadas e dolorosas como pesadelos quase “subterrâneos”, difíceis de escapar

Carrego comigo muitas coisas

Uma vontade de sempre sorrir, ser e fazer feliz

Também, às vezes, um desejo de me recolher, acalmar e nada fazer, aguardar

Carrego comigo muitas coisas

Um desejo de me banhar nas águas que brotam de fontes inesgotáveis de ânimo e fé

Ou de me deixar ficar nas emoções áridas quando a fonte seca

Carrego comigo muitas coisas

Alegrias e esperança com o realizado e o porvir

Tristeza, mágoa e decepção com investimentos vãos

Carrego comigo muitas coisas

A satisfação e orgulho com bênçãos buscadas e alcançadas

A culpa, desculpa e trauma por erros e falsas expectativas

Carrego comigo muitas coisas

A incansável responsabilidade de buscar a felicidade a todo custo

E a constante necessidade de cuidar da felicidade dos outros, daqueles que me são caros

Entre cargas ora leves, ora pesadas

Embarco nessa viagem com bagagem extra

Procurando não sofrer muito quando alguma precisar ficar para trás…

Alda M S Santos

Choro e riso

CHORO E RISO

Com quem divide sua alegria, seu riso, seu prazer

Seu sorriso, suas gargalhadas?

É capaz de rir de si mesmo?

Com quem divide suas lágrimas

Sua tristeza, seus medos, seus segredos e angústias?

É capaz de chorar no colo de alguém?

Já o fez? Ou só chora escondido?

Alegrias e tristezas, dores e prazeres

Extremos da existência que muito exigem:

Afinidade, intimidade, confiança

A habilidade de acolher, ser colo

Requer um coração bondoso, solidário

A capacidade de pedir ajuda, aceitar colo

Exige uma alma grande, humilde

Ambos necessitam de humanidade

Com quem você sorri?

Com quem você chora?

Em quem você provoca sorrisos e lágrimas?

Alda M S Santos

Nunca desistir de mim

NUNCA DESISTIR DE MIM

Seguir em frente, lutar sempre

Essa é minha promessa

Nem sempre fácil de manter

Curtir um dia de raios de sol que me aquecem

Mas também aceitar quando meu sol se esconder

Amar sob um céu estrelado e inspirador ou sobre nuvens de algodão

Mas aproveitar quando a Lua não aparecer e tudo for escuridão

Dançar na chuva entre abraços apertados e beijos molhados, aquecida

Mas saber suportar as fagulhas ameaçadoras das tempestades de gelo, sofrida

Enquanto nova alvorada não surge em mim, renascida

Retribuir o amor e carinho daqueles que me cercam e apoiam

Mas aceitar e respeitar o direito daqueles que não me querem por perto, não me amam

Sobretudo, amar a mim mesma, sempre

Ainda ou principalmente quando outros me abandonarem

Mesmo em minhas fragilidades, medos e carências

Ainda que erre, caia e não consiga levantar tão facilmente

Ou que nem sempre seja minha maior fã

E queira ficar escondida debaixo das cobertas…

Pois a promessa fundamental é, independente do que acontecer,

Cuidar do meu coração

E nunca desistir de mim mesma!

Alda M S Santos

Duelando

DUELANDO

De frente, de costas, de perto ou de longe

Confrontos visando resolver desagravos diversos

Armados: armas brancas, de fogo, palavras, cérebro, coração

E os digladiadores “modernos” continuam a duelar

Quem tombará primeiro?

Quem vence afinal?

Duelos de cunho físico ou emocional

Quem tem o gatilho mais rápido

Ou o chicote mais certeiro?

Qual a arma mais potente?

Qual a palavra mais poderosa?

Qual o prêmio desse entrave, dessa disputa?

Quem são afinal os adversários, quais as desavenças?

Num combate corpo a corpo, mente a mente, alma a alma

Vence aquele que se entrega

Aquele que usa a arma mais poderosa: o coração

Ainda que esteja fora do corpo, ele não nos deixa na mão

Ele sabe até onde pode ir sem matar, sem morrer…

Alda M S Santos

Eu amo mais!

EU AMO MAIS!

Era uma declaração de amor rasgada

Entre palavras soltas e quase cantadas

Eu te amo!

Era uma declaração de amor correspondida

Eu que amo!

Era uma declaração de amor entre sorrisos e cócegas

Eu amo mais e primeiro!

Era uma declaração de amor “competitiva”

Eu amo você mais que chocolate!

Era uma declaração de amor livre e sem medos

Amo mais que tudo! Nunca minto para você!

Era uma declaração de amor e promessa

Eu te amo para sempre!

Era uma declaração de amor que dispensava palavras

Recíproca e verdadeira

Bastava observar o carinho dos olhares e confiança…

Mas preferiam dizer:

Eu te amo mais!

Alda M S Santos

Felizmente?

FELIZMENTE?

Nos constantes vai-e-vens da vida

Parece que mal superamos uma partida súbita

Ou nos adaptamos a uma chegada inesperada

E as malas já estão prontas novamente…

Choramos ou sorrimos, ou ambos simultaneamente

Nos despedimos…

Minha avó sempre deixa uma mala pronta

“Para o caso de precisar partir”

Uma maneira de não ser pega desprevenida

São tantas as partidas e as chegadas

De pessoas, de desejos, de sentimentos, de expectativas ou esperanças

Que já deveríamos estar acostumados…

Nem tudo que vai, volta

Mas sempre algo está indo, algo está chegando

É nessa rotatividade que a vida se desfaz e se refaz

Felizmente?

Alda M S Santos

Reservado

RESERVADO

Num mundo que se assemelha a um gigante estacionamento

Onde há vagas demarcadas, ou não

Mas não temos lugar reservado, personalizado

E nem sempre há vagas ou espaço para todos

Gostamos mesmo é de estacionar nossos corações no mesmo lugar

Naquele espacinho onde nos cabe direitinho

Onde o sol aquece, mas não queima

Onde o silêncio aconchega e acalenta

Onde há sombra de uma boa cobertura sem esfriar

Onde estamos protegidos de tempestades e granizos

Onde não há qualquer dificuldade de manobras, sem medos

Onde nos encaixamos de olhos fechados sem erros

Com a certeza e prazer de ter chegado em casa…

Encontrar ocupada essa “vaga” não reservada, mas sempre utilizada

Com cones de proteção ou placas de estacionamento proibido

Ou sequer desconfiar que ela não esteja mais disponível para nós

É, no mínimo, angustiante…

Desejo de colocar uma placa de uso cativo com letras garrafais nas vagas que “ocupo”

RESERVADO!

Sujeito a reboque!

Alda M S Santos

Fecho os olhos

FECHO OS OLHOS

Fecho os olhos quando não quero ver algo

Fecho os olhos quando quero me isolar do exterior

Fecho os olhos quando quero ver melhor

Fecho os olhos quando quero me conectar com meu interior

Fecho os olhos quando não quero ver o que é feio, o que magoa

Fecho os olhos fingindo não ver, não perceber, não saber ou sentir

Fecho os olhos para me proteger do desamor, das decepções

Fecho os olhos quando quero ver o essencial

Fecho os olhos para ver com outros sentidos

Fecho os olhos para ver a brisa leve arrepiar a pele

Fecho os olhos para ver as ondas batendo nas pedras

Fecho os olhos para ver o voo livre das gaivotas

Fecho os olhos para me aquecer nos primeiros raios de sol da alvorada

Fecho os olhos para absorver bênçãos, para potencializar o bem

Fecho os olhos quando quero ver com os olhos do coração

Como num beijo de amor e entrega

Que tudo vê e sente com os olhos da alma…

Fecho os olhos, tudo vejo, tudo percebo…

Feche os olhos!

Alda M S Santos

À vontade

À VONTADE

Tão à vontade num chinelo de dedos

Quanto num salto Luiz XV

Tão confortável num moletom surrado

Quanto num vestido de gala cheio de brilhos

Tão sensual num baby-doll de algodão de florzinhas

Quanto numa lingerie de seda vermelha

Tão em paz num salão barulhento e dançante

Quanto no silêncio debaixo do edredom assistindo uma comédia

Tão satisfeita diante de um prato de arroz, frango com quiabo e angu

Quanto num restaurante degustando caviar

Tão alegre num voo para um destino paradisíaco e deslumbrante

Quanto na rede da varanda de uma casinha na roça

À vontade todos nós sempre buscamos estar

E estaremos somente quando encontrarmos a paz dentro de nós

Estar confortáveis e satisfeitos em qualquer situação do mundo

Não tem muita relação com o exterior

Estar à vontade no mundo e com os outros

Implica estar à vontade consigo mesmo em primeiro lugar

Isso nem sempre é fácil ou tranquilo, é vai e vem

É busca sem fim, constante, para a vida toda…

Alda M S Santos

Qual nosso limite?

QUAL NOSSO LIMITE?

Numa única vida, de um único ser

Existe um limite daquilo que ele consegue lidar, suportar

Sem se derrubar, sem pedir trégua?

Quantas causas consegue abraçar

Quantas amizades é capaz de dar atenção, tempo, cultivar

Quantos necessitados logra ajudar, se preocupar, estender a mão

Quantas lutas tem forças para travar

Quantas guerras dá conta de apaziguar

Quantas decepções e mágoas consegue abrandar sem ensandecer

A quantas pessoas está apto para amar, se entregar, se doar

Tudo isso de modo verdadeiro e intenso, sem enlouquecer

Sem detonar a si mesmo, sem deixar ninguém na mão?

Existe um estoque que vai baixando

Ou é como mina d’água que, se protegida pelas matas ciliares, jorra sem parar?

Temos matas ciliares o bastante, temos lençol freático extenso?

Qual nosso limite?

Alda M S Santos

Estou viva!

ESTOU VIVA!

Estou no perfume doce e inebriante da flor

Também nos espinhos que a protegem e nos causam dor

Estou no calor escaldante do sol a brilhar

Também na chuva fria que cai fininha sem cessar

Estou na paz e inocência do sorriso infantil

Também na ternura do olhar de um idoso senil

Estou no beijo de um casal apaixonado

Também na saudade de um amor do passado

Estou na brisa suave que acalma, refresca, arrepia a pele e os cabelos balançam

Também nos ventos fortes dos vendavais que assustam e tudo bagunçam

Estou nos acordes suaves da empolgante canção

Também nos corpos grudados que dançam sensuais pelo salão

Estou na claridade da lua cheia ao anoitecer

Também na nebulosidade de um dia em que o sol esqueceu de nascer

Estou na finalização que nos traz todo entardecer

Também na esperança que renasce verdejante em cada alvorecer

Estou no amor vivido, na dor cortante, frustrante

E na vida que se renova no silêncio de paz dos amantes

Estou viva, sou a poesia

E, vez ou outra, me transmuto em versos, em poemas, em magia…

Alda M S Santos

Onde mora seu prazer?

ONDE MORA SEU PRAZER?

Quanto mais largo o leque de opções simples

Quanto maior o número de delicadezas a nos despertar sorrisos

Quanto mais amor tivermos em nosso entorno

Entrando ou saindo de nós

Menos dependeremos de grandes expectativas

Ou da realização de grandes sonhos

Para nos mantermos bem, fazermos o bem

Quanto menos ovos colocarmos numa cesta só

Menor o risco de perder tudo

Menos iremos nos decepcionar

Menor probabilidade de deixar escapar entre os dedos

Todo o prazer de viver

E, assim, sermos mais felizes…

Alda M S Santos

Antes ou depois?

ANTES OU DEPOIS?

Vidas que se dividem entre o antes e o depois

Que se separam entre dois marcos estáveis

Como naquelas fotos pareadas e em “evolução”

Antes e depois de um corte de cabelo

Antes e depois de uma reeducação alimentar

Antes e depois de um procedimento cirúrgico

Antes e depois de qualquer tratamento estético

O antes sempre pior, o depois sempre melhor

E os antes e depois do lado de dentro?

Fotos pareadas da nudez da alma

Marcos de uma alma nua e em evolução

Antes e depois da faculdade

Antes e depois do casamento

Antes e depois dos filhos

Antes e depois do trabalho social

Antes e depois daquela viagem

Antes e depois da aposentadoria

Antes e depois daquela perda irreparável

Antes e depois de uma tragédia ou trauma

Antes e depois de um amor ou amizade…

Antes ou depois?

Dicotomias da vida em que buscamos evoluir

Nos quais os depois nem sempre são melhores

Mas não podem representar estagnação

Existe um “entre” a ligar os antes e os depois

Um “entre” em que toda dor ou alegria ocorre

E o que acontece nesse making-off

É tão ou mais importante que as tão valorizadas imagens congeladas antes/depois

Nossa vida é um continuum

E é nessa continuidade que o mais valioso ocorre…

Antes ou depois?

Eu prefiro o durante…

Alda M S Santos

Viver e deixar viver…

VIVER E DEIXAR VIVER…

Ser sorridente não é estar sempre disposta ou feliz

Ser amorosa não é ser tola

Ser intensa não é ser incansável

Ser amiga não é aceitar tudo

Ser responsável não é assumir falhas alheias

Ser inteligente não é ser infalível

Ser família não é ser excludente, esquecer dos outros

Ser confiante não é ser assim tão facilmente enganada, como pensam

Ter esperança, ter fé não é ser bitolada, desprovida de raciocínio

Ser amor, ter um amor, não é se anular

Ao contrário, é ver no amor do outro

Motivo para ainda mais se amar…

E se doar…

Ser mulher, humana, é encontrar a si mesma

Em todas as suas fragilidades e forças, erros e acertos

É transformar lágrimas em aprendizado

É se regalar nas alegrias, mas não negar a dor, a saudade

É sofrer se preciso for, pelo tempo necessário para se recompor

Mas nem por isso estacionar…

É usar as decepções como liga para nova construção

É ser carinho sempre, é usar a arma mais poderosa do universo:

O amor!

Aquela que só nós podemos carregar, destravar, apontar, atirar

Viver e deixar viver…

Alda M S Santos

Um grupo, um violão

UM GRUPO, UM VIOLÃO

Um grupo, várias vozes, um violão

Uma roda, ao ar livre, numa tarde gostosa no sabadão

Nem precisa ser muito afinado, não

Basta que tenha vontade, carinho, amor e atenção

Que as músicas sejam de uma época saudosa, refinada seleção

Que tragam boas lembranças e animação

Que despertem desejo de cantar, de dançar pelo salão

Que haja poesia nos versos singelos e amorosos da canção

Que sequer se importem com qualquer limitação

Que a gente perceba em cada voz que vibra o pulsar do coração

Em cada sorriso que se abre a luz que brota da gratidão

Em cada palavra terna a sincera satisfação

Em cada abraço, a troca do amor precioso, o amor irmão!

Alda M S Santos

#carinhologos

Anti-Gênio

ANTI-GÊNIO

Chateada com a vida ela tropeça numa lâmpada e a chuta longe.

Sem esfregadinha a lâmpada se acende e logo um gênio cansado aparece.

“Oba! Já sei! Tenho direito a três pedidos!” -ela diz

“Sou o Anti-Gênio, vou retirar três coisas de você!”- ele fala impassível.

“Como assim?”- ela se assusta

“Vou levar três coisas suas, mas deixo você escolher quais.”- retruca

“Mas não tenho nada valioso que você possa querer”

Ela reclama, pede, implora…e nada…

“Se você não escolher eu levo o que quiser”- rebate.

E na lâmpada vão aparecendo as cenas da sua vida

Presas na lâmpada longe dela tudo que pretende destruir

Com as pessoas que ele pretende levar:

Seus pais cuidando dela com carinho

Os irmãos brincando com ela na rua de terra

Os amigos queridos da escola, da igreja

Seu casamento, seu parceiro de todos os dias

Os filhos queridos, tão lindos, tão seus, tão pequenos ainda…

A saúde, a disposição para o trabalho

As amigas sempre presentes…

A cada cena que passava ela chorava e dizia: “isso não”!

“Por que você não procura alguém com muitos bens”?- desabafou

“Isso eu já tenho, quero coisas valiosas”…

“Mas tudo isso é valioso apenas para mim! De que servirão para você”?

“São valiosos para você? Achei por aí….”- pergunta o Anti-Gênio

Ela não sabia o que dizer temendo afirmar que sim, que eram muito valiosos

E ele levar a todos…

“São tudo que eu tenho, não quero mais nada, apenas que fiquem comigo”…

Ela estendeu a mão e foi tocando com carinho as cenas na lâmpada

Cada uma que tocava ia desaparecendo

Voltavam para dentro de si…

E o Anti-Gênio, sem nada mais dela preso em sua lâmpada,

Foi em busca de outras coisas valiosas perdidas de seus donos…

Tudo é tão leve, tão fugaz

E pode escapar de nossos dedos e ir embora a qualquer momento…

Alda M S Santos

A IGREJA QUE SOMOS

A IGREJA QUE SOMOS

Igreja não se faz sozinha

Igreja não é só templo de pedra

A igreja não são eles, não são os outros

A igreja que queremos

Somos nós que construímos

Um pouquinho Dele em cada coração

Que se alastra e se propaga para outros corações

Que incendeia com a luz do Espírito Santo, que contagia

Sem demagogia, sem hipocrisia

Com humildade e humanidade

Como nos propósitos dos jovens do EJC- Encontro de Jovens com Cristo

“Ficar mais próxima de Deus”

“Complementar meu caminho até o Pai”

“Agradecer e fazer o bem”

Todos temos nossos objetivos

E podemos escolher: participar, ajudar, não atrapalhar, ou só criticar

A igreja “melhor” do mundo

É aquela que brota em nossos corações

E nos torna melhores, cada dia mais humanos…

Alda M S Santos

Onde está nosso coração

ONDE ESTÁ NOSSO CORAÇÃO

Não precisa procurar muito, bobagem ir longe

Parte de nosso coração sempre estará onde mais nos dedicamos

Onde derramamos nossos dons, nosso trabalho prazeroso

Nosso carinho, nossa amizade, nosso amor

Passe o tempo que passar, seja qual for a distância

Reencontrar pessoas, rever espaços

Lugares que passamos boa parte de nosso viver

Onde estão nossas digitais emocionais

Receber o carinho sempre tão especial

Daqueles pequenos seres que se doam sem medidas

Não tem como não sentir uma emoção, felicidade e saudade profunda…

Enquanto eu me emocionar numa escola

Enquanto me encantar com crianças aprendendo

Com o carinho tão espontâneo delas

Irei agradecer por ter podido ensiná-las e aprender com elas tanto tempo

Saberei que meu coração sempre estará “enterrado” ali…

E, principalmente, na marquinha especial que levam de mim no peito

E que eu trago delas comigo…

Vivemos nas marcas que deixamos nos corações alheios

E nas marcas que carregamos deles conosco…

Alda M S Santos

Brotos de vida

BROTOS DE VIDA

Aquela flor que precisa “morrer”

Suas raizes em batatas necessitam do repouso do solo

Do calor do sol a aquecer a terra

Da água que chega na hora certa

Para que possa romper-se em brotos

E buscar a luz do sol

O sorriso de satisfação de quem por ela esperou

De quem nela acreditou, ou não

Como fênix que renasce das cinzas

Como urso que desperta pós inverno e longo hibernar

Como o sol que se “apaga” e se acende todas as manhãs

Como o amor que mantém-se vivo em meio a tanto desamor

Sabe o momento de se proteger na distância ou na indiferença

E, como flor, procura preservar a raiz das tempestades

Recolher-se é necessário, é sabedoria

Parecer morrer é juntar energia

Para renascer mais forte

A luz brilha mais intensamente onde antes foi escuridão

Para quem tem no coração a força que vem da esperança…

Alda M S Santos

Um dia nosso sol irá se por

UM DIA NOSSO SOL IRÁ SE POR…

Um dia nosso sol irá se por

Seu brilho descerá calmamente atrás da serra

Com cores lindas se apagando no firmamento

Um dia nosso sol irá se por

Nossos dias serão um entardecer infinito

Com ou sem arrependimentos por quem aqueceu ou deixou de aquecer

E isso não mais irá importar

Um dia nosso sol irá se por

Nossos sorrisos não iluminarão mais nossos rostos

Nossa alegria não mais irrigará nossos corações

Um dia nosso sol irá se por

Levará consigo o chiado de quando quase se afogou em nossas lágrimas

Sem expectativas de um amanhecer por aqui

Deixando um rastro de luz, vida e brilho por onde passou

Um dia nosso sol irá se por

Mas não será hoje

E quando isso acontecer, não irá doer

Não importarão as partes escuras enfrentadas

As lembranças nas sementes que fez germinar

E a luminosidade que deixou noutros corações

Serão o suficiente para nascer noutro lugar

Um dia nosso sol irá se por

Mas não será hoje…

Um dia, quando eu me apagar por aqui

Espero nascer um pouco em você, em vocês

Que me amaram e que eu um dia amei…

Alda M S Santos

Onde há mar

ONDE HÁ MAR

Onde há mar, amar é fácil

Os sonhos são leves e a realidade vem em ondas calmas

Ou se vier forte e derrubar nossos castelos

Achamos divertido e construímos de novo

Onde há mar, amar é fácil

Se a maré ficar alta, mesmo havendo ressacas

Lembramos apenas das calmarias

Onde há mar, amar é fácil

Mesmo “temperados” com tanto sal

As doçuras de cada um se sobressaem

Onde há mar, amar é fácil

À beira d’água qualquer caminho é leve e suave

E, se o cansaço chegar, um mergulho relaxante é o suficiente para se renovar

Onde há mar, amar é fácil

Debaixo de um céu tão intenso e tão azul

Nossas nuvens cinzentas ficam envergonhadas e se recolhem

Fazer amor é deliciosa e sutil consequência

Onde há mar, amar é fácil

Ainda que as águas estejam geladas

Mergulhamos fundo, saltamos ondas, lavamos a alma

Onde há mar, amar é fácil

Faça sol ou faça chuva,

O calor vem de dentro de nós

Onde há mar, amar é fácil

Mesmo nas noites escuras, sentimos sua força, podemos ouvir seu chamado

Onde há mar, amar é fácil

Desde que tenhamos decidido à priori que seria assim

Que o amor seria prioridade…

Alda M S Santos

Ilha deserta

ILHA DESERTA!

Estar numa ilha, ser uma ilha, desejar uma ilha…

Ilha sempre desperta o romantismo em nós

Ilha levanta questões de sobrevivência

Ilha nos leva à doce e confusa adolescência

Ao romantismo e sonhos exacerbados

“Quem você levaria para uma ilha deserta”?

E sempre pensávamos naquele nosso amor platônico

Muito longe, tanto ele quanto nós, da Brooke Shields e Christopher Atkins

Da venerada, ilusória e reprisada Lagoa Azul

Mas “Ilha” sempre terá para nós essa visão nostálgica

De náufragos em busca de algo, de alguém, de pureza, de amor

Ainda que seja a busca de nós mesmos

O quanto nos afastamos dos sonhos da Lagoa Azul?

Ainda gostaríamos de ir com alguém para uma Ilha deserta?

Quem levaríamos hoje para a Lagoa Azul?

Não vale levar e deixar lá!

Amadurecer não implica necessariamente em não acreditar em paraísos!

Amadurecer é tornar nossa ilha um paraíso, deserto ou habitado!

Alda M S Santos

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