APENAS UM BRONCO
“Queria ser apenas um bronco”
Daqueles dos confins do sertão
Ter toda a “ciência” da natureza
Do mesmo modo que tem a ciência da mente, das emoções
Sem complexidade, sem grandes devaneios
Ter toda a esperança advinda da fé
Toda a paz que a consciência da finitude da vida permite
Nada de grandes preocupações ou conjecturas
Nada de medos, culpas, traumas, desafios intransponíveis
Apenas a certeza que, mesmo em dias difíceis,
Tudo está em seu devido lugar
Não luta contra monstros imaginários
Aceita e abraça o que a vida apresenta
O sol nasce, se põe, a lua surge, as estrelas brilham
O galo acorda a todos, a chuva cai, as árvores produzem
Pessoas nascem, morrem, chegam e se vão
Algumas nos amam, outras não
Somos apenas parte de um universo maior
O rio segue seu curso…
E o bronco que nada tem de complexo
Simplesmente, vive…
Não entende das grandes (des)conexões que afetam os demais
Suas conexões físico/emocionais não se perdem
E, por isso mesmo, mantém-se inteiro
Bronco? Quisera ser…
Alda M S Santos
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