E SE…
E se pudéssemos escolher
Entre o poder e o dever
Entre o ficar e o partir?
E se pudéssemos escolher
Entre o parar e o andar
Entre o chorar e o sorrir?
E se pudéssemos escolher
Entre estar só ou acompanhado
Entre viver ou deixar-se viver,
Ativo ou passivo, autor ou personagem?
E se pudéssemos escolher?
Sempre podemos, mas a cada escolha, uma renúncia
A cada renúncia, uma possível dor…
Alda M S Santos
HUMANIDADE FALHA…
São dois milênios e a humanidade continua falha
Como humanos racionais a gente ainda se atrapalha
Invasões e “descobertas” de terras já habitadas
Dinheiro e ouro ditando ações inimaginadas
Quase submissão dos mais frágeis povos originários
Imposição da força, ameaças, agir arbitrário
Do “nunca mais” dito ao holocausto emudecemos
Tanto horror e desumanidade esquecemos
Fome, abusos, roubos, moléstias exclusão
Vergonha dessa humanidade sem coração
Que se julga superior e causa tamanha dor e comoção
A vida uma hora cobra tanta agressão
A um povo, uma raça, natureza sob pressão
A conta vai chegar… terá de nós compaixão?
Alda M S Santos
Mais no meu blog vidaintensavida.com
#holocausto #crisehumanitaria #yanomamispedemsocorro #Brasil
MORADA DA SAUDADE
Onde não há vícios do olhar
Quando não estamos anestesiados pela mesmice
Onde nosso olhar se fixa, se demora
Onde nossa vista repousa, encanta, chora
É morada da alma, não queremos ir embora
Onde o coração pulsa em ritmo bom, saudável
O sorriso se abre fácil, nada é imutável
Mas tudo que chega é por amor, boa tradição
Aquilo que fica, não por estar numa prisão
Mas há liberdade de ser e estar, ir e voltar
O prazer de se chegar é na vida melhor emoção
Onde a saudade entra, senta e toma um café
Quando tudo que se fala, ouve ou se quer
É descansar corpo, alma, partilhar sonhos, fé
Onde nos sentimos bem quando nus
A exposição é boa, não causa nenhum mal
É onde reabastecemos nossa energia vital…
Nesse lugar a saudade mora e quer sempre estar…
Alda M S Santos
A NAVE DA SAUDADE
Saudade é aquele aperto que ora alegra, ora dói
Mergulho nas lembranças que por vezes corrói
Pode causar tristeza, mágoa por algo perdido
Ou alegria e gratidão por ter aquilo vivido
Uma música, um lugar, um bom aroma
Sentidos alertas, a saudade logo aciona
Desejo grande de entrar na nave do tempo
Poder voltar e descer em qualquer momento
Bom seria viver de modo a deixar saudade
Em todo tempo ao máximo ser felicidade
Passado, presente ou futuro abastecidos
A alma se alegra e curte sem dor a realidade
Alda M S Santos
CHEIRO DE SAUDADE
Estradas que passamos, deixamos de passar
Caminhos ainda por curtir, transitar
Minas Gerais com suas belas estradinhas
Pequenas e aconchegantes paradinhas
Saudade de quem ficou lá atrás
Saudade do vivido, mesmo que fugaz
Expectativa do que terá pela frente
Que faz bater o coração da gente
Aquela nostalgia que mora na simplicidade
Que faz a alma doer de felicidade
Sentidos todos alertas alimentam a saudade
Saudade é uma controvertida emoção
Ora doce, ora amarga a sensação
Mas sempre, sempre pede gratidão
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: DEPOIS DO FIM
Irei até aquela curva lá na frente
Com esse propósito, sigo sem parar na caminhada à beira-mar
Areia macia a afundar meus pés deixando pegadas
Sempre me lembro da parábola “Pegadas na Areia” quando o faço
Na curva, o caminho, que parecia acabar, continua…
Que há depois daqueles coqueiros?
E aquele coqueiro envergado pelo vento é meu próximo objetivo
Entro no mar, devagar, água fria na pele quente, gostoso…
Choque térmico de vida!
Fujo correndo de uma onda enorme
Umas pessoas riem, de mim ou para mim?
Não importa, retribuo e sigo até o rochedo, o coqueiro ficou para trás
As rochas disformes seriam o fim da caminhada
Subo nas pedras, as ondas ali arrebentam agitadas
Parecem querer despertar as pedras para a vida
Ajudá-las a sair dali, arrancá-las da mesmice, andar pelo mundo
Piso devagar, são cortantes e escorregadias
Sento, reflito, cair dali seria o fim, muito alto e perigoso
Quantas pessoas já pularam dali querendo ir além disso aqui?
Do outro lado o caminho continua com areia, coqueiros, rochas e curvas…
Depois do fim sempre há outro caminho
Ainda que a gente não consiga vislumbrá-lo
Olho para trás lá embaixo, minhas pegadas se apagaram
Queria tanto estar no colo Dele!
Uma brisa suave balança meus cabelos, acaricia minha pele
Sim! Ele está aqui!
Retomo meu caminho de volta, não estou só!
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: MOMENTOS ILHA
Há momentos que somos mar
Imensidão encantadora e perdida
Há momentos que somos céu
Voo e livre imaginação
Há momentos que somos terra
Pés no chão, dor no coração
Há momentos que somos fogo
Irritabilidade e inconstância, desejo de mudança
E há momentos em que somos ilha
Isolados em nós mesmos em busca de nós
Sem perceber o que nos cerca
Que em nossos momentos ilha
Estejamos cercados do bem
Por todos os lados…
E que a gente possa se afinar com ele…
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: MARCAS DE PRAIA
E a viagem acabou…
Será? O que restou?
Trazemos mais que marquinhas de biquíni no corpo,
Mais que uma pele dourada ou cabelos rebeldes,
Mais que fotos maravilhosas e sorridentes,
Mais que uma concha, tattoo ou souvenir,
Muito mais do que se pode ver.
Vai além do que está aparente.
Trazemos marcas impressas na alma,
Energia renovada, lembranças boas,
Carinho de um povo interessante e lutador,
Uma cultura diferenciada, lugares lindos.
Tudo isso vira massa a se moldar dentro de nós.
E o que ela se tornará só depende de nós mesmos,
Da combinação do que já somos com o que recebemos.
Nunca voltamos os mesmos de uma viagem.
Felizmente!
Alda M S Santos
ELA CAMINHA
À beira-mar ela caminha
Olha longe no horizonte
Sempre gostou muito de caminhadas
Nas avenidas, nas estradinhas de terra
Na beira de um rio, nas matas, montanhas…
O corpo é exigido, a mente trabalha, vai relaxando
A alma se abastece de belezas, de levezas
Busca um veleiro que navega sozinho ao longe
Quem estará ali? Será feliz?
Uma gaivota que mergulha atrás de alimento
Uma lancha de transporte de aluguel num cais improvisado
O vento desarruma seu cabelo, arranca o chapéu
Levanta sua saída de praia, refresca a alma
As ondas quebram a seus pés espumando e se recolhem de volta ao mar
“Tragam coisas boas, levem as ruins”, ela profetiza
Chuta a água, chuta os problemas, inspira e expira fundo
Sente os músculos sendo exigidos
Tensão, relaxamento, prazer…
Vê uma família de golfinhos nadando despreocupada
Um casal enamorado se exercita debaixo de um coqueiro
Como seria morar ali?
O encanto seria o mesmo?
Faria essa caminhada diária?
E ela segue…
Caminhando, chutando a água, refletindo
Sugando da natureza tudo que consegue de maravilhoso
Aprende com ela, seu ir e vir constante…
Enchendo-se de coisas boas, esvaziando-se do que faz mal…
Ela caminha…
Alda M S Santos
ETARISMO?
Criança brinca, adulto trabalha, idoso descansa
Via de regra, é o costume, a norma, o conceito
Fugiu disso já vem julgamento, o pré-conceito
Criança estuda, adulto namora, cria família
Idoso dorme, joga dama, faz a sesta, letargia
Criança trabalhar, adulto descansar e idoso namorar gera conflito
E já se quer resolver tudo na exclusão ou no grito
O que não se sabe é que cada um tem em si
Uma criança, um adulto, um idoso para emergir
Se se respeita os próprios limites e não fere ninguém
Quem poderá julgar o que se passa com alguém?
Sou quem eu quiser com amor e respeito
Nesse mundo tão desumano se for bater no peito
Que seja para dizer: vivo com magia, com alegria
No mais, cada qual seja feliz em sua (ir)real fantasia
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: ESSÊNCIA DO EXISTIR
Voltar é reavaliar, é reconsiderar
É refazer a memória, um lugar
É dar continuidade também
É repensar o que nem sempre faz bem
Voltar é um modo de restaurar
Ainda que momentaneamente
Algo que ficou lá atrás
Mas ainda nos atiça, se faz presente
Mesmo em momento fugaz
Voltar é possibilitar o prosseguir
Pois nesse constante ir e vir
Está a essência de nosso existir
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: AFOGANDO…
Afogue em sorrisos toda lágrima insistente
Num mar de águas claras toda dor persistente
Afogue em bons pensamentos aquilo que fere
As lembranças ruins não deixe que perseverem
Afogue em abraços suas mágoas e carências
Em beijos de carinho, tristeza e maledicências
Afogue na beleza desse sol, desse céu
Aquilo que já não cumpre mais seu papel
Afogue em amor próprio o olhar torto
Para inveja e rabugice, faça-se de morto
Se te faz mal não deixe atracar em seu porto
Toda praia e todo mar é sempre bom lugar
Para nunca desistir de seguir, de sonhar
Estar aqui é presente, vamos aproveitar!
Alda M S Santos
Série Praia e Mar:
CORPOS DE PRAIA
Há gente a “desfilar” pra todo lado
Homens, mulheres e crianças
De todo tamanho, biotipo, idade
Passeando, descansando, de qualquer nacionalidade
Gente mais tímida, acanhada
Gente mais desinibida, com mais vaidade
Brincando, se bronzeando, banhando no mar
Ninguém parece preocupado se está nos padrões
De beleza, estética ou se alguém irá julgar
Bom mesmo é estar com saúde
Para poder de tanta natureza desfrutar
A vida é demasiado curta para com tão pouco se preocupar
Vale mesmo estar por aqui, divertir, agradecer
Corpo de praia é aquele que sabe com leveza viver
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: PINTURA DE DEUS
Foi feita com todo carinho por Deus
Para alegrar todos os filhos seus
Um mágico e delicado pincel
Em aquarela colorindo o lindo céu
Numa tela em branco tanta magia
Cada detalhe pensado com maestria
Em tons verde, azul, anil degradé
Arco-íris divino, faltam palavras pra descrever
Basta olhos para ver, coração para sentir
Pulsando no vem e vai desse existir
A brisa que passa nos leva a refletir
Parados aqui nos sentimos parte
Dessa pintura de Deus, belo encarte
Um quadro, uma moldura, pura arte
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: NAS NUVENS
O dia pode estar quente, ensolarado
Céu azul de branco mesclado
Na areia da praia ou sob o luar
Dá vontade de ali para sempre ficar
Pode estar escuro, nuvens pesadas
Ar carrancudo, almas amedrontadas
Não importa, o coração pede companhia
Daquelas aconchegantes, que trazem alegria
Nuvens chamando para nelas voar
Corações enamorados a se amar
Nas nuvens com você quero passear
No chão ou no ar, na terra ou no céu
Vou por aqui rasgando o véu
E a vida sendo pintada com firme pincel
Alda M S Santos
Série Praia e Mar: ILHA DOS DESEJOS
Numa Ilha dos Desejos
Que buscamos?
Desejos que brotam, que crescem, sufocam, aumentam até o horizonte
Onde o mar encontra o céu
Numa linha azul que se funde, se confunde, degradè?
Ilha dos Desejos
Que buscamos?
Desejos que se suavizam, se arrefecem, se amortecem em ondas tranquilas
Até esmorecer e sumir na areia da praia?
Ilha dos Desejos…
Que encontramos?
Desejos despertados ou satisfeitos, realizados?
Olho para tanta beleza e impotência dessa ilha
Desse mar azul, céu anil, coqueiros ao sabor do vento
E constato, afinal, que a verdadeira Ilha dos Desejos
Capaz de fazer nascer e morrer todo e qualquer desejo
É aquela que só nós temos a chave
Mas que nem sempre controlamos a entrada:
Nossos corações!
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: GRÃOS DE AREIA
Numa imensidão de mar,
Somos apenas uma gota d’água
Nas areias que circundam a praia
Somos apenas um grãozinho,
Numa floresta de puro oxigênio,
Somos mais um a consumi-lo,
Num mundo repleto de seres humanos
De infinitas belezas e grandezas,
Somos apenas um a mais.
Não somos mais, não somos menos.
Mas apenas a sensação de ser amado
De ser importante na vida de alguém
Faz-nos sentir maiores que o mundo,
E pequenos perante o amor.
O amor que nutrimos pelos outros,
Nos faz ser o próprio mar, todos os grãos de areia
O próprio ar que respiramos.
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR:
ÁGUA QUE VEM, ÁGUA QUE VAI…
Água que vem, água que vai
Água salgada capaz de adoçar
Um coração feliz que chega nesse lugar
Eu voltei para você que ficou me aguardando
Encanto da natureza, céu, sol e mar
Ondas feito lembranças querendo me levar
Para a imensidão desse oceano, viajando
Lambendo meus pés, a alma refrescando
Doce convite para brincar de mergulhar
Fico em paz, sol ou nuvens, não importa
Meu céu sou eu quem faço, dou abraços
Escolho o que quero ver, faço laços
Uso o filtro que me cabe
Com a sutileza da alma…
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: ENTRELACES
Há muitos entrelaces de pernas
E poucos entrelaces de sonhos, de ideias
Não basta entrelaçar as pernas
Se o coração seguir solitário
Não basta entrelaçar os braços num abraço
Os corpos num encaixe perfeito
Se a alma não estiver junto, se ela não souber se alegrar com isso
Não basta o dar-se as mãos, os pés caminhando em paralelas
Se o caminhar das ideias seguir por caminhos diversos, controversos
Unam as mãos, as pernas, os braços, os corpos
Sintonizem os corações e as almas na mesma estação
E façam o melhor amor, o amor simples, quase perfeito
Aquele que atinge todas as esferas do nosso ser
E nos deixa em paz, sem agitos, sem sustos, medos, culpas ou atropelos
O mais natural possível, além do oceano, noutra dimensão…
Alda M S Santos
SÉRIE: PRAIA E MAR:
PARA TODOS…
Não dá para imaginar maior diversidade
Dentro ou fora d’água o que se vê é a realidade
Gente de toda cor, sexo, estatura, peso, idade
Toda condição social, cultural, nacionalidade
Pele branca, preta, bronzeada ou tatuada
Corpos que desfilam jovens ou velhinhos
Uns mais perfeitinhos, outros mais caidinhos
Mais expostos ou não, tudo é diversão!
Gente enamorada, se atrai, se beija, grudada
Idosos caminham devagarinho, mãos dadas
Adultos esquecem seus castelos desfeitos
Na praia feito crianças fazem castelos de areia
De tudo se vende, se expõe, se comercializa
Para evidenciar o belo, elevar autoestima
Gente de todo tipo em nada economiza
Para amenizar o que desagrada, causa ojeriza
Nessa diversidade sol e mar são para todos
Não escolhem ninguém, são acolhedores
Num eterno vai e vem, esconde e aparece
Se a gente permitir curam nossas dores
Alda M S Santos
EU SOU…
Sou aquela que intensa e alegre chega
Sou amor, carinho que se aconchega
Sou triste, desanimada, acabrunhada
Nessa vida tantas vezes desordenada
Sou aquela que se vai, que chora e sorri
Que briga pelo que quer, sem desistir
Ora frágil, ora forte, ora sem norte
Tentando não depender muito da sorte
Sou aquela que precisa de gente
Para ficar bem, ser mais contente
Não abro mão de um pouco de introspecção
Aquela que se obtém na solidão
Sou apenas mais um alguém
Que erra, que conserta, que acerta também
Encontro a paz na natureza, na simplicidade
Num amor pleno, verdadeiro e sem maldade
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: À BEIRA-MAR
Caminhar é muito bom
Sensação de ir andando e deixando para trás tudo que faz mal
Buscar à nossa frente coisas novas, novos ares…
À beira-mar, prazer inenarrável.
A brisa ajuda a empurrar para trás o negativo
A areia macia dificulta os passos, acelera os pensamentos
Ajuda a mente a esquecer o que machuca
A processar o novo que bate à nossa porta sempre
A água que vez ou outra nos convida a brincar
Como criança correndo, indo e vindo, barulhenta
Sol gostoso que aquece
Água fresca que molha
Numa troca boa de sensações…
Algumas pessoas para lá, outras para cá
Parecem fazer o mesmo
Umas acompanhadas, outras sós
Cada uma atrás de seus óculos escuros, mergulhadas em seu mundo particular
Para completar essa catarse
O convite para brincar é aceito
Saída de praia, chapéu e óculos na areia
Observam o mergulho naquelas águas que revitalizam
Se pensassem perceberiam o risco de serem ali abandonadas para todo o sempre…
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR: MUNDO QUE DESCONHEÇO
Aquele mundo lá fora que desconheço
Não sei se me causaria tristeza ou apreço
Não sei se estará claro ou escuro
Sei lá se vale a pena sair de cima do muro
O desconhecido na natureza das pessoas
Pode ser a beleza que nos afeiçoa
Desvendar tudo isso pode dar trabalho
Muitas vezes deixa a alma em frangalhos
O desconhecido na praia ou além mar
Mexe com nosso interior, deixa a pensar
O oceano pode ser até assustador
Mergulhar fundo será que causaria dor?
O desconhecido em nós nos medronta
Nem sempre bancamos tal afronta
Bater de frente com nossa realidade
Será mesmo o caminho da felicidade?
Alda M S Santos
COMBINANDO
Há coisas que são meio descombinadas
Tipo a chuva em praias ou enseadas
Um amor que não anda de mãos dadas
Ou a Lua que não atrai almas enamoradas
Não combina praia sem Sol e biquíni
Bom é água de coco, cerveja ou Martíni
Um corpo se bronzeando na esteira
Outro ao lado jogado na espreguiçadeira
Praia com crianças e castelos na areia
Mocinhas desfilando seu corpo de sereia
Peixe, camarão, especiarias do lugar
Muita gente brincando e nadando no mar
Verão, praia, sol e calor
Tudo isso juntinho com amor
Faz quaisquer férias serem divinas
Por isso ruso isso a gente combina
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR
DEIXA EU TE BEIJAR …
Céu que beija o Sol
Sol que beija o mar
Mar num suave balançar
Beija a todos nesse lugar
Vem beijar a areia, em busca da sereia
Muito calor, logo se incendeia
Brisa que refresca beija minha testa
Nessa doce tentação faz pulsar o coração
No ouvido um leve, breve e lento sussurrar
Faz rapidinho eu também te beijar …
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR
MINEIRO É ASSIM:
Mineiro é assim: uma praia não enjeita
Já chega botando banca
Não há Sol que faça desfeita
Gosta dessa cor, desse cheiro, desse ar
Dessa brisa com dom de refrescar
Logo ali um convite chamando do mar
Venha nessas águas mergulhar…
Vamos?
Alda M S Santos
SÉRIE PRAIA E MAR
SABEDORIA
Viver a sabedoria do deserto
Proteger-se do calor intenso
Cuidar-se nas tempestades de areia
Logo a noite chega e com ela o frio intenso
Poupar energias para desfrutar do oásis
Viver a sabedoria da Lua
Ainda que sozinha, brilha, encanta, inspira
Sem orgulho, reflete a luz que recebe
Sem perder a própria essência
Viver a sabedoria da infância
Se há saúde, sol e amigos, chorar para quê?
A vida aguarda no quintal ou na rua
Cada dia traz consigo a própria magia
Viver a sabedoria da areia
Deixar-se moldar pelas ondas
Na certeza de que nada é eterno
Nem a tormenta, nem a calmaria…
Alda M S Santos
Mais no meu blog vidaintensavida.com
QUAL O PREÇO?
Tudo nessa vida tem um preço
Que é cobrado todo o tempo da gente
Pagamos pelo excesso, pela falta
Dor ou alegria, aquilo que está em pauta
Pagamos pelo que passa na mente
Por tudo que se vive, simplesmente
Pagamos por seguir o caminho
Rápido, lento, acompanhado ou sozinho
Pagamos por ficar parados, estacionados
Por não tomar frente, ficar de lado
Pagamos por mudar, crescer, evoluir
Pagamos também por cair, por regredir
Pagamos pelo amor que nos permitimos
Pelo que recebemos, pelo que doamos
Pelas amizades que felizes carregamos
Pelos fardos leves ou pesados que levamos
Ah, se por tudo se paga um preço
Melhor escolher bem o que se leva com isso
Bom refletir bem o custo e o benefício
Olhando o que você tem, sem artificios
Tem valor pelo preço que está pagando?
Alda M S Santos
AQUELES DIAS
Aqueles dias dos quais ninguém está livre
Cuja vontade é achar um cantinho para hibernar
Sem ninguém para incomodar
Nada ou tudo falar, pensar, repensar, adormecer
Quando não conseguimos o quebra-cabeças montar
E tudo que queremos é sair desse mal-estar
Onde será esse lugar?
Será preciso num avião decolar
Ou num barco alcançar o alto mar
Ao volante dirigir sem rumo até cansar
Ir até o céu com as estrelas e a Lua conversar
Num foguete à via láctea chegar
Ou será que está mais perto e bastaria apenas
Mergulhar nos recônditos secretos de nosso ser
Sorrir, chorar, brigar, apaziguar, debater
E ali ficar até desfalecer ou renascer…
Alda M S Santos
FINS E MEIOS
Fins, meios…qual seu objetivo
Qual o meio para torná-lo real
Será que isso é mesmo subjetivo
Ou há algo que legalize o normal?
Só importa o que você quer e almeja
Independente do que se põe na bandeja
Ou há certas leis, limites e restrições
Que impedem alguns tipos de ações?
Os fins são nossas metas, são importantes
Lutar por elas deve ser nosso plano constante
Cuidando daquilo que é correto ou relevante
Meios que vilipendiam ou ferem pra vencer
É o limite que devemos sempre estabelecer
Não é bonito o meio que destrói para viver
Alda M S Santos
SEXTA-FEIRA, TREZE
Sexta-feira treze, dia de cuidar de nossos gatos pretos
Sejam eles quais forem
Sexta-feira treze, dia de proteger nossos bichinhos
Daqueles que têm o “azar” da ignorância
E neles descontam suas fobias, superstições e preconceitos
Sexta-feira treze, quatorze ou quinze
Com gatos pretos, cães marrons ou pessoas amarelas
Debaixo de uma escada ou sobre um arranha-céu
Dia de acreditar que a sorte se faz todo dia
Começando com ambos os pés
Dia de saber que despedidas são sempre tristes, sobre pontes ou não
Que fazer caretas é feio todo o tempo, que calçados virados são apenas distração
Sorte somos nós que fazemos, de segunda a segunda
Primeiro a trinta e um, a gosto de Deus
De preto, de branco ou multicolorido
Tendo ou não os pés varridos
O amor não será varrido de nós
Se mantivermos atitudes de bondade, sabedoria e compaixão…
Boa sexta-feira a todos! ❤️
Alda M S Santos
QUAL A FONTE?
Qual a fonte?-essa é a pergunta do milhão
Com critério, cabe a todos nós a investigação
Em tempos de notícias falsas aos montes
Precisamos de bom olhar, que se confronte
Se não sabe de onde vem, se não conhece
Veja qual o interesse ali que prevalece
Tem base sólida, é legal, constitucional
Ou visa a discórdia e destruidor vendaval?
Há muita gente sendo de modo vil enganada
Também há quem faça a balbúrdia desejada
É preciso muita sabedoria, cuidado e atenção
A religião está sendo usada na contramão
Alda M S Santos
PERDÃO!
Perdão, quando não soube caminhar por esse chão
Pelas vezes que disse sim, quando deveria dizer não
Ou, quando ao contrário, faltou coragem para o sim
Sabendo que ele que me traria pra mim
Perdão pela afobação, pela impaciência
Pela falta de esperança ou resiliência
Por desistir muitas vezes, cansada
Por não ter visto nenhuma luz nessa estrada
Perdão a mim mesma, quero leveza
Perdoar, perdoar-se, seguir nossa natureza
A culpa é um fardo muito pesado
Quem perdoa a si e ao outro é abençoado
Perdão não implica seguir na mesma situação
Ele é luz para nova estrada, nova sensação
Sem a bagagem do ontem, do passado
Coma alma leve, o futuro vem bem anunciado
Alda M S Santos
UM ERRO NÃO CONSERTA O OUTRO
Um erro não conserta o outro, isso eu sinto, isso eu penso
Violência nunca é solução, independente da motivação
Direita, esquerda, não importa, democracia é a solução
O que faz de nós humanos civilizados é a ponderação
A barbárie nos faz regredir ao animalesco, ao criminoso
Brasil precisa se lembrar que é povo pacífico e grandioso
Alda M S Santos
LIVRE-ARBÍTRIO?
Como lidar com esse mundo?
Gente maltratando gente, jeito imundo
Nação contra nação, irmão contra irmão
A natureza que grita por salvação
Como lidar com discriminação e corrupção
Cidadão que se acha dono da situação
Ofendem e maltratam a natureza
Flora, fauna…a vida perde sua riqueza
Humanos que condenam outros humanos
Causando na humanidade grandes danos
O amor já não é olhado com simpatia
O ódio tem alcançado o alto, a soberania
Como somos olhados pela Criação
Que Deus pensa desse viver sem compaixão
Vai nos dar corda, respeitar nossa decisão
Ou livre-arbítrio não será boa opção?
Alda M S Santos
OS NOMES DA SAUDADE
Saudade: muitos nomes no coração da gente
Tem a infância que é lembrança envolvente
Subidas em árvores, banhos em água corrente
Brincadeiras no sol ou na chuva, batata-quente
Adolescência onde tudo é pra ontem, urgente
Sensibilidade à flor da pele, dói o indiferente
Um amor que tem cara de ser pra eternidade
O mundo parece ora bom, ora mau de verdade
E a vida segue criando doces saudades
Daquelas que marcam a infância, a puberdade
A juventude, a vida adulta, marcas tatuadas
Na pele, no coração, na alma eternizada
Saudade é assim, do vivido ou desejado
Do que foi ou não foi, daquilo deixado de lado
As escolhas boas ou não também fazem parte
A melhor saudade se chama reciprocidade
Alda M S Santos
AINDA É!
Barco ancorado no porto ainda é barco
Trem atracado na estação ainda é trem
Aeronave pousada no hangar ainda é aeronave
Passarinho quietinho no ninho ainda sabe voar
Povo cansado de acreditar ainda pode confiar
Repouso e atividade, tempos que todos temos
Reabastecer energias, encher o tanque
O barco ainda almeja desbravar oceanos
O trem quer seguir novos trilhos
A aeronave vislumbra as alturas, o espaço
Passarinho sabe que sairá voando do ninho
E nós? Há uma esperança que nos alimenta
Uma fé que nos anima e apascenta
A coragem de ser novo humano e sonhar
Ser barco, trem, aeronave, passarinho
E nunca mais se sentir sozinho
Nesse ir, vir, partir, repousar…
Alda M S Santos
CHUVINHA
Pare, pense, olhe, atenção!
Que se passa no seu entorno, no seu coração?
Pare, pense, analise seu sentimento
Há harmonia de emoção e pensamento?
É feliz quem cuida da alma com carinho
Quem não se perde sem razão pelo caminho
Nas curvas do coração fica atento aos sinais
Curte a garoa e se protege dos vendavais
O vento uiva uma bela e intensa melodia
A chuvinha aciona o botão da nostalgia
Enquanto aguarda o sol de novo nascer
Vai irrigando a vida de alegria e prazer
Alda M S Santos
VALORES
Meus valores ditam minhas ações
Causam alegrias, dores, despertam emoções
Minha inércia também é um modo de agir
Meus oásis, meus desertos, meu sentir
Para todo lado há o que ser admirado
Também há aquilo a ser ignorado
Eu escolho o que permito me incomodar
Também aquilo que em mim pode morar
Há momentos em que tudo parece escurecer
Lá no fundo buscamos nosso alvorecer
Só assim podemos fazer cada acontecer
Temos trabalho importante nessa empreitada
Fica mais fácil manter por perto gente aliada
Fazer o bem a quem precisar, ser mãos dadas
Alda M S Santos
O QUE SENTIMOS?
O que sentimos diante dessa imagem
De um fato ou de uma situação, qual emoção?
O que se passa em nosso coração?
Uma rampa, um presidente, um povo
E vai começar tudo de novo!?
O que você sente?
Raiva, revolta, medo, deseperança
Rejeição, abandono, traição, corrupção
Renovação, recomeço, alegria, confiança
Fé num poder Superior que vem do Alto, devoção
Sensação de dever cumprido ou de impunidade?
Que se passa em sua alma, qual sua verdade?
Em que polo você se encontra?
Está em algum extremo, em alguma ponta,
Ou tenta se equilibrar no meio, sem afronta?
O que sentimos diante dos fatos diz muito sobre nós!
Estamos todos em evolução por aqui
É bom analisar e trabalhar nosso sentir
Diante de tudo isso sinto muitas coisas
Mas uma se sobressai: Deus não nos abandona!
A sensação de proteção permanece…
Então, se há o cuidado Dele, vamos trabalhar
Seguir nosso caminho e acreditar
E, principalmente, saber respeitar, não julgar tanto
Deixar vir à tona o Confiar!
Somos um povo que aprendeu a Amar!
Alda M S Santos
ORGANIZANDO
Organizando…
Nas gavetas de cima, aqueles que me amam incondicionalmente.
Preciso da força que me dão apenas por estarem por perto.
Nas gavetas intermediárias, os críticos, os questionadores, analíticos, julgadores.
Preciso deles para me instigar e fazer crescer.
Nas gavetas de baixo, os falsos, hipócritas, mesquinhos, que se julgam melhores e superiores.
Em todas elas quem merece e/ou precisa de amor.
Nas de cima, aqueles fáceis de amar.
Nas intermediárias, os que aprendo dia a dia a amar.
Nas últimas, aqueles que nunca devo esquecer: para nunca me tornar e para, se possível, mudá-los de gavetas.
Ninguém de nossas vidas deve ser excluído, apenas remanejado.
Não estão ali por acaso…
Nos ajudam a seguir o curso de nossas vidas.
Alda M S Santos
VIAGEM
A vida avisa se chega o bem ou o mal
Ela sempre nos envia algum sinal
Se vai machucar ou não, dor ou satisfação
É preciso atentar para o pulsar do coração
Muda daqui, age diferente ali
Se recolhe ou se protege aqui
Enfrenta com amor e coragem
A vida é uma interessante viagem
Alda M S Santos
PALMAS
Palmas para colorir, palmas para enfeitar
Palmas para sorrir, palmas para homenagear
De tudo que anda acontecendo por aí
O que seria digno de palmas por aqui?
O primeiro a ser excluído seria o desrespeito
Grudadinho nele elimina-se logo o preconceito
Batam palmas para a fé e a esperança
De quem lutou e manteve a perseverança
Palmas para quem soube estender a mão
Para quem soube ser empatia e compaixão
Palmas para quem foi bom cidadão
Palmas para quem acreditou na verdade
Caiu, levantou, seguiu com simplicidade
Firmes no amor, maior ato de liberdade
Alda M S Santos
CHEGANDO UM NOVO ANO
Foi um ano pesado, difícil, tenso
Brigas, lutas, sem muito consenso
Certo é olhar tudo como rico aprendizado
Trazendo o que é bom para nosso lado
Houve perdas, contendas, atritos
Muitos tentando ganhar tudo no grito
Mas houve cores e muita beleza
Para quem soube focar na delicadeza
Deus sempre manda seus sinais
Quem vê se fortalece nos vendavais
Sabe ser simples, não almeja pedestais
Tudo isso vai passar, a dor irá embora
Um ano novo começa na gente agora
Sejamos amor e respeito, chegou a hora
Alda M S Santos
O NATAL VOLTOU!
Retomando um Natal com todos, só alegria
Depois de três anos de pandemia
De guerra no mundo, brigas, agonia
De um país com a política dividida
Que a tantos afastou, gerou danos, partidas
De gente amada e amiga que foi embora
Que Deus chamou para seu lado, era a hora
De relações sendo (re)construídas
Dia a dia nessa nossa lida
Como se todos saíssemos de um temporal
Escondidos numa caverna qualquer, sem sinal
Devagar indo em busca da luz do Sol
Estamos aqui, somos sobreviventes
Mas algo mudou lá dentro da gente
Nesse tempo que a Terra quase parou
Refazer caminhos, redescobrir as trilhas
Chorar pelo que acabou, celebrar o que ficou
E acreditar que se estamos aqui ainda
Há algo para ser feito, a vida não acabou
Vamos ser amor, ser gratidão à Criação
Jesus nasceu! Deixe tocar seu coração
Sejamos mais união, solidariedade, compaixão
FELIZ NATAL A TODOS!
Alda M S Santos
SOLIDÃO NO NATAL
Pediram para falar da solidão
Particularmente na noite de Natal
Mas não tem como falar de vazios
Sem falar de preenchimento
Falar de ausências, sem falar de presenças
É preciso falar do que houve
Das possibilidades de reencontro
Falar de amor, de saudade
Falar da experiência boa que é ter a si mesmo
Num mundo com tanta desigualdade
Do amor pela vida, tão controvertida, às vezes
Falar da perda, mas sobretudo de gratidão
Pelo tempo que pôde desfrutar do amor
Do calor e do colo de um alguém
Falar de compaixão pelo irmão
Do abraço que quer levar a cada coração
Falar de amor fraterno, amor caridade
Do amor ágape, soberano, indispensável
Mas também falar de amor paixão
Que aquece toda e qualquer alma de emoção
Falar da simplicidade do nascimento do Criador
O que não impediu de ser o Rei dos Reis
Falar do que Ele nos ensinou
Amar a Deus sobre todas as coisas
E ao nosso próximo como a nós mesmos
Mas, principalmente, falar do milagre da vida
Que merece ser vivida e encarada como o maior presente
Que cada passo dado aqui é degrau na evolução
Que devemos seguir com animação
Preenchendo aquela que quase sempre
Acomete a todos vez ou outra, a solidão
Até o dia de voltar para casa…
Alda M S Santos