PREFERÊNCIAS
Há quem olhe para a poeira e feiúra das ruínas
Mas há quem veja nelas a possibilidade de encontrar um baú de tesouros
Há quem se assuste com os barulhos e destruição das tempestades
Mas há os que aguardem ansiosos o arco-íris que a elas se segue
Há quem veja naufrágio, sombra, afogamento e terror nas ondas revoltas do mar
Mas há quem veja sossego e paz em suas águas verdes e espuma branca que lavam e levam embora o indesejado
Há quem veja numa árvore frondosa muitas folhas a sujar o quintal ou a rua
Mas há quem veja galhos para subir, flores e pássaros para admirar, frutos para se alimentar
Há quem se enfeze com os espinhos, pragas e ervas daninhas dos jardins,
Mas há quem se alegre e sinta o perfume, as cores e músicas encantadores
Há quem reclame do cansaço do trabalho ou dos estudos
Mas há quem se fixe no bem que essa dedicação pode trazer
Há quem se põe, rabugento, inerte, a criticar os corajosos, alegres e afoitos
Mas há aqueles que, apesar de joelhos esfolados, cara quebrada, mantêm o sorriso pedalando sua bicicleta
Há quem evite amar, confiar, por medo de ter o coração partido
Mas há os que amam, se arriscam, ganham ou perdem, sorriem, choram, sofrem, têm saudades, vivem…
E há aqueles que percebem-se de coração partido por falta de uso, de vida.
Todos podemos ter medos, nos assustar, nos acovardar, desconfiar, entristecer, fraquejar, reclamar das dificuldades…
Mas o que fazemos com esses sentimentos tão humanos,
É que dá o tom diferencial de nossas vidas….
Alda M S Santos
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