NOS BANCOS DA CALÇADA
Casinhas simples, receptividade gigante, janelas na divisa com a rua
Ao sabor do vento, do sol, da chuva
E dos olhares curiosos de quem passa…
Terreiros grandes que costumam dar num ribeirão
Muitas vezes com hortas, galinheiros, pomares, chiqueiros, cisternas…
Na calçada, banquinhos de todo tipo
Madeiras, troncos de árvores, tijolo, concreto, não importa
A prosa dos fins de tarde após a lida que eles possibilitam é que interessa
O tempo que virou, o filho que não apareceu, o netinho precisando benzer
As galinhas que pararam de botar, o Bingo da igreja,
A comadre que está ruim das vistas ou a teimosia do compadre
A filha que se formou, o neto que nasceu nos Estados Unidos e começou a andar
O prefeito que está envolvido em mais uma falcatrua ou corrupção
A sobrinha que foi para Belo Horizonte com o filhinho doente,
A Maria do João Neto que doou um bezerro para a rifa da festa de Nossa Senhora Aparecida…
Entre os estrepes dos pés e os estrepes da vida
Tudo é compartilhado nos bancos da calçada
E a vida se torna mais leve,
Numa boa prosa de fim de tarde olhando a rua,
Aguardando aquela visita ou telefonema que nem sempre chegam…
Alda M S Santos
janeiro 22, 2018 at 8:36 pm
Que vida danada de boa
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janeiro 23, 2018 at 7:42 am
Eles vivem tranquilos… 😊
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