NOSTALGIA DO VOO
Qual o objetivo de se aprender a voar?
Obviamente, ser capaz de realizar o voo sem ajuda.
Voo solo. Sem supervisão ou orientações, independente.
Todos que se dispõem a ensinar algo sofrem da nostalgia do mestre.
É a nostalgia do voo solo.
Aqueles que de alguma forma se dedicam a ensinar
A orientar, estimular, curar, possibilitar o crescimento
Apagando mágoas, traumas e inseguranças
Querem que seus pupilos cresçam e apareçam
É o caso dos professores, dos médicos, dos psicólogos
De modo mais pessoal, dos pais, das mães,
Dos amantes, dos amigos…
Veem dia-a-dia a evolução de seus aprendizes
O passo a passo do aprendizado, as lutas
As quedas, a impotência, os avanços, as vitórias
E chega o dia deles voarem sozinhos, longe dos “mestres”.
Mostrar que a lição foi válida, a que vieram,
Para que tanto se dedicaram e se esforçaram.
Alegres, seguem seus caminhos, voam alto.
Aos mestres, cabe o sentimento de orgulho e de dever cumprido
Mesclados à imensa saudade e sensação de perda.
Os alunos superaram os mestres e se foram.
Os mestres devem se recolher e ficar em segundo plano,
Muitas vezes até sair de cena. Deixá-los voar.
Como as aves, as borboletas e os beija-flores.
Seres feitos para voar não podem ser mantidos presos.
Se as lições foram mesmo aprendidas
Saberão que é bom ter pouso entre voos,
E um dia retornarão para um abraço.
Os alunos, os pacientes, os filhos, os amantes, os amigos…
Alda M S Santos
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