ESPELHO, ESPELHO MEU!

Espelho, espelho meu, onde estarei eu?

Ela pergunta de pé diante do espelho inflexível

Encara seus olhos marcados pelo tempo

Carregados de histórias bonitas, finitas e infinitas, outras tristes ou estacionadas

Espelho, espelho meu, onde estarei eu?

Que, a bem da verdade, nunca fui a mais bela do reino…

Os olhos críticos descem para o corpo ainda esbelto e firme

As mãos acompanham, derrapam numas curvas, noutras elevações

Espelho, espelho meu, onde estarei eu?

Procuram a esperança e disposição de outrora

Ainda carece de movimento, o prazer de dançar, de se entrosar, de amar

Dá um rodopio, joga os cabelos, suspira, sorri para o espelho

Espelho, espelho meu, onde estarei eu?

O espelho que não sabe mentir devolve o sorriso meio inseguro

“No lugar de sempre! Nem a mais linda, nem a mais inteligente, mas está aí…ainda há muito a ser feito”

Encarar a verdade de nosso espelho exige coragem!

Espelho, espelho meu, onde estarei eu?

Ela sabe, entende o recado, se veste, joga um beijo para ele e vai se encontrar…

Ela sabe! Está em tudo e todos que carrega com amor dentro de si…

Enquanto houver vida haverá reflexos nos espelhos da existência…

Alda M S Santos