COMO UM RIO
Quero viver como um rio quando “morto”
Não somente quando possui águas calmas, mornas, convidativas
Ou quando as águas furiosas e geladas arrebentam tudo a abrir caminhos
Mas quero, como o rio, viver no que deixar de mim depois de partir
No que deixou de si depois de seco
Na terra que irrigou, silenciosamente
Nas plantas que hidratou e gerou vida
Nos frutos do qual foi núcleo e a tantos alimentou
Nos corpos amantes que banhou sob o sol ou a lua
Nos rostos lavados, sorrisos despertados, saudades deixadas
Quero ser como o rio morto
Porque depois de morto, apenas o que deixou de vida,
Ainda que em diferentes formatos, com ou sem reconhecimento, é que fica,
Sem cobranças, avaliações ou acusações
O rio morre…
Mas a vida que salvou, que perpetuou pelo caminho
Seguirá silenciosa até desaparecer por completo…
Alda M S Santos
abril 28, 2018 at 8:34 am
Belo!
CurtirCurtido por 1 pessoa
abril 28, 2018 at 8:56 am
Coisas da natureza… obrigada!
CurtirCurtir