PERDAS E GANHOS
Uma vida, qualquer uma, é cheia de perdas
E acabamos nos acostumando a elas
Perdemos as chaves, os óculos, dinheiro, documentos
Perdemos o emprego, o viço, a energia
Perdemos amigos, familiares, amores
Perdemos a noção do certo e do errado, do bem e do mal
Fazendo com os outros o que não gostaríamos que fizessem conosco
Perdemos a saúde, a ilusão, a juventude, a fé na humanidade
Perdemos o tempo enquanto torcemos para que ele passe logo…
Quando estamos prestes a nos perder de nós mesmos
Quando ferimos nossa própria essência
Quando não percebemos que cobramos dos outros mudanças que deveriam ser nossas
Quando “sentamos em nossos próprios rabos e puxamos os rabos alheios”, como diria minha avó
Nós passamos a buscar no olhar do outro aquilo que tememos não ver mais em nós
Ou aquilo que precisamos para nos reafirmar e não vemos mais tão claramente em nossos espelhos
Toda e qualquer perda pode ser danosa ou proveitosa
Mas nada é tão desastroso e tão cruel
Quanto a perda da fé em nós mesmos
E da consciência de pouco fazer para melhorar nossas vidas e do próximo
Da nossa capacidade e esperança de gerar mudanças
A perda da sensibilidade de ver no outro, nas suas diferenças
Um ser humano como nós, que erra e acerta, perde e ganha
O bem e o mal nascem primeiro em cada coração como pequeno broto
Somos nós que os irrigamos, alimentamos e os trazemos à luz, às sombras ou à escuridão
Ele é nosso alimento diário
Ganhamos quando fazemos das perdas um grande aprendizado…
Aprendemos com elas quando cuidamos para não causar mais perdas para nós ou para os outros…
Alda M S Santos
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