NUDEZ
Nascemos todos nus. Todos. Corpo, mente, alma, coração. Ao longo de nossas vidas vamos nos vestindo. Nossos corpos, nossas mentes, nossos corações, nossas almas, todos vão ganhando adereços.
Apesar de não ser tão difícil cobrir o corpo, temos preferências por certas cores, modelos, estilos de roupas. Tanto que nos dizem: “vi um vestido que é a sua cara”!
Nascemos nus, corpos iguais, masculinos ou femininos, mas nos diferenciamos de acordo com nosso tipo físico e nossas preferências. Às vezes, aceitamos opiniões, conselhos, mas pouco mudamos.
A nossa mente é seletiva. Muitos acessórios tentam entrar, mas ela recusa o que é supérfluo ou pouco utilizado. Desperdício de memória.
Já nosso coração é bem confuso! Quer coisas que a mente recusa. Não aceita imposições da razão.
Há certas “vestimentas” que ficam grandes demais, escondem outras “peças”, cores cinzentas, desvalorizam o que ele já tem, apertam, machucam, dão calos, sangram.
Mas ele é insistente, de opinião! Quando quer algum “modelo”, não desiste! Não importa que todos digam que não ficou legal.
Como não deveria deixar de ser, acaba por se dar mal algumas vezes. Sofrem corpo, mente, coração.
Mas o tempo ensina. Como aprendemos que certas minissaias não ficam bem em alguns tipos físicos, também aprendemos que certos “amores” não cabem em nossos corações. Entendemos que não devemos colocar qualquer um pra dentro dele.
Todo aprendizado torna-se a vestimenta da alma. Clássica, não segue modas. Ela é leve e pacífica. Quanto mais vestes, mais leve fica. Como um buquê de rosas, mesmo cheinho, é leve, colorido, lindo, encantador. A simplicidade dita a beleza da nudez da alma.
E, diferentemente do corpo, sua nudez é muito seletiva. Não se mostra pra qualquer um.
Aí está nosso maior encanto!
Alda M S Santos
novembro 2, 2016 at 9:10 am
Adorei esta breve reflexão as tuas palavras são puramente poéticas: “A simplicidade dita a beleza da nudez da alma.” A alma nua perante tudo, perante o todo é a maior liberdade da mente, é quando conseguimos amar a beleza e a verdade. O tempo ainda tem muito para me ensinar. Beijinhos e continuação de boa escrita.
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novembro 2, 2016 at 9:45 am
O tempo nos ensina a todos que queremos aprender. Muito obrigada. Idem.
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