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poemas e reflexões da vida cotidiana

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autopreservação

Amém

AMÉM!
Um sopro de vida ao irmão
Nas trilhas da caridade, a evolução
De Maria, a proteção
De Jesus, a salvação
Na luz que a alma acaricia
A esperança de um viver no amor
Na paz, na gratidão e harmonia
Amém!
Alda M S Santos

Sobrevivência

SOBREVIVÊNCIA
As cicatrizes que as provações da vida formam
São marcas de sobrevivência
Os calos e a casca mais grossa são proteção
Contra o que quiser atingir de morte o coração
A força costuma surgir
Quando se está determinado a seguir
Como flor que brota entre pedras
E, bela, não se deixa mais abalar
Por qualquer coisa nesse mundo, nesse lugar
Alda M S Santos

Reconstrução

RECONSTRUÇÃO
Demolir conceitos e preconceitos
Desfazer indiferença e defeitos
Derrubar muros que afastam o outro
Construir pontes de amizade e fraternidade
Se parece muito ruim, bom lembrar que
Toda demolição precede a reconstrução
Alda M S Santos

Vamos começar?

VAMOS COMEÇAR?

Para conquistarmos um mundo melhor para todos nós
Não é necessário grandes feitos 
Não é preciso atingir enorme multidão 
Não carece ser famoso ou importante 
Basta que façamos o melhor onde estivermos
Enquanto esperamos por um grande momento 
Deixamos passar muitos pequenos momentos 
Que poderiam fazer uma grande diferença 
Compreensão, delicadeza, solidariedade, caridade
Se mudarmos nosso jeitinho de ser e ajudar 
Já estaremos contribuindo para melhorar tudo por aqui
O bem é contagioso! 
Vamos começar?
Alda M S Santos 

Qual sua arma?

QUAL SUA ARMA?
Para todo lado só se vê gente armada
Pronta para desferir um golpe
Ou para se proteger dos disparos
Acidentais ou não, munições são lançadas
E a gente já não sabe bem viver
Constante estado de alerta
Tensão além do normal, a corda estica…
Urge escolher bem nossas armas
Não quero armas brancas, de fogo
A palavra mal colocada ou a canetada
Quero bem usar as armas do coração
Silêncio, fé, confiança total na criação
Paciência, benevolência, caridade
Esperança, bondade, amor, fraternidade
A arma mais poderosa é Deus no coração
Guiando toda e qualquer ação
Alda M S Santos

Desastres mandam avisos!

DESASTRES MANDAM AVISOS!
Primeiro uma goteira intermitente
Em seguida, as telhas quebradas
Uma trinca na parede que se alarga
O piso cujas cerâmicas desprendem
Buracos no entorno que vão aumentando
Vários avisos de que a casa precisa de cuidados!
E a gente pensa, “isso é normal”
“Coisas do uso, a casa é forte”
Uns paliativos aqui, outros ali
Acumula lixos, entulhos, sujeira tóxica
Até que a parede cai, o chão se abre
O teto desmorona sobre a cabeça
A tempestade já invade todo o imóvel
“Mas, como isso foi acontecer”?
As maiores destruições não chegam sem aviso!
E não estamos falando de nossa casinha
Estamos falando do nosso Planeta!
Alda M S Santos

E se…

E SE…

E se a Terra se rebelasse
A Natureza se revoltasse
O céu as estrelas não enfeitassem
Os namorados sob a Lua não se animassem

Será que iríamos acordar?

E se as cachoeiras secassem
As fadas ali não mais voltassem
As ondas do mar estacionassem
Os rios dos obstáculos não desviassem

Será que iríamos acordar?

E se as flores se fechassem
As árvores, tristes, tombassem
O sol de nascer se esquecesse
A chuva de nós se escondesse

Será que iríamos acordar?

E se o amor não mais nos alimentasse
Dia e noite por aqui se misturassem
A beleza e delicadeza não nos encantassem
A poesia não mais da tristeza nos salvasse

Será que iríamos acordar?

A vida no planeta Terra pede socorro
Quando iremos acordar?

Alda M S Santos

Estufa humana

ESTUFA HUMANA
Se se deseja um mundo mais harmônico
Mais solidário, mais fraterno e amoroso
Devemos acionar em nosso mundo interior
Mais harmonia, solidariedade, fraternidade e amor
Se desejamos um mundo mais acolhedor e pacífico
Devemos apagar em nós qualquer pensamento bélico
O que queremos que desperte lá fora
Precisa nascer primeiro em nossos corações
Ele é a estufa onde todo bem é plantado e cultivado 
Para depois ser disseminado lá fora
Distribuído em muitas sementes transformadoras
Esse é o caminho da felicidade, da paz
Aquela que Jesus anunciou!
Alda M S Santos

Qual o tamanho?

QUAL O TAMANHO?

Qual o tamanho de seu mundo?
O que cabe nele sem precisar forçar?
Dá para entrar o que é diferente
Um pouco de tudo, de toda gente
Passa o novo e o velho
O bonito ou o tido como feio
O religioso ou o ateu
O de direita ou o de esquerda
Homem, mulher ou o que lhe aprouver?
Se a porta de seu mundo está muito estreita
Talvez não esteja deixando sair um pouco de si
Para entrar um pouco do outro
E esse movimento é que nos permite crescer
Evoluir por aqui…
Alda M S Santos

Lealdade

LEALDADE

Um desafio no nosso modo de viver:
Ser fiel a nós mesmos em cada acontecer
Ser nosso próprio amigo exige lealdade
Não esmorecer, insistir, buscar nossa verdade

Não quer dizer que não haverá mudanças
Mas é preciso encarar os fatos, ter esperança
Confiar na própria capacidade de superação
Investir no amor, na luz, na evolução

É bom ser leal ao outro, suas posições
Mas fundamental é ser fiel às próprias convicções
Ser respeitoso ao modo de ser de alguém
Exige primeiramente sermos conosco também

No final das contas somos responsáveis
Por tudo que permitimos quando somos maleáveis
Também quando somos irredutíveis e intransigentes
Aí fechamos as portas para uma vida mais benevolente

Alda M S Santos

Se um dia eu me perder

SE UM DIA EU ME PERDER
Se um dia eu me perder
Procure-me onde haja muito verde, muita mata, ar puro,
Se um dia eu me perder
Procure-me onde as águas sejam límpidas a refletir o céu,
Se um dia eu me perder
Procure-me num roseiral, em meio às borboletas azuis,
Se um dia eu me perder
Procure-me na alegria inocente de um grupo de crianças,
Se um dia eu me perder
Procure-me nos grãos de areia da praia ao pôr do sol,
Se um dia eu me perder,
E ainda assim não me encontrar,
Não busque em mim, olhe dentro de você,
Se me procuras, é porque me amou,
Se me amou de verdade, eu também te amei,
Certamente uma parte bonita de mim estará gravada em você,
Uma parte grande de você estará presa em mim,
E poderá levar-me a me encontrar…em você, em mim,
Comigo, com você!
Se um dia eu me perder de mim…
Alda M S Santos

Ele está aqui!

ELE ESTÁ AQUI!
Ele está aqui, no meio de nós
Onde sempre esteve
Entre os mais sofridos, os excluídos
Os mais necessitados e desamparados
Ele nos fortalece,  nos guia
Nos mostra que podemos seguir, melhorar
Ele nunca nos desampara
Ele é o piloto desse barco
E, se precisar, nos tira dali
Andando sobre as águas
Acolhendo nossas mágoas
Sendo o elo a nos unir enquanto humanos
Nos dando aquele abraço renovador da fé!
Ele acredita em nós!
Alda M S Santos

Árvore é carinho

ÁRVORE É CARINHO…

Não é só pela sombra que faz
Tampouco pela beleza que nos traz
Não é pelo ar puro que  nos permite respirar
Nem mesmo pelo fruto para nos alimentar

Não é só por ser riqueza de nossa flora
Nem por ser aconchego a toda hora
Não é por ser um doce e belo abrigo
Nem por ser pouso para todo amigo

Árvore é ar, é luz, é sombra, é ninho
É da Criação para nós um carinho
São a maior lindeza em qualquer caminho

A sabedoria exige sua preservação
A vida, que se atente para sua conservação
Quer seja usando a razão ou o coração

Alda M S Santos

Radicais?

RADICAIS?

Precisamos de humanos que saibam ouvir, não só falar
Que saibam conversar, sem com isso brigar
A capacidade de interagir e compreender
Permite nosso evoluir, nosso florescer

Cada qual em seu canto radicalizado
Não possibilita um diálogo civilizado
Apontar o dedo, julgar, fazer acusações
Cria um mundo nocivo, cheio de aberrações

É preciso ter o coração e mente abertos
Manter a civilidade e sabedoria por perto
Bate-boca e insultos ferem, desrespeito não é certo

Quando eu me permito mergulho interior, autoconhecimento
Abro espaço para razão e sentimento
Assim, posso entender melhor no outro o pensamento

Alda M S Santos

Sobre conversar

SOBRE CONVERSAR

Quando está doendo parece bom poder falar
Se está machucando seria legal poder compartilhar
É saudável ter alguém quando a solidão apertar
Quando não houver caminho é bom poder conversar

Seres sociais que somos dialogar pode ajudar
Encontrar no outro a compreensão pode acalmar
Quando eu falo eu me permito refletir
Refletindo sobre meu sentir, posso melhor agir

A vida tem momentos de sombras, todos sabemos
Nem sempre estaremos bem, entendemos
Dividir isso pode aliviar, melhor seguiremos

Quando se sentir só, sem  apoio ou sem chão
Permita-se ter alguém que ouça seu coração
Sem juízo de valor, com respeito e compreensão

Alda M S Santos
#cvv.org.br #disque188

É SETEMBRO!

É SETEMBRO!

Há o momento para ver o broto crescer
Em seu tempo, cada qual rompe o alvorecer
Vai em direção ao Sol, ao calor, à luz
Tal qual botão de rosa que seduz

É setembro, primavera é flor que venceu o inverno
Chegou até aqui cuidando do que é interno
Como flores, também alimentamos nossas raízes
Para resplandecer em cores, brilho e vernizes

Como flores, temos também espinhos
Delicadezas, perfumes, carecemos de carinhos
Para vencer nossos invernos e não sermos sozinhos

Fazemos parte de um grande jardim
Cada flor com sua beleza age assim
Atrai, encanta, embeleza, é plena, enfim…

Alda M S Santos

Minhas guerras

MINHAS GUERRAS

Quero das águas o poder curativo e purificador
Aquele que acalma, relaxa e alivia a dor
Quer seja num gole, banho ou brincadeira
No rio, no mar, no.lago ou na cachoeira 

Quero seu som ou silêncio, sua calma ou sua bravura
Quero que me invada, me abençoe, me afaste a amargura
Que leve para longe aquilo que for decepção
E mantenha intacto o que fizer bem ao coração

Aquele olhar ao longe, perdido no horizonte
Fazendo as pazes com erros e acertos
E livrando a alma de todos os apertos

Água que vem do mar, que brota da terra
Cai do céu, me atinge em cheio, não erra
Faça-me uma mulher valente em minhas guerras

Alda M S Santos

Não estamos sozinhos

NÃO ESTAMOS SOZINHOS
Somos humanos cercados por outros humanos
Numa casa rodeada por outras casas
Numa cidade fronteiriça de outra cidade
Dentro de uma nação que se avizinha de outras nações
Habitantes do planeta Terra, ao lado de outros planetas e astros
Membros de uma galáxia gigantesca
Não estamos sozinhos!
Mesmo quando não nos sentimos mais que pequeninos grãos de areia
E parecemos estar muito sós, não estamos
Em nossa mais intensa introspecção temos a nós mesmos
E quando encontramos a nós mesmos
Somos capazes de identificar o outro tão perto de nós
E estender a mão, pegar uma mão…
Alda M S Santos

Não há vacinas

NÃO HÁ VACINAS!
Entre tantos os machucados e feridas
Das mais superficiais até as mais profundas
Daquelas que ficam secas até as que mais sangram
Das que causam dor aguda ou crônica
Que precisam suturas ou anestesias
Que causam pranto ou, num canto, solidão
Além do medo de se machucar novamente
Entre todos eles, o machucado mais doloroso
A ferida mais difícil de cicatrizar
Que demanda mais tempo e coragem
É aquela causada pelo (des) amor, ingratidão
Simplesmente, porque é de onde a gente menos espera o golpe
Pega-nos desprevenidos, distraídos, confiantes.
Aí atinge fundo, rasga, mutila, deixa marcas, cicatrizes.
Mas quando se convalesce, se recupera, fica mais forte
E recomeça tudo… Novos riscos!
Contra o (des)amor não há vacinas!
Alda M S Santos

Quando eu era…

QUANDO EU ERA…

Quando eu era infância, criança
Tempo de sorvetes, doces, lambança
Eu era pura levadeza, sapequice, brincadeira
Subia em árvores, nadava no rio, sem canseira

Quando eu era criança, pureza me definia…

Quando eu era adolescência, juventude
Era ansiedade, sonhos, inquietude
Um mundo inteiro para conquistar
Um coração cheio, pronto para amar

Quando eu era jovem, esperança me movia…

Quando adulteci, a vida falou por si
Família, trabalho, estudo, em mil ocupações me envolvi
Paradoxalmente, quase sem tempo para mim
Foi onde a vida se impôs, deixei assim

Vida adulta, em realização me envolvia…

Na maturidade ainda sou eu
A criança levada ressignificada
Em novas árvores dependurada
A jovem de alma sonhadora, lavada
Quer amor, novas esperanças, quietude,
Ora companhia, ora solidão, ora solitude

Maturidade sou eu, na maior amplitude…

Alda M S Santos

Nunca desistir de mim

NUNCA DESISTIR DE MIM
Não desistir de mim, esse é o trato
Não importa o que eu fizer
Ou o estado de minhas emoções
Se estiver forte e vitoriosa
Ou frágil e chorosa
Se estiver contente e esperançosa
Ou carente e nada amorosa
Se agir com sabedoria ou cometer uma burrada apocalíptica
Não desistir de mim, esse é o trato
Quando sou a fortaleza em que os outros se apoiam
Ou quando sequer tenho forças para chorar
Ser minha maior amiga sempre
Daquelas que acariciam, elogiam, incentivam
Mas que também ralham, puxam as orelhas, e nunca abandonam
Não desistir de mim, esse é o trato
Não posso parar, estacionar
Preciso prosseguir, cuidando para não cair
Consciente que estarei dando o melhor de mim…
Pois só assim poderei merecer o melhor dos outros
Não desistir de mim, nunca!
Esse é o trato!
Alda M S Santos

Não me cabe

NÃO ME CABE

Nessa caixa não me cabe
Não é que eu não seja flexível
É que ela tende a me moldar
Colocar num padrão que me machuca
E que não vai me agradar

Nessa caixa não me cabe
Dobra daqui, dobra dali
Tira um pedaço desse lado
Aperta o outro, transfere de lugar
Até eu não mais me identificar

Nessa caixa não me cabe
E mesmo se coubesse eu não gostaria
É que prezo a liberdade de ser o que sou
Colocar-me ali me mataria

Nessa caixa não me cabe
Não sou boneca para viver em caixa, preciso de ar
Prefiro jardim, mata, rio, mar ou cachoeira
E assim quero viver a vida inteira…

Alda M S Santos

Lendo a minha mão

LENDO A MINHA MÃO

A cigana quis ler a minha mão

Antes, porém, me pediu autorização

Ela olhou-me nos olhos, confiei

Seu olhar transmitia sabedoria, acreditei

Um pouco ansiosa, meio tensa, aguardei

Ela olhava minha mão, passava os dedos nas linhas

Olhou de novo em meu rosto, suspirei

Que será que ela tanto via que a detinha?

Disse que eu era firme em meus propósitos

Sabia bem o que queria ou não

E quando amava, amava de montão

Até aí estava tudo certo, então

Vais passar por mudança, perrengue sério

Não dá ainda para saber qual é o mistério

Mas depende só de você saber lidar com tal revertério

Assustei, preocupei, medrei, na oração busquei refrigério

Alda M S Santos

Cicatrizes

CICATRIZES

Cicatrizes carregam consigo uma trilha

Um caminho a lembrar do percorrido até ali

Caminho que nela teve fim

Da cicatriz para trás, o vivido, vencido, curado

Da cicatriz em diante nada há, exceto expectativas

Dali para a frente, novas trilhas, novos caminhos

Independentes do caminho anterior

As feridas passadas deixaram a marca

Mas não é ela que irá determinar para onde ir

Novos caminhos, novos aprendizados, novas feridas ou cicatrizes

Ou não!

É preciso seguir para descobrir …

Vamos?

Alda M S Santos

Minha política

MINHA POLÍTICA

Não, eu não discuto política

Ela me entristece, magoa, fere, me tira do eixo

Faz-me perder as esperanças num mundo melhor

Prefiro viver a política como posso: agindo

Tentando ser a leveza onde tudo pesa

A balança para equilibrar desigualdades

A mão que se estende a quem está só

O colo que abraça e acolhe quem está perdido

Mesmo que eu mesma precise de colo também

Que chore, perca as esperanças ou a fé

Que também ache que não tem mais jeito muitas vezes

Agindo como posso na posição que estou

Não gosto de radicalismos

E é só isso que tenho visto em ambas as partes

Óbvio que tenho minha posição

Eu sou pelo amor, sempre

Eu o utilizo como minha régua, minha ferramenta

Minha medida para qualquer coisa ou situação

“O quanto há de amor nisso?- sempre me questiono

Avalio a qualidade das pessoas pelo amor

Ele me permite ter a tolerância suficiente com os diferentes

Ele me permite tentar entender quem pensa diferente de mim

Ele me ajuda a olhar pela perspectiva do outro

Ele me faz questionar até que ponto estou certa

Minha política é viver o amor, levar o amor

Portanto, sou contra qualquer exclusão, de qualquer tipo

Minha política é amar e fazer o bem, sempre

Qualquer coisa que fugir a isso, não me interessa

Não terá meu apoio ou aprovação!

Qual sua medida, sua régua?

Alda M S Santos

Não é sorte!

NÃO É SORTE!

A mim dizem que é sorte

O acaso que agiu a favor

Mas ao avaliar o empenho empregado

Afirmo que conquistei tal valor

Insistem que sou mulher de sorte

Esse adjetivo não é o mais adequado

Lutei, busquei, confiei, conquistei

Nada foi subtraído ou roubado

Prefiro dizer que meu mundo foi abençoado

Podem afirmar que é sorte

Mas melhor acreditar que é dedicação

Um tanto de trabalho e amor

E coragem para enfrentar qualquer atribulação

Sorte ou azar são obras do acaso, da dúvida, do temor

Bênção é obra da fé, do trabalho e do amor

Não é sorte, é Deus!

Alda M S Santos

De volta para casa

DE VOLTA PARA CASA

Quero pegar o caminho mais gostoso

Nem sempre flores, tantas vezes pedregoso

Quero pegar um atalho que me leve ao que amo

Àquilo que nunca deixou de existir

Quero pegar o caminho de volta para casa

Quero pegar o caminho do qual me afastei

Em busca daquilo que estava tão perto

Quero pegar o caminho que tão bem conheço

Que poderia perfazer de olhos fechados até aqui

Quero pegar o caminho de volta para casa

Quero pegar o caminho que me leve até mim

Aquela que outros caminhos percorreu

Voltas e voltas que deu para chegar cansada, voltar crescida

Quero pegar o caminho de volta para casa

Aquela que sempre esteve aqui

Que sabe o que quer e habita em mim

E logo percebi que todos os caminhos, afinal,

Eram necessários para me trazer de volta para casa

Para me trazer de volta para mim …

Oi! Voltei! Senti saudades!

Alda M S Santos

O que te salva

O QUE TE SALVA

Quanto mais coisas se perde

Mais valor têm as que ficam

Quanto mais pessoas vão embora, desistem

Mais valor têm as que ficam, insistem

O que vem fácil sempre vai facilmente também

O que é difícil, demorado

Quase sempre é mais duradouro, valorizado

Portanto, não é bom desanimar

Algo extraordinário pode-se conquistar

Clichê ou démodé, tanto faz

Mas uma verdade não se desfaz:

A felicidade não está na quantidade

Mas naquilo que possuímos com qualidade

Entre idas e vindas, ganhos e perdas

Decepções e superações, derrotas e vitórias

A admiração que tem por si mesmo nunca deixe desaparecer

Porque é ela que te salva

Quando tudo parecer se perder…

Alda M S Santos

Maior amigo

MAIOR AMIGO

Bolhas, feridas, cicatrizes e calos

Cada qual uma fase de recuperação

O que não mata deixa marcas

Que serão eternas no coração

Não brigue, não negue, não lamente

Apenas tenha consigo mais cuidado, mais atenção

Viva, enfrente, siga o caminho, simplesmente

Fuja dos tropeços nas mesmas pedras ou parar na mesma estação

Perdoe-se, não seja seu próprio carrasco

Tampouco seu maior inimigo

Para viver bem e alcançar o objetivo

É preciso tornar-se seu aliado, seu maior amigo

Alda M S Santos

Feito menina

FEITO MENINA

Feito criança pequenina quero receber a vida

Acolher com prazer o amanhecer que ela me oferece

Como menina, abrir os grandes olhos brilhantes e sorrir

Não me importar com os cabelos ou a vida bagunçados

Andar descalça, correr na grama, cair, esfolar os joelhos

Aceitar os cuidados que me forem ofertados

Desembrulhar o dia como um grande presente

Aproveitar o sol e quintal lá fora para brincar

Sentir o frio na barriga do calor de viver

Feito menina quero curtir cada minuto que tiver

Sabendo que o entardecer chega, o anoitecer idem

Mas ser leve, sem preocupações excessivas

Chorar quando sentir vontade

Mas nunca deixar de sorrir, de sonhar, de acreditar

Confiante que novo amanhecer chegará

E tudo se repetirá, ou não, (in)finitamente

Mas que ele sempre será bom como tem que ser

E, feito menina, confiar e balançar ao sabor da vida…

Alda M S Santos

Lições infantis?

LIÇÕES INFANTIS?

Se bagunçar, arrume, deixe melhor que encontrou

Se não pode ou não sabe arrumar, não mexa

Ande, se correr poderá cair

Não pegue o que não é seu, nem tudo é coletivo

Não derrube o “castelo” de seu irmão, construa o seu

Não fale com estranhos, nem todos são amigos

Confie sempre na sua família, ela sempre estará contigo

Não procure briga, mas não apanhe

Aprenda com seus erros para não repetí-los

Se cair, levante, engula o choro, receba um carinho e siga

Nem toda porta aberta te cabe, não entre sem ser convidado

Respeite o espaço do outro, cultive o seu

Seja grato!

Lições infantis?

Talvez retomar essas lições

Nos salve de nossos próprios atropelos

De atropelar nosso irmão

Nos salve uns dos outros…

Lições infantis?

Alda M S Santos

Nas batalhas

NAS BATALHAS

Batalha pelo pão que alimenta o corpo

Batalha pelas águas claras que hidratam o ser

Batalha pelo chão firme sob os pés

Batalha pelo céu azul que possibilita voos livres

Batalha pelo abraço gostoso que une os seres afins

Batalha pelos bons relacionamentos que enriquecem o viver

Batalha pelo amor recíproco que alimenta a alma

Batalha para sentir-se membro dessa nau

Batalha para ter onde repousar corpo, mente e coração

E viver um sonho real

De amor e compaixão…

Nas constantes batalhas para nos firmar como gente

Devemos nos cuidar para não perdermos nossa humanidade

Nas batalhas da vida precisamos, às vezes, nos render

Pedir uma trégua, talvez até nos sentir meio presos

Para poder sermos verdadeiramente livres e vitoriosos

E seguir em paz quando chegar o momento de voltar para casa

Alda M S Santos

Mudanças

MUDANÇAS

Mudar causa medo, insegurança

Expectativa, dores, desalento, esperança…

Mas não mudar pode ser muito pior

Quando tudo a nossa volta muda

Permanecer estático e agarrado ao passado

É deixar a derrota chegar sem lutar

Ninguém vive totalmente no presente

Dizem que vivemos 40% apenas no presente

O restante ficamos entre a saudade do passado e expectativas do futuro

E buscar esse equilíbrio é que é saudável

Mas nem sempre é fácil

Uns crescem, se vão, se viram sozinhos

Outros não mais precisam de nós ou nunca precisaram

Precisamos reaprender a viver dia a dia

A lidar com (des)amor,(in)gratidão, (in)felicidade

Concentrando um pouco mais em nós mesmos

Pois até pra seguir em frente e ajudar

Precisamos estar bem…

Alda M S Santos

Também somos responsáveis

TAMBÉM SOMOS RESPONSÁVEIS

Quando não ouvimos os gritos que imploram por socorro

Também somos responsáveis

Quando não entendemos o olhar que nos implora atenção

Também somos responsáveis

Quando nos calamos diante do silêncio sugestivo e de alerta

Também somos responsáveis

Quando ignoramos um pedido de perdão

Também somos responsáveis

Quando fechamos os olhos para a escuridão que se avizinha

Também somos responsáveis

Quando usufruímos do objeto/produto que possa causar dor ao outro

Também somos responsáveis

Quando não gritamos, não entendemos, não agimos

Quando somos tomados pelo comodismo e pela inércia

Também somos responsáveis

Não importa de onde venha a lama ou a tragédia

Ou de onde os escombros caiam

Se ocorre no trabalho, na igreja, na vizinhança

Em nosso próprio lar ou dentro de nós mesmos

Somos, no mínimo, corresponsáveis

Que cada qual possa assumir sua cota de culpa

E mudar…

Alda M S Santos

Nunca desistir de mim

NUNCA DESISTIR DE MIM

Seguir em frente, lutar sempre

Essa é minha promessa

Nem sempre fácil de manter

Curtir um dia de raios de sol que me aquecem

Mas também aceitar quando meu sol se esconder

Amar sob um céu estrelado e inspirador ou sobre nuvens de algodão

Mas aproveitar quando a Lua não aparecer e tudo for escuridão

Dançar na chuva entre abraços apertados e beijos molhados, aquecida

Mas saber suportar as fagulhas ameaçadoras das tempestades de gelo, sofrida

Enquanto nova alvorada não surge em mim, renascida

Retribuir o amor e carinho daqueles que me cercam e apoiam

Mas aceitar e respeitar o direito daqueles que não me querem por perto, não me amam

Sobretudo, amar a mim mesma, sempre

Ainda ou principalmente quando outros me abandonarem

Mesmo em minhas fragilidades, medos e carências

Ainda que erre, caia e não consiga levantar tão facilmente

Ou que nem sempre seja minha maior fã

E queira ficar escondida debaixo das cobertas…

Pois a promessa fundamental é, independente do que acontecer,

Cuidar do meu coração

E nunca desistir de mim mesma!

Alda M S Santos

Confiança, ingenuidade ou pureza?

CONFIANÇA, INGENUIDADE OU PUREZA?

Tão confiante que se aproxima daquele que o alimenta

Ingênuo o bastante para lamber a mão que se estende

Puro o suficiente para não perceber

Que aquele que o alimenta e cuida

Tem outros interesses que ele desconhece

Ambos apenas buscam suas necessidades básicas de sobrevivência

Uma certa empatia, olhar doce, focinho gelado

A mão que o alimenta, outro dia virá para lhe tirar a vida

Para alimentar outras vidas…

Sou meio covarde!

Até como a carne, mas desde que outro tire a vida

Que não precise encarar esse olhar todos os dias

Que não crie laços de afinidade

Não tenho coragem de tirar a vida!

Como se a carne que viesse do açougue

Não representasse uma vida como aquela

Que me olha terna ali…

É estranho pensar que uma vida precise se perder

Para outra poder permanecer…

Quem determina qual vida é mais valiosa?

Será mesmo necessário?

Humanos precisam mesmo disso?

Por que ao olhar dentro desse olhar

Tudo isso parece tão (des)humano?

Alda M S Santos

Tesouros

TESOUROS

De tudo que é passível de perdas na vida

Dinheiro, emprego, casa,

Carro, joias, objetos preciosos

Nada gera mais dor e arrependimento

Nada pesa mais nas costas e encurva o andar

Nada tira mais o brilho do sorriso ou ofusca o olhar

Que a perda dos tesouros que não têm preço

Cuja falta desvaloriza qualquer outro “bem” adquirido

E que muitas vezes foi oferecido gratuitamente, negligenciado

Ignorado, não conservado, inviabilizado

A saúde do corpo e da mente

A fé em algo maior e superior que olha por nós

A capacidade de ser grato à vida em nosso entorno

Nas mais variadas formas de luz e beleza

Um olhar de aceitação e bondade de alguém querido

A utilização de modo solidário dos dons

Uma amizade verdadeira, desinteressada e sempre solícita

Uma vida de dedicação e cuidado recebidos daqueles que nos cercam

Um amor incondicional, que sobrevive às adversidades

Utilizando-as como adubo para deixar o broto do bem fortificar

E gerenciar sabiamente, equilibradamente, a esperança

Apesar, ou por causa, dos balanços, do ir e vir

Dos ganhos e perdas que todos temos…

Os tesouros mais difíceis de se perder não se guardam em baús ou bancos

São aqueles que, bem leves, carregamos na alma e no coração…

Alda M S Santos

Inteiros

INTEIROS

Numa mansão numa ilha paradisíaca,

Numa casinha branca à beira do rio

Numa gangorra na roça, descalça

Num barracão no morro do cafezal

Pilotando uma lancha veloz,

Um barquinho de pescador

Ou na suíte de um transatlântico

Não importa… o local é secundário

Prioritário é estarmos em nós mesmos

Estarmos bem encaixados em nossos direitos e avessos

Lidando bem com feridas e cicatrizes

Aceitando nossas imperfeições e inadequações

Nos perdoando de confiança excessiva, exposição exagerada de sentimentos

Ou de medos e traumas que nos travam

Sabendo que, independente dos outros,

Nós precisamos nos entender e aceitar

Destrinchar alegrias e dores, mágoas e regozijos

Onde estivermos por completo, inteiros

Onde nos sentirmos em total sintonia conosco

Sem máscaras, sem falsas alegrias ou autopiedade

Onde pudermos ser verdadeiramente

Corpo, mente, alma, coração

É que estaremos bem de verdade…

Alda M S Santos

Previsão do tempo

PREVISÃO DO TEMPO

Tempo propenso a grandes instabilidades físicas e emocionais

O ar úmido e quente vindo dos trópicos alheios pode nos atingir em cheio

Avariando corpo, mente, alma e coração

Maré alta em nossos oceanos acabam por provocar grandes tormentas, frustrantes e dolorosas ressacas

Umidade interna intensa e sujeita a transbordamento ocular

Nebulosidade ao longo do dia turvam a visão ocasionando temporais isolados e destrutivos

Ventos polares fortes trazem a conhecida, terrível e viral massa de ar frio

Causadoras de males pulmonares, circulatórios e cardíacos

Agasalhe suas emoções! Movimente-se!

No oeste há chuvas torrenciais, cuidado com inundações e os lixos trazidos

Lembre-se do guarda-chuvas!

Granizos de variados tamanhos podem machucar, causar grandes danos e deixar marcas

Aproveite para colocar na enxurrada o que não mais lhe serve

No leste, chuva fina intermitente, daquelas que aguam o passado, baixam a resistência no presente, comprometem o futuro

No Sul possibilidade de alta luminosidade, sol forte e calor

Abra as janelas da alma, deixe a brisa suave e o sol entrar, aqueça-se

Coloque os guardados para tomar um ar

Tome um ar você também, inspire fundo, expire…

O tempo é só o tempo: mutável e instável

O clima é o que fazemos dele…

Escolha um clima bom para você viver!

Alda M S Santos

Ensaio de guerra

ENSAIO DE GUERRA

Nada “melhor” que um ensaio de guerra para percebermos o que tínhamos

E, por cegueira temporária, não enxergávamos

Bastou parar caminhões, faltar combustível

Para faltar tudo aquilo que pensávamos “não ter”

Brasileiros, ao menos boa parte deles,

Vive na carência material, de saúde, educação, transporte, segurança …

Mas o medo de vir a minar o básico dos básicos

Levou os cidadãos à corrida para estocar alimentos, água, a economizar

Temos muita corrupção e roubalheira, submissão, inércia e letargia

Mas também temos, bem ou mal, alimentos, água, moradia, transporte…

Sem levar em conta os oportunistas e aproveitadores

Que olham do alto e se enxergam como únicos numa multidão de famintos

E, além do jeitinho malandro de sobreviver, temos bom humor para enfrentar o caos

Criatividade para buscar o que precisamos

Tudo isso nos fez focar no que ainda temos

Não apenas no que nos falta…

Crises despertam o que temos de mais animal e irracional em nós: o instinto de sobrevivência

Atiçam nossas características mais fortes, boas ou ruins

O grande paradoxo é que é com elas que acordamos e lutamos

E também nos matamos…

Alda M S Santos

Sangrando

SANGRANDO

Tão bela, tão delicada, tão perfumada

Singela, encantadora, frágil

Frágil? Às vezes!

Sabe se defender, tem espinhos, fere

Resiste às tempestades constantes

Perde folhas, galhos, flores, para manter a raiz

Assim são as roseiras, assim são as pessoas…

A diferença é que elas não ferem a si mesmas

Humanos ferem-se com os próprios espinhos

Se atrapalham, se automutilam, confundem-se

Machucam seus amigos, quem lhes quer bem,

Afastam o essencial, sangram…

Sangrando buscam um caminho menos nebuloso, menos árido

Mais aconchegante, tranquilo, pacífico, alegre

Para colorir, florir, encantar, viver, amar…

Alda M S Santos

Quando…

QUANDO…

Quando alguém chegar, bater à sua porta, peça para se identificar

Exija um crachá, um cartão, um uniforme, um ingresso, um convite, uma credencial

Isso previne que você abra o portão para um ladrão

Além do documento oficial que pouco diz

Observe atentamente o olhar, que muito expressa, a “bagagem” que carrega nas costas

As expressões faciais que traduzem o que vai dentro

Deixe entrar no quintal, na varanda, aos poucos, ou dispense

Mas antes de adentrar sua casa você precisa saber:

Quem é esse alguém que se apresenta e chega assim tão perto?

Qual seu histórico de vida, seu Curriculum Vitae pessoal?

Que pode trazer de verdadeiramente bom para sua vida,

Que você pode contribuir para a vida dele?

Aceite a interação, ajude, permita-se ser ajudado

Mas, evite danos, seja guardião de seus tesouros

Internos e externos…

Independente da “casa” que possua!

“Na sociedade há muitas pessoas que colocam trancas nas portas,

Mas não têm proteção emocional”. (Augusto Cury)

Alda M S Santos

Descartável

DESCARTÁVEL

Usou, sujou, não serve mais

Descarte!

Enguiçou, travou, deu defeito

Descarte!

Enferrujou, quebrou, queimou

Descarte!

Perdeu a utilidade, ficou velho, não agradou

Descarte!

Vai dar trabalho, “perder” tempo, cansar

Descarte! Compre um novo! Substitua!

“Coisa velha ou estragada não compensa arrumar”

É o raciocínio reinante na era descartável

Não importa se são coisas, objetos ou seres inanimados

Pessoas, sentimentos ou relações

Nada se conserta, tudo se descarta, substitui-se

E com tanto descarte por aí

Não há espaço nem para o “velho” e nem para o “novo”

Tudo é jogado fora!

Só que na perspectiva da vida, da alma, não há fora

Tudo está dentro de nós!

As peças estão todas lá: fusíveis, porcas ou arruelas

E todas as ferramentas necessárias para construção do “novo”

A partir do conserto do “defeituoso”:

Chaves de fenda, martelos e alicates

Amor, disposição, fé e coragem …

Não adianta usarmos nada novo, objetos ou pessoas

Iremos danificá-los e torná-los inúteis logo, logo

Se nós mesmos não nos consertarmos, continuarmos velhos e defeituosos…

Alda M S Santos

Esquecimento

ESQUECIMENTO

Esquecer…

Um alívio que muitos procuram

Apagar o que machuca, deixar para trás

Esquecer…

Necessidade real, do que às vezes parece tão irreal

Cargas pesadas, difíceis, dolorosas, mágoas

Esquecer…

O que deixou de fazer por covardia, o que fez sem querer, os medos

O que fizeram consigo, com ou sem permissão

O que você fez com os outros sem pensar bem

Esquecer…

Para isso, muitos buscam drogas, alucinógenos, leveza para o que pesa

Esquecer…

A verdade é que na tentativa de esquecer, busca-se entorpecimento

Cria-se, muitas vezes, mais lembranças dolorosas a serem esquecidas…

Esquecer…

Sem resolver dentro de si o que machuca

É como suturar uma ferida infeccionada que ainda sangra…

Alda M S Santos

Rachaduras

RACHADURAS

Somos feitos de gretas, falhas, rachaduras, frestas

Pelas gretas é que entram os amores, desavisadamente

Num momento de distração ou fragilidade, tomam posse

E são a liga que une o que há de melhor em nós ao outro

Mantendo-nos estáveis, mesmo sob constantes balanços

Pelas rachaduras é que saem as decepções, amarguradamente

Quando estão nos sufocando buscam ar, aos goles, aos borbotões

E deixam extravasar os excessos, permitindo novo respirar, sobrevivência

Pelas frestas podemos antecipar maremotos e nos preparar

Essas falhas em nossa rocha permitem a água passar sem grandes danos

Tapar nossas gretas e rachaduras não é muito sábio

Uma estrutura sem gretas, sem rachaduras, sem frestas, sem “falhas”

Que permitam que nosso prédio interno se ajeite, se estabilize, se reorganize, dilate

Nos balanços das grandes tempestades

Pode ruir, implodir, explodir, desmoronar…

Alda M S Santos

Embaladas a vácuo

EMBALADAS A VÁCUO

É sabido que as pessoas são diferentes

Consequentemente, lidam de modo diferente com ganhos e perdas

Mas queria entender como algumas pessoas

Conseguem parecer embaladas a vácuo

Parecem isoladas do mundo externo,

Quase nada as atinge,

Superam, esquecem qualquer coisa facilmente

Mesma postura, mesmo perfil

Passe uma brisa ou um furacão

Amor ou desamor, alegria ou decepção

Sucesso ou fracasso, vida ou morte

Nada muda para elas!

Como máquinas, acolhem ou descartam “dados” sem danos

E seguem…

Não é inveja ou despeito,

Nem que eu queira ser exatamente assim!

É para saber como “pegar” ao menos um pouquinho disso!

Alda M S Santos

Aprendendo a viver

APRENDENDO A VIVER

Quantas vezes é preciso cair para aprender a ficar de pé?

Quantas vezes precisamos passar pelo escuro para valorizar a luz?

Quantas vezes passaremos pela mesma pedra no caminho até aprender a dela desviar?

Quantas vezes cometeremos o mesmo erro até evitá-lo?

O cachorro chega devagar o focinho num canto onde foi sapecado por lagarta e se afasta veloz

Um bebê olha ressabiado para a tomada em que levou um choque

Quantas vezes precisamos passar por algo para entender?

Deus disse que deve-se perdoar 70 vezes 7

Supõe-se que se erre o mesmo tanto

Mas não precisa ser necessariamente o mesmo erro!

Isso se chama autoproteção, maturidade, experiência!

Nem é preciso muita racionalidade ou inteligência, apenas instinto, medo!

E assim a vida segue…

Deus tirando as pedras, a gente sendo atraído por elas

Entre erros, acertos, cuidado e proteção

Da gente mesmo, dos outros…

Vamos aprendendo a viver!

Alda M S Santos

Bagunça em mim

BAGUNÇA EM MIM

Há dias que estou tão bagunçada

Como aqueles jardins em que todas as flores disputam espaço

Perfumes, cores e formas se misturam…

Como um quarto de adolescente com livros, eletrônicos, roupas, calçados e pratos e talheres para todo lado

Nada se encontra ali…

Como uma criança numa loja de brinquedos deslumbrada com tudo, quer tudo

Não consegue se decidir…

Quando a bagunça é muita, não basta uma faxina

Precisa reorganização total e alguns descartes

Minha casa anda tão bagunçada,

Que tropeço em mim mesma, caio, machuco, choro,

Quase desisto! Quase!

Alda M S Santos

APPs para facilitar as relações

APPs PARA FACILITAR AS RELAÇÕES

Tantos aplicativos para facilitar a vida digital

E se houvesse aplicativos para o ser humano,

Automaticamente ativados em ambas,

Quando duas pessoas se aproximassem, sem poder burlar?

Tipo em letras luminosas na testa, no olhar, na roupa…

“Totalmente confiável” ou ” Sou uma fraude”

“Se deixar posso te fazer feliz” ou “Só aceito se vier inteiro”

“Totalmente frágil, cuidado” ou “Não se aproxime, perigo”

“Necessitando reparos urgentes” ou “Casada/o e feliz”

“Não perca tempo comigo” ou “Estou precisando de amigos”

“Mantenha distância para nossa segurança” ou “Covarde, tenho medo de viver”

“Sou doação 100%, não aceito menos, consegue encarar?”ou “Não me apego a nada ou ninguém”

“Meu Deus é maior e me protege de toda maldade”…

Entre tantos outros….

Muitas pessoas incompatíveis não se aproximariam

E tantas outras em sintonia não perderiam tanto tempo!

Quantos problemas seriam evitados?

Alda M S Santos

Responsável pelo que cativas

RESPONSÁVEL PELO QUE CATIVAS
“Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas!”
Meio pesado, porém, contém alguma verdade
Mal damos conta de nossas ações e sentimentos
Não podemos ser responsabilizados pelas ações dos outros
Tampouco pelo que sentem ou deixam de sentir
Mas, se bem avaliarmos, notaremos certa responsabilidade
Na esperança que ora alimentamos nos outros
Nas promessas que fizemos e deixamos de cumprir
No que fomos ou deixamos de ser para alguém
Ainda que sem saber…
Não somos totalmente “inocentes” no que despertamos no outro
Exupéry, então, tem razão com seu Pequeno Príncipe:
Somos, de certa forma, responsáveis pelo que cativamos!
Alda M S Santos

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