DEPOIS DA VENTANIA

Sabe quando você se organiza
Arruma tudo direitinho, prioriza
Ajeita a mesa, as gavetas, planeja
Quer conquistar aos poucos o que deseja
E vem o vento do existir, bagunça tudo, sacode
Tira tudo do lugar, você quase explode?
E a vontade é de entrar numa das gavetas
E ali ficar quietinho até o vendaval passar…
Nada errado em querer se aquietar
Parar um pouco, reavaliar, se possibilitar
As gavetas muitas vezes precisam ser remexidas
E a ventania é só uma desculpa nessa lida
Para tirar o pó e o bolor do corpo, da alma
Tantas vezes o mundo parece brincar com nossa calma
É dá-lhe ansiedade, angústia e frustração
Até perceber que cada vento traz consigo renovação
Na marra ele apressa o que precisa ser descartado
E insistia em ficar ali guardado, embolorado
E dá novo brilho a um sonho, um desejo
Que talvez já tenha quase sido deixado de lado
Nada mais é o mesmo depois da tempestade
Mas quem disse que precisa ser?
Bom é aproveitar os novos ares, o novo amanhecer
E fazer a vida de novo acontecer…
Vamos lá?

Alda M S Santos