ELA CAMINHA
À beira-mar ela caminha
Olha longe no horizonte
Sempre gostou muito de caminhadas
Nas avenidas, nas estradinhas de terra
Na beira de um rio, nas matas, montanhas…
O corpo é exigido, a mente trabalha, vai relaxando
A alma se abastece de belezas, de levezas
Busca um veleiro que navega sozinho ao longe
Quem estará ali? Será feliz?
Uma gaivota que mergulha atrás de alimento
Uma lancha de transporte de aluguel num cais improvisado
O vento desarruma seu cabelo, arranca o chapéu
Levanta sua saída de praia, refresca a alma
As ondas quebram a seus pés espumando e se recolhem de volta ao mar
“Tragam coisas boas, levem as ruins”, ela profetiza
Chuta a água, chuta os problemas, inspira e expira fundo
Sente os músculos sendo exigidos
Tensão, relaxamento, prazer…
Vê uma família de golfinhos nadando despreocupada
Um casal enamorado se exercita debaixo de um coqueiro
Como seria morar ali?
O encanto seria o mesmo?
Faria essa caminhada diária?
E ela segue…
Caminhando, chutando a água, refletindo
Sugando da natureza tudo que consegue de maravilhoso
Aprende com ela, seu ir e vir constante…
Enchendo-se de coisas boas, esvaziando-se do que faz mal…
Ela caminha…
Alda M S Santos