NÃO SERIA ROÇA!
Não seria roça se não faltasse energia
E se não fosse preciso esquentar água no fogão à lenha
Para tomar banho de bacia
Não seria roça se o céu não fosse mais limpo e tivesse mais cor
As estrelas mais numerosas, brilhantes e cadentes
A despertar nas mocinhas um pedido de amor
Não seria roça se os pássaros não se banhassem na terra
Se não cantassem nos galhos da ameixeira ou no alto da serra
Não seria roça se não tivesse uma rede na varanda
Uma música caipira tocada na viola por violeiro cheirando a fumo e lavanda
Não seria roça se não tivesse quitanda quentinha no forno de barro branco batido
Ou um mingau de fubá fumegante com queijo derretido
Não seria roça se o café não fosse coado na hora no coador de pano
Servido em caneca esmaltada
E se não tivesse banho no rio de criança sapeca e pelada
Não seria roça se a galinha d’angola não estivesse sempre fraca, o galo não cantasse animado
Ou o leite não fosse tirado das tetas inchadas das vacas por um vaqueiro cansado
Não seria roça se não tivesse prosa nas noites geladas em torno da fogueira
Um cão vira-latas a vigiar a porteira
E uma criança a se balançar na gangorra na mangueira
Não seria roça se a gente não se sentisse na roça
Não seria roça se a gente não fosse um pouco roça também…
Alda M S Santos
agosto 18, 2018 at 7:29 pm
Não serei roça se não tiver um mata-burro para atravessar…
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agosto 18, 2018 at 7:38 pm
Ah, sim! Tem vários! 😍
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agosto 18, 2018 at 7:55 pm
Voltei à roça…na parte romântica dela… se não tivesse quermesses com terços e rezadeiras nas noites frias e escuras…
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agosto 18, 2018 at 8:00 pm
Tem mesmo! E barraquinhas debaixo dos coretos!
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