FUGIA…

Ela apertava fundo o acelerador, fugia

Rodovia escura e muito curva, chovia

Um ou outro farol em sentido contrário, sequer percebia

Nas lágrimas que sem cessar, refletiam

Escapara mais uma vez, vida salva, coração acelerado

Mas o medo persistia…

E fugia!

Para onde? Não sabia!

Queria fugir para qualquer lugar

Onde o medo não imperasse

Onde a dor não reinasse

Mas sabia…

A única fuga que permite reencontro consigo

Capaz de matar ou neutralizar qualquer monstro

É a fuga consciente para dentro de si mesma

Onde pudesse novamente se fortalecer, se reencontrar

Respirar, viver, agradecer

Ficar livre de pesadelos e ter apenas bons sonhos

Ainda que irreais…

Seria utopia?

Alda M S Santos