A ÚLTIMA CARTA

Lembra-se do que escreveu naquela última carta

Sem saber que seria a última?

Lembra-se daquele abraço, daquele sorriso

Sem ter consciência que não haveria outros?

Lembra-se de um simples tchau, um até mais, sem saber que eram um adeus?

Lembra-se das gargalhadas perdidas, brigas tolas

Sem considerar que poderia se arrepender, sentir tanta falta?

Se não houver mais chance

Dizemos o que queríamos ao escrever,

Abraçar, sorrir, brigar, nos despedir, amar?

A marca derradeira foi a que gostaríamos de ter deixado?

A memória pode falhar, o outro faltar, empecilhos mil surgirem

A vida se esvair como fumaça no céu

Quantos “últimos” e saudosos momentos temos vivido?

Haverá tempo de reviver alguma coisa?

Oportunidade para uma última carta?

Bom mesmo seria não esperar pela última carta

Mas sempre “escrever” como se fosse a última…

Alda M S Santos