ENTREGA
A maioria de nós é muito dona de si mesma.
Autoconfiante, sabe de seus próprios valores, não se deixa intimidar facilmente pela opinião alheia.
Muitas vezes tida como uma qualidade, pode vir a se tornar um limitador de alegrias, de prazer, de vida.
Os autoconfiantes têm muita dificuldade para confiar em algo além si mesmos.
Normalmente, os donos de si não adquirem a capacidade de entrega, tão necessária em momentos de prazer, de êxtase.
Fechados em si mesmos, incapazes de se abrir, impedem que o outro chegue, se aproxime, entre.
Acreditam ser um ato de fraqueza precisar ou depender do outro.
Temem se expor à avaliação, à crítica, à dor.
Pode também ser o contrário. Autoestima tão baixa que preferem não se arriscar.
Um pouco de autocuidado e autopreservação não fazem mal a ninguém.
Porém, uma das maiores alegrias da vida consiste em compartilhar o que temos, o que somos…
Entregar-se, abrir-se para o outro, para o mundo, para a vida pode realmente trazer dores, mágoas e decepções, mas também traz muito amor e alegrias.
A outra alternativa pode ser tranquila demais, morna demais, uma quase morte, uma semivida.
Que tenha sorrisos e lágrimas, amor e decepções…
Que tenha vida!
Alda M S Santos
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