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Ame, do seu jeito, mas ame.

AME, DO SEU JEITO, MAS AME!

“Vou te ensinar a amar”, pensamos, superiores, ou ouvimos, meio tristonhos.

Existe um modo único e certo de amar?

Crer nisso já é meio caminho perdido.

Tudo bem, algumas características são inerentes a todo modo de amar.

Querer o bem do outro, cuidar, incentivar, desejar, preocupar-se, colocá-lo como prioridade…

Porém, algumas características são bem individuais.

Há amor expansivo, que extravasa, carregado de carinhos e mimos.

Há amor meio possessivo, ciumento, controlador, cuidadoso. 

Há amor carente, que cobra, que liga, que pede, que chora. 

Há amor sensual, que aquece, que dá prazer, que satisfaz.

Há amor contido, calado, introspectivo, tipo “não tô nem aí”.

Há amor incondicional, acima de todas as qualidades e defeitos, é “superior”.

As pessoas são diferentes entre si, portanto, o amor que sentem será sempre diferenciado.

Cobrar do outro um amor igual ao nosso é minimizá-lo.

Porém, precisamos perceber o que o outro “precisa” e tentar nos aproximar disso.

Amor é complementaridade. Quem ama quer ser feliz fazendo o outro feliz. Isso é parte de sua felicidade. 

Aceitar as diferenças implica em aceitar os modos diferentes de amar.

O que nos torna humanos mais completos é o amor. 

Sendo assim, ame, do seu jeito, mas não deixe de amar. 

Alda M S Santos

Ele sabe

ELE SABE

Ele sempre sabe, percebe…

O corte mínimo de cabelo

O vestido leve e novo

Ganhos ou perdas de peso insignificantes

A fragrância diferente de perfume

A cor do batom ou das unhas 

O andar firme ou vacilante

A tristeza atrás do sorriso

O humor num simples olhar 

A impaciência máxima num suspiro

Um longo discurso disfarçado em monossílabos

Os textos contidos nos contextos

O desejo de amar

A ânsia de ser amada

A vida no olhar brilhante ou opaco

O sim no não, o não no talvez…

Entende seus silêncios

Absorve e trata seus gritos

Quando não percebe

Se não entende,

Abraça…

Aí sente tudo,percebe tudo…

Ele sabe! 

Ele é o amor!

Alda M S Santos

Incompatibilidades

INCOMPATIBILIDADES

Todos queremos fugir de incompatibilidades

Mas elas estão sempre a nos cercar…

Mal estar sem remédio

Choro sem ombro amigo

Gripe sem cama quente

Trabalho sem dinheiro

Filme sem amor

Doença sem cura

Portas sem chaves

Amigos sem risadas

Janelas sem sol

Noites sem estrelas

Sucesso sem esforço

Chuva sem cabelos molhados

Pássaros sem canto

Crianças sem alegria 

Sonhos sem realização

Sexo sem tesão

Amor sem reciprocidade…

Vida sem vontade…

Se se resolve esse último

Para todos os outros há saída 

Desejo de viver torna tudo compatível! 

Alda M S Santos

Despedidas

DESPEDIDAS

Quase sempre a porta de entrada é a mesma da saída.

Por que ela sempre nos parece diferente? 

Cumprimentamos no mesmo lugar que nos despedimos.

Por que nunca é a mesma coisa? 

A entrada quase sempre carrega maior expectativa, alegria, ansiedade… 

O desconhecido apresenta possibilidades…

A saída traz consigo o peso da despedida, do adeus, da dúvida do retorno, da esperança…

O agora conhecido, quase sempre amado, gera saudades.

É diferente porque nós estamos diferentes! 

Quer seja a porta de uma casa, do trabalho, de um sítio, de um coração… 

O sentimento de alegria ou angústia é o mesmo. 

Estaremos melhores em algumas coisas, talvez piores em outras.

Deixaremos também melhorias, talvez alguns estragos.

A esperança de todos nós é que ao nos despedirmos, se necessário for, que deixemos o lugar melhor que encontramos. 

Que saiamos de lá seres humanos mais íntegros, mais completos, mais felizes, mesmo se houver feridas…

E que possamos voltar um dia!

Alda M S Santos 

Porteiras entreabertas

PORTEIRAS ENTREABERTAS

Somos porteiras, vemos porteiras

Tantas fechadas, trancadas, passadas à chave.

Outras abertas, entreabertas…

Umas atraentes, ainda que fechadas

Outras repulsivas, mesmo arreganhadas. 

Convidativas são as entreabertas

Insinuam, sem mostrar

Conquistam, sem nada dizer

Encantam, sem querer

Falam tudo, no silêncio…

“Entre para tomarmos um café!”

Passamos por todas elas, 

Vemos flores a enfeitá-las,

Ou cães a guardá-las

Ignoramos e entramos, 

Ou seguimos em frente. 

Nós também pareceremos fechadas, arreganhadas ou entreabertas, 

Alguns passarão direto por nós,

Outros deixaremos entrar. 

Vários já entraram, se assentaram, tomaram seus lugares.

Em tantas entramos e batemos um

bom papo. 

Que possamos ser e encontrar

Muitas porteiras entreabertas e convidativas por aí,

Que preencham positivamente nosso viver…

Alda M S Santos

Estoque de amor

ESTOQUE DE AMOR

Nosso organismo é perfeito. Mantemos um estoque de reserva. 

O que vem em excesso em alimentação, após metabolismo e geração de energia, acumulamos em forma de gordura para períodos de vacas magras. Precisou, o corpo libera a energia reservada automaticamente. 

Mas, e quanto ao nosso coração, nossas emoções, nossa alma? 

Temos conseguido, após usar e usufruir, estocar, reservar sorrisos, carinho, atenção, amor, companheirismo, doces palavras, beijos e abraços? 

Se analisarmos que um alimento, após metabolizado, é descartado, e que o bem estar advindo de um abraço não se perde, deveria ser mais fácil usar esses que aqueles. 

Mas não é o que acontece! 

A diferença é que o estoque emocional precisa ser buscado conscientemente. Momentos bons vividos, que ficam gravados em nossa alma, podem e devem ser acionados. 

Nos momentos em que o coração doer, a tristeza e apatia quiserem fazer morada em nós, busquemos em nossa alma um estoque de sorrisos, carinhos, amor e doçura. 

A alma é mais sábia que nosso organismo. Nada descarta. Mas precisamos buscar.

Que saibamos também abastecê-la de sentimentos maravilhosos! 

Somente assim estaremos salvos quando o período for de balanço e reconstrução. 

Alda M S Santos 

De repente é amor… E é pra sempre

DE REPENTE É AMOR… E É PRA SEMPRE!

Tantos buscam por ele

Outros tantos dele fogem

Por ele muitos sofrem

Sem ele ninguém vive! 

Esse é o amor, inerente ao viver!

Pode ser leve e suave como uma brisa

Forte e barulhento como uma tempestade

Mas sempre visível!

Pode chegar pelo olhar que demora um segundo a mais

O abraço que não quer se soltar

As palavras que saem como torrentes

O sorriso que ofusca pelo brilho

O silêncio que tanto diz…

Quando se assusta ele tomou posse. 

Acomete crianças inocentes, jovens afoitos, adultos atarefados, idosos descrentes…

Com 5, 15, 25, 45 ou 70, não importa! Ele não tem preferências…

Entre pais e filhos, irmãos, amigos, homem e mulher…

De repente, é amor…

Se é amor, é pra sempre! 

Ele nos fará sofrer, chorar, nos magoar, tentar nos esconder.

Mas, sobretudo, nos fará sorrir, nos alegrar, vibrar, ajudar, acalentar, nos compadecer, acreditar que tudo é possível. 

De repente, é amor… E é pra sempre. 

Por isso, sou forte, tudo enfrento, tudo supero…

E percebo qual o propósito de Deus para minha vida, para todas as vidas: aprender a viver o amor, seja ele qual for! 

Alda M S Santos

Ainda não sei

AINDA NÃO SEI…
Ainda não sei…
Sou apenas um ser errante perdido nessa galáxia. Talvez fosse perfeita noutra dimensão.
Ainda não sei …
Se inferior ou superior a esta. Sei apenas que tantas vezes me sinto perdida por aqui.
Ainda não sei…
Sobra-me algo? Falta-me algo? Sei apenas que minha “kriptonita” não vale de nada por aqui, exceto como arma contra mim mesma.
Ainda não sei…
Tantas diferenças com meus iguais, tantas semelhanças com meus desiguais!
Onde está o “erro”?
Ainda não sei…
Igualo-me a eles? Peço que se igualem a mim?
Ainda não sei…
Precisamos ser iguais?
Sei apenas que não saber, dói! Angustia!
Mas sei de uma coisa importante: sendo ou não daqui, é aqui que estou.
Enquanto estiver por aqui, darei o melhor de mim. E tentarei obter o melhor dos outros.
Alda M S Santos

Quando olho pra você

QUANDO OLHO PRA VOCÊ
Quando olho pra você, enxergo a tristeza além do sorriso de capa de revista.
Quando olho para você, além dos passos trôpegos, caminhar vacilante, enxergo um objetivo, um destino.
Quando olho pra você, enxergo o que a alma diz em silêncio, não apenas o que a boca fala desenfreadamente.
Quando olho pra você, vejo além de um corpo com imperfeições, enxergo um coração que sabe amar.
Quando olho pra você, não vejo apenas um ser humano qualquer, procuro ver uma obra de Deus!
O que vês quando olhas para mim?
Sou apenas uma obra do Criador que busca melhorar a cada dia.
Simplesmente.
Alda M S Santos

Só tem amor quem sabe amar “

“SÓ TEM AMOR QUEM SABE AMAR”
Quantas vezes na vida nos entristecemos, choramos, lamentamos um amor ofertado e não devidamente recebido, valorizado ou correspondido? Isso nos acontece desde a infância, quando nosso amigo preferido escolhe brincar com outro e ficamos emburrados.
Aprendemos? Não. Apenas aprimoramos o modo de lidar com a dor e a frustração para que não nos derrube.
Disfarçamos, buscamos outros interesses, olhamos para frente, tentamos ignorar aquela angústia lá no fundo de nós e partir para outra.
Por isso tantas pessoas mudam, tornam-se amargas, fechadas, desconfiadas, inseguras, resistentes ao amor e às demonstrações de carinho e afeto. É a autoproteção.
Outras, porém, permanecem do mesmo jeito. Amam, se entregam, demonstram carinho, são sinceras, sensíveis.
Não importam os envolvidos no ato de amar: entre pais e filhos, entre irmãos, entre amigos, entre casal.
Até podem sofrer por um tempo, mas percebem, sabiamente, que quem ama nunca perde. O amor é sublime, soberano, mágico. Quem o sente é privilegiado. Quem não soube receber é que ficou no prejuízo.
Nunca lamentemos por amar! A vida sem amor é vazia e seca. Não tem cor nem brilho. Amor é bumerangue! Amor se autoabastece. Quem não ama não sabe acolher o amor que bate à sua porta.
“Só tem amor quem sabe amar”!
Alda M S Santos

O quebra-cabeça e os relacionamentos

O QUEBRA-CABEÇA E OS RELACIONAMENTOS

Observando os relacionamentos à minha volta chego à seguinte conclusão: nós, e a pessoa que nos é destinada, somos compostos pelas peças de um mesmo quebra-cabeça. O objetivo na vida é encontrar qual pessoa tem as peças que irão nos completar e vice-versa.

Passamos a vida montando esse quebra-cabeças, encaixando as peças em lugar errado, retirando, tentando de novo, acertando e tornando a errar. O problema é que, às vezes, passamos boa parte da vida tentando encaixar peças erradas, peças que não se completam.

Imagina um cachorro tentando encaixar uma perna de gato. Fica manco! Por isso existem relacionamentos tortos! Passam a vida forçando peças não afins a se completarem.

Quando veem que não vai dar, partem para outra. Aí, as peças já estão desgastadas, desbotadas, e, ainda assim, lutam para se encaixar em outro quebra-cabeças…

Devemos fazer como as crianças que misturam peças de quebra-cabeças diferentes. Dá trabalho, mas vale a pena separá-las para poder brincar direito.

Resumindo: o que vale é se divertir nessa brincadeira. Rir e aprender juntos com os erros e comemorar os acertos. Como em toda brincadeira, se deixou de ser divertido é hora de parar de brincar antes de começar a briga…

Alda M S Santos

 

Autoboicote

AUTOBOICOTE
Boicotar é sabotar, agir contra, repudiar, impedir de algo, desfavorecer, desacreditar. Não parece bom. E autoboicote? O que seria?
Imaginem fazer tudo isso consigo mesmo!
Considerar-se incapaz de várias coisas, ficar estacionado, não agir é uma delas. Falta de autoconfiança, medo de enfrentar o novo.
Toda vez que surge uma oportunidade de crescimento e, junto dela, a coragem para enfrentar o medo, vem aquele sentimento de derrota para impedir: o autoboicote.
Perde-se um emprego promissor, uma amizade nova, uma viagem espetacular, uma aquisição lucrativa, o amor dos sonhos.
Com isso, a capacidade de confiar no outro também vai embora.
O autoboicote não aparece de uma hora para a outra. Acumulam-se críticas, autocríticas, punições e frustrações que vão nos limitando, nos desacreditando de nós mesmos, mudando nossa essência.
Pode advir de pais repressivos demais, professores severos, críticos e sem ética, amigos cruéis, um namorado infiel, um chefe autoritário.
As críticas vão se acumulando em nós, os fracassos também. E forma-se um círculo vicioso. Quanto mais fracassos, mais autoboicote. Quanto mais autoboicote, mais fracassos.
A autoconfiança atrai sucesso. Sucesso gera mais autoconfiança. Uma pessoa autoconfiante costuma atrair críticas positivas, pois sabe se autopromover. A pessoa que se autosabota perde essa chance. Ao não acreditar em si mesma, não conquista créditos de ninguém.
Algumas vezes aparecem pessoas que se aproximam, passam a conhecer o potencial de quem se autoboicota, tentam ajudar, mostrar do que o outro é capaz.
Assim, começam a sair da casca, a lustrá-la, a brilhar.
Todos temos momentos de autoboicote. Achamos que estamos nos preservando. Mas acabamos por cair na real e ver que estamos apenas tirando oportunidades de crescer e de ser feliz. Algumas vezes é normal, passa. Porém, não podemos deixar que isso tome conta de nós, que se torne patológico.
A cada vez que dermos desculpas demais para nós mesmos para não tentar algo, é hora de perguntar: o que disso tudo é verdadeiro? Não estou me autoboicotando?
Henry Ford dizia: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo.”
Isso é o poder da mente sobre nosso corpo, nosso coração, nossas ações.
Nessas horas de autoboicote, o melhor a fazer é conversar com um amigo, alguém que nos ame, que nos jogue para cima. É o primeiro passo. Os outros logo virão.
Alda M S Santos

Frankenstein do amor

FRANKENSTEIN DO AMOR
Temos a tendência a buscar no outro algo que não somos nem nunca seremos: a perfeição.
Quantas vezes olhamos para o outro, tão próximo de nós, e lamentamos seus defeitos, ao menos aos nossos olhos, e desejamos que ele fosse diferente?
Ah, se ele tivesse a beleza do fulano, a simpatia do beltrano, a inteligência do sicrano?
Criticamos seu jeito expansivo de ser ou relaxado de se vestir. Lamentamos que não seja tão educado ou tão culto, ou ainda que não seja tão carinhoso ou apaixonado. Que não tenha bom humor ou sex appeal o bastante, ou mesmo que não seja habilidoso socialmente ou exímio administrador.
Muitos podem ser os defeitos que iremos encontrar no outro. Quanto mais tempo juntos, mais deles notaremos.
Essa nossa tendência em montar alguém ao nosso gosto, nosso Frankenstein amoroso, é perigosa e contraproducente.
Primeiro, porque é impossível de se conseguir. E se conseguirmos, não durará muito tempo.
Segundo, porque seria artificial. Por pior que seja o original, ele é melhor que o artificial. Alguém tão perfeito não existe! Caso existisse, não estaria conosco, a julgar por nossas imperfeições.
Isso não quer dizer que não queiramos “melhorar” um pouquinho o outro, ou melhorarmos para o outro que amamos. Isso é saber se relacionar. Para isso existem os relacionamentos. Para crescermos, sermos mais e melhores, evoluirmos em todos os aspectos: físicos, emocionais, mentais, comportamentais.
O tempo, nesse caso, pode ser benéfico. Aprendemos a aceitar o jeito de ser do outro e a amá-lo apesar disso, ou até por causa disso.
Quando olharmos para o outro com olhar tão crítico, querendo montar nosso Frankenstein, que tal nos perguntarmos se ele também não gostaria de fazer o mesmo conosco? Aceitaríamos?
Penso que quanto mais simples, mais natural, menos montado, mais bonito. A natureza nos mostra isso.
Só para constar, o monstro Frankenstein foi muito infeliz e não fez feliz seu criador.
E viva nossas imperfeições!
Alda M S Santos

Bicho-homem

BICHO-HOMEM
Mais um dia…
Um lindo por do sol
A natureza é pontual,
Bichos diurnos se recolhem
Bichos noturnos despertam
Se preparam para a vida.
Bicho-homem é confuso!
Uns buscam repouso, outros, o trabalho…
Outros, deixa pra lá!
Os mais sensíveis, que podem,
Param, olham
Admiram, se encantam,
Agradecem…
Boa noite!
Alda M S Santos

Acertando o passo

ACERTANDO O PASSO
Olhar sempre pra frente
Para onde queremos ir
Algumas vezes, olhar para trás
Para aproveitar o que foi bom e descartar o que não valeu a pena.
Mas, sobretudo, olhar para o lado
Para amar, valorizar e acertar o passo
Com quem caminha conosco
Sendo o amor e amizade no momento,
Ou todo o tempo…
Alda M S Santos

Entrega

ENTREGA

Todos precisamos de ajuda,

De apoio, de alianças,

De confiança, de auto-confiança,

De entrega, de vida!

A natureza nos ensina.

Sempre. Só observar!

Boa noite!

Alda M S Santos

 

 

Nossa luz

NOSSA LUZ
Nossos olhos captam tudo à nossa volta. Todos temos capacidade para enxergar de tudo.
Alguns de nós focam e percebem mais o lado escuro, triste, amargo de tudo que nos cerca.
Outros, mais seletivos, passam pela tristeza e nebulosidade para enxergar o brilho, as cores, a alegria.
Como não deveria deixar de ser, esses são mais felizes que aqueles, pois entram em sintonia com o que veem.
Já aqueles, atraem para si o nebuloso, o negativo e têm mais dificuldade para interagir com a luz.
Cuidemos de onde repousam nossos olhos. Eles são o canal que levam beleza e encantamento à nossa alma.
Alda M S Santos

Espelhos da alma

ESPELHOS DA ALMA

Não existe nada mais cativante no ser humano que os olhos. Sem querer desfazer de um corpo bonito, um rosto de traços harmônicos, um coração bondoso, uma mente inteligente, uma alma elevada.

E não estou falando de sua anatomia, de sua beleza estética, formatos e cores. Refiro-me à sua capacidade expressiva. Não há olhos que mentem! Há olhos que tentam disfarçar, e isso já é expressivo.

Há olhares curiosos, alegres, que querem tudo perceber, sem se fixar. Deixam-nos à vontade. Há os distraídos, que observam aleatoriamente e se detêm apenas quando convém. São seletivos e nos pegam desprevenidos. Há ainda os atentos, sensíveis, que parecem invadir, tudo captam: pequenos detalhes, diferentes sentimentos, qualquer humor…

Se encontrarmos olhares atentos, fugir deles é impossível. Eles perceberão qualquer emoção que estiver ali. Não saberão a razão, mas reconhecerão a emoção, aquela disfarçada pelo sorriso ou forçada pelas lágrimas.

Notarão a ansiedade, a preocupação, a culpa, a tristeza, o medo, a decepção, a afobação… São olhos com uma camada de nebulosidade. Por vezes, úmidos.

Perceberão a alegria, a euforia, o prazer, a satisfação, a vitória. São olhos com brilho intenso, cores vivas, transparentes.

Captarão em alguns olhares a censura, a inveja, a raiva, a crítica, a cobrança, a avaliação, o julgamento. São olhares com ar de superioridade. Olham por cima.

Sentirão olhares carregados de desejo, admiração, atração, paixão. São olhos quentes, brilhantes, agitados, pidões.

Serão atraídos por olhares de compaixão, amor, carinho, solidariedade… São olhares doces, tranquilos, pacíficos.

Espelhos da alma, ou não, eles refletem o que se passa em nosso interior. Os dos homens costumam ser mais expressivos, talvez por serem mais focais. Os das mulheres costumam ser mais perceptivos, por serem mais periféricos. As crianças os têm claros, transparentes e cristalinos. É natural delas, não escolhem. São maravilhosos e cheios de expectativas. Os idosos já não querem mais esconder nada, seus olhos são quase tão expressivos quanto os das crianças. Por eles, deixam extravasar a emoção dos anos vividos. Sabem que não adianta esconder. Mergulhar nos olhos de um idoso é entender sua história: rica, bonita, carregada de alegrias, tristezas, frustraçōes e culpas. É como ler um livro.

E, entre crianças e idosos, estão os adultos que “aprenderam” a disfarçá-los. E vão vivendo acreditando enganar a todos sobre o que sentem. Até conseguem, muitas vezes, mas não os olhares atentos e sensíveis.

Mas o mais bonito e emocionante da vida é quando olhares perceptivos e expressivos se encontram em uma via dupla. Olhares atentos de ambos os lados se percebem, trocam sentimentos, energias, desejos, amor, carinho, amizade, paz, sonhos, esperança, tudo sem ser necessário trocar uma palavra sequer. Se olham, se entendem, se aproximam, se abraçam. Aqueles que dizemos que “o santo bateu”. Na verdade, os olhares bateram! As almas se encantaram.

Enfim, todos os olhares são lindos, em todos os olhares há uma poesia a ser lida, uma vida a ser descoberta. Olhar nos olhos não é para qualquer um. Olho no olho é para quem tem coragem!

Alda M S Santos

 

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