ENTRE DOIS MUNDOS
Constrói-se uma ponte, convidativa e atrevida,
A separar dois mundos distintos nesta vida.
De um lado, o novo se mostra assustador;
Do outro, o passado pesado, cansado de dor.
As sombras do ontem, já tão conhecidas,
Simbolizam a segurança da dor vivida.
Na outra margem da ponte se descortina
Caminhos incertos, traçando nova sina.
Silêncios e gritos, dor e prazer,
À espera do amanhã, um novo acontecer.
A saudade do vivido encara o futuro,
Com coragem de atravessar a ponte, derrubar os muros.
Entre a escuridão e a luz,
Brilham caminhos que o amor conduz.
Alda M S Santos
VERNISSAGE
Amanhecemos, entardecemos, anoitecemos
Todo o tempo, várias vezes por aqui
Acreditando que sempre haverá nova oportunidade
Sempre haverá um amanhã
Com uma tela em branco a ser preenchida
E ali pintamos, até mesmo sem querer
A obra de arte de nossa vida
Em tons quentes, frios ou pastéis
Amanhecendo, entardecendo, anoitecendo
Tingindo nossas tardes de brisa fresca
Até o último anoitecer de negro céu
E amanhecer palidamente em outro lugar
Temos quadros suficientes para um vernissage?
Alda M S Santos
PAPA FRANCISCO
Foi para o Pai, morada de amor
Mas deixou plantadas em nossos jardins
As melhores sementes de amor, respeito, paz e união
A simplicidade, a bondade e a caridade do Cristo foram sua bandeira
Ele nos amou a todos, incondicionalmente
Como Jesus nos amou e nos ensinou
Soube amar, trabalhar, esperar, perdoar
Foi ao encontro de Jesus e de lá nos ajudará
Vá em paz!
Alda M S Santos
ACORDA, PESSOAL!
Secas, incêndios, calor infernal
Gelo, degelo, tempestades sem igual
Acorda, pessoal!
Os extremos são o retrato fiel
Do quanto nossa humanidade foi e tem sido cruel
Quem destrói a casa que o abriga
Compra por aqui uma grande briga
Faz uma dívida eterna com o universo, a Criação
Não é o futuro que será inabitável
A devastação já se mostra, é palpável
Qual seu papel, ele é inalienável!
Alda M S Santos
QUANDO VAMOS EMBORA…
Quando a gente vai embora
Não levamos malas, objetos, qualquer pertence
As preocupações, as dívidas
O saldo bancário, casa, carro
Tudo isso fica para trás…
O que levamos conosco são as emoções
Os bons sentimentos que amealhamos por aqui
As boas relações que cultivamos
O bem que praticamos
Isso nós levamos conosco
E deixamos plantados nos corações
Daqueles que conviveram conosco…
Quando formos continuar a vida do outro lado
Será que nossa semente de amor
Nosso jardim cultivado por aqui
Encontrará lembranças para florescer?
Só isso vale realmente a pena
Saber que nossas boas ações serão
Um incentivo para seguir
E um carinho quentinho nos corações
Daqueles que amamos e convivemos…
Alda M S Santos
MORRI!
Sonhei que eu tinha ido embora
Havia morrido para esse mundo
Andava entre todos e não era notada
Fazia de tudo, me sentia só, desligada
Ouvia tudo que diziam, lamentavam
O que poderiam ter feito, choravam
Outros apenas a notícia espalhavam
“Soube que ela morreu, assim do nada?”
“Virou poesia, está por aí, espalhando magia”
“Sinto tanta saudade, não entendo tanta maldade”
Eu estava em paz, só não entendia
A razão de sentir o que toda a gente sentia
A morte não é ausência de dor – indagava
Queria me sentir presente em algum lugar
Resolver pendências, poder tudo organizar
Abraçar a todos que por mim choravam
Dizer que os amava, que em mim moravam
Parecia estar entre um mundo e outro
Esse daqui seguia dia a dia sem mim
Uns corações doloridos, outros nem aí
E eu só queria poder seguir…
Sentir que não existe, existindo, é meio esquisito
O coração bate sem bater, parece aflito
Entrei numa paróquia onde todos rezavam
Ali me ajoelhei, agradeci, Deus em mim eu sentia
Meu coração batia, a vida ainda existia
Acordei…
Alda M S Santos
QUANDO A ALMA CANSA
Há momentos em que tudo parece perdido
A alma cansa, o caminho está comprido
O sorriso já não sai tão fácil
Qualquer atividade é difícil
E você se pergunta qual a razão de ainda estar aqui
Se já não vê mais prazer no existir
Aquela sensação de tanto faz como tanto fez
Olha para trás, para frente, onde foi parar a alegria
Motivação já não faz parte do seu dia a dia
Dormir, chorar, é o que te apetece, pura letargia
Olha lá fora, o sol brilha, insensato
Dentro de você está tudo nublado, meio caricato
Quer muito recuperar a sensação de que tudo vale a pena
Que há quem precise de você, que te queira bem
E que você mesmo é importante, sua vida é seu maior bem!
Sabedor de que momentos bons e ruins, afinal, todos têm…
Alda M S Santos
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ATÉ A VOLTA
Penso que quando Deus nos idealizou
Não foi só com a costela de Adão
Que a Eva Ele formou
Em cada um de nós plantou
Um pedacinho das nuvens do céu
O perfume das flores do jardim, doce mel
Uma onda bonita que retirou do mar
O barulho da cachoeira caindo sob o belo luar
O brilho de uma estrela que a noite vem clarear
Também colocou em nós um pouco do calor do sol
O frio de uma noite ao relento
E a brasa de um coração de amor sedento
Por isso somos tão inconstantes e “incompletos”
Queremos nos preencher até o teto
Buscamos a conexão que temos com a natureza
O carinho, o amor, a sintonia, a beleza
Ele foi bem sábio!
Quis manter-nos uns aos outros conectados
Numa teia de amigos, amantes, eternos “enamorados”
Até podermos voltar para Seu lado!
Alda M S Santos
ABORTO: EM DEFESA DA VIDA.
Em pauta a descriminalização do aborto.
Duas correntes se formam e afirmam: defendem a vida.
Uma delas defende o direito à vida de um ser em formação.
A outra defende uma vida em curso, levanta o direito de escolha da mulher no que tange a seu próprio corpo.
Ambas são vidas e, em graus diferentes, indefesas.
Uma das questões que a corrente pró-aborto coloca é que, com a lei em vigor, o aborto não é evitado, vidas não são protegidas. Ele é apenas feito de maneira clandestina, o que tem ceifado muitas vidas de mães cada vez mais jovens e onerado os cofres dos serviços públicos de saúde.
Outra questão alegada é que, ao proteger a vida do feto, considerada pseudo-vida nessa corrente, não se protege e não se respeita a vida da mulher e seu direito de decidir o que fazer com seu próprio corpo.
A outra corrente, contra o aborto, defende que é desumano e cruel, um assassinato de inocentes, retirar uma vida que ainda não pode falar por si.
Nessa mesma corrente, questões religiosas são colocadas, onde toda vida humana é válida e não cabendo a outro ser humano decidir se ela vingará, ou não.
Um ponto bastante debatido e controverso entre ambos é quando se inicia a vida.
E, nisso, não há concordância. Os pró-aborto menos radicais afirmam que não há vida antes do feto estar totalmente pronto, aos 90 dias de gestação. Antes disso, chamam de um aglomerado de células.
A corrente que quer manter a criminalização do aborto considera que há vida após o momento da concepção, ou seja, quando óvulo e espermatozoide se fixam no útero e a gravidez se inicia.
Independente de quando se inicia um novo ser, ainda há aqueles que defendem o direito da mulher de retirar aquela vida em crescimento dentro de si em qualquer época.
Não há como não pensar essa questão sob um viés religioso. Nós, seres humanos, produzimos apenas o corpo físico de um novo ser, no qual o corpo da mulher é apenas o receptáculo.
Mas todos nós possuímos uma alma, um espírito, e esses vêm do Alto. Nenhum de nós tem o direito de interceptar o que vem de Deus!
Quem não quer gerar uma vida deve evitá-la, não jogá-la fora depois de pronta. As marcas que ficam numa mulher que aborta são indeléveis.
Outro ponto importante é que, quando se fala em aborto, deve-se referir ao casal que aborta, não apenas à mulher. O pai é tão responsável por aquela vida quanto a mãe. Muitas são “levadas” ao aborto pelo abandono sofrido.
Quando a criança nascer, se realmente a mãe ou o casal não tiverem condições de criá-la, a mesma é colocada para adoção. Há muitos pais sem filhos nas filas para adoção.
Se a questão é respeitar a mulher, sua vida, suas escolhas, que se invista em educação de qualidade, educação sexual de meninos e meninas.
A descriminalização do aborto, com a educação sexual que possuímos, pode vir a fazer da interrupção da vida um método contraceptivo.
É um caminho muito mais longo e trabalhoso, mas é um caminho que não banaliza a vida, nem das mães, nem dos bebês inocentes.
Alda M S Santos
ABORTO: (IN)COERÊNCIA?
Defendes tanto direitos femininos
Igualdade, equidade, equiparação social, profissional
Direitos e deveres iguais e tal
Como pode ser contra o aborto?
O corpo não é dá mulher, afinal?
Não é “meu corpo, minhas regras?”
Não é muito incoerente?- questionaram-me
Usando argumentos em defesa da vida da mãe
Do futuro da criança que é indesejada
Tudo bem, acontece uma distração ou descuido
Mas deve-se arcar com a responsabilidade do ato
Defendo direitos do ser humano: homens ou mulheres
Nenhum é mais ou melhor que o outro
Simplesmente por ser homem ou mulher
Talvez pelas lutas e conquistas …
E a mulher é historicamente inferiorizada e desrespeitada
Injustamente!
Defendo a preservação da vida, de todos, para todos
E aborto é assassinato, pensado e calculado
Uma vida interrompida precocemente
Sem ter direito qualquer de defesa
E não é a mulher que aborta
Todo aborto inclui, no mínimo, pai e mãe
São ambos responsáveis da mesma forma
“Meu corpo, minhas regras”
Não pode ser superior à vida de um inocente
A partir do momento que a manutenção de direitos próprios
Envolve e fere outra vida
Que não pode responder por si
Esses direitos caem por terra
A vida é prioridade! Sempre!
Devemos defendê-la a qualquer custo
Se ela estiver dentro de nós
Somos mais responsáveis ainda!
Eu tive o direito de nascer, gerei vidas que amo
Não tenho o direito de impedir o nascimento de outro ser
Sou coerente com o amor e a vida que prego
A todos os seres humanos!
Por isso digo NÃO a homens e mulheres que abortam
Legalmente ou não…
Alda M S Santos
SE MORRER A POESIA…
Apagam- se a luz e o brilho em mim
Perde a cor e o perfume todo jardim
O sorriso não terá mais beleza
Não haverá encanto na natureza
Se morrer a poesia..
Não terá mais doçura nas brincadeiras
Nem magia na queda d’água das cachoeiras
O amor não será mais a razão do existir
Só restará o insano desejo de fugir
Se morrer a poesia…
O afeto será coisa de gente frágil e louca
A alma já não mais gritará até ficar rouca
Um ombro amigo não será mais abrigo
A paz não se encontrará mais contigo
Se morrer a poesia…
O mar viverá uma eterna ressaca
Não haverá pôr do sol, grande friaca
Alvoroço de crianças, marcas na areia
Serão lembranças de uma vida cheia
Se morrer a poesia…
A vida já não terá valor ou importância
A paixão de viver sofrerá relutância
Se morrer a poesia morre o melhor de mim
Fé, amizade, amor, compaixão, vida, enfim
Se morrer a poesia…
Alda M S Santos
AO APAGAR DAS LUZES
Meu tempo por aqui já está se esgotando
Já vejo as luzes se apagando
Misto de alegria e dor no peito
Alegria pelo tempo concedido
Tristeza por algum mal feito
Quisera poder voltar lá atrás
Com a sabedoria de hoje
Mas com nova energia, novo gás
Poder editar ou reescrever
Apagar ou dar nova cor
Pintar com outros matizes e amor
Esse jardim que foi exposto ao tempo
Tantas intempéries e contratempos
Que fizeram dele uma obra de arte
Abstrata, clara, real, antiga ou contemporânea
Um olhar atento conseguirá identificar
Cada pontinho de lágrima ou dor
Cada momento de colo, ombro ou cobertor
Ah, minhas luzes estão quase se esvanecendo
Talvez eu já não volte amanhã
Mas meus registros e marcas nesse espaço
São uma história, minha trajetória
Entrelaçada a tantas outras histórias
Tantos novos capítulos ou temporadas
Fazendo dessa viagem uma grande maratona
Daquelas que cada um segue no seu ritmo
Da largada até o destino final: a chegada
Cheguei chorando por aqui
Espero voltar sorrindo
Sou grata por todo esse tempo.
A gente se vê numa nova viagem!
Até breve!
Alda M S Santos
QUEM MORRE E QUEM VIVE?
Quem morre e quem vive
Quem não recebe um sorriso ou quem nem o oferece?
Quem morre e quem vive
Quem dedica-se ao trabalho que não gosta procurando apreciá-lo, ou quem o suporta?
Quem morre e quem vive
Quem viaja pela imaginação ou quem fica no chão por medo de voar?
Quem morre e quem vive
Quem aspira o perfume de uma rosa ou quem a evita por medo de insetos?
Quem morre e quem vive
Quem mergulha fundo em busca das pérolas ou quem se conforma com a impossibilidade de obtê-las?
Quem morre e quem vive
Quem planta e não colhe ou quem sequer planta?
Quem morre e quem vive
Quem ama e se arrisca a chorar ou quem sequer ama?
Quem morre?
Quem vive?
Quem?
Aos poucos vamos vivendo,
Aos poucos vamos morrendo…
Alda M S Santos
MORRI!
Sonhei que eu tinha ido embora
Havia morrido para esse mundo
Andava entre todos e não era notada
Fazia de tudo, me sentia só, desligada
Ouvia tudo que diziam, lamentavam
O que poderiam ter feito, choravam
Outros apenas a notícia espalhavam
“Soube que ela morreu, assim do nada?”
“Virou poesia, está por aí, espalhando magia”
“Sinto tanta saudade, não entendo tanta maldade”
Eu estava em paz, só não entendia
A razão de sentir o que toda a gente sentia
A morte não é ausência de dor – indagava
Queria me sentir presente em algum lugar
Resolver pendências, poder tudo organizar
Abraçar a todos que por mim choravam
Dizer que os amava, que em mim moravam
Parecia estar entre um mundo e outro
Esse daqui seguia dia a dia sem mim
Uns corações doloridos, outros nem aí
E eu só queria poder seguir…
Sentir que não existe, existindo, é meio esquisito
O coração bate sem bater, parece aflito
Entrei numa paróquia onde todos rezavam
Ali me ajoelhei, agradeci, Deus em mim eu sentia
Meu coração batia, a vida ainda existia
Acordei…
Alda M S Santos
NÃO TENHO MEDO!
Não tenho medo da morte
Tenho medo de viver sem norte
Não tenho medo de enfrentar o fim
Mas tenho medo de me perder de mim
Não me amedronta a vida do outro lado
Mas me assusta não a ter aproveitado
Tenho medo de sofrer ou machucar alguém
Mas o medo pode me paralisar também
Tenho medo de uma vida sem propósito
De fazer dessa viagem só um depósito
De coisas e mais coisas conquistadas
Sem perceber as almas abençoadas
Temo um viver sem que e nem pra quê
De não saber realizar o que vim fazer
Não tenho medo de não ser valorizada
Sei que estou por Ele bem assessorada
Alda M S Santos
E SE…
E se a vida nos ditasse melhor o compasso
Que talvez aquele fosse o último abraço
Como seria, teria feito diferença
Saber que não haveria mais aquela presença?
E se fosse a última noite, o último sono
Sem imaginar que o amanhã não teria dono
Um beijo quente, um amor envolvente
Haveria despedida mais eficiente?
Tantas possíveis últimas vezes vivemos
Sem imaginar a que sobrevivemos
Gostaria de me alongar mais nos momentos
Poder me demorar no que traz contentamentos
E se fosse o último sorriso, o último olhar
Quero abraçar forte, descansar nesse lugar
E se fosse por aqui a última, a derradeira luta
Peço a Deus que tenha sido válida tanta labuta
Alda M S Santos
VOU INSISTIR
Vou insistir na vida, não posso desistir
Foi-me dada, não sei se fui eu que pedi
Na dúvida, sei que preciso seguir
Até onde, sei não, ainda irei descobrir
Vou insistir, pode haver luz e escuridão
Mas posso pedir e estender a mão
Quando doer vou chorar, vou desabafar
Vou encontrar um colo para me aconchegar
Vou insistir e, se possível, ao cair vou sorrir
Da situação, do outro, de mim, deixar fluir
Mesmo que pareça que estou só
Se tiver a mim mesma desfaço qualquer nó
Não vou desistir, não quero essa opção
E não basta só sobreviver, quero amor, emoção
E quando tudo parecer que chegou ao fim
Ter a ousadia de dizer que “valeu” para mim
Alda M S Santos
VIVER PODE SER DIFÍCIL
A vida em si carrega tantos desafios
Muitos deles que angustiam e chacoalham nossos brios
Um mexer e remexer com a vida e a morte
Transitando nesse caminho em busca de luz, de sorte
Tantas vezes queremos brecar, botar um freio
Ou nos livrarmos de algumas prisões, anseios, arreios
Quisera que só conseguíssemos ver belezas
Ah, mas não… também há tanta tristeza!
Percebemos que a vida pode ser bem ferina, dolorosa
Mesmo quando se parece delicada e suave como uma rosa
Sentimos tanta falta de poder expressar tudo isso
Desmembrar esses sentimentos que parecem algo maciço
Ver no outro, sentir nele a compreensão
Sabendo que também é outro humano onde bate um coração
Percebemos que por aqui tudo é mais difícil na solidão
Faz falta ter com quem partilhar tanta emoção
Somos seres humanos, carregamos essa condição
Por que é tão difícil, então, equilibrar o coração e a razão?
Será que fica mais fácil se todos nos dermos as mãos?
A vida para se manter pede mais empatia e união…
Alda M S Santos
SÓ QUERIA SABER…
Só queria saber o que é que há
Do outro lado da vida que vamos atravessar
Será que vou me acostumar, me adaptar
Quando meu momento de ir embora chegar?
Queria saber se tem o Sol a brilhar
Ou a beleza de uma noite de luar
Se poderei nas cachoeiras me banhar
Quem sabe ter um alguém para namorar?
Ainda não sei se aceitarei bem
Está certo que diferença não tem
Minha aceitação ou não de nada valerá
Depois da travessia que uma hora chegará
Ah, mas queria saber o que é que há
Será que se eu pedir posso negociar
Uma lista do que não quero deixar faltar
Natureza, leveza, paz, amor quero levar
Monto a minha playlist final assim:
Um jardim florido cheirando a jasmim
Rio, mar, cachoeira, mata para me embrenhar
Pássaros a cantar e pessoas para amar…
Assim posso logo me acostumar…
Alda M S Santos
IMORTAIS?
Qual o peso ou a leveza da imortalidade
Pensar nisso nos traz alguma capacidade
De sermos melhores, sem grandes vaidades
Ou nos debilita, ressalta fragilidades?
Se tudo que existe é o hoje e o agora
Se não nos preocupa o fato de irmos embora
Será que vale investir tudo no que se tem
Sempre em busca do que nos convém?
Se uma marca bonita pudermos desenhar
No coração de alguém poder morar
Uma memória boa, suave lembrança
Há de nos manter fiéis nessa balança
Quero e me imagino ser uma criatura imortal
Cravada por aqui, tatuada em cada sinal
Cada ato meu me alimenta, me eterniza
Seja bom ou mau, se por amor, ameniza
Alda M S Santos
REVELAÇÃO
Um dia iremos acordar
Abrir não só os olhos para o dia
Abrir a alma para realmente despertar
Ser luz, paz, o amor que a todos contagia
Nesse dia tudo irá fazer sentido
Tudo que por aqui foi sofrido
Os percalços, as companhias, a solidão
Os momentos em que ouvimos um não
Quando esse dia de revelação chegar
Ou a gente irá chorar ou muito se alegrar
Pelo tempo que soubemos usar ou desperdiçar
Quiséramos nada ter a lamentar
Poder apenas agradecer, abraçar
E, feliz, ter a certeza que valeu a pena amar
Alda M S Santos
UM DIA NOS VEREMOS DE NOVO
Por aqui, sabemos, é só uma fase da vida
Ela continua noutro plano ou dimensão
Perdemos tanta gente, nossa alma fica sofrida
E dói não poder ver, tocar com a mão
Nascemos aqui, morremos, renascemos acolá
Por que não aprendemos a não sofrer do lado de cá?
A saudade nos consome, o peito aperta
E brota desejo de abraçar, deixarmos a porta aberta
A fé e crença nessa continuidade
Na luz do alto, um ser maior, uma divindade
Nos faz acreditar na nossa capacidade
De nos refazermos e aguardar nova oportunidade
Creio que verei vocês novamente
Amores meus, gente querida, guardada no coração e na mente
Só posso agradecer pelo tempo de convivência
E pedir a Ele muita paciência e resiliência
Ainda verei vocês de novo!
Alda M S Santos
QUAL O TRATO?
Como cheguei até aqui?
Nesse lugar que não sei bem definir
Que ora me faz feliz, me faz sorrir
Ora é um grande equívoco, dói seguir
Que me trouxe até aqui, para quê?
De onde vim, qual foi o trato
Tudo parece ora bem concreto, noutras tão abstrato
Se desistir, há multa por quebra de contrato?
Será que existe um outro lugar, outro “aqui”?
Onde serei acolhida, bem-vinda
Ou serei avaliada, colocada na berlinda
Cumpridora, devedora, quando isso se finda?
Olho em volta para tudo isso aqui
Ora tem tanto por fazer ainda, qual a sentença
Será que sou daqui ou posso sair, pedir licença
Preciso saber para poder fazer a diferença…
Alda M S Santos
SEM SABER O PORQUÊ
Quando o peito aperta sem saber o porquê
Se tudo parece nublado sem razão de ser
A energia fica seca como areia no deserto
E nem se sabe se quer alguém por perto
Que se pode fazer?
Falta uma conexão importante, especial
Desejo de embrenhar no fundo do quintal
Em meio às folhas e galhos pós-vendaval
Ali parece ser acolhedor, nada convencional
Que se pode fazer?
Um vazio que, paradoxalmente, é pesado
Uma angústia que nos deixa à parte, de lado
Questiona-se a razão de tudo isso aqui
E bate um desejo grande de partir
Que se pode fazer?
A vida vai sempre ensinando o caminho
Mostrando por onde seguir, mesmo sozinho
Abrindo trilhas em nossas matas fechadas
Se possível, levando boas almas aliadas
Assim, talvez, se encontre a razão de ser
E, finalmente, se saiba o que fazer…
Alda M S Santos
A PASSEIO?
Não viemos por aqui a passeio
Temos uma missão, tarefas, anseios
Não significa que não possamos nos divertir
Há muitas maneiras de no bem agir
Temos dons, viemos abastecidos
Todos têm finalidade, dão nosso colorido
O tempo deve ser bem aproveitado
Para seguirmos juntos, mais lado a lado
Podemos ser a luz num caminho
A coreografia que une num passinho
A poesia que acolhe com jeitinho
O abraço que expressa muito carinho
O que tenho, o que sou, meu sentir
Vale mais se posso por aí distribuir
Se a vida se acabasse hoje, nesse momento
Teria bom fechamento, sem ressentimento?
Alda M S Santos
NÃO TEM GRAÇA!
Não é só porque ele era famoso
Tampouco por fazer a nação da alegria sorrir
Em momentos de medos, onde tudo é doloroso
Mas por evidenciar que qualquer um pode partir
É por colocar a todos no mesmo patamar
Somos passíveis de sofrimentos, não há como negar
A morte chega e machuca sem avisar
Seus critérios desconhecemos, não dá para adivinhar
Leva quem faz sorrir lá na tela da televisão
Também quem está pertinho do coração
Vidas ceifadas, levadas daqui tão cedo
Somos passageiros por aqui, não há segredo
Paulo Gustavo não era mais importante que ninguém
Era apenas ser humano no topo do coração de alguém
Mas algo nisso mexe com nossa fragilidade
Ninguém está a salvo!
Ele era mestre do humor, fazia sorrir
Hoje faz chorar, não tem graça!
Isso reafirma a única certeza da vida
A qualquer hora podemos ir embora
Urge ser irmão, ser amor, sem demora
E, se pudermos aprender algo com isso
Fazer sorrir é um belo meio
De fazer valer nosso existir por aqui
RIP
Alda M S Santos
COEXISTÊNCIA
Vida e morte, morte e vida
No mesmo espaço, no mesmo cacho
Coexistência…
Fases de um viver, circularidade do existir
Por que tanta resistência em aceitar um partir?
Doloroso, fere fundo
A saudade que fica é paradoxal
Alimenta a ausência, machuca
Mas da vida é prova cabal
Quero a vida que há mesmo na morte
Aquela que nos deixa mais forte
E confiantes num poder maior
Num porvir que justifique esse existir
Saudade…
De tudo que partiu
De tudo que morreu em mim
Para mim
Saudade…
Um dia nos encontraremos
Em qualquer lugar, noutro plano
E, enfim, entenderemos…
Alda M S Santos
PARA ONDE IRÃO ?
Roupas e calçados doados para caridade
Livros lidos e relidos, que estante ocuparão?
Aquelas fotos e CDs antigos, verdadeira raridade
Objetos de apego, perfume especial, animais de estimação
Para onde irão?
Crônicas e textos escritos, poemas e versos
Cartas e cartões, carinhos contidos, afeições declaradas
É a vida em seus direitos e avessos, versos e reversos
Rosas plantadas, flores regadas, ervas arrancadas
Para onde irão?
Versos de amor gravados na alma em doces melodias
Sorrisos e abraços que aqueceram e iluminaram nossos dias
Qualquer tentativa de lidar com a ausência, com a saudade, pura perda de tempo, embromação
Bom mesmo é ficar mesmo depois de ir embora, permanecer pra sempre gerando emoção…
Todo o resto não importa para onde irá, especulação
Se o que importa de verdade estiver tatuado no coração…
Alda M S Santos
JARDIM (DES)HUMANO
Um dia Deus quis encher a Terra de jardins
Num colocou rosas, cravos, violetas e jasmins
Tantas flores lindas, coloridas, perfumadas
Todas elas por beija-flores e abelhas apreciadas
Num outro jardim gigante colocou pessoas, humanos
Pretos, brancos, amarelos e vermelhos
Mas o que aconteceu foi (des)humano
No jardim das flores havia diversidade, harmonia
Quanto mais perfume, maior a magia
Quanto mais cores, mais insetos atraía
Mas no jardim dos humanos havia primazia
Brancos se achavam superiores
Excluíam as demais cores, covardia
Matavam, do poder abusavam, picardia
O jardim humano nem parecia divino
Se quiser aprender algo seja das flores inquilino…
Alda M S Santos.
ERA A VIDA
Caminhava devagar numa praia deserta, sozinha
Chutava as águas, descalça, olhar no horizonte
Vez ou outra se abaixava para pegar uma conchinha
Um vestido leve e fino ao sabor do vento
Mexia também com seu pensamento
Sabia que deveria estar ali, mas não entendia
Simplesmente seguiu um desejo, a magia
Faltava algo para tudo se encaixar
Mas por que nada acontecia?
Seguiu sua suave e intrigante caminhada
Avistou alguém ao longe, ficou arrepiada
Seria a brisa, a expectativa ou uma cilada?
Não tinha medo, seguiu o vulto que lhe acenava
Correu, segurou sua mão e sumiram na mata fechada
Coração aos saltos, sorriram, nada importava
Era a vida que numa nova forma se apresentava…
Alda M S Santos
BORBOLETA VOOU
Uma borboleta, linda, suave
Colorida, leve, encantadora
Passou por duras e incompreensíveis penas
Lagarta, casulo, criou asas
Borboleteou por aqui, incansável
Voou amou, flores tocou
Intensa, semeou vida, polinizou
Viveu sua metamorfose, aceitou
Lutou suas batalhas, recuou, avançou
Pediu trégua, venceu…
Ao Criador sempre agradeceu
Enfim, pousou…
Mas toda borboleta sabe que há fases
Logo estará voando do lado de lá
Borboleta tão bela assim de lá irá tudo aqui enfeitar
Saudades imensas no coração deixou
Mas os lugares que aqui voou, pousou, enfeitou
Nunca deixará de estar…
Seu brilho intenso, perfume delicado de flor
Será para todos que ficaram
A prova irrefutável de um grande amor
Vá com Deus, Borboleta
Outras flores precisam de ti…
Alda M S Santos
A MORTE
Sempre parecerá mórbido falar de morte
Enquanto ela for vista como um fim, uma punição
O desconhecimento do porvir causa apreensão
Quando o legado que se tem não traz satisfação
É preciso saber viver, diz a canção
E isso inclui também saber morrer
Ainda que machuque o coração
É a única certeza nesse mundão
Aprender, crescer, encarar tudo como lição
Captar tudo que ela puder nos ensinar
E aproveitar esse momento para evolução
Aceitar a morte como transição
Deve fazer parte de nosso caminhar
Para uma vida que continua noutro lugar
Alda M S Santos
COEXISTÊNCIA
Vida e morte, morte e vida
No mesmo espaço, no mesmo cacho
Coexistência…
Fases de um viver, circularidade do existir
Por que tanta resistência em aceitar um partir?
Doloroso, fere fundo
A saudade que fica é paradoxal
Alimenta a ausência, machuca
Mas da vida é prova cabal
Quero a vida que há mesmo na morte
Aquela que nos deixa mais forte
E confiantes num poder maior
Num porvir que justifique esse existir
Saudade…
De tudo que partiu
De tudo que morreu em mim
Para mim
Saudade…
Um dia nos encontraremos
Em qualquer lugar, noutro plano
E, enfim, entenderemos…
Alda M S Santos
UM INSTANTE
Por um único instante
Por mais fugaz que fosse
Gostaria de ir do outro lado
Aquele que fica além da vida
Apenas dar uma espiada e voltar
Saber se estou na rota certa
Se não desviei do caminho a que me propus
Se falta muito ainda para o game over
Ou se ainda tenho tempo para mudar de fase
Quanto falta ainda para conquistar ou realizar
Mas, principalmente, se não estou deixando ninguém para trás
Só por um instante!
Seria possível ir até lá?
Buscar mais munição, fazer reservas
Estocar suprimentos , sei lá
É que às vezes dá medo, parecemos jogar no escuro
Só por um instante…
Pode ser?
Alda M S Santos
LEVEZA
Sonhei que estava a caminho do céu
Vestes brancas e leves a flutuar
Na cabeça uma tiara de rosas, um véu
Subia, girava, sorria, ia devagar
Vez ou outra parava no caminho
Sentava numa nuvem para baixo a olhar
Quem foi que deixei sozinho
Isso pesava, não me deixava viajar
Era tão bom poder plainar
Cada vez mais longe, mais alturas alcançar
Tal qual águia na imensidão a voar
Tudo ficava leve, pétalas de rosas a carregar
Mas algo não estava bem
Ainda não posso ir, preciso retornar
Aqui tinha ficado alguém
Mas já conhecia o caminho do céu a atravessar
Me despedi de mim mesma
Minha leveza, minha destreza
Quem sabe não chegaria o dia
Que iria com certeza pra lá
Enquanto não é possível
Quero de novo sonhar
E nas asas de uma borboleta
As alturas de novo chegar…
Alda M S Santos
NADA POR VIVER
Não quero deixar nada por viver
Tanta gente indo embora tão cedo, deixando muito por fazer
Que aumenta em nós a necessidade de nada deixar por viver
Com o cuidado de, com isso, nada no outro fazer morrer
Parece que há tanto ainda por aprender
Tantos lugares a passear, a conhecer
Muito ainda a doar, a ajudar, a nos compadecer
Tanto amor ainda por fazer…
Não quero deixar nada aqui para viver
Quero brincar mais, sorrir mais, sem reclamar quando doer
Porque tudo isso faz parte do viver
Extraí da vida tudo o que ela oferecia, quero poder dizer
Quero em tudo intensidade, interação, paixão
A vida do outro lado haverá afazeres diferentes, outra distração
Daqui levarei lembranças, emoção, satisfação
E, se Deus quiser, nada deixarei
Além de marcas boas de saudade em cada coração…
Não quero deixar nada por viver…
Alda M S Santos
FIM
Do princípio ao fim
Ou do fim ao princípio
Tantas questões dentro de mim
Chego só, volto só
Enfim, qual é o propósito
Disso tudo, Serafim
Será o fim?
Aterrisso sem nada saber
Tenho tanto ainda para aprender
E já começo a voltar
Para casa regressar
Perco a mobilidade, a habilidade
A memória e, por vezes, a consciência
Não é uma incongruência
Disso tudo, Serafim?
Tudo que amealhei por aqui
Não mais me pertencerá
O que me acompanhará é aquilo que ganhei ou perdi
Conquistei ou doei, e que poderei também deixar
Com quem esteve comigo do princípio ao fim
Chego nua, volto vestida de Lua, perfume de jasmim
Várias fases, brilho e luz…
Um ciclo que se fecha em mim e me conduz…
Alda M S Santos
LEGADO
Sempre deixaremos um legado por aqui
Passar por esse local, tempo e espaço
Não nos permite ficar incólumes
Algo sempre ficará de nós para os demais
Temos por obrigação deixar o melhor de nós
Deixar mais do que recebemos
Processar tudo que vier para nós
Do ontem e do hoje e construir algo inovador
Transformar dores e angústias em crescimento
Mágoas e desrespeito em esperança
Amor em mais amor…
Não podemos perpetuar o mal, o negativo
Um mundo melhor se constrói
Não desconsiderando o que de ruim nos aconteceu
Mas usando esse aprendizado para não causar o mesmo mal
Naqueles que amamos ou convivem conosco
Ou também nos demais que partilham esse tempo terreno
Somos responsáveis simplesmente por estar aqui
Quanto mais sabemos, maior nossa responsabilidade!
Alda M S Santos
ABORTO: (IN)COERÊNCIA?
Defendes tanto direitos femininos
Igualdade, equidade, equiparação social, profissional
Direitos e deveres iguais e tal
Como pode ser contra o aborto?
O corpo não é dá mulher, afinal?
Não é “meu corpo, minhas regras?”
Não é muito incoerente?- questionaram-me
Usando argumentos em defesa da vida da mãe
Do futuro da criança que é indesejada
Tudo bem, acontece uma distração ou descuido
Mas deve-se arcar com a responsabilidade do ato
Defendo direitos do ser humano: homens ou mulheres
Nenhum é mais ou melhor que o outro
Simplesmente por ser homem ou mulher
Talvez pelas lutas e conquistas …
E a mulher é historicamente inferiorizada e desrespeitada
Injustamente!
Defendo a preservação da vida, de todos, para todos
E aborto é assassinato, pensado e calculado
Uma vida interrompida precocemente
Sem ter direito qualquer de defesa
E não é a mulher que aborta
Todo aborto inclui, no mínimo, pai e mãe
São ambos responsáveis da mesma forma
“Meu corpo, minhas regras”
Não pode ser superior à vida de um inocente
A partir do momento que a manutenção de direitos próprios
Envolve e fere outra vida
Que não pode responder por si
Esses direitos caem por terra
A vida é prioridade! Sempre!
Devemos defendê-la a qualquer custo
Se ela estiver dentro de nós
Somos mais responsáveis ainda!
Eu tive o direito de nascer, gerei vidas que amo
Não tenho o direito de impedir o nascimento de outro ser
Sou coerente com o amor e a vida que prego
A todos os seres humanos!
Por isso digo NÃO a homens e mulheres que abortam
Legalmente ou não…
Alda M S Santos
QUANTOS DEGRAUS?
Quantos degraus até o céu?
A escada é sinuosa, rolante, escorregadia, antiderrapante?
Quem pode subir, há restrições, limites de entrada?
Podemos levar alguém, sermos levados por alguém?
E se nos cansarmos no caminho, tropeçarmos, cairmos?
Podemos voltar a subir ou perdemos a vez?
Os últimos serão os primeiros?
Quantos degraus até o céu?
A entrada é franca? Paga-se com quê?
Qual a “moeda” de troca?
Muitas perguntas… Sei lá!
Enquanto isso vou fazendo do agora o meu céu
Tal qual crianças a brincar, a pular amarelinha
Continuo subindo até o céu…
Alda M S Santos
LINDA AURA
Linda, sorridente, costureira, bordadeira
Lindaura: LINDA AURA
Sempre mexendo, parecia uma formiguinha
Vaidosa, amava se enfeitar de cores e flores
Música, dança, abraços, carinhos e mimos
Ela nos fazia felizes, nos tornava especiais para si
De tudo participava, sempre animada, ignorava limitações
Que vamos fazer hoje? -perguntava
Já passando mal foi para junto de todos nós neste sábado
Um sábado de colorir, um sábado colorido
Um sábado para se despedir…
Que de repente perdeu as cores
Um olhar muito meigo e profundo
Um olhar que sorria…
E que hoje nos desperta lágrimas de saudade
Abracei, beijei, conversei, fiz carinho
Demos o que sabíamos dar: amor, atenção, tempo
Nos despedimos sem querer, sem saber…
Agora foi enfeitar o céu com seu largo sorriso
E seus laços e tiaras coloridas, seu olhar brilhante
Aqui ficamos tristes, mas com a sensação que fizemos sua vida mais colorida
Vá em paz, Lindaura, com sua linda aura, missão cumprida!
Dê aquele seu lindo sorriso e abraço gostoso para Ele em nosso nome
O tempo que pudemos desfrutar de sua companhia foi maravilhoso
Amamos você!
Sentiremos imensas saudades…
Alda M S Santos
UMA BELA MANHÃ PARA VIVER
Uma bela manhã para viver
Céu, sol, brisa, flores e cores
Ou uma bela manhã para morrer
Também de belezas, encantos e perfume
O que diferencia uma da outra
Será que ela sabe flutuando por ali
Vive tão intensamente, tão pouco
Nesse mundo tão assustador
Lagarta, casulo, escuro
Tem medo?
Borboleta, luz, cores, brilho
Tem medo?
Tudo tem seu devido tempo…
Será?
Uma bela manhã para viver
Ou uma bela manhã para morrer
Quem determina?
Voa suave e para nas mãos dela confiante
Quer responder à questão silenciosa
Leve, linda, desliza delicada por seus dedos
E voa serena em torno dela no jardim
Mas deixa sua resposta
Quer seja uma bela manhã para viver
Ou uma bela manhã para morrer
É a paz que reina em cada alma
Que será capaz de fazer…
Alda M S Santos