ALIMENTOS
O que por aqui te alimenta
Que te faz bem, te sustenta
Que está por trás de sua alegria
De seu brilho, sua energia?
Alimento do corpo é fácil saber
O paladar logo registra, faz acontecer
Carboidratos, lipídios e protídios
Frutas, verduras, bebidas, glicídios
Mas o que alimenta o coração
Satisfaz a alma, a mente, a emoção
Qual prato trará esse humano calor
Qual a medida certa, onde está o amor?
Estará naquela doce companhia
No prazer de convívio dia a dia
O que se for tirado ou acrescentado
Te fará infeliz, da alma adoentado?
Nossa dieta deve ser bem balanceada
Do corpo e da alma, nehuma negligenciada
Se a vida precisa de sorriso e alegria
Cabe a cada um de nós alimentar essa magia
Alda M S Santos
YOGANDO
Saudar a vida, saudar o universo
Ser parte de um todo, conexão
Cada parte de nós ser verso e reverso
Ser em nós mesmos a inspiração
Busca de luz, de reflexo, reflexão
Ser do bem e do amor, a propagação
A vida pede socorro, num mundo ainda tão incerto
Precisamos nos encontrar em nós
Em cada músculo, cada respiração
Inspirar natureza, expirar renovação
Em cada movimento livre ou planejado
Ser a mais pura vibração
Namastê!
Alda M S Santos
Com Deva Daya
MORO NUM LUGAR
Moro num lugar simples e encantador
Nada paguei por ele, veio de graça
Tantas vezes tem brilho e cor
Talvez eu tenha pedido, merecido
Às vezes fica úmido, escuro, até meio mofado
Noutras é dia lindo, ensolarado
Mas é o que tenho de mais meu, mais concreto
A mim cabe saber cuidar, amar, estar por perto
Zelar, seja nos dias de luz ou escuridão
Nos dias em que há festa no salão
Quando fica apertado e parece não me caber
Ou quando sobra tanto espaço que não sei o que fazer
Pode ser muitas vezes uma mansão luxuosa
Noutras uma casinha simples no pé da serra
Não posso partilhar com qualquer um minha morada
Pois é casa simples, especial, até sagrada
Mas gosto de dividir com pessoas especiais
Com as quais me sinto bem, amada
O prazer de aqui morar, ser abraçada
Essa casa, meu corpo, onde minha alma fez morada
Alda M S Santos
CORPOS E ALMAS
Primeiro a nudez da alma
Devagar, aos poucos, sem medos ou reservas
Depois a nudez do corpo
Como complemento, entrega, amor
Essa é a ordem ideal
Onde não pudermos desnudar nossa alma
Por quaisquer motivos
Medo, desconfiança ou covardia
Não vale a pena…
Não é que a nudez da alma seja menos importante
Ao contrário!
Nossa alma é que nos difere
Corpos são apenas corpos
O que não fascina nossa alma não nos merece
Algo que realmente valerá nosso todo
Precisa conquistar a alma primeiro…
Sem tê-la cativado, qualquer nudez será superficial
Transitória e decepcionante…
Alda M S Santos
NUTRIÇÃO
Cuidar da nutrição é nossa obrigação, nossa responsabilidade
Tudo que em nós prevalece, realça e encanta
É aquilo que mais temos alimentado
A depressão e tristeza alimentam-se dos traumas, das sombras do isolamento
A alegria e o sorriso alimentam-se de disposição, ânimo, fé, coragem
Os medos preferem as culpas, prato quente da revolta ou frio da vingança
A baixa autoestima nutre-se de falsos amigos, espelhos quebrados
O amor- próprio, por sua vez, gosta de sinceridade, carinho, autoconhecimento, olhar terno
A derrota prefere a inércia, o desânimo, a recidiva em erros já conhecidos, a covardia
A vitória busca o prato saudável da autoconfiança, fé, persistência e esperança
A infelicidade alimenta-se de muitos pratos de desconfiança, discórdias e mau-humor
A felicidade nutre-se da amizade, dos bons e saudáveis relacionamentos, da união da família
A família alimenta-se do carinho, da confiança e afeto entre seus membros
E carinho e afeto são ingredientes de pratos que se monta e se mantém com amor verdadeiro
Uma família alimentada com amor verdadeiro todos os dias não definha
Fica bem nutrida, forte e vacinada contra antígenos e outros vírus quaisquer…
Que temos alimentado em nós?
Alda M S Santos
QUANDO A ALMA CHORA
Quando perdemos alguém que amamos,
nosso corpo chora
Quando nos perdemos em
alguém que amamos,
Nossa alma chora…
Alda M S Santos
RESPIRE!
“Respire! Você não sabe respirar!”
Ah, sim, obrigada! Devo ter esquecido!
“Inspire fundo, distenda o abdômen, expire e contraia, suavemente!”
Tão simples, ato involuntário, mas deficiente e esquecido.
Logo pensei: isso aqui não vai prestar!
Sou agitada, gosto de movimento. Suavemente? Pois, sim!
“Devagar, tudo lentamente, você está ansiosa!”
E eu persisto, sei que preciso!
Ok, suavemente, lentamente, devagar, calma: novas palavras para o meu dicionário.
Percebo, aos poucos, que a respiração profunda e suave
Permite, além da oxigenação do sangue,
Um melhor domínio da mente, muito importante,
O maior controle das emoções, essencial
Sentir cada parte do próprio corpo viva
Contrair e alongar todos os músculos tensos
E, aos poucos, ir relaxando é muito prazeroso.
Após 4 aulas de yoga, começo a entender que nem tudo está perdido: Há jeito para mim! Até aprendi a respirar!
Suavemente, chego lá!
Alda M S Santos
NUDEZ
Nascemos todos nus. Todos. Corpo, mente, alma, coração. Ao longo de nossas vidas vamos nos vestindo. Nossos corpos, nossas mentes, nossos corações, nossas almas, todos vão ganhando adereços.
Apesar de não ser tão difícil cobrir o corpo, temos preferências por certas cores, modelos, estilos de roupas. Tanto que nos dizem: “vi um vestido que é a sua cara”!
Nascemos nus, corpos iguais, masculinos ou femininos, mas nos diferenciamos de acordo com nosso tipo físico e nossas preferências. Às vezes, aceitamos opiniões, conselhos, mas pouco mudamos.
A nossa mente é seletiva. Muitos acessórios tentam entrar, mas ela recusa o que é supérfluo ou pouco utilizado. Desperdício de memória.
Já nosso coração é bem confuso! Quer coisas que a mente recusa. Não aceita imposições da razão.
Há certas “vestimentas” que ficam grandes demais, escondem outras “peças”, cores cinzentas, desvalorizam o que ele já tem, apertam, machucam, dão calos, sangram.
Mas ele é insistente, de opinião! Quando quer algum “modelo”, não desiste! Não importa que todos digam que não ficou legal.
Como não deveria deixar de ser, acaba por se dar mal algumas vezes. Sofrem corpo, mente, coração.
Mas o tempo ensina. Como aprendemos que certas minissaias não ficam bem em alguns tipos físicos, também aprendemos que certos “amores” não cabem em nossos corações. Entendemos que não devemos colocar qualquer um pra dentro dele.
Todo aprendizado torna-se a vestimenta da alma. Clássica, não segue modas. Ela é leve e pacífica. Quanto mais vestes, mais leve fica. Como um buquê de rosas, mesmo cheinho, é leve, colorido, lindo, encantador. A simplicidade dita a beleza da nudez da alma.
E, diferentemente do corpo, sua nudez é muito seletiva. Não se mostra pra qualquer um.
Aí está nosso maior encanto!
Alda M S Santos