FAZENDO MORADA

Em busca de paz, de tranquilidade
Deixo minha porta entreaberta
Não fecho e nem abro demais
O sol precisa entrar, iluminar o lugar
Abro bastante para só entrar o que for especial
E deixar sair o que já não está tão legal
Nela serei porteira atenta e criteriosa
Se for leve, perfumado, bonito e colorido
Encontrará passagem, morada certa, abrigo
Mas se for cinza, sisudo ou amargo
Peço para ir embora, não cabe, cria embargo
Descobri que para se ter paz e tranquilidade
Destino melhor sou eu mesma, minha verdade
Ainda que seja repleta de sonhos, na realidade
São meus, aqueles que cuido e alimento
Que me fazem bem, me dão alento
Abro as portas e deixo fazer morada
O que já é sorriso e empatia na chegada
Mas se não tiver o brilho e a docilidade
Se for só cobrança, cercear a liberdade
Vá em paz, aqui não roubará minha felicidade

Alda M S Santos