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Fazendo morada

FAZENDO MORADA

Em busca de paz, de tranquilidade
Deixo minha porta entreaberta
Não fecho e nem abro demais
O sol precisa entrar, iluminar o lugar
Abro bastante para só entrar o que for especial
E deixar sair o que já não está tão legal
Nela serei porteira atenta e criteriosa
Se for leve, perfumado, bonito e colorido
Encontrará passagem, morada certa, abrigo
Mas se for cinza, sisudo ou amargo
Peço para ir embora, não cabe, cria embargo
Descobri que para se ter paz e tranquilidade
Destino melhor sou eu mesma, minha verdade
Ainda que seja repleta de sonhos, na realidade
São meus, aqueles que cuido e alimento
Que me fazem bem, me dão alento
Abro as portas e deixo fazer morada
O que já é sorriso e empatia na chegada
Mas se não tiver o brilho e a docilidade
Se for só cobrança, cercear a liberdade
Vá em paz, aqui não roubará minha felicidade

Alda M S Santos

Em casa


EM CASA

Uma unanimidade: estar em casa é sensacional 
Uma leveza, bem-estar, algo que é sempre especial 
Muitos são os modos de se sentir em casa 
Quando o coração fica leve, parecendo ter asa

Podemos nos sentir em casa sob o olhar de alguém 
Ou quando nos abraçam e acolhem também 
Estar em casa não é questão de lugar
É saber-se querido, amado, é poder amar 

A casa pode ser simples ou requintada 
Mas é preciso que seja boa morada
Só fará bem se houver boa energia 
De um viver onde pulse a harmonia 

Podemos nos sentir em casa numa igreja, na rua 
Na praia, na mata, sob a chuva ou sob a lua 
Se houver paz, abrigo até mesmo na solidão 
Mas não há casa melhor que um coração 

Qual sua casa?

Alda M S Santos 

Muitos espaços

MUITOS ESPAÇOS

Há várias moradas em mim para atividades ou repouso
Para as saudades ou planos de voo, novos pousos
Em mim há espaços internos que só eu adentro
E ali excluo ou coloco quem eu quiser pra dentro

Tenho meus escuros e frios porões
Onde eu guardo memórias, lições
São revisitados, iluminados e aquecidos
Quando preciso relembrar o que foi aprendido

Mostro minhas salas convidativas e receptivas
Aquelas que todos veem, são atrativas
Ali é uma bela vitrine, bonita exposição
Chega quem quiser para uma alegre interação

Tenho também meus grandes quintais
Grandes árvores, luz, sombras, vendavais
Ali gangorro nos balanços da luta diária
Nos altos e baixos, no cair e levantar, por vezes solitária

Há ainda meu quarto, meu cômodo mais íntimo, só meu
Nele sou o que sou, encontro meu apogeu
Não há disfarces, encaro meus desejos e vontades
Ali os sonhos amadurecem visando se tornar realidade

Sou uma morada de muitos espaços…

Alda M S Santos

Sendo morada

SENDO MORADA

Quero ser por aqui boa morada
Por mim mesma ser acalentada
Me abraçar, me acolher, ser carinho
Um aconchego de paz, ninho quentinho

Quero ser uma casa aconchegante
Onde se possa ficar nua a qualquer instante
Sem me envergonhar ou lamentar
Corpo e alma chegar, me deleitar, ficar

Quero ser morada que acalma o coração
Sem precisar esconder na própria escuridão
Ser o abrigo em momentos de tormenta
Se tempestade, pintar a vida em tons magenta

Não preciso ser grande, basta ser na medida
Que caiba uma alma cansada, sofrida
Apenas um espaço para poder amar
Como caracol, carregar a casa pra todo lugar

Alda M S Santos

Muitas moradas

MUITAS MORADAS
“Há muitas moradas na casa de Meu Pai”
Nossos corações são uma casa de muitas moradas
Neles cabem os mais diversos moradores
Em diferentes graus de necessidade e profundidade
Em diversos níveis e capacidade de ensinamento e aprendizado
Nem sempre sabemos ou conseguimos controlar quem chega e quem se vai
Apenas tentamos organizá-los melhor, mais confortavelmente
Distribuindo melhor cada espaço
Evitando que alguns tomem posse de tudo
Estamos aprendendo a lidar com nossos inquilinos e proprietários
Aceitando tranquilamente os donos cativos por usucapião
E enfrentando as dores do eterno entra e sai
Apenas Ele sabe lidar bem com Seus moradores
Há perfeição, sabedoria e amor bastantes
Talvez um dia a gente aprenda melhor a morar e ser boa morada…
Alda M S Santos

Quero morar

QUERO MORAR

Quero morar num lugar especial
Tão longínquo quanto o espaço sideral
Onde eu possa silenciar ou gritar
Sem ninguém interromper ou se assustar

Quero morar sem pagar aluguel
Pintar as paredes, o chão, meu céu
Em cores vivas ou em tons papel
Brincar de roda e de passar anel

Quero morar numa casa de amplas janelas
De portas escancaradas, sem tramelas
Onde a brisa possa minha pele acariciar
E num sonho bonito me acalentar

Quero morar dentro de um coração
Mas não quero ficar apertada, não
Onde possa brincar de beijar, de amar
E ali ser pra sempre meu lugar

Alda M S Santos

Onde mora a poesia

ONDE MORA A POESIA

A poesia mora em nosso sentimento,

A poesia existe e nos traz divertimento,

Fazer poesia é como se alimentar,

Quando começa não quer parar.

Coisa linda é uma boa poesia,

É onde mora nosso sentimento,

Ela nos alegra a cada dia,

Não fosse assim, seria um tormento.

Ser poeta é essa sensibilidade deixar aflorar

É ver no outro algo que pode te completar

E nunca se cansar de deixar a vida te encantar

A poesia é como o amor

Quanto mais distribui mais se tem

Sem amor e poesia não dá pra viver bem

João Leles Martins

Alda M S Santos

Dueto para um sarau

Abrigos

ABRIGOS

Uma mansão num paraíso tropical,

Uma cobertura num país europeu,

Uma casinha branca na serra,

Uma choupana num vale no outono,

Uma cabana numa montanha bem alta,

Um barraco num aglomerado qualquer…

Todos são residências! Todos!

Não importa em qual delas estaremos,

Pois o verdadeiro abrigo é aquele que encontramos

No coração daqueles que trilham conosco essa estrada.

Esses, podemos encontrar num barraco ou numa mansão.

Sem qualquer distinção!

E fazer ali nossa verdadeira morada.
Alda M S Santos

Perdido

PERDIDO

Se há muito busca encontrar-se

Refazer-se, tornar-se de novo inteiro

E de tantas partes

Encontrou apenas algumas

Busque-se em sua última morada

Junto à escova de dente, perfume, roupas íntimas

E alguns utensílios dispensáveis esquecidos,

Pode ter deixado algo mais valioso

Que reconstitua seu quebra-cabeça particular.

Se lá houver mais partes que cá,

Mude-se de vez para lá.

Alda M S Santos

 

 

Construindo

CONSTRUINDO

Passamos a vida a construir. Somos construtores natos:

Uma casa, uma profissão, um lar, uma família, um amor, uma amizade…

Li certa vez que há pessoas que sofrem da síndrome do arquiteto

Planejam, constroem, dedicam-se a algo com afinco e amor,

Quando a obra planejada fica pronta não a habitam,

Partem para nova construção.

Pessoas inquietas, nômades, em trânsito, que não se prendem a nada ou ninguém.

Encontram prazer no construir, no conquistar, no realizar, no poder possuir.

Objetivo atingido, obra pronta, buscam novas emoções.

Acredito que nossas conquistas precisam ser curtidas.

As construções precisam ser habitadas!

Deus construiu o mundo aos poucos até chegar a seu objetivo máximo.

E parou para descansar e admirá-lo.

Acho que todos devemos chegar nesse ponto.

Porém, o ideal é que encontremos prazer na construção e na morada.

E sempre podemos reformar, quebrar uma parede aqui, mudar a cor ali.

Aumentar uns espaços, vitalizá-los, trocar portas e janelas…

Um bom construtor sempre encontra um jeito,

Sem ser preciso novas construções.

Deus até hoje mexe na sua obra, mas não desistiu dela.

Ele habita em nós todo o tempo.

Alda M S Santos

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