FAÇA TRÊS PEDIDOS
Não encontrei a lâmpada de Aladim
Tampouco um gênio a me conceder três pedidos
Mas ele me disse: meu amor te concederá três desejos
Olhei para ele e não consegui identificar de onde o conhecia
Tinha um olhar terno de imensa bondade
Olhava fundo em meus olhos
Havia muito amor ali, parecia me conhecer até a alma
Eu não precisaria nada pedir
Ele chegou e me deu um longo abraço apertado
Daqueles que matam saudades seculares
“Este pedido não vale”- ele disse
“Não quero mais nada”- beijou as lágrimas que escorriam
Deu-me as mãos, levou-me com ele
Como se asas brotassem em mim
Voei alto, bem alto, tudo apreciando
Sentindo-me tão à vontade, total sintonia
Não havia medo, tampouco ansiedade
Sentamo-nos no alto de uma montanha
Da altura das nuvens, cachoeiras em cascata ao redor
Pássaros pousavam nas nossas mãos
“É sonho? Não quero acordar!”- afirmei
Uma veste branca, fina e leve cobria meu corpo
Balançava todo o tempo como um halo de luz
Eu flutuava, levitava, cheguei a uma imensa porta
Estendi as mãos para ele
“Não! Ainda não! Virei te buscar na hora certa”
Deu-me um longo beijo e me colocou de novo lá embaixo
“Siga seu caminho, você está indo bem”!
Falei que meu único pedido era ir com ele
“Ainda não é chegada a hora”
Soprou-me um beijo e sumiu…
Fiquei ali com meus três desejos
Fé, esperança e amor renovados…
O outro teria que esperar!
Alda M S Santos