NOS BRAÇOS DE MORFEU

Deitou-se à beira mar num fim de tarde de outono

O Sol se punha belo e multicor no horizonte

As ondas vinham leves e mornas sob seus pés, puxando a areia

Um céu de azul profundo, gaivotas a voar

As crianças brincavam felizes, despreocupadas

Olhos querendo fechar, embalados pelos sons e cheiro de maresia inebriantes

Não posso dormir- pensou! Perigoso!

Entregou-se aos braços de Morfeu, sem perceber

Noite alta, despertou sem ar, quase se afogando

Queria nadar de volta à praia, tudo escuro como breu, nada via

Sensação claustrofóbica terrível

Água por todos os lados em círculos, pedia ajuda, ninguém ouvia

Nadava e sentia-se afundar, ouvia barulhos de gente

Procurava por seus entes queridos, gritava e a voz não saía

Chamava por seus amigos e familiares e…nada, ninguém a socorria

Sentia-se afundar, olhos ardendo do sal do mar e das lágrimas

As forças minavam, faltava oxigênio, pensou em Deus…

Os olhos se abriram, clarearam, a areia da praia apareceu, nadou de volta

Esgotada, entregue, chorou, agradeceu…

Alda M S Santos