QUANDO DEUS CRIOU O MUNDO
Quando Deus criou o mundo e tudo que nele há, Ele resolveu mandar todos os sentimentos descerem para irem se adaptando.
A tristeza quis logo voltar, achou tudo muito triste. A alegria queria aproveitar tudo, encantada com tanta maravilha. O pessimismo disse que nada criado em sete dias poderia ser mesmo bom. O otimismo achava que tudo era perfeito e possível, sem problemas.
A calma achava que teria toda a eternidade para tudo conhecer. A impaciência conheceu tudo em apenas meio dia.
A paz sobrevoava e a tudo observava do alto das nuvens.
A vida seguia e todos esperavam que Deus aparecesse.
A mentira vivia soando alarmes falsos.
Quando todos estavam cansados, alguém propôs uma brincadeira de pique-esconde para distrair.
A loucura logo quis contar. Como todos sabem que mais louco é quem discute com louco, deixaram-na contar.
E ela começou a contagem. 1, 2, …49, raiz de 77, 17…
A impaciência escondeu-se pertinho. Não tinha paciência para procurar outro lugar. A dúvida não conseguiu se decidir onde esconder, ficando um tempão no caminho. A mentira fez até mapa, mas escondeu-se noutro canto.
A alegria procurou um lugar bem alto nas árvores amando a brincadeira e a todos cumprimentando. A paz escondeu-se nas nuvens.
E a loucura contava: 100! Lá vou eu! O que estou fazendo aqui mesmo? E recomeçou a contagem.
Quando acabou, logo a impaciência se entregou cansada e reclamando da brincadeira chata.
E a loucura, mesmo louca, foi encontrando um a um. A traição ajudou entregando vários esconderijos. A alegria se apresentou quando viu tantos sentimentos juntos.
Quando todos perceberam que faltava o amor. E, procura daqui, procura dali e nada.
Ela fez ponta num galho de árvore e foi à caça do amor.
E nada de encontrá-lo! Até que viu uma moita que se agitava. O amor certamente se divertia ali.
Louca, desconfiada, a loucura foi apanhá-lo. E fincou com força o galho pontudo na moita.
Logo, o amor levantou-se com os olhos ensanguentados e cego.
“Veja o que fez comigo, loucura! Deus me encarregou de entrar em cada coração humano, por mais duro que fosse. E você me cegou! ”
A loucura, apesar de insana, foi criada com a bondade e o perdão, e quis fazer algo para se redimir. Disse ao amor para pedir qualquer coisa que ela faria.
O amor pediu: ande sempre comigo, que seja meu guia e esteja comigo ao entrar em cada coração.
E assim foi feito! Onde o amor entra, a loucura está junto. Todo amor carrega consigo a loucura, a ausência de razão. Não há amor sem loucura.
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O amor e a loucura estão lado a lado na educação. Sejam amorosas, sejam loucas, mas amem!
A todas vocês, especialmente à Alda que encerra sua carreira e usou e abusou do amor-louco, meu abraço!
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História contada por Pablo Simões na formação de professoras EMVAM.
MUITO OBRIGADA!
Alda M S Santos
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