QUISERA
Quisera poder voar
Bem alto, bem longe
A tudo de lá observar
Devagarinho, asas bem abertas
Poder planar, descansar
Calmamente, escolher onde pousar
Quisera poder voar
Como que por encanto
Cessar a dor, o pranto
De uma nuvem qualquer fazer meu canto
De travesseiro, repouso e acalanto
Quisera poder voar
Passar pela mente de toda gente
Sondar a alma, fazer inspeção
Saber onde há pouso para meu coração
Quisera poder voar
Para o mundo da magia, da fantasia, da poesia
E levar comigo quem quiser amar
Quisera poder voar…
Alda M S Santos
QUERO VOAR
Não quero voar muito alto
Não quero atingir grandes altitudes
Tampouco alcançar outros planetas ou galáxias
Atingir pontos nunca alcançados
Se estiver sozinha…pesada
Prefiro voar baixo, plainar na altura das nuvens
De onde possa ver todos que voam também
Que ajeitam suas asas, que lutam
Que traçam um plano de voo e o seguem
Ou que precisam mudar por danos ou condições climáticas
Que ajudam a fortalecer as asas de outro “pássaro”
Que não ficam atrapalhando a rota
De quem já sabe voar
Não quero voar muito alto
Se para isso estiver “empatando” voo alheio
Se estiver pesando as asas de alguém
Se não puder levar comigo aqueles que amo…
Quero voar, mas quero levar vocês comigo!
Alda M S Santos
MEDO? QUE NADA!
Um pouco ansioso como em toda primeira vez
Afinal, isso é um “trem que voa” invenção de um mineiro
Boa expectativa, um voo curto de uma hora
Medos e receios do meu pai são vencidos
No alto, da janela passa a observar a pequenez do que fica pra trás
Admirado com as várias camadas de nuvens
Com o nublado lá de baixo
E o sol claro e céu limpo cá de cima
Quanto maior a altitude mais claro tudo se torna
Umas pequenas áreas de instabilidade
Sorriso de menino, “parece até que estamos no chão”
Nem o incômodo nos ouvidos ele sente
E papai abre aquele sorrisão satisfeito
Pousamos no aeroporto cujo nome homenageia o criador dessa grande invenção:
Santos Dumont
Voar é maravilhoso!
Alda M S Santos
VOOS PERIGOSOS
De um galho para o outro, do galho para o chão
Pequenino, desconhece os perigos, se arrisca, se expõe
Volta para o mesmo galho baixo, cochila,
Encantado com o mundo grande fora do ninho.
Quase consigo pegá-lo!
Os canarinhos adultos ficam do alto, de longe…
Vez ou outra tentam protegê-lo, arriscando-se também,
Ensinando os melhores caminhos…
Aprenderam a se proteger, se preservar, ficar de longe,
Mas o instinto protetor impera, descem,
E o pequenino insiste onde há perigo!
Quando irá aprender?
Tal pássaros, tal gente!
Alda M S Santos
NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO
Estava em campo aberto, uma área gramada e pequena
Para todos os lados havia arame farpado,
Cerca eletrificada, concertinas, muros, grades…
Seu corpo estava preso das mais variadas formas
Limitação de espaços e de movimento
Para qualquer lado que tentava não era possível se mexer
Sequer conseguia falar ou se expressar
No fim das forças, cansaço extremo, deitou-se na grama
Olhou para o alto e viu uma ave voando no lindo céu
E descobriu que havia asas, que possuía asas e,
Voou, voou, voou…
Nas ainda possíveis asas da imaginação….
Alda M S Santos
ANIVERSÁRIOS
Quando somos meninas, tudo que queremos é ter 14, 18, 20 anos…
Realizarmos tudo que queremos, grandes sonhos, grandes projetos.
Conquistamos o mundo, conquistamos a admiração dos outros, alçamos voos altos, realizamos nossos sonhos.
Um pouco mais para a frente, percebemos que o mais valioso é conquistarmos a nós mesmos,
Mantermos nossa própria admiração, nosso próprio respeito, nossa essência.
O mais interessante é que, mantendo isso, conquistamos o amor de quem, verdadeiramente, vale a pena.
Percebemos que o melhor e mais valioso voo é que nos mantém próximos de quem amamos e não nos afasta de nós mesmos.
E, isso, ninguém nunca poderá nos tirar.
Alda M S Santos
VOO LEVE
Somos um ser de uma asa só voando por aí,
Voamos bem, voamos muito, ora baixo, ora alto…
Quando encontramos uma asa que nos pareia, tudo se encaixa.
Voamos bem, voamos alto, voamos leve, voamos felizes.
Mas se nos unimos a uma asa que não combina,
Melhor seria continuar voando bem, ora baixo, ora alto,
Mas com a própria asa…
Pior que voar sozinho é voar com asas que pesam,
Com asas que desequilibram, que geram turbulências.
O voo precisa ser leve, livre, solto e feliz,
Sozinho ou acompanhado.
Alda M S Santos
Foto Google imagens
MILHAGEM
Dúvida: Onde troco minhas milhas de vida?
Existe um programa de milhagem que posso resgatar?
É que já tenho algumas acumuladas e não sei quando expiram.
Posso escolher destino, data, companhias?
Se não for pedir demais, pode ser só de ida?
Alda M S Santos
COPILOTO
Copilotos, vice-líderes, substitutos,
Ajudantes, auxiliares, corresponsáveis,
Ou, simplesmente, parceiros.
Precisam ser bem escolhidos!
Não há voo seguro e feliz sozinho,
Tampouco mal acompanhado.
Alda M S Santos
SOB MEU TELHADO
Vida que nasce, cresce, se desenvolve
Absorve tudo de bom à sua volta
Aprende, junta forças, coragem,
E se prepara para o primeiro voo.
Medos? Receios? Poucos.
Procura ignorar a imensidão lá fora
Tão convidativa, tão amedrontadora!
Quantos pássaros temos em nós
Encantados com o novo, desejosos de aventurar-se
Buscar aquilo que faz bem,
Mas com receio de voar?
Quantos ainda estão presos sob nossos “telhados”?
Alda M S Santos
ÁREA DE TURBULÊNCIA
“Senhores passageiros, pedimos que permaneçam sentados, poltronas na vertical, cintos de segurança afivelados e compartimentos de bagagens fechados.
Estamos atravessando uma área de turbulência.”
Faltou apenas dizer: se possível, não pensem, não respirem, ou poderão ser tragados.
Tantas turbulências na vida…
Será que essas regras de voo valem para todas?
Podemos querer deitar e dormir.
Correr, chorar, gritar…
Ficar livres, voar pra longe, sem nada a nos afivelar…
Enfrentar a turbulência, aguardá-la passar…
Ou nos deixar levar por ela.
Uns solavancos e frios na barriga podem até fazer bem!
Nos voos aceitamos!
Fora deles, cada um de nós define as regras de “segurança” mais adequadas à própria turbulência.
Não precisaremos de aviso que a área de turbulência passou.
Isso todo mundo sabe!
“Obrigada por voar conosco”.
Por nada!
Alda M S Santos
VOOS
Temos a capacidade de voar tão alto…tão longe…
Somos capazes de alcançar o espaço sideral.
O destino mais difícil nem é tão longe.
Está dentro de nós mesmos.
Pode ser maravilhoso…
Pode ser perigoso!
É preciso coragem!
Alda M S Santos