TEMPESTADES DE FORA E DE DENTRO
A tempestade parece devastar o mundo lá fora
Barulho ensurdecedor, ventos uivantes
Granizo forte e gelado, doloroso
Atinge em cheio tudo que encontra pela frente
Destrói, amassa, assusta
Mais assustadora por ser fora de época
Relâmpagos riscando de luz o céu escuro
Uns, dormindo, acordam assustados
Outros sequer acordam…
Muitos, expostos nas ruas, tentam se abrigar, se proteger
Outros, caminham na chuva, se encharcam, levam “pedradas”
Será que também não acordaram?
Ou será exatamente por terem acordado? Não sei…
Muitos questionam o porquê dessa tempestade em pleno inverno
Sequer lembram que a loucura das tempestades se deve às insanidades humanas
Quantas vezes nós mesmos ignoramos alertas
Destruímos nosso planeta, poluição gerando superaquecimento global
Descuidos conosco gerando indiferenças
As tempestades não surgem do nada
Sempre vão dando sinais que fingimos não ver
Tanto aquelas no mundo lá fora ou no mundo cá dentro
E quando ela chega a gente se abriga e espera passar
Salva o que puder salvar
Ou sai às ruas e enfrenta o vendaval e as pedradas…
De todo modo, danos sempre existirão pós-tempestade
Avaliar o que restou, reconstruir o que foi destruído
Acostumar-se, “superar” o que não puder ser reconstruído
Devido a terrenos arenosos e frágeis
E aguardar a próxima, mais experientes para enfrentá-la
Com mais cuidados e proteção, sem os mesmos erros
Certamente parecerá menos dura, menos devastadora
Apenas uma chuva refrescante e deliciosa na qual vale a pena dançar
E amar…
Será?
Alda M S Santos