SEMENTES
Plantar, plantar, semear sem cessar
Sementes de solidariedade, de puro bem
Regar canteiros cheios de boas ações
Adubar com a força do amor os sofridos corações
Mãos estendidas a cada alma ferida
Farão florescer luz na humanidade cansada
E uma chuva de estrelas cadentes, prateadas,
Despertará pedidos de esperança em toda gente!
Alda M S Santos
SOMOS SEMENTES…
Ele nos escolheu um a um
Como o lavrador escolhe a semente
Colocou esperanças, deitou cuidado e proteção
Hidratou, adubou, permitiu luz e sombra
Confiou… aqui nos plantou…
E esperou que germinássemos, que floríssemos
Que déssemos frutos e nos alimentássemos de amor
Deus nunca desiste de suas sementes
Ele manda borboletas, joaninhas e beija-flores
Manda a lua, o sol, as estrelas e a chuva
Para que possamos nos permitir prazer e evolução
Ele acredita no potencial de sua plantação
Até mesmo as ervas daninhas fazem parte de seu propósito
De nos permitir sermos mais fortes e mais unidos
Você tem crescido, florido, frutificado onde foi plantado?
Tem permitido que outras sementes possam crescer?
Deus ainda acredita em você!
Alda M S Santos
ACEITO EM MIM
Vou-me construindo dia a dia, parte a parte
À medida que, paradoxalmente, me desconstruo
Dermes e epidermes que se desgastam e se refazem
Pelo a pelo que cai e a vida se renova em cada bulbo
Tal qual fruto que, podre, se desfaz
E em semente recomeça…
Vida e morte convivendo lado a lado
Em variadas fases de viço e secura
Tal qual roseira que carrega em seus galhos, ao mesmo tempo,
Morte, vida, renascimento…
Aceito em mim a morte do que já não vive
Celebro a vida do que ainda tem brilho e perfume
(Des)construindo dia a dia um novo ser…
Alda M S Santos
SEMEAMOS
Todo o tempo semeamos
Por gosto, prazer, querer, vontade
À nossa revelia, sem saber, sem perceber também
Em terrenos férteis, agradecidos, receptivos
Até mesmo naqueles ressecados e ásperos pelas durezas da vida
Mas quando brota o que plantamos com e por amor
Nos terrenos que jogamos húmus e adubamos cuidadosamente
Notamos…
Conhecemos o perfume, as formas, as cores, os sinais
Ainda que a semente germine mais tarde
Nas lonjuras, distantes de nós, florescem lindas
Levadas pelo vento ou pelas águas doces da nostalgia
Ou pelos rios salgados das lágrimas
Notamos…
Ora sorrimos, ora choramos,
Sempre emocionante um novo desabrochar,
Mesmo que a gente não vá colher
Há sementes, como as da jabuticaba,
Que plantamos para o deleite de outros…
Longe ou perto de nós!
Alda M S Santos
VOCÊ (ES)COLHE!
“Você (es)colhe o que planta”. Parece simples.
Escolhe bem, planta e colherá o que plantou…
Felicidade certa. Afinal, ninguém escolhe plantar semente ruim.
Mas na verdade não funciona bem assim.
Quando escolhemos entre uma semente entre tantas, nem sempre temos clara como se dará a germinação e o crescimento.
Muitas são as sementes. Muitas são as variáveis que atuam nesse processo: terreno infértil, aridez, seca, geada, tempestades…
Daí tantas vezes a colheita ser perdida, mirrada ou insatisfatória.
Quando escolhemos ser professores e não médicos, entre viajar ou comprar um carro, entre ter uma profissão ou um filho, entre um amor e não outro, entre casar ou ficar solteiro, estamos escolhendo o que nos parece melhor no momento.
Dizemos sim para uma semente e não para a outra.
Se ela será produtiva só o tempo e os cuidados que receberá poderão dizer.
Felizmente, Deus, nosso maior “agricultor”, sempre nos ajuda a nos desfazer da colheita ruim, permite-nos escolher novas sementes, possibilita-nos novos terrenos, nova colheita, com os conhecimentos adquiridos anteriormente.
Ele é a videira que nunca morre, que sempre produz.
A única semente certa, pois é a semente do mais puro amor.
Vamos (es)colher Jesus! Sempre!
Alda M S Santos