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Balanços da vida

BALANÇOS DA VIDA
Não há quem não se encante com um balanço, uma gangorra. Eles nos remetem à infância, a brincadeiras, sorrisos, amigos, frio na barriga.
Os melhores são aqueles de madeira e corda amarrados numa árvore bem alta num quintal de terra batida. Se não for possível, um de ferro numa praça urbana também é válido.
A cada ir e vir da gangorra a árvore chia, folhas caem, pássaros revoam, a gente geme e gargalha. Por vezes, um amigo empurra.
Vejo nossa vida assim: um grande balanço.
Ora estamos no alto, ora embaixo, outra vez no alto…
Algumas vezes estamos sós, muitas vezes acompanhados. Tantas vezes precisamos de um empurrãozinho amigo para nos manter no ar!
Nisso consiste o viver. Derrubaremos folhas, afastaremos pássaros, faremos nossa árvore chiar, atrairemos amigos querendo brincar, amores para balançar junto, teremos muitos gemidos e gargalhadas, de prazer ou dor.
Só altos ou só baixos não é gangorra. Balanço não foi feito para ficar parado.
Quando a inércia, a letargia ou apatia quiserem de nós se apossar, além de um simples momento de descanso, devemos nos lembrar que balanço bom é o que está em constante movimento.
Portanto, inclinemo-nos para trás, estiquemos as pernas, olhemos para o alto, fechemos os olhos, se preferirmos…
A emoção toda consiste em balançar-se, sorrir, gritar e se entregar!
Alda M S Santos

O que é preciso para ser feliz? 

Vivemos num mundo moderno onde há tantas “coisas” que poderiam trazer felicidade que nos perdemos. 

 Muitos poderiam dizer que a felicidade está em ter uma casa boa, um carro, um trabalho digno. Outros diriam que é ter dinheiro para realizar todos os sonhos de consumo. Há aqueles que afirmariam que é ter uma família unida, um amor, saúde e fé em Deus. Ainda haverá quem diga que é ter amigos, um coração em paz e uma alma solidária. Os mais exigentes “precisam” de tudo isso.

São tantas as “opções” que já não sabemos o que realmente precisamos para alcançar a felicidade. Se é que ela é um cume, um topo a ser escalado. Existem aqueles que pensam que a felicidade é alcançar tudo que se almeja, não ter tantos sonhos ou objetivos a buscar. 

Já ouvi dizer que a felicidade está no número de coisas que possuímos que não trocaríamos por dinheiro algum. Feito esse cálculo podemos perceber que temos muito. 

Eu perguntaria ainda: quando você se lembra em que foi verdadeiramente feliz? 

A maioria das pessoas se lembraria da infância. E muitas delas ainda completariam: “fui muito pobre, tinha pouco, mas tudo era divertido”. 

Será porque as crianças são tão inocentes que não “percebem” as dificuldades e problemas? Ou seria porque sabem tirar proveito do momento, valorizar o que têm, sem se preocupar tanto com o que falta? Usam satisfeitas o tênis que foi do irmão, brincam com uma bola de meia, inventam modos de se divertir quando falta a luz, divertem-se com o barulho das goteiras do telhado, curtem os cardápios “sofisticados” que a mãe inventa para suprir a falta de variedades de alimentos, passam de dois na roleta do ônibus ou debaixo dela e acham a maior diversão, dormem juntos e aquecidos na mesma cama…

Os jovens, adultos e idosos modernos estão sempre buscando mais e mais. Passam de um sonho inalcançável a outro. Nunca estão satisfeitos. Querem uma casa maior, um carro mais novo, um emprego em que trabalhe menos e ganhe mais, uma viagem ao mundo, e por aí vai. Com isso, diante das dificuldades e decepções, a mente adoece, o corpo padece. A depressão é a doença da mente, a enfermidade do século, o mal dos insatisfeitos consigo mesmos.

Mas o que é realmente preciso para ser feliz? Considerando que felicidade é estar bem consigo mesmo, acredito que se respondermos à questão “preciso mesmo disso?”, estaremos respondendo à questão inicial. 

Infelicidade vem de frustrações. Se não desejarmos o que não é fundamental, criaremos menos expectativas e geraremos menos frustrações. Por isso há pessoas felizes com “tão pouco” aos olhos dos outros. Para elas, é o bastante. 

Um ser humano, com algumas variações, não precisa de muito além de uma mente que não se cobre tanto, um coração que ame muito, um corpo saudável e uma alma em paz… Isso as crianças possuem e os jovens/adultos/idosos já têm trabalho suficiente para conquistar e manter. Sem querer simplificar, mas já o fazendo, o que vier além disso é apenas complemento. Ser feliz é muito simples. Tão simples que sequer acreditamos! 

Alda M S Santos

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