AI QUE VONTADE LOUCA!
Ai que vontade louca de não sei bem o quê!
Quem sabe entrar num barco qualquer,
Lançar uma mochila dentro
Sentar e remar, remar, remar…
Bem devagar, deixando para trás o burburinho
Até ter somente água por todos os lados,
Parar, recolher remos, tirar a roupa, deitar e apreciar:
O céu de azul intenso, o sol queimando a pele
As nuvens apostando corrida entre si
Insetos barulhentos que não chegam a incomodar
Acompanhar o voo das gaivotas,
Ver os peixes nadando ao redor,
Avaliando os intrusos em seu espaço
Ouvir todos os barulhos do silêncio,
Conectar o silêncio barulhento dentro de mim
Encantar-me com toda a beleza do “nada”
Sentir o toque profundo, delicado, gostoso,
Das quentes e úmidas mãos da natureza
E me extasiar…
Alda M S Santos
Foto Andreza Cristina Silva