PRESOS…
Presos nas teias dos maus pensamentos
Nas grades das fobias sociais
Nas vias tortas dos preconceitos que marginalizam
Nas religiões que alienam e adoecem
Nos nós dos julgamentos que atordoam
No individualismo e imposição que maltratam
Na intransigência e radicalismo que matam!
Qual sua prisão? Qual a chave?
Alda M S Santos
LIBERDADE VIGIADA
Um lindo aquário, água, luz, alimento, cuidado
Quase tudo se assemelha ao ambiente natural
Outros semelhantes a nadar por ali em círculos
Nadam, criam, procriam…
O tempo todo observados, monitorados
Liberdade controlada, vigiada
Se for muito longe bate contra o vidro
Se mudar a rota dá de cara na porta
Mas tem comida, proteção, não tem predador
Não?
Mas tem grandes sonhos, seu doutor!
Um lindo, vasto e perigoso oceano lá fora
E ele ali naquele lar, morando com o inimigo
Será que pensa nisso quando a gente vai embora?
Liberdade vigiada…
Alda M S Santos
HUMANOS ARANHAS
Somos humanos aranhas a tecer
Alguns tecendo teias fortes como o aço
Outros teias frágeis, mas impregnantes
Há os que tecem, sem objetivos de captura, apenas proteção
E ainda aqueles que sequer são capazes de construir teias
Esses, especialistas em se tornar presas de outras aranhas
Grudados em outras teias…
Há também as “aranhas” que buscam presas em outras teias
Já capturados por outras aranhas
Estamos, de todo modo, presos em alguma teia
De seda ou de aço, não importa
Cuidando da que construímos e de quem “capturamos”
Ou nos adaptando à teia em que fomos capturados
A liberdade consiste em escolher a “prisão”
A teia na qual estaremos nos fazendo de livres…
Alda M S Santos
GAIOLAS PARA QUÊ?
Não precisamos prender
Joguemos fora nossas gaiolas
Se quisermos manter perto de nós
Conquistemos a confiança, cuidemos, alimentemos
Para atrair e manter perto quem amamos
Não cortemos as asas, não silenciemos o canto
Mostremos admiração, respeito, amor, cuidado
E sempre estarão ao alcance de nossas mãos, de nossos corações
Em plena sintonia…
Alda M S Santos
ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!
Maria Madalena, prestes a ser apedrejada pelos seus erros
Uma multidão hipócrita e furiosa ansiosa para nela descarregar seus próprios pecados “escondidos”
Se Jesus tivesse dito pra ela denunciar todos que com ela pecaram para se “redimir”
Tipo uma delação premiada obtendo um desconto nas próprias falhas
Metade da multidão desistiria da acusação
Até encontrariam adjetivos positivos para a adúltera, que justificassem seus erros
A começar pelos que com ela pecaram, erraram, obtiveram vantagens
O erro dos outros sempre nos desperta para os nossos próprios
A atitude que tomamos a partir daí é que nos diferencia…
Se isso fosse posto em prática hoje, nosso congresso e STF estariam vazios,
Ou cheio de “santos” com as pedras nas mãos?
Tão antiga, tão atual essa história!
Falta apenas ouvirmos Jesus dentro de nós,
“Vá e não peques mais”!
Alda M S Santos
PRISÃO DOMICILIAR
Pode-se dizer que estão em prisão domiciliar
Aqueles que de dentro deles não saem?
Que dia e noite estão trancados em si mesmos
Aguardando a condenação final?
Quem sabe uma pena alternativa
Como doar tempo e amor a outro sofredor
Não os livre dessa dívida pessoal e social?
Alda M S Santos
Imagem google
LIBERDADE
Pseudo liberdade é quando escolhemos
As grades de nossa prisão.
Ou quando não as identificamos,
Mas estamos atrás delas,
Sempre nos cerceando.
Alda M S Santos
REFÉNS
Num mundo onde a liberdade é tão valorizada
Muitos prisioneiros se fazem à sua revelia
Reféns de pessoas, de medos, de traumas,
Reféns da inércia de alguns sentimentos.
Que impedem qualquer negociação,
E impossibilitam a alegria.
Alda M S Santos
PRECONCEITOS? CANSEIRA!
Preconceito hoje em dia virou palavra da moda, aquele que se forma sem fundamento, um pré-conceito, ou seja, formado sem exame crítico e sem conhecer algo do que se examina antes de defini-lo.
Sempre existiram, os mais diversos: de gênero, de opção sexual, de condição financeira, culturais, religiosos, contra os deficientes, de raça…
Hoje em dia, a lei “protege” as vítimas de preconceitos, mas isso, definitivamente, não garante que ele seja eliminado, sequer diminuído.
Os que estão sempre em “alta” são os raciais e os de opção sexual: racismo e homofobia.
A última manchete é: “advogado de 70 anos agride e chama cabeleireira de macaca em BH”.
“Pessoas próximas queriam dar uma surra nele, advogados queriam minimizar o problema.”
Nunca consegui conceber o que leva uma pessoa a julgar a outra inferior por qualquer razão que fosse, mas a questão racial é a mais revoltante e inconcebível.
Acredito ser de uma baixeza profunda: de caráter, de coração, de alma.
Vindo de uma pessoa de boa formação (?), vivida (!), conhecedora das leis terrenas (?) é ainda mais inaceitável.
Muitos diziam: não sabe que é contra a lei?
A questão não é essa! A lei maior não deve ser a dos homens, mas a de Deus: somos todos iguais perante Ele, irmãos entre nós.
Somos um país “liberto” da escravidão há 135 anos, mas continuamos escravizados por pensamentos mesquinhos e desumanos.
Ainda somos “senhores”, “capatazes”, ainda que em nossas veias corra o sangue mestiço de uma raça lutadora e guerreira.
A cada vez que a mídia divulga um caso desses, mais gente se amedronta, outros se revoltam dizendo que “não se pode fazer mais nada que é preconceito”.
Não consideram o quanto nossa dívida histórica com os negros é gigante, vergonhosa.
Enquanto nossa mente for pequena e limitada precisaremos de leis para coibir certas desumanidades.
O preconceito está entranhado em nós e da pior forma, velado.
Quando olharmos para os diferentes de nós e não julgá-los inferiores pelo que quer que seja, poderemos nos ver livres dessas leis.
Enquanto isso, prisão, ônus financeiro, vergonha para quem tiver essas atitudes. É o mínimo!
Alda M S Santos
LIBERDADE X PRISÃO
Ser sempre o “certinho”, o exemplo apontado a seguir, por mais prazeroso que pareça, é prisão.
Ser sempre o “errado”, por pior que todos o encarem, aquele de quem não esperam muito, é liberdade.
Liberdade ou prisão?
O certinho está proibido de qualquer deslize: “nossa, o fulano?”
O errado, mesmo chacota, pode acertar vez ou outra: “beltrano fez isso, parabéns”?
Entre erros e acertos, bom mesmo é ser “normal”.
Nem tão livre, nem tão preso à opinião dos outros.
Se se erra ou se acerta, quase ninguém nota
Sem grandes aplausos, sem grandes decepções.
Apenas liberdade de ação e contas a prestar perante a própria consciência.
Isso já dá trabalho bastante.
Liberdade é caminho que se trilha sozinho
Liberdade é conquista diária!
Alda M S Santos