NOSSOS DESERTOS
Quantas vezes queremos colher
Nos nossos sombrios desertos
Aquilo que não plantamos?
Ou recusamos a colheita que se apresenta
Frutos de nosso plantio inconsequente?
Nos céus escuros de nossa alma
É preciso acender as estrelas
Aquelas alimentadas com a energia dos afetos
Pois, somente o amor é capaz de irrigar qualquer plantação
Que se pretenda servir na mesa em que reine o coração…
Alda M S Santos
DESERTOS
O silêncio no deserto permite reflexão
Atiça o que há lá dentro, desperta emoção
Calor intenso que queima a pele
Confuso, para trás e para frente nos impele
Onde não há barulho externo para distrair
Somos obrigados a nos ouvir, sem fugir
Nessa busca interessante há belos encontros
Conosco, com Deus, por vezes há confrontos
Sentar em nosso cantinho preferido
Podendo ouvi-Lo como amigo
Que teríamos a dizer, seria tudo permitido?
Aquela vontade louca de poder tudo desabafar
Expor, pedir um oásis,, agradecer, se desculpar
Um encontro especial assim é sonho, tem seu lugar
Alda M S Santos
DESERTIFICANDO
Um planeta desértico estamos nos tornando
Picos de temperatura, amplitude racional, aridez emocional
Deserto de compaixão, de doação, sensação de solidão, abandono
Desconhecimento do outro, que parece tão longe ou inexistente
Perdidos e sem rumo, a esmo, presos à ingratidão
Grudados a “valores” questionáveis, a egos indomáveis
Mas como em todo deserto
Enquanto houver lembrança da umidade e frescor
Enquanto brilhar a esperança de um oásis
Enquanto estiver firme o desejo de mudança
Ainda será possível abrir os olhos e o coração
A despeito da ventania, da areia, do calor intenso
E, em marcha, seguir toda a humanidade
Um passo de cada vez
Um ser humano após o outro
Em busca de nova vida…
Alda M S Santos
DESERTIFICANDO
Um planeta desértico estamos nos tornando
Picos de temperatura, amplitude racional, aridez emocional
Deserto de compaixão, de doação, sensação de solidão, abandono
Desconhecimento do outro, que parece tão longe ou inexistente
Perdidos e sem rumo, a esmo, presos à ingratidão
Grudados a “valores” questionáveis, a egos indomáveis
Mas como em todo deserto
Enquanto houver lembrança da umidade e frescor
Enquanto brilhar a esperança de um oásis
Enquanto estiver firme o desejo de mudança
Ainda será possível abrir os olhos e o coração
A despeito da ventania, da areia, do calor intenso
E, em marcha, seguir toda a humanidade
Um passo de cada vez
Um ser humano após o outro
Em busca de nova vida…
Alda M S Santos
QUAL SEU OÁSIS?
Qual seu oásis?
Aquele repouso tão sonhado e desejado
Pós longas caminhadas sedentas no deserto?
Qual seu oásis?
Pós lábios ressequidos, pele castigada pelo sol escaldante
Tempestades de areia furiosas maltratando os olhos
Qual seu oásis?
Pós calor intenso do dia a derreter seus miolos
O frio noturno a quase roubar sua sanidade?
Qual seu oásis?
Pós solidão, abandono, sensação de estar perdido, sem rumo?
Qual seu oásis?
Aquele que reduz seu cansaço com um olhar
Que molha seus lábios num beijo
Devolve a sanidade, a sensação de fazer parte num abraço
Lembra que você é importante, que não está só
Irriga sua alma de alegria, esperança, mesmo que temporária?
Qual seu oásis?
Todo deserto precisa de oásis
Toda vida carece de refrigérios…
Qual seu refrigério?
Alda M S Santos
DESERTOS E SEUS OÁSIS
Imagine o que é ouvir de alguém
“Hoje sei que sou importante
Mas nem sempre foi assim
Já me achei doente, a problemática, descartável
Já me acharam um nada, uma qualquer
Já quis morrer, já quiseram que eu morresse…”
Se já é doloroso ouvir isso de um ser humano
Imagine para quem viveu, para quem compartilha, agora, tal sentimento
Imaginar-se passando por um deserto desses
Seco, sem trilhas, sem vida, irrigado apenas por lágrimas
Despertadas pelas tempestades de areia quente que enfrentou
Onde os possíveis acompanhantes eram “inimigos”
Imagine, então, o que seria causar esse deserto em alguém
Ou, pior, ter retirado os oásis que ela poderia recorrer pelo caminho
Para irrigar os lagos secos dentro de si e renovar a vida?
Qual nossa responsabilidade de ouvinte?
Ser, senão a água ou o camelo que a retira de lá
Tentar ser, pelo menos, os arbustos do caminho
Onde possa se abrigar do sol quente e descansar sob seus galhos
Ser a fonte de energia que ela precisa para prosseguir
Ser apenas outro ser humano que entende de desertos, de oásis
Mostrando que, devagar, um passo de cada vez
É possível sair de lá e, mais que sobreviver
Querer viver!
Alda M S Santos
OÁSIS
Para os caminhantes do deserto
A simples “alucinação” com o oásis
Mantém ativo o fio da vida,
Até que se torne real!
Alda M S Santos