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Intensidade

Calmaria e intensidade

CALMARIA E INTENSIDADE

Somos feitos de fases, de estações
De ventania, de brisa, de furacões
Somos momentos de calmaria e intensidade
Somos um viver de paz e simplicidade

Na calmaria, é tempo de repouso do coração
Reorganizar as gavetas internas, a emoção
Mexer e remexer nos sentimentos guardados
Deixar o que faz bem ser potencializado

Na intensidade é hora de encarar tempestades
Alimentar a coragem com nossas verdades
Saber o tempo de se proteger dos enganos
Se é preciso ir lá fora lutar, amenizar os danos

Calmaria ou tempestade, sonho ou realidade
Momentos de saúde ou insalubridade
Invadem a alma da gente sem pedir licença
Escancarando as portas, forçando presença

Alda M S Santos

Transbordar

TRANSBORDAR

Transbordar, ir além das bordas
Ultrapassar limites, extravasar
Tudo aquilo que não cabe, transborda
O fluxo intenso do rio transborda nas vias
As lágrimas são escape das tristezas, agonias
O sorriso largo é por onde escapolem as alegrias
Mas o amor quando não tem cabimento
Usa várias maneiras de transbordamento
O abraço doce, longo e terno
Mãos que se dão, se medem
Olhares que se buscam, se entendem
Silêncios cúmplices e sem constrangimento
Harmonia, sintonia, entendimento
Corpos que se desejam no amor
Almas nuas, em paz, sem pudor
São sinais do amor sem cabimento
Sao sintomas do amor, transbordamento de sentimento
Aquilo que não extravasa, na natureza ou na gente, causa sofrimento…

Alda M S Santos

No limite

NO LIMITE
A vida no limite é intensa
Por vezes animadora, noutras cansativa
Será que vai sendo gasta, se esvaindo
Ou sendo reenergizada, reabastecida?
Se ela se esvai, se desgasta
Gostaria de não viver tanto no limite
Ter mais espaço, mais folga, mais liberdade de movimento
Dentro do meu “pequeno” interior
Não estar tão próxima da linha tênue
Que separa o bem do mal estar
Os sonhos doces dos pesadelos amargos
A realidade fria do calor do realmente desejado
Que separa a alegria da tristeza
Os medos da coragem, a confiança da desconfiança
O sorriso das lágrimas, a fé da descrença
Que separa a sanidade da loucura
O amor do desamor, a vida da morte!
Mas se a intensidade reenergiza, autoabastece
Que eu aprenda a andar na corda bamba
A me divertir nos altos e baixos, a dançar nos desequilíbrios
Ou que eu encontre mais espaços dentro de mim
Ou os ocupe de modo mais organizado
Sempre com mais e mais equilíbrio, alegria e fé
E que consiga carregar comigo quem quiser ou merecer…
Alda M S Santos
Ilha Grande- Angra dos Reis

Momentos

MOMENTOS 

Consumir, sabiamente, sofregamente, 

Cada momento que a vida oferece,

Ou, sem perceber, ser consumido, “devorado” por ela…

Aí reside toda a diferença do bem-viver! 

Alda M S Santos

Quando o amor não é o bastante

QUANDO O AMOR NÃO É O BASTANTE

Quando vemos tantas pessoas que amam e, ainda assim, sofrem, podemos chegar a uma difícil conclusão: o amor é supervalorizado.

Vejamos uma mãe que luta dia após dia por um filho dependente químico, que o ama, acredita, investe, recomeça incansavelmente e, ainda assim, ele retorna ao vício, maltrata-a, maltrata-se. O amor dela se mantém, porém, nem sempre alcança seu objetivo.

O amor de um filho pelos pais que o ignoram, que não assumiram a função tão sublime recebida de Deus, deixando-os crescer à própria sorte. Mesmo assim, tantos filhos tentam, pelo amor, tirar os pais de vidas desregradas e infelizes.

Uma esposa que, independente dos adjetivos que receba de todos, insiste no amor ao marido que em nada a dignifica, que trai, que ofende física e psicologicamente, que não a completa, ou em nada ajuda relacionado aos filhos, ao lar ou à família.

Uma pessoa que trabalhe num asilo, que dedique seus dias a dar amor, atenção, carinho, e só vê simples rasgos de brilho naqueles olhos cansados e nebulosos pela tristeza do abandono.

Finalmente, talvez o maior de todos, alguém que ame outro alguém, romanticamente, e espera que esse amor seja o bastante para fazê-los estar juntos, porém, não é o que acontece. Muitas vezes não há reciprocidade, noutras há empecilhos diversos que impedem a aproximação. Tantas vezes o momento não é o adequado, ou a distância, a saúde, as famílias, o trabalho…

Certo é que o que mais vemos, até mais que amores plenos, são amores frustrados. Será que isso acontece porque supervalorizamos o amor, ou porque esperamos que ele faça milagres?

Avaliando essas situações chego a três conclusões.

Primeiro, o amor não poderia resolver tudo sozinho. Não salva um filho das drogas, os pais da infelicidade, os idosos do abandono, a esposa amargurada ou os amantes frustrados.

Segundo, o amor faz, sim, muitos milagres. O filho drogado, os pais desregrados, os idosos abandonados, os amantes, todos estariam muito piores se não fosse o amor que recebem, sentem ou distribuem.

E terceiro, quem recebe amor é privilegiado, mas quem é capaz de senti-lo ou doá-lo é quem sai no lucro, verdadeiramente. Pode até não obter grandes resultados, pois depende de vários sentimentos que estão no outro, dos quais não tem controle, mas impede que a situação do outro seja ainda pior.

Há também muitos que se salvaram com o amor recebido; pais, filhos, cônjuges, idosos, amantes. O amor é incansável!

Jesus sempre pregou o amor acima de tudo. Sempre sofreu e deu o máximo do amor por nós: Sua Vida.

O amor que se doa sempre retorna em dobro. Coração que ama está sempre cheio, vivo, vibrante, ainda que seja de lágrimas ou saudades.

Supervalorizar o amor pode parecer ingênuo, porém, subestimar sua força e seu poder certamente não é muito inteligente!

Alda M S Santos

Mais no meu blog http://www.vidaintensavida.wordpress.com

Só o Amor

Como os livros

Se as pessoas fossem livros, muitas seriam escolhidas pela capa, várias seriam descartadas pela profundidade do conteúdo, pela extensão da narrativa ou densidade de sua prosa. Tantas outras, ignoradas pela simplicidade ou complexidade de seus versos não compreendidos. Como os livros, muitas seriam escolhidas ou preteridas pelos motivos errados. Como os livros, também não há pessoas ruins. Como os livros, o que há são pessoas mal lidas e mal interpretadas.

Alda M S Santos

Vida Intensa

É comum ouvirmos que devemos viver a vida intensamente, aproveitar cada segundo como se fosse o último, esgotar nossas possibilidades.

Dessa maneira, a vida intensa de muitos é alardeada por todos os cantos: revistas, canais de TV, jornais, filmes, propagandas, biografias, etc. As celebridades ditam a intensidade que muitos tentam acompanhar: trabalho, viagens, academias, boites, festas gigante, aventuras, amores, família. Com esses “modelos” surgem, obviamente, as frustrações. Há pessoas que vivem uma vida tão corrida, sequer conseguem refletir sobre o que estão fazendo. Dizem viver de modo “intenso.” Quase sempre estão no piloto automático, ou ponto “morto”, deixando-se levar.

Concordo que devemos viver a vida intensamente, extrair dela o melhor que ela puder nos oferecer. Contudo, o que se ignora é que a intensidade não é absoluta, mas relativa. Isso quer dizer que quando dou 100% de mim, dou o meu máximo. E isso independe se não chega perto dos 100% do outro. Não quer dizer que minha vida é menos intensa que a dele. Posso ser intensa mergulhando em alto-mar ou tomando um banho de ducha, escalando o Everest ou caminhando no parque, viajando num foguete no espaço sideral ou nas páginas de um livro deitada na rede da varanda, jantando caviar e tomando vinho num restaurante da moda ou comendo pizza e tomando açaí na lanchonete da esquina, fazendo amor numa suíte presidencial ou na relva sob o luar.

O que vai ditar a intensidade de nossa vida é o quanto de nós, corpo, emoção, coração, alma, colocarmos no que estivermos fazendo. E isso, só nós podemos determinar.

Saberemos que estamos vivendo intensamente quando a nossa vida nos bastar. Sempre teremos algo a buscar, a desejar, a conquistar, a alcançar. Isso é inerente à vida. Mas seremos intensos, quando nossa vida for interessante o bastante para sabermos apreciar a vida do outro, sem contudo espicharmos os olhos cobiçosos sobre ela.

Enfim, não podemos determinar a duração de nossas vidas. Não sabemos quando pode vir a ser interrompida. O que podemos é colocar toda nossa intensidade em tudo que fizermos, com 18 ou 80 anos. Sobre isso ainda temos controle. Aproveitemos!

Alda M S Santos

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