NA GUERRA OU NA PAZ
Em tempos de guerra foge-se de campo aberto
Soldados expostos assim seriam alvo certo
Protegem-se na mata em fardas camufladas
Ou escondidos atrás de barricadas
Nas lutas da vida não é diferente
Tenta-se a todo custo ser previdente
Não expor seus ataques ou defesas
Para não ser preciso virar a mesa
Mas é fundamental saber quando recuar
Pois a vida muitas vezes se impõe
Sábio é quem aceita, não se interpõe
Chegará a hora de avançar
A vitória pode vir para quem souber esperar
E não desanima, sabe seu potencial valorizar
Alda M S Santos
NO AMOR E NA GUERRA
No amor e na guerra vale tudo
Afirma a “sabedoria” popular
Uma vez que “tudo” pode não ser bom
Não dá para nisso se fiar…
Na guerra é disputa por territórios
Petróleo, religião ou pedaço de pão
No amor é “disputa” também por território
Espaço dentro da alma, do carinho, da emoção
Por um cantinho especial no coração…
Na guerra sempre há perdedores
Ainda que alguém pense ter vencido
No amor só há vencedores
Ainda que alguém pense ter perdido…
Não, no amor e na guerra não vale tudo…
Só vale aquilo que sejamos capazes de carregar
No bolso, na mente ou no coração
Na “derrota” ou na “vitória” …
Alda M S Santos
QUE NUNCA SE ACEITE
Que nunca se aceite a submissão humana
Seja por qualquer razão ou alegação
Raça, cor, credo, gênero, cultura, opção sexual
Ideologia política, condição social ou financeira, títulos, religião
Que nunca se aceite a hierarquização humana
Aquela que gera opressão, fome, tortura, segregação
Medos, traumas, prisões, guerras, morte, exclusão
Que nunca se aceite que se humilhe e desumanize seres humanos
Sob o lema falso de Deus, da lei, da ordem e do progresso
Porque quando se submete a essas “leis”
Quando se aceita esse tipo de perversidade inócua
Quando não mais nos incomodamos, quando há omissão
Grande parte de nós já se afastou de Deus, já deixou de ser humano
Já deixou de ser coração…
Que nunca se aceite! Nunca!
#ditaduranuncamais
Alda M S Santos
Fotos Google
CONSTRUINDO UMA NAÇÃO
Construir uma nação pacífica envolve muito mais que não guerrear
É ir além, ser mais que autossuficiente em petróleo, pão e água
Construir uma nação de “primeiro mundo” não é ter tudo a qualquer preço ou condição
Construir uma nação digna de humanos mais humanos
É investir numa base de apoio, amor e compaixão
É, a muitas mãos, construir um Brasil melhor
Sem demagogia, sem falsas promessas, com força e coragem
Para se ter Ordem e Progresso
É preciso cuidar de nosso capital humano
É investir em nossas crianças, nosso futuro
Onde a esperança se veste de verde e amarelo
E o amor é universal e multicor!
Alda M S Santos
ENSAIO DE GUERRA
Nada “melhor” que um ensaio de guerra para percebermos o que tínhamos
E, por cegueira temporária, não enxergávamos
Bastou parar caminhões, faltar combustível
Para faltar tudo aquilo que pensávamos “não ter”
Brasileiros, ao menos boa parte deles,
Vive na carência material, de saúde, educação, transporte, segurança …
Mas o medo de vir a minar o básico dos básicos
Levou os cidadãos à corrida para estocar alimentos, água, a economizar
Temos muita corrupção e roubalheira, submissão, inércia e letargia
Mas também temos, bem ou mal, alimentos, água, moradia, transporte…
Sem levar em conta os oportunistas e aproveitadores
Que olham do alto e se enxergam como únicos numa multidão de famintos
E, além do jeitinho malandro de sobreviver, temos bom humor para enfrentar o caos
Criatividade para buscar o que precisamos
Tudo isso nos fez focar no que ainda temos
Não apenas no que nos falta…
Crises despertam o que temos de mais animal e irracional em nós: o instinto de sobrevivência
Atiçam nossas características mais fortes, boas ou ruins
O grande paradoxo é que é com elas que acordamos e lutamos
E também nos matamos…
Alda M S Santos
NO AMOR E NA GUERRA VALE TUDO?
“No amor e na guerra vale tudo”- diz o provérbio português
Equiparam ambos, amor e guerra, a uma questão de sobrevivência, terminal
Em que não há leis ou limites e tudo é permitido e aceito para a “vitória”
Tudo se resume ao que se dá conta de carregar pós conquista ou vitória
Que tipo de vida se quer de verdade?
Há vitórias e conquistas honradas
Mas há outras que trazem vergonha e decepção
Tendo vencido na guerra ou conquistado o amor, o que fica?
Conseguiremos lidar com o que restou?
Há vida ou sobrevivência pior que a morte…
Uma vitória, na guerra ou no amor, que fere nossa essência humana
Que “mata” o outro, no outro, o que ele tem de mais humano
Que nos descaracteriza como pessoas, filhos de Deus, não vale a pena
Há derrotas mais valiosas que vitórias
Bem menos pesadas de se carregar
Bem mais humanas, dignas de honra e orgulho
Aquelas pelas quais não nos envergonhamos
E encaramos o espelho sem medo ou fuga
Seguindo o caminho sem o peso de ter vendido a própria alma
“Perdi a guerra, perdi o amor, mas não minha consciência”
Não perder-se de si mesmo é a verdadeira vitória!
Alda M S Santos
INTOLERÂNCIA E BARBÁRIE
Não existe crueldade maior do que aquela que se cobre com manto religioso
Aquela que se vale do “interpretado” do Sagrado para justificar barbáries
Para esconder, até de si mesmo, suas próprias misérias e mazelas, humanas ou desumanas
As guerras religiosas ou “santas” estão aí há mais de vinte séculos
Matando em nome de Deus, lavando as mãos em nome do Pai
Assumindo incapacidade de ações finalizadoras do caos,
A inércia, imperícia e inoperância humana apoiando-se numa “ordem divina”
Não mata o outro apenas quem puxa o gatilho, lança bombas ou mísseis
Também é corresponsável aquele que não impede, tendo poder para tanto,
Ou que justifica a maldade valendo-se de textos Sagrados mal interpretados
Escondendo-se no véu da hipocrisia, da pureza e perfeição inexistentes
O mesmo se aplica à morte diária que permitimos ao nosso lado
Quando não estendemos a mão para ajudar “pecadores”, como se fôssemos puros ou perfeitos
Ou quando expulsamos ou excluímos de nosso meio quem necessita de ajuda
Ele foi “embora” há mais de 2000 anos
Mas deixou seu legado de amor que ainda precisamos aprender todos os dias
Jesus nunca excluiu ninguém! Nunca ordenou ou permitiu qualquer morte ou excomunhão!
Ao contrário, Suas lições foram sempre baseadas no amor e no perdão.
Não podemos fazer nada contra essa guerra? Façamos em nossas guerras particulares!
Se quisermos encontrá-Lo, não será nos templos de pedra que estará
Mas nos corações sofridos e renegados nesse mundo de barbáries (des)humanas!
Alda M S Santos
GUERRAS
Em nossas guerras internas
Entre certo e errado, razão e emoção
Entre o bem e mal, loucuras e sanidade
Entre paz e tormento, solidão e convivência
Entre ir, ficar ou se deixar levar
Vale o uso de qualquer arma.
Mas, como toda guerra,
Torna-se mais desumana e inglória,
Se “atingir” civis inocentes,
Lutadores sem farda de suas próprias causas.
Alda M S Santos
FOGO AMIGO
Numa guerra, fogo amigo é ser atingido por aliados.
Certamente, nunca proposital, ou não seriam aliados.
Nas guerras cotidianas, recebemos muito fogo amigo.
Pode ser despreparo, boa pontaria, proposital…
Fogo sempre dói, pode matar, não importa de onde venha.
Ao sermos atingidos, nem sempre conseguiremos avaliar a intenção do atirador.
Primeiro nos concentramos em nossa dor, em nossos ferimentos,
Só depois nos preocuparemos de onde vieram os projéteis e o porquê.
Ao “atirarmos” devemos sempre saber se o alvo é mesmo aquele,
Se a munição não atingirá órgãos vitais, se o fogo não é forte demais.
Bom mesmo é atirar amor, qualquer alvo é bom, amigo ou inimigo,
Nunca mata, sempre traz vida nova, e vida boa!
Alda M S Santos
CERCAS ELÉTRICAS
Como o ser humano está evoluído! Estão construindo cerca elétrica para barrar a entrada de imigrantes na Hungria. Sensores de calor, autofalantes com mensagens intimidatórias multilíngue, descargas elétricas…
Tecnologia de ponta usada contra refugiados das guerras e miséria que chegam à Europa, maioria de mulheres e crianças!
Outras planejam construir muros! Num mundo criado por Deus para todos nós! Que inteligência é essa? Que coração é esse?
Como podemos nos sentir diante de uma situação dessas? Envergonhados por sermos humanos?
Quem comete pior crime? Aqueles que guerreiam, expulsam e matam outros seres humanos, ou quem recusa a eles asilo e uma chance de sobrevivência?
Não sou ingênua, sei dos problemas que podem advir de populações de imigrantes, principalmente refugiados de guerra, em outras nações.
Superpopulação, miséria, desemprego, fome, doenças…
Mas a maioria não quer é abrir mão do conforto, dos desperdícios, da ociosidade.
Sei que não é fechando as portas de modo tão grosseiro e cruel que o problema será resolvido.
Somos todos humanos, afinal! Mesma espécie! Ou não somos?
Recebê-los, na medida em que cada nação pudesse absorver, não custaria tanto a ninguém, tampouco às nações de primeiro mundo.
“O que vocês fizeram com as criancinhas que eu lhes confiei”?
Seríamos capazes de olhar nos olhos Dele e dizer, “fechei-lhes as portas”.
Sequer as mandam voltar para casa, visto que não possuem mais casa.
Uma descarga elétrica é mais “limpa” para fazer o trabalho “sujo”.
A cerca já foi construída em seus corações faz tempo.
Alda M S Santos
O VENCEDOR
O ano será novo, mas os dias só serão novos, se nós formos diferentes.
Várias serão as batalhas, as jogadas apresentadas
Nós escolheremos: jogar ou não.
Escolher nossas peças, qual delas mover
Quais “soldados” recrutar, armas a usar
Quais “aliados” dispensar
Saber o momento certo de agir, de esperar, de recuar, de avançar
Fazer os alinhamentos necessários
Mesmo parados, estaremos jogando por inércia
Outros determinarão nossa vitória ou derrota
O aliado indispensável, seja qual for a batalha, é o amor.
Frágil o suficiente pra se derrubar por um olhar,
Forte o bastante para com um sorriso levantar…
Inútil tentar outro caminho, outra jogada, outra arma ou outra estratégia.
É dar voltas, é perder tempo!
O Amor vence sempre!
Aliemo-nos a ele!
Alda M S Santos