REMÉDIOS
A Terra está doente!
O prognóstico é um alerta:
Ou se trata, ou morre, sem medicação
E remédios bons, os antigos diziam
São amargos, ruins, dolorosos
Humanos são a causa dessa perturbação
Mas também podem ser a salvação
Como um soro feito do veneno modificado
A cura está em nós, no nosso despertar
A Terra está purgando, sofrendo, febril
Só ficará convalescente e curada
Quando transformarmos em bem, em luz
Todo o mal e escuridão que houver em nós
E nos dermos as mãos, sermos amor e compaixão
Ainda há tempo!
Alda M S Santos
FEMINICÍDIO: QUANDO O AMOR ADOECE E MATA
Amor adoece, morre, tem fim
Ou se morrer nunca foi amor?
Mais sério ainda: amor adoece, mata, se mata?
Crimes passionais, feminicídios ou simplesmente falta de amor?
Tudo que tem vida pode adoecer, morrer.
Nessa perspectiva, amor nasceria, cresceria, multiplicaria, definharia e morreria.
Mas amor precisa de um habitat para viver, um coração para o acolher.
Necessita de um ninho quentinho e aconchegante para ser protegido e alimentado.
Para crescer e gerar bons frutos precisa de uma alma receptiva.
E se esse habitat não for apropriado, se estiver doente,
Ele infecta o amor, o adoece, ameaça, violenta
Agride, mutila, mata, se mata…
Não é o amor que morre ou mata!
Somos nós, como habitat, doentes, que o matamos ou morremos…
Amor não é doença, não é patologia!
Amor é medicação, é vacina, é cura!
E se não houver em nós força, fé e bondade suficientes,
O efeito pode não ser o esperado e morrermos na tentativa,
Ou matarmos!
Amor é saúde, é proteção, é cuidado de si e do outro,
Amor é vida!
Feminicídio é o mais alto grau da doença do amor: a posse!
E como toda doença, apresenta sinais e sintomas para ser combatido a tempo.
Cuidemos da saúde de nossos corações, de nossa alma,
Cuidemos da saúde de nosso amor!
Alda M S Santos
#feminicidio
À BEIRA DO ABISMO
Todos podem, por vezes, sentirem-se à beira do abismo
Andando na corda bamba
Sob o fio da navalha
Pisando em ovos…
Qualquer pisada em falso
Um momento de distração
Uma brisa mais forte
E tudo vai para o brejo
Cai-se para o fundo do abismo,
A corda se parte, a navalha corta
Os ovos se quebram…
Nem sempre é adrenalina, quase nunca é divertido
Desgaste que vai cansando,
Levando ao recolhimento, à introspecção,
E tantos caem no escuro da depressão!
Quantos pertinho de nós podem estar assim?
Saberíamos se fôssemos nós a ficar assim?
Alda M S Santos