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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Sempre há tempo?

SEMPRE HÁ TEMPO?
Sempre há tempo de voltar
Se o caminho for escuro, não te agradar
Sempre há tempo de refazer
O que não ficou como deveria ser
Sempre há tempo de ter compaixão
Quando notar que o amor é a melhor religião
Sempre há tempo…
Até não ter mais tempo!
Alda M S Santos

O tempo pergunta!

O TEMPO PERGUNTA!
O tempo quer saber quando tempo resta
Para que o tempo seja bem utilizado
Aprendido, trabalhado, aproveitado
O tempo segue alheio aos nossos passos
Anda, corre, voa, viaja no universo
E daqui tantas vezes parecemos estacionar
Sem saber qual velocidade tomar
E apenas nos deixamos levar
Tal qual folha seca no vento
Sem ter onde parar, onde adubar
Olhando atentamente o tempo nos convida
A seguir no ritmo do belo em que pulsa a vida
Em contrapartida, desviar do que parecer pesado
Pois o afeto e a solidariedade
Têm o peso leve da felicidade
Alda M S Santos

O tempo cura?

O TEMPO CURA?
O tempo não cura nada
Ele passa, passa, e algumas coisas ficam mais leves
Ele, sabiamente, nos permite cobrir as feridas
Com uma grossa cicatriz de proteção
Perdem o tom vermelho brilhante
Tornam-se mais rosadas até quase parecerem sumir
E ela fica ali para ser vista e relembrada
Algumas cicatrizes todos podem ver
Outras, são muito internas
E só quem as possui tem acesso
Ficam escondidas atrás de sorrisos
De uma alma que se doa, de mãos que trabalham
O tempo não cura!
O tempo nos ensina a lidar com o que não tem cura
O tempo nos permite olhar para as cicatrizes
E retirar dali aprendizado em meio ao que já foi dor aguda
O tempo pode até nos ajudar
A fazer de uma cicatriz algo novo, útil e belo
Uma obra de arte que merece ser vista por todos
Cada qual lida do seu jeito
Com as feridas, o tempo e suas cicatrizes
Tornando-os aliados ou adversários…
Alda M S Santos

Túnel do tempo

TÚNEL DO TEMPO

Estamos todos num longo túnel a passar
Momentos claros, outros escuros
Onde vãos ora rápidos, ora devagar
Por vezes há pontes, noutras há muros

Há momentos em que queremos estacionar
Cansados, não há desejo de avançar
Às vezes pro passado vai o olhar
Noutras pro futuro quer saltar

Mas a máquina do tempo é traiçoeira
Com ela não se pode dar bobeira
Passado ou futuro não é brincadeira

O jeito é seguir a linha, sem sofrimento
Aquela que o trem vai faz tempo
Pra frente sempre, no ritmo do pensamento

Alda M S Santos

Tempo…

TEMPO…

Ah, o tempo…
Ele nunca recua, é firme, inexorável
Seu efeito em nós é sempre implacável
Deixa marcas intensas no corpo, na pele
Coração e mente são o que nos impele…

Ah, o tempo…
Na natureza deixa sinais de sua ação
Vento, água, seca, temporal ou vulcão
Não há nada que não tenha seus sinais
Há beleza, só focar nas coisas essenciais

Ah, o tempo…
Não há como segurar, acelerar ou estacionar
Mas há como fazer a memória se
eternizar
Bom poder revisitar boas lembranças
Aquelas que valem toda essa andança

Ah, o tempo…
Crescer, florescer, nos deixa embevecidos
Cada instante tem valor quando bem vivido
Amor tatuado com carinho no corpo e coração
É o melhor meio de burlar o tempo, sem enganação

Alda M S Santos

Quanto tempo o tempo tem?

QUANTO TEMPO O TEMPO TEM?

Lembro de uma trova de quando era criança
Parecia tão confuso questionar o tempo, a esperança
O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem
Será onde estará a resposta que nos convém?

Percebo que a medida que o tempo tem
Varia de pessoa para pessoa, do alguém
Faz diferença de quando se questiona também
Se é na juventude ou maturidade que se faz bem

O tempo pode ser rígido, elástico ou flexível
Quase tudo dentro dele torna-se possível
A imaginação viaja para trás e para frente
Esticando aquilo que queremos que dure eternamente

Já sei qual a medida, qual a extensão do tempo
É do tamanho certinho do meu pensamento
Aquele determinado pelo meu real sentimento
É que dá a exata dimensão do (contra)tempo

Alda M S Santos

Ah, o tempo…

AH, O TEMPO…

Dizem que cura tudo, torna curtido
Basta estar aberto, tempo curto ou comprido
Não sei disso não, penso que machuca
Se ficar remexendo muito, alma fica maluca
Querendo voltar lá atrás, momento bem vivido
Ou dar um salto para a frente, algo sonhado e querido
No espelho ele é meio cruel, atroz
Se observarmos bem pode ser até um algoz
É preciso ter com ele mais benevolência
As marcas no rosto têm histórias, completude ou carência
Mas são únicas, especiais, são estradas de vida
Grafadas ali em suave relevo a nossa lida
No olhar estão as maiores marcas do tempo
Se alguém souber observar com o coração
Tudo ali diz: valeu cada emoção
Tempo pode tirar o viço, a energia
Mas a vontade de ser e fazer feliz
Tempo só potencializa esse desejo, essa magia
Olhe o tempo através do espelho, do olhar
Lá terá paz, serenidade, em si mesmo um bom lugar …

Alda M S Santos

Quanto tempo falta?

QUANTO TEMPO FALTA?
Quanto tempo falta para não se ter mais tempo?
Falta o tempo que o coração for capaz de suportar
Tanta gente longe sem poder se amar
Falta o tempo em que a alma aguentar
Sem querer ir embora chateada com esse lugar
Falta o tempo em que for possível chorar
Mas sem aos outros decepcionar ou magoar
Falta o tempo em que ainda conseguir sorrir
Por mais que tudo pareça ruir
Falta o tempo em que conseguir se aquecer
Longe de tudo, de um colo, sem fenecer
Falta o tempo em que o silêncio puder dizer
Aquilo que o peito carrega em seu intenso sofrer
Falta o tempo em que a fé ainda for capaz de remover montanhas
Não desistindo de desfazer tantas artimanhas
Falta o tempo em que a vida ainda pulsar
Num peito cansado de lutar
Mas que não desiste de caminhar e amar…
Esse tempo que ainda falta…
Alda M S Santos

Travessia

TRAVESSIA

A ponte está aí, convidativa

A gente olha, fica tentado

Rústica, bela, longa, atrativa

Mas tenta enxergar do outro lado

A ponte a nós se apresenta

E se não pudermos pegar o caminho de volta?

Aqui, mesmo confuso, já é conhecido

Será que pode haver uma reviravolta?

Que haverá do outro lado

Dor, luta, sofrimento, morte, partida

Apenas uma continuidade disso tudo aqui

Ou haverá mais união, amor, compaixão, vida

Preocupações, tentações, medos e vontades, sedução

Sentimentos que lutam dentro da gente

Enquanto isso, sequer percebemos ou notamos

Que isso tudo é simbolismo, somos a ponte, a evolução…

Essa travessia não é escolha

Nós a fazemos sem perceber

Ela acontece à nossa revelia

Quando vamos ver, já acabou o viver…

Alda M S Santos

Tarde demais?

TARDE DEMAIS?

Tarde demais para se tornar um esportista ou atleta profissional

Mas nunca é tarde demais para cuidar da saúde física e mental

Tarde demais para arrependimentos por atos que causaram algum mal

Mas nunca é tarde demais para aprender e fazer o bem a todos sem igual

Tarde demais para lamentar oportunidades perdidas

Mas nunca é tarde demais para caminhar por novas trilhas pretendidas

Tarde demais para voltar atrás e reescrever aquele capítulo favorito

Mas nunca é tarde demais para fazer do hoje um poema bonito

Cedo ou tarde? Quem poderá dizer?

Importante é viver e deixar viver…

Cedo ou tarde a vida se vai…

Alda M S Santos

Era apenas o tempo…

ERA APENAS O TEMPO…

Era apenas o tempo que passou…

Aquele que quase sempre torcemos para que passe rápido

Quando esperamos por algo que nunca chega

Era apenas o tempo que passou…

Aquele que passa veloz, matreiro

Quando o desejo é que se eternize em nós

Era apenas o tempo que passou…

Aquele que às vezes se arrastou, torturante

Quando a dor doía muito, sangrava, matava aos poucos

Era apenas o tempo que passou…

Aquele que gostaríamos de ter melhor observado, aproveitado

Quando olhando longe, para trás ou para frente, o perdemos

Era apenas o tempo que passou…

Aquele que queremos retomar, recuperar, reverter, consertar

Quando percebemos o quanto erramos conosco e com os outros

Era apenas o tempo

Quando percebemos, se foi…

Foi apenas o tempo que passou…

E nós aqui ficamos resgatando lembranças

As pequenas e saudosas migalhas que ele nos deixa

Para reconstruir, ainda que mentalmente,

Tudo aquilo que ele “levou” de nós…

Era apenas o tempo que passou…

Alda M S Santos

O tempo

O TEMPO

Se ignorássemos que o relógio trabalha do mesmo modo para todos

Acreditaríamos que ele privilegia alguns: passa mais devagar, mais acelerado ou até pare, dependendo da pessoa

Os mesmos 50, 60 ou 70 anos não têm o mesmo efeito para todos

Pesos diferentes para rostos, corpos, mentes e almas diferentes

A genética e a questão sócio-econômica pesam, bem sei

Mas não é o que faz a diferença maior entre as mesmas sessentonas, setentonas ou cinquentões

O efeito do tempo parece amenizado em alguns rostos, corpos e almas

Valem-se muitas vezes de preenchimentos estéticos, próteses, cirurgias, cremes e botox

Mas não há nada, nenhum recurso estético que mantenha tão bem um olhar brilhante e terno

Um sorriso lindo, um colo acolhedor, um corpo ágil e alma leve

Quanto uma vida recheada de amor, carinho e compaixão

Que acabam por aumentar o poder de atração e prazer na companhia de alguns

E reduzem uns 10 anos de rugas no rosto e de “peso”nas costas daqueles que não se entregam

Amor não vivido, gritos calados, sonhos desfeitos, culpas e medos têm efeito terrível no corpo e na alma

Mais que marcado por rugas, o rosto se torna opaco e sem brilho

As costas parecem carregar o mundo, o passo reduz, a boca só emite amargor

A vida bem vivida, em paz consigo mesma, com amor, sem excessivas cobranças

Tem o poder de fazer o relógio ser mais lento, andar ao contrário, quase parar

Melhor, tem o poder de fazer cada segundo se eternizar no tempo…

Alda M S Santos

Ruínas

RUÍNAS

Mergulhar no que acreditamos serem nossas ruínas

Limpar áreas empoeiradas de nossa alma

Quase nunca visitadas, negligenciadas, até temidas

Pode nos levar a encontrar objetos esquecidos

Partes importantes de um quebra-cabeças que julgávamos perdido

Uma figurinha que faltava no nosso álbum de vida

Uma flor desidratada dentro de um livro que irriga nossos olhos

Uma dedicatória significativa e estimulante, que injeta ânimo e coragem

Coisas que julgávamos mortas e sepultadas que ressuscitam

Como uma criança que revisita o quartinho de brinquedos velhos

E volta de lá feliz com muitas coisas “novas” ou perdidas

Para voltar a brincar…

Ruínas podem ser muitas vezes

Apenas partes de nós

Que, se bem avaliadas e cuidadas ,

Podem voltar à vida e brilhar tanto ou mais do que antes…

Alda M S Santos

Tarde demais?

TARDE DEMAIS?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além da vontade e da fé
De tudo realizar?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além de uma alma lutadora
Que enxerga o amor em tudo?
Cedo ou tarde,
Quem pode determinar
Além do próprio desejo
De fazer acontecer?
Tarde demais?
Quem pode dizer além de você?
Alda M S Santos

Balanços da vida

BALANÇOS DA VIDA
Não há quem não se encante com um balanço, uma gangorra. Eles nos remetem à infância, a brincadeiras, sorrisos, amigos, frio na barriga.
Os melhores são aqueles de madeira e corda amarrados numa árvore bem alta num quintal de terra batida. Se não for possível, um de ferro numa praça urbana também é válido.
A cada ir e vir da gangorra a árvore chia, folhas caem, pássaros revoam, a gente geme e gargalha. Por vezes, um amigo empurra.
Vejo nossa vida assim: um grande balanço.
Ora estamos no alto, ora embaixo, outra vez no alto…
Algumas vezes estamos sós, muitas vezes acompanhados. Tantas vezes precisamos de um empurrãozinho amigo para nos manter no ar!
Nisso consiste o viver. Derrubaremos folhas, afastaremos pássaros, faremos nossa árvore chiar, atrairemos amigos querendo brincar, amores para balançar junto, teremos muitos gemidos e gargalhadas, de prazer ou dor.
Só altos ou só baixos não é gangorra. Balanço não foi feito para ficar parado.
Quando a inércia, a letargia ou apatia quiserem de nós se apossar, além de um simples momento de descanso, devemos nos lembrar que balanço bom é o que está em constante movimento.
Portanto, inclinemo-nos para trás, estiquemos as pernas, olhemos para o alto, fechemos os olhos, se preferirmos…
A emoção toda consiste em balançar-se, sorrir, gritar e se entregar!
Alda M S Santos

Ser maduros

SER MADUROS
A contagem do tempo é uma só, mas ele não se passa da mesma forma para todos. Há pessoas que se detêm nos pequenos prazeres, as que correm atrás de grandes gozos, e ainda aquelas que ficam atoladas na lama dos problemas e momentos difíceis.
Todos temos os três: pequenos e grandes prazeres e atribulações. O que nos difere, nos faz crescer, amadurecer e aparentar que carregamos uma carga mais leve é o tempo que dedicamos a cada um deles.
Maturidade não é idade cronológica, mas quase sempre coincide com ela. O tempo, cedo ou tarde, nos mostra que sempre saímos de uma situação, boa ou ruim. Se está bom, mergulhemos de cabeça, se está ruim, vamos prender a respiração e aguardar a onda passar. Se apertar, basta acessar nosso estoque de emoções que veremos por quantas já passamos.
Quando tudo parecer difícil cercar-nos de pessoas “luz”, crianças, natureza, bichos, esses seres sinceros, quase sempre traz paz. Outros preferem músicas, livros, filmes, jogos ou recolhimento.
Além do mais, nossa habilidade de escolher caminhos menos atribulados também se aprimora. Ser “verde” é bom, mas ser maduro pode ser excelente se soubermos extrair da maturidade o que ela, quase sempre, traz de melhor: a sabedoria.
Vamos lá?
Alda M S Santos

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