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Meus outonos

MEUS OUTONOS 

Vejo lá fora e dentro de mim tons amarronzados
Mente cheia, corpo leve, coração abarrotado
Livre trânsito entre as quatro estações 
Gosto do outono, tempo de boas reflexões 

Período em que há vida em gestação 
Estação em que guardamos boa provisão 
O amor também tem seus frios invernos 
Outono me remete a cuidado suave e terno

Saber que a magia na terra está sendo preparada 
Tudo que é vivo tem altas e baixas temporadas
Recolher-se para descansar ou avaliar uma rota 
Faz parte do caminho, na vitória ou na derrota 

Se primavera é bela flor, verão é brilho e cor
Inverno tem a mágica hibernação em busca de calor 
Vamos eleger o outono como a estação do amor
Afinal, tem luz, brilho, cor e se despe sem pudor 

Alda M S Santos 



Templos de várias estações


TEMPLOS DE VÁRIAS ESTAÇÕES

Passa o tempo bem contadinho
Marcado em vários pedacinhos
Verões de luz, sol, energia que seduz
Primavera de flores, quentes amores
Outonos e invernos chegando de mansinho
Um desafio para coração que está sozinho

A mente viaja, passeia, quase naufraga
Lembra de outros tempos, se embriaga
Lá fora as estações estão bem demarcadas
Cá dentro tentamos entender essa invernada
Os momentos em que nosso jardim perfumava
Tudo era cor e leveza, suavidade que encantava

Em qual ponto as folhas começaram a cair
Desnudando nossa alma, quase fazendo desistir
Tempos de mergulhos em nosso rico interior
Hibernando, evoluindo para encarar o exterior
A consciência da natureza que há em nós
A riqueza de entender e desfazer os nós

Somos também templos de várias estações
Descobrindo a beleza de nossos corações
Indo de encontro a nossa própria compreensão
Seja em outono, inverno,  primavera ou verão
É bom saber que temos a nós mesmos por aqui
Isso dá forças e esperança para poder prosseguir

Alda M S Santos

É setembro!

É SETEMBRO!

Há o momento para ver o broto
crescer
Em seu tempo cada qual rompe o alvorecer
Vai em direção ao Sol, à luz
Tão qual botão de rosa que seduz

É setembro, primavera é flor que venceu o inverno
Chegou até aqui cuidando do que é interno
Como flores, também alimentamos nossas raízes
Para resplandecer em brilho e vernizes

Como flores, temos também espinhos
Cores, perfumes, carecemos de carinhos
Para vencer nossos invernos e não sermos sozinhos

Fazemos parte de um grande jardim
Cada flor com sua beleza age assim
Atrai, encanta, embeleza, é plena, enfim…

Alda M S Santos

Invernos íntimos

INVERNOS ÍNTIMOS

Gosto de chuva, de dias nublados, de inverno

Neles dá para notar melhor quem tem luz própria

Dá para melhor sentir o calor dos humanos

Não dá para se esconder atrás da luz ou calor do Sol

Não dá para fingir que tudo está bem

Não dá para deles tomar energia por empréstimo

Não que seja errado se energizar no Sol

Na claridade de um dia de verão

Pelo contrário, a natureza está aí para isso

Mas ela apenas complementa nossa essência

O que somos verdadeiramente não se perde num dia chuvoso

Não se esfria num dia de inverno

Não fica cinzento porque amanheceu nublado

Nosso sol e calor internos precisam brilhar e aquecer

Ainda, ou principalmente, quando lá fora estiver frio e chuvoso

É assim que superamos nossos invernos íntimos

Assim que clareamos nossas emoções nubladas

Assim que aquecemos nossa alma quando o coração esfria de dor ou saudade

Assim que lavamos nosso interior, mesmo com lágrimas

Assim que sobrevivemos ao tempo de hibernação…

Alda M S Santos

E o frio chegou…

E O FRIO CHEGOU…

E o frio chegou…

Tempo de desembaraços, de criar laços

De acertar os passos

E se aquecer em abraços

E o frio chegou…

Hora de fogueira ou lareira

Tempo de filme, pipoca e edredom

Na vitrola um nostálgico som

Luz baixa, química alta, tudo de bom

E o frio chegou…

Tempo de hibernar, reservar energia

Buscar intensamente uma calmaria

Numa taça de vinho encontrar a magia

E diante disso tudo entregar-se à vida

Que a tantos contagia…

E o frio chegou…

Alda M S Santos

Descompasso

DESCOMPASSO

Em qual estação estamos lá fora?

E cá dentro?

Estamos no mesmo compasso

Ou há flores perfumadas, cores vivas e macias na primavera lá fora

Enquanto cá dentro perdemos folhas e poupamos a raiz em secos e terrosos outonos?

Em qual estação estamos?

Mergulhamos em mornos oceanos e cachoeiras refrescantes

No verão quente, colorido e cheio de energia lá de fora

Ou hibernamos em longos, frios e escuros invernos cá dentro?

Somos atingidos pela força e vitalidade da estação lá de fora

Flores, perfumes, cores, calor, animação e alegria

Ou somos contagiados apenas pelo frio, pela neve, pelo repouso, pelas ventanias?

Dançamos, brincamos e amamos na chuva

Ou apenas fugimos das tempestades?

Esse constante descompasso entre a estação interna e externa

Tem sido capaz de promover a dança da vida

Ou passamos a festa toda sentados numa cadeira?

Viver todas as estações em plenitude é que importa

Independente se estamos no mesmo compasso da música lá de fora

A música cá de dentro é que precisa tocar e nos satisfazer…

Alda M S Santos

Aprendi com a natureza

APRENDI COM A NATUREZA

Aprendi com a natureza que quando o sol se põe aqui

Ele nasce e ilumina o outro hemisfério terrestre

Quando um lado nosso anoitece, escurece

Bom é valorizar nossa parte “dia”, iluminada

Sempre haverá um lado com luz forte e quente

Enquanto o outro estiver escuro e frio

Aprendi com a natureza a aceitar e apreciar todas as nossas estações

O perfume suave que nos anima e encanta quando tudo são flores em nossas primaveras

O calor de nossos verões com leveza e intensidade nos instigando a mergulhar no frescor da vida

As cores de terra, as perdas de “folhas” de nossos outonos para preservar as raízes, tempo de reflexões e plantio

O frio e hibernação no recolhimento de nossos invernos, tempo de esperança, gestando uma nova vida…

Somos assim também: fases que se interligam e se intercalam

Fases que se completam e se precisam

Fases que não têm fim, apenas rotatividade

Estou aprendendo com a natureza a lidar com seus paradoxos e antagonismos

A lidar com seca e cheia, sombra e luz, flor e fruto, vida e morte

Aprendendo com a natureza a lidar com as dicotomias humanas

Amor e ódio, alegria e tristeza, sorriso e lágrimas, interesse e indiferença, prazer e dor

Aprendi com a natureza que é preciso parecer morrer para poder nascer mais belo e mais forte

Tudo isso são apenas duas faces da mesma moeda

A moeda valiosa do viver…

Alda M S Santos

Outono chegou

OUTONO CHEGOU

A brisa suave sinaliza a friagem

O ar mais seco confirma

Dias mais curtos reafirmam

Outono chegou…

Tempo de se preparar, resguardar-se

Perder folhas, flores, até galhos, economizar

Abrir mão do que pode ser dispensado

Ficar nua, livre das vaidades

Usar todos os nutrientes, estocar energia

Nesses tempos de carestia

Para preservar o mais importante: a raiz

Com sabedoria, manter vivo o que é essencial

Irrigar o que poderá trazer novamente na hora certa

Novas folhas, galhos, flores, frutos…

E assim, buscando sempre o amor, a vida se refaz

Vegetal, animal, humana…

Alda M S Santos

Estações

ESTAÇÕES 

Nascemos Primavera, flores, beleza, encanto, projetos, sonhos, árvores a plantar,

Crescemos Verão, sol, calor, energia, diversão, frutos a colher, realizações,

Amadurecemos Outono, perdas, danos, reconstrução, seletividade, recomeços,

Envelhecemos Inverno, sabedoria, tranquilidade, paz, serenidade, resignação, calmaria…

Não há como escapar das estações de nossas vidas.

 É preciso aproveitar! 

Nada impede que possamos curtir os veranicos em pleno outono ou inverno. 

Nossa estação “interna” apenas nossa alma pode determinar…

Alda M S Santos

Outono

OUTONO
As folhas caem, o ar se veste de tons amarronzados,
A brisa suaviza, esfria, galhos ficam seminus,
O clima resseca, a natureza se protege para a temporada gelada.
Sábia, antevê tempos difíceis, reserva energia.
Para muitos, a beleza e alegria se perdem no outono,
Para outros, elas apenas ficam camufladas, protegidas, resguardadas.
Um outono verdadeiro é muito mais lindo que uma primavera forçada.
Quantas vezes precisamos ser outono, nos resguardar, fortalecer,
E insistimos em ser primavera, desperdiçando energia valiosa?
Quando encaramos de frente os outonos de nossas vidas,
O inverno torna-se menos pesado e retornamos com esplendor redobrado,
Deixando a primavera desabrochar no tempo certo,
Com novo brilho, novas cores, novas flores, novos amores,
Nova vida!!!
Alda M S Santos

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