PARA SERVIR
Tantos buscando serem servidos
Servir-se, usufruir…
Poucos com propósito de servir…
A conta não fecha!
Luta infinita e triste…
Se todos tiverem alma de servidor
Todos doarão, todos receberão
Haverá harmonia e paz
E não existirá tantos carentes e famintos por aqui…
Alda M S Santos
CAMPANHAS: COMO POSSO AJUDAR?
Campanhas das mais diversas
Pastorais de Rua, Campanhas do Quilo
Doadores e trabalhores anônimos
Como posso ajudar?
Doando roupas ou alimentos
Talvez um pouco do meu tempo
Botando para fora meus dons…
Como posso ajudar?
Posso recolher o que não uso para ajudar
Posso pedir aos outros para doar
Junto tudo e levo a quem precisar
Como posso ajudar?
Posso fazer uma boa comida
Posso separar doações recebidas
Posso entregar nas ruas, atender os assistidos
Como posso ajudar?
Agasalhar a quem tem frio
Abrigar a quem está ao relento
Um sorriso, um lanche traz contentamento
Como posso ajudar?
Sempre há o que se pode fazer
Orações são muito bem-vindas
Mãos que trabalham mais ainda…
Como posso ajudar ?
Alda M S Santos
CampanhaDoQuilo #pastoralderuavendanova
DOAÇÃO OU ESCAMBO?
Doação é alegria, bondade cedida a alguém por prazer
Desejo que nasce do fundo da alma, que irriga o coração
Não há nada que pague, sequer há como desfazer
Um broto que cresce, vira árvore, dá flor e fruto, inunda a imaginação
Ainda que não nos faça mais sombra, independente do querer
Foi algo feito por amor, por carinho, por opção
Se houver qualquer cobrança ou mostras de se arrepender
Foi troca, escambo, venda ou similar, mas não foi doação
Coração amoroso e bondoso se autoabastece na distribuição,
Mesmo sem nada receber…
Alda M S Santos
OLHAR OPACO
Encontraram-se muito tempo depois
Num espaço além-terra, fora da galáxia
Abraçaram-se longamente, sem nada dizer
Palavras desnecessárias, supérfluas, troca de calor
Encontro de corpos onde já havia afinidade de almas, intimidade de ideias
Sabiam de que barro foram feitos todos os humanos
Nem a troca de olhares era possível, córneas opacas, cegas
“Não posso mais te ver, mas posso te sentir”
“Sinto seu cheiro, ouço sua voz, o carinho que sempre me dedicou”
“Não preciso dos olhos para saber que é você, amor inigualável que recebi”
“Não chore! O amor tem muitos meios de se fazer marcante, presente”
O abraço longo, saudoso, de outra vida comprovava tudo
Em sonhos…
Alda M S Santos
O MÁXIMO
Ser “o máximo”, ou identificar o máximo em alguém,
É uma questão de perspectiva, de percepção
De referencial, de pontos de vista, de preferências
Ou de amor…
Podemos ser o máximo para uns, o mínimo para outros
Podemos ser o máximo ou o mínimo até para nós mesmos
Dependendo do momento ou da situação
E, por mais que dermos de nós mesmos,
Sempre será pouco para alguém, para algumas pessoas
Sempre haverá quem não saiba valorizar, identificar o que de bom recebeu:
O máximo de alguém…e deixou ir embora
Em contrapartida, para outras, um mínimo de nós ou delas é o bastante
Para fazê-las felizes, para nos fazer felizes
Isso não é se contentar com pouco
É saber identificar o que é precioso, gratuito
Verdadeiro, imprescindível, único
Para poder corresponder com o nosso máximo, e conservar…
Alda M S Santos
QUANTAS VEZES?
Quantas vezes nos doamos?
Quantas vezes sorrimos para o outro para alegrá-los
Abraçamos alguém para acalentá-los
Dizemos palavras encorajadoras para animá-los
Damos atenção, carinho, silenciamos, para compreender a dor
Cedemos ao outro nossos ombros, nosso colo, nossa presença para secar lágrimas,
Se tudo que queremos e precisamos é de alguém
Que nos sorria, nos abrace, nos diga palavras sábias
Nos encoraje, nos dê atenção, colo, presença, amor…
Ou apenas silencie e acalme nossas angústias?
Quantas?
Exatamente o mesmo número de vezes
Que, ao nos doarmos, acabamos por receber muito em troca…
Quantas vezes?
Não sei! Sei que todas valeram cada segundo!
Alda M S Santos
SER AMOR
Enquanto cuidamos das dores alheias
Enquanto dos outros nos ocupamos
Alguém lá em cima sara nossa feridas e se ocupa de nós
E, através de nós, atinge os outros
“Eles não são pesados, são nossos irmãos”.
Alda M S Santos
QUE TENS A OFERECER?
Que tens a oferecer?
A cola que alucina, a esmola paliativa,
Ou a mola que impulsiona e leva pra frente?
Que tens a oferecer?
O pão, a fruta, o doce que alimentam o corpo
Ou a doçura, a base que acalentam
E encorajam a buscar algo produtivo?
Que tens a oferecer?
Uma roupa que não quer mais, um calçado que aperta,
O cobertor puído, qualquer descarte,
Ou a atenção que busca dentro de si e entrega com prazer?
Que tens a oferecer?
Um coração para amar, um sorriso para alegrar,
Ou uma lágrima para enxugar, um ombro para chorar?
Pureza, amor solidário, saudade, tristeza, alimento
O que vier, se vier do coração,
Recarrega e abastece a alma…
Que tens a oferecer?
Alda M S Santos
DOAR-SE É EGOÍSMO?
Receber, ganhar, são sensações muito boas, bem sabemos!
Mas perdem para o prazer de doar, de se doar, de oferecer o que temos, o que somos…
Qualquer bem a qualquer um!
Será que tudo não passa de uma atitude egoísta, afinal?
Doar para fazer bem a si mesmo?
Que seja!
Doando, se abrindo, enfeitando, florindo por aí,
Ao menos o prazer é compartilhado!
Alda M S Santos
ABRAÇOS GRÁTIS
Quem precisa pode até não identificar
Apenas sente falta de algo, um vazio
Mas quando recebe aquele abraço
Carregado de carinho e amor
De energia boa, de doação
Percebe claramente que faltava calor humano
E que pode não resolver tudo
Quase nada, aparentemente
Mas é capaz de ativar a força que está lá dentro
Afogada naquelas lágrimas represadas.
Ou num sorriso escondido atrás dos problemas e correria do dia-a-dia…
Abraço liberta! ❤️
Alda M S Santos
#carinhologos
DOADORES E RECEPTORES UNIVERSAIS
Podemos notar nitidamente ao observar as pessoas aquelas que são doadoras e as que são recebedoras.
Umas distribuem sorrisos, abraços, carinhos.
Dão atenção, conversam, oferecem colo, trabalho e habilidades.
Choram junto, dão apoio moral, financeiro.
Cedem o último biscoito, o assento no metrô, a janela do ônibus, o lugar na fila, o guarda-chuva, o sorriso na rua.
São assim. Natureza de grupo O-, doador universal. Como numa transfusão de sangue passam para o outro parte de si.
E há aquelas que são esponjas, absorvem, sugam tudo, quase não doam: carinho, amor, trabalho ou dinheiro.
São as receptoras universais: grupo AB+. Doam apenas para seus iguais.
Quase sempre as doadoras vivem cercadas de recebedoras.
Amigos, casais, irmãos, filhos…
Todos eles são formados, quase sempre, por um doador e um recebedor.
Para os doadores, ter por ter não é prazeroso!
O prazer delas está no doar. Não que não gostem de receber, gratuitamente, mas têm retorno no doar.
Às vezes nem sabem muito bem receber.
Se as receptoras universais percebessem isso e doassem também, ao invés de querer acumular, seriam mais felizes!
Os relacionamentos ideais são aqueles em que doadores e recebedores se revezam.
Receber também é aprendizado. Ambos se beneficiam.
Crescem no ato de dar e receber.
Crescem na troca.
Crescem no amor.
Alda M S Santos
NOSSA ESTRELA
A cada olhar afetuoso,
Sorriso sincero, abraço amigo…
A cada palavra doce ou de estímulo,
A cada conversa atenciosa,
A cada gesto de generosidade que doamos aos nossos semelhantes,
Deus se alegra e planta uma estrela
No céu de nossa alma.
E é essa estrela que ilumina nosso caminho,
Que irradia seu brilho de nossos olhos,
E nos torna encantadores aos olhos dos que nos cercam…
Doemos sem medo!
Amor não se economiza!
Alda M S Santos
A QUEM SEGUIMOS?
“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.” (Mateus, 19-21)
Um senhor, abismado, colocou-nos essa questão: “Jesus ou os que o seguiram deviam ter algo que nenhum de nós tem. Eu não seguiria nenhum homem que me pedisse para largar minha mulher, filhos, vender tudo e o seguir. Sem ao menos me oferecer um emprego, apenas dizendo que teria vida melhor e eterna. Ele devia ser muito bom ou os caras eram tolos. Se Jesus aparecesse hoje seria morto de novo.”
Na hora, respondemos apenas que Ele era o filho de Deus, certamente tinha algo de especial, alguma luz, alguma bondade, que atingia os corações daqueles que Dele se aproximavam. Refletia amor, por isso despertava amor.
Fiquei pensando que poderia ter-lhe dito outras coisas.
Acredito que há muitos de nós que ainda O seguimos. Não no sentido literal, de andar lado a lado. Subir e descer montanhas e pregar.
Não somos tolos, mas abandonamos tudo e O seguimos quando entendemos e agimos de acordo com os ensinamentos que deixou.
Quando demostramos amor pela família e pelos nossos semelhantes, mesmo os que nos desagradam, quando nos dedicamos com afinco ao nosso trabalho, quando estendemos a mão a alguém menos afortunado que nós, quando dizemos não à negatividade de certos sentimentos, quando enxergamos o outro, de verdade, além de nós mesmos.
Acredito que todos nós seguimos algo. Qual o sentimento que nos comanda? O que queremos? O que buscamos? O que fazemos para conseguir? Quem levamos conosco? Quem deixamos para trás?
Ele nos ensinou a maior lição de todas: O AMOR. A Deus, a nós e ao nosso próximo.
Se em nossa vida diária agimos com amor, por amor, pelo amor, conosco e com nossos semelhantes, nós O seguimos.
Ele prometeu voltar. Enquanto não vem, vamos amar e cuidar de toda a beleza de Sua criação, seja ela qual for. E quando Ele chegar, saberemos identificá-Lo.
Alda M S Santos
CARINHO EM ABUNDÂNCIA
Seja qual for o ser vivo, precisa!
Pedindo ou não, necessita!
Se não tiver, definha, seca, perde o brilho, morre…
Carinho é cíclico. Efeito bumerangue.
Quem dá, recebe.
Quanto mais duro, mais resistente, mais precisa!
Quanto mais doce, mais sensível, mais amoroso, mais doa…
Em forma de sorriso, de toque suave,
Palavras amenas, olhares, abraços e beijos…
E assim, recheamos essa vida de amor, alegria e paz!
Alda M S Santos
ACORDANDO
Acordar, preparar um café, ir à padaria.
Sol alto, quente, brilhante
Domingo, poucos se levantaram,
Menos ainda estão nas ruas.
Sem correrias, observar quem passa.
Uns ainda sonolentos, meio emburrados.
Aqueles que dão o bom dia, sorridentes.
Outros que parecem vir de uma noite na farra,
E os que já trabalham, me recebem na padaria.
Lanço um olhar “avaliador” sobre cada um e questiono:
Qual será o olhar que lançam sobre mim?
O que veem?
O que pareço a cada um deles?
Cheios de pré-conceitos, tantas vezes olhamos assim nossos irmãos.
Julgamos.
Nesse lindo domingo,
Só dois pedidos a fazer:
Que eu possa ver cada um como Jesus vê: além da aparência,
Na impossibilidade, que possa tratá-los como Deus trata.
Se merecedora, que seja também digna desse olhar e tratamento.
Bom dia, filhos de Deus!
Alda M S Santos
MUDANDO O/OU PARA O INTERIOR?
Cada dia que passa as pessoas têm procurado mais a vida no campo. Uns querem apenas desfrutar de suas belezas e conforto, por um fim de semana ou férias. Outras, querem voltar às origens, retornar ao passado que ficou lá atrás e, após um tempo, volta com tudo, especialmente após os 40 anos. Há também aquelas que nunca tiveram experiência com a vida rural, e se encantam ao primeiro contato.
Outro dia, numa sala de espera de um consultório médico, dois senhores conversavam sobre isso. Um dizia que o médico tinha recomendado procurar uma vida mais calma para afastar o estresse. O outro sugeriu que comprasse um sítio, ao que ele respondeu que não se acostumaria àquele silêncio todo e à vida dura de trabalhos braçais.
Daí surgiu todo um relato da nova vida que passou a levar após um infarto. Passou a viver num sítio, cujos familiares se opuseram veementemente. Acharam que era mania de velho, visto que nunca tinha demonstrado interesses pela área rural. Acabaram por ceder, visando preservar a saúde do patriarca da família. Compraram um sítio não muito longe da cidade. Todos os dias, esposa e filhos dirigiam 50km para ir para o trabalho.
Reclamaram muito no início, mas se acostumaram. Sentiram falta das regalias da cidade no início: pizzarias, cinemas, celulares, internet, shoppings… Mas acabaram por se encantar pela pureza do ar, as cores dos jardins, o contato com a terra, a horta, as árvores frutíferas, os animais que passaram a criar, o rio.
A família ia e voltava todos os dias. Não acreditava que quisessem ficar lá para sempre. Quanto a ele, não abria mão daquela vida. Gostava de acordar cedo, ver o sol nascer, alimentar seus bichos e cuidar de suas plantas. Quem diria que teria forças para usar a enxada? Gostava das caminhadas nas trilhas de terra, de sentar-se à beira do rio, ouvir os pássaros, cochilar à tarde, ouvir música em seu mp3 velho… Sentia prazer nas mínimas coisas. Num bate-papo com os poucos vizinhos que encontrava quando ia ao pequeno comércio na região, nas leituras prediletas, no violão que gostava de tocar à noite… Voltou a escrever poemas, hábito da juventude, abandonado pelos atropelos da vida.
Só ia à cidade para realizar consultas periódicas com o cardiologista. Logo o médico o chamou. Despediu-se do amigo e foi recebido pelo médico com carinho. “Estou precisando ir para o campo também! Que saúde, vigor e alegria você demonstra”! O outro senhor atendeu ao celular, ficou vermelho e concluiu: “Preciso mesmo dar um novo rumo à minha vida”!
Saí de lá pensando no privilégio que é poder ter as duas opções: o campo e a cidade. Mas o fundamental é desacelerar, adquirir hábitos mais simples, menos consumismo, adquirir paz interior. O campo, com suas dificuldades geográficas e de consumo, pode aumentar os problemas se não mudarmos nosso interior “urbano” e estressado. Mudar nosso interior antes de nos mudarmos para o interior.
Alda M S Santos
Eu amo: Uma expressão tão bonita, mas tão indevidamente utilizada que tem se tornado sem sentido, descartável, desvalorizada. Tornou-se corriqueira, trivial. Eu amo dormir, amo viajar, amo pizza, amo ginástica, amo vinho, amo dançar, amo Denzel Washington e amo você! Será que poderíamos colocá-los assim, no mesmo grau de importância?
Para mim, coisas e situações a gente gosta. Pessoas a gente ama. E não são todas também não. Algumas a gente apenas gosta, aprecia, outras nem isso, são indiferentes ou até desgostamos.
Nesse caso não sei se Denzel Washington seria pessoa ou coisa!
Já parou para pensar a quantas pessoas poderíamos verdadeiramente dizer “eu amo você”? Confesso, já disse que amo, quando deveria dizer que gosto, para coisas, tipo amo aquele livro ou filme. Mas nunca disse que amo para uma pessoa sem verdadeiramente amá-la.
Como saber se realmente amamos alguém? Claro, tem aquelas máximas: quando ela está sempre no nosso pensamento, viver sem ela é um tormento, a distância machuca e a presença torna tudo brilhante, queremos contar tudo pra ela, precisamos que nos conte sobre si, necessitamos fazer parte de sua vida, a urgência de tocar e ser tocado é grande… Esse “amor” mais passional, que quase todos conhecem, pode até nem ser amor, só o tempo é capaz de dizer.
Às pessoas que eu amo, sempre tenho necessidade de dizer que amo, mesmo que não consiga! Apenas um bate-papo, um encontro, um alô, sempre têm que terminar com um “eu te amo”, “Deus te abençoe”, “se cuida”. Se isso não for feito, fica faltando algo. A elas desejamos o melhor, lutamos por sua vida, caminhamos juntos. São aquelas que nos despertam sorrisos facilmente, sentimos aquele bem-estar só de estar em sua presença. Mas também são as capazes de provocar as dores mais profundas, de nos arrancar lágrimas. Quando o mal as atinge é como se atingisse a nós mesmos. Quando nos magoam, dói, sofremos. E fazemos por elas coisas inimagináveis.
Esse, de certa forma, é um amor condicionado à reciprocidade. É preciso retorno para se manter. Pode haver entre pessoas próximas ou distantes, mas precisa de alimento.
Há ainda o amor soberano, o amor incondicional, aquele que não espera nada em troca, nem perfeição, nem reciprocidade. Aquele que Jesus tem por nós. O amor que nos permite dar a vida pelo outro. Literalmente, morrer no lugar do outro, se preciso for, ou não, apenas dando tudo que temos de melhor.
Nós, humanos, somos capazes de sentir tal amor? Se o verdadeiro amor fosse apenas esse, a quantas pessoas poderíamos dizer realmente, sem exageros, “amo você”?
Independente disso, somos humanos, falhos, e o amor que somos capazes de sentir não deve ser escondido ou aprisionado. Se sentimos que amamos de verdade, devemos dizê-lo.
Ah, e Denzel Washington é uma pessoa que gosto!
A vocês que eu amo, certamente sabem, pois digo sempre: eu amo vocês!
E você, já disse a alguém hoje “eu amo você”?
Alda M S Santos
Nunca me canso de observar, admirar, me encantar e aprender com as crianças. Ninguém ensina aos outros melhor que elas.
Se querem amor, carinho, atenção sabem pedir, sabem doar, sem limites, sem vergonhas, sem pudores!
Nunca devemos negar ou recusar amor e carinho. A vida precisa, exige, cobra! Seja qual for o ser vivo!
Desde o ventre o bebê se acalma ao receber o contato carinhoso da mãe, a voz que acalenta, a música que tranquiliza. Ao nascermos, só o colo quente e aconchegante do adulto nos consola.
Se temos dor, fome, frio, qualquer desconforto, nos acalmamos com um abraço.
E vamos crescendo assim. Pedindo, recebendo, doando carinho e amor. Tudo muito naturalmente.
Em alguma parte do caminho vamos perdendo essa naturalidade, desaprendendo o que nascemos sabendo. Um abraço nos custa, um sorriso “arranca” pedaço, uma palavra doce perde-se no corre-corre diário, beijo só se for preliminar sexual.
A verdade é que perdemos muito ao nos tornarmos adultos. Sabemos o quanto um ato de carinho nos faz bem, nos cura, nos fortalece e anima, porém, não somos mais crianças. O que os outros vão pensar, não é mesmo?
Será apenas coincidência as crianças serem mais felizes que nós, que “sabemos tudo”?
Há tempo ainda! Podemos começar! Já abraçou alguém hoje?
Alda M S Santos