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poemas e reflexões da vida cotidiana

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Cura

Cura de amor

CURA DE AMOR

Ele é nossa cura, nossa profilaxia
Sabe onde dói, onde fere ou angustia
Ele é o remédio para todo mal
Com Ele o tratamento é universal

É preciso boa dosagem para melhor ação
Não existe qualquer contraindicação
Dê tempo para a medicação agir
Sinta o poder do Alto nesse momento intervir

Ele disse que nunca estaríamos sozinhos
Que nos carregaria nos difíceis caminhos
Ter fé que tudo está onde ele mandou
Aproveitar as lições, tudo aquilo que ensinou

Bom lembrar que quando estendo a mão
Elevo os olhos ao alto, faço minha oração
Acelero o processo quando ajudo meu irmão
E nessa cura de amor, ofereço meu coração

Alda M S Santos

Só sei que dói


SÓ SEI QUE DÓI

Não dá para identificar ao certo
A dor está lá, crescendo, remexendo
Indefinida, dor de quê, em quê?
Dor da (in)existência, enfraquecendo

Aperta a garganta, parece que sufoca
Ora deixa lágrimas presas rolarem
De onde vem, fura feito broca
Excesso de passado, ausência de futuro?

Um presente de realidades meio indesejadas
Repleto de sonhos, desejos, anseios
Em corações e almas bastante alucinadas

É preciso sanar a dor, apagar essa sensação
De que tudo é meio impossível, em vão
Crer na cura no amor, na esperança, sem senão

Alda M S Santos

Falso negativo ou positivo?

FALSO NEGATIVO OU POSITIVO?

O mundo agora está desse jeito
Há positivo, há negativo
Mas temos também além disso
Falso positivo, falso negativo
Como lidar com tudo isso?
Não dá mesmo para saber…
Ou negativo é que deveria ser?
Sei lá, preciso isso esclarecer
Se positivo ou se negativo
Vida obscura, parece castigo
Como devo ao certo proceder?
Pois se é falso positivo
Um negativo pode ser
Mas quando é falso negativo
Aí é positivo… quero nem ver!
Saudade do tempo em que sabia definir
Em cores, ou em preto e branco
Quando positivo era bom, negativo era ruim
E nao ficava à espera do porvir
Para saber como agir e seguir
No falso ou verdadeiro, negativo ou positivo
Há que se reagir, que loucura!
Você há de convir!

Alda M S Santos

Ferida

FERIDA
Aquela ferida que todos carregamos
Causada por um machucado doloroso
Relíquia de um tombo inesquecível
De bicicleta, da escada, do galho de uma árvore
De um sonho, do alto de uma esperança, de uma ilusão
Escorregando de um colo ou despencando de um coração qualquer
Ferida que está disfarçada, coberta por uma cicatriz
Para não chamar a atenção dos curiosos
Para não assustar os mais sensíveis
Para que se evite cutucar
Para que não sangre tudo outra vez
Para que cure, se cure, se cuide
Cicatrizes servem para nos lembrar que sobrevivemos
E que saudade é a bonita cicatriz da vida que doeu, sangrou
Que nos ensinou pela alegria e pela dor
Que ela pode ser bela
Mesmo com nossos machucados…
Alda M S Santos

Quanto tempo?

QUANTO TEMPO?
Quanto tempo é preciso
Para curar um mal?
Um vírus demora uma semana
É canja de galinha e cama
Uma bactéria com antibióticos se trata
Na hora certinha o medicamento
Acaba com ela sem sofrimento
Se é dor de cabeça ou de dente
Um analgésico é bom combatente
Uma ferida ou fratura
Também no máximo um mês já se cura
E quando o mal é do coração
Aquele que carrega emoção
E precisa curar-se da decepção?
Quanto tempo leva nessa situação?
Qual o remédio para curar frustração?
Sei não…
Acho que vai depender do coração
E do que ele carrega de montão
Mas se for amor, melhor curar não
Deixa ele lá quietinho
Não é doença que necessita medicação
Na hora certa ele tudo entende e acerta
E terá sua compensação
O amor está além de qualquer ponderação
Alda M S Santos

Dissabor

DISSABOR

Um machucado, uma fratura, uma ferida que arde, sangra, queima

Fase aguda do mal, só analgésico forte para aliviar, é normal

Um aperto no coração, tristeza, mágoa, decepção

Fase aguda da dor, que fazer para sanar desilusão?

Machucado melhora com antisséptico, anti-inflamatório e antibióticos

Um curativo, uma tala, que por um tempo isola do meio externo aquilo que está em recuperação

E quando a dor está no coração, que fazer então?

Qual o remédio, dá pra isolar do mundo externo a emoção?

Não sei, mas é bom retirar-se do meio, afastar da multidão

Buscar o interior, sanar a dor, retirar da alma a cicatrização

Ferida é sempre ferida, dor é sempre dor

Seja física, mental, emocional é sempre um mal

Passamos primeiro pelo vendaval

Em seguida vem a calmaria, levantamento de perdas, bom sinal

E, lentamente, a cura, a reconstrução

Mas todo cuidado é pouco com o remédio que se usa

Tanto para o mal físico ou emocional

Não dá para criar vícios e dependências, seria fatal

Ou cria-se raiz para novo mal, com nova aparência

Mas tudo tem seu tempo…

Logo o que era ferida é descoberta para o mundo exterior

Fica a cicatriz, o aprendizado

O coração aprende a lidar com qualquer dissabor

É a cura… e a vida segue, de preferência, sem rancor…

Alda M S Santos

Mais no meu blog vidaintensavida.com

Antídoto

ANTÍDOTO

Estar preparados, munidos de antídotos

Para quando a profilaxia não funcionar

E desencadear um mal em larga escala

Soro antiofídico contra picada de cobra

Fumacê contra aedes aegypti

Educação contra ignorância

Chá quente contra influenza

Bons argumentos contra má influência

Sorrisos largos contra rabugice

Família contra descrença e desamor

Amizade sincera contra solidão

Abraços ternos contra tristeza

Colo quente contra decepção

Fé e esperança contra desânimo e violência

Passeios contra o tédio e decadência

E amor, o antídoto universal

Contra todo e qualquer mal…

Alda M S Santos

Curas homeopáticas

CURAS HOMEOPÁTICAS

A natureza tem poderes curativos

Não apenas os que vêm das plantas medicinais, que brotam do chão

Natureza tem poderes curativos da emoção

Aqueles que trazem paz, acalmam o coração

Em doses homeopáticas e constantes

Atingem pontos importantes na alma

Via tato, visão, olfato, paladar, audição

Paulatinamente despertando a nossa reação

Nos salvam até de nós mesmos

Quando não enxergamos mais saída

E nos tornamos nós mesmos nossos maiores adversários…

Natureza desperta em nós o que é essencial

E que, por vezes, fica escondido em meio a tanta coisa artificial…

Alda M S Santos

Curas

CURAS

Como parte de qualquer cura

É preciso o desejo de curar-se

E o princípio básico do tratamento é identificar qual é o mal

Qual o vício, qual a fissura, a carência ou necessidade

Para qualquer doença há cura

Para cada mal, um modo de combatê-lo

Mas para todos eles é preciso querer, vontade de melhorar

Quer seja mal da mente, do corpo

Do coração ou da alma

Esteja em fase aguda da dor

Até mesmo se já se tornou mal crônico

Emplastros diversos para aquecer a pele

Relaxar a musculatura, aliviar pesos

Chás de folhas amargas

Abraços de pessoas doces, colinho

Fármacos variados, repouso absoluto

Atividade intensa, banho de sais ou de cachoeira

Chorar até se esvaziar, lavar a alma

Sorrir até a barriga doer, correr até se cansar

Viajar sem rumo, sem destino

Amar sem medidas…

O tempo?

Ele passa, mas esse movimento sozinho nada cura

Ele é apenas o fluido onde o mal se dissolve e se esvai

Sob a ação incessante do paciente e dos “medicamentos”

Quanto mais densa a dor, mais fluido exige…

Do que você precisa se curar?

Qual seu mal? Qual sua cura?

Alda M S Santos

Via parenteral

VIA PARENTERAL

Queremos vida leve e saudável

Para os males, cura rápida, focal e indolor

Medicações injetáveis intramusculares ou intravenosas

Rápida absorção e efeito, sem volta, eficácia garantida

Não temos paciência para tratamentos homeopáticos, vida homeopática

Via oral, doses leves, constantes, resultados lentos e demorados

Queremos alopatia na veia, doses cavalares, entorpecentes

Que nos tire a dor, que nos afaste o mal, que nos abra sorrisos

Que nos anestesie de qualquer dissabor, que apague o que machuca com precisão

Sequer nos preocupamos se nos tornamos dependentes

Ou nos matamos com o “veneno” que deveria nos curar…

Alda M S Santos

Quando abraço cura

QUANDO ABRAÇO CURA

Quando enxugar a lágrima do outro

Reduz o fluxo delas nas nossas faces

Quando um olhar de apreço ao outro

Aumenta nosso apreço por nós mesmos

Quando se atentar para o problema do outro

Tira o foco de nossos próprios problemas

Quando levar um abraço solidário e fraterno

Nos mostra que um carinho ameniza muitos males

Principalmente a indiferença, o descaso e o desamor

Pode não matar a fome do corpo

Mas sacia parte da fome da alma

Aumenta nossa autoestima, agiganta a fé na humanidade

E dá energia e esperança em dias melhores…

Abraços bons são os gratuitos e verdadeiros

Porque vêm com carinho de alma para alma…

Alda M S Santos

#AbraçosGrátis #CarinhólogosSolidáriosDeBH #Carinhólogos

E se fosse com você?

E SE FOSSE COM VOCÊ?

Certo ou errado, bom ou ruim

O melhor jeito de saber é sempre se perguntar

E se fosse com você?

Um comentário de mau gosto, uma crítica em má hora

E a criatura, tão “sensível”, afastou-se magoada

E se fosse com você?

Uma mentira aqui, uma promessa ali, deprimiu-se, aquela vida cerceada

E se fosse com você?

Uma mão que não foi estendida, um pedido de socorro não ouvido, uma lágrima que não foi considerada

E se fosse com você?

Uma vida que foi invadida, uma personalidade não respeitada, fragilidade negligenciada

E se fosse com você?

Bens subtraídos, traição exercida, uma fraude aplicada

E se fosse com você?

Um sorriso apagado, tristeza não evitada, emoção roubada

E se fosse com você?

Sempre tão bons em julgar:

“Mas já foi comigo”

Responsabilidade maior ainda por ter aprofundado

Por saber e ter sentido na pele o certo e o errado…

Quer saber se é bom ou ruim?

Coloque-se no lugar do outro!

Não faça para ele nada mais nada menos do que gostaria que fizessem com você!

Alda M S Santos

Enfermos e enfermeiros

ENFERMOS E ENFERMEIROS

Ninguém gosta de hospital,

Mas ter alguém para cuidar da gente é desejo de todos

Imagine que enquanto vivemos

Haja alguém atento e disposto para nos aplicar esperança intravenosa

Um comprimido de alegria sublingual

Uma ampola de força intramuscular

Uma higienização da alma com palavras sábias e silêncios oportunos

Um banho que lave toda mágoa e decepção

Uma dosagem oral de amor de hora em hora

Uma pomada de fé e disposição!

A vida quase sempre é assim,

Ora cuidando, ora cuidados

Ora enfermos, ora enfermeiros.

Precisamos nos entregar…

Alda M S Santos

Remédio ruim é que cura!

REMÉDIO RUIM É QUE CURA!

Remédio ruim é que cura, diziam nossos avós

Numa tentativa meio besta de nos fazer tomar certas poções.

E era cada coisa amarga e intragável,

Quase pior que o próprio mal que visava combater.

Bem ou mal, acabávamos mesmo curados!

Resta saber se pelo malfadado chá ou se pelo tempo transcorrido.

Mas disso tudo ficou uma lição:

Remédio ruim cura, sim!

Desde unha encravada, passando por gripe forte, dor de dente, mau olhado, até dor de cotovelo!

Mas se ele vier acompanhado de uma canja de galinha,

Uma cama quentinha, um cafuné e muitos cuidados de amor,

O convalescente fica pronto pra outra rapidinho!

Alda M S Santos

Amor 365 mg

AMOR- 365 mg
Apresentação: diversas formas humanas ou animais.
Via de administração: oral, nasal, auditiva, visual, tópica, mental.
Uso adulto e pediátrico: a partir da concepção.
Composição: amor em estado bruto, solúvel em sorrisos, saliva, braços, abraços e fluidos corporais.
Ações esperadas: : alívio dos sintomas associados à tristeza, isolamento, depressão, mau humor, apatia. Age bem entre seres de sexos e idades diferentes ou semelhantes.
Indicações: para o bem estar físico e emocional de todo ser vivo.
Interações medicamentosas: reage bem com quaisquer outros medicamentos, neutralizando ou sendo inerte a alguns e potencializando outros.
Super-dosagem: não há risco, pois o que se acumula é logo diluído, distribuído a outros, não havendo estocagem no organismo.
Posologia: uso contínuo e máximo pelas diversas vias de administração, independente da massa corpórea.
Crianças: todo o tempo
Adultos: sempre
Idosos: ininterruptamente
Reações adversas: euforia, sorrisos largos, cara de bobo, sensação de flutuar, aumento da frequência cardíaca, pulso acelerado, cabelos e pele brilhantes, imaginação solta, sono tranquilo, borboletas no estômago, pernas bambas, entre outras.
Interrupção do uso: pode causar crises de abstinência de leves a severas, corrigidas com
a retomada da medicação.
Uso durante a gravidez ou amamentação: benefícios potencializados para a mãe e o bebê.
Contraindicações: não foram verificadas.
Cuidados na administração: em casos de medos, traumas, fobias e depressão deve ser administrado em doses gradativas para evitar choques.
Precauções: o uso associado ao trabalho e operação de máquinas e veículos pode causar de leve a média distração.
Advertências: o uso causa extrema dependência e autoconfiança.
Usando corretamente e não desaparecendo os sintomas, certamente você está usando medicamento falsificado. Mude de laboratório!
Reg: Alda M S Santos-030517

Madrugada

MADRUGADA

É madrugada!

A cidade inteira adormece! Silêncio!

Um cachorro late, outro responde,

Uma motocicleta ronca veloz, meu marido ressona levemente ao meu lado.

Sons do ventilador, do motor da geladeira sendo acionado e interrompido,

Sons do silêncio da madrugada.

E eu aqui, acordada!

Fui despertada por um sonho estranho.

Os barulhos em mim são mais altos que a geladeira, o ventilador, os cães ou motos.

Apreensão, medo, angústia, decepção, arrependimentos, uma tristeza lá no fundo.

Tento relaxar para pegar no sono novamente.

Meu marido parece sentir e me abraça ternamente.

Enumero o que pode ser real do sonho, o que é sinistro, surreal, armadilhas do meu subconsciente.

Revejo as pessoas no meu sonho. Elas são realmente assim? São capazes disso? 

Busco o que há de belo, de alegre, de amoroso e de pacífico em minha vida, tento contrapor.

Esse embate dura mais de uma hora. Mente agitada, alma comprimida.

Quando deixo as lágrimas rolarem, desaperto um pouco o coração, converso com Ele, tomo algumas decisões, consigo pegar finalmente no sono.

Acordo com o sol alto e parecendo ter levado uma surra.

À luz do dia nada é tão tenebroso quanto parece!
Felizmente! E a vida continua, feliz.

Alda M S Santos

Não há vacinas!

NÃO HÁ VACINAS!

Entre tantos os machucados e feridas

Das mais superficiais até as mais profundas

Daquelas que ficam secas até as que mais sangram

Das que causam dor aguda ou crônica

Que precisam suturas ou anestesias

Que causam pranto ou, num canto, solidão

Além do medo de se machucar novamente

Entre todos eles, o machucado mais doloroso

A ferida mais difícil de cicatrizar

Que demanda mais tempo e coragem

É aquela causada pelo (des) amor

Simplesmente, porque é de onde a gente menos espera o golpe

Pega-nos desprevenidos, distraídos, confiantes.

Aí atinge fundo, rasga, mutila, deixa marcas, cicatrizes.

Mas quando se convalesce, se recupera, fica mais forte

E recomeça tudo… Novos riscos!

Contra o (des)amor não há vacinas!

Alda M S Santos

Avaliação física

AVALIAÇÃO FÍSICA 

Fazer uma avaliação física e de condicionamento pode ser meio desconcertante,

Mesmo com todo o cuidado do profissional e desenvoltura da paciente.

Conversas amenas, faz-se uma anamnese, histórico físico e de saúde geral.

Mas o fisioterapeuta avalia cada detalhe

Frente, verso, laterais, pra cima, pra baixo,

Andando, indo, voltando, abaixando, esticando, dobrando,

Quase do avesso…

Olhar atento, clínico, profissional, mas incomoda.

Procura por defeitos, por falhas, algo que não se encaixa

Ou que se encaixa inadequadamente.

Aperta aqui; dói? Aperta ali: e aqui?

“Claro, caramba! Tá apertando!”

A verdade é que não é agradável ficar sob escrutínio.

Hiperlordose lombar, cervicalgias, joelhos valgos, desnível dos ombros

Ixi! Virei um ET e não percebi!

Bicicleta ergométrica, um calor de matar, suor escorrendo.

Batimentos cardíacos medidos em atividade e em repouso.

Medição de massa magra e de gordura.

“Você está ótima. Pressão normal, coração batendo, não apanhando,

Musculatura forte. Precisa apenas fortalecer mais um pouco os músculos,

Talvez perder uns três quilos. Continue a hidroginástica.

Comece musculação e pilates”.

Ah, bom! Três coisas só! Se estivesse mal iria morar na academia.

Brincadeiras à parte, a saúde vai bem, obrigada.

Apenas desgastes que o tempo causa e a gente deve cuidar.

Toda “máquina” precisa de reparos e manutenção.

Cuidar é nossa obrigação!

Alda M S Santos.
 

Hibernar é preciso

HIBERNAR É PRECISO

Hibernar é preciso!

Um sono induzido…

Poupar as energias, as emoções

Baixar a temperatura, desacelerar o coração 

Quando há pouca oferta externa

Confusas opções internas

Hibernar é preciso!

Redistribuir nutrientes emocionais. 

Encher de calor a alma

Hibernar é preciso,

Em todas as estações! 

Alda M S Santos

Cicatrizes

CICATRIZES

Sempre tidas como feias, indesejadas, até mesmo repulsivas, as cicatrizes podem despertar vários sentimentos. Tudo vai depender do nosso olhar. 

As cicatrizes são o que sobra após a cura de uma ferida que outrora esteve aberta, machucou, sangrou, doeu. 

Receptivos, aceitamos os cuidados, carinhos, lavamos, colocamos antissépticos, curativos, pomadas. Aguardamos a cura. 

Ela vem lentamente, até sobrar aquela marca mais forte ou uma simples linha tênue. 

Posteriormente, olharemos para ela e lembraremos de algo superado. 

Por que agimos diferente quando a ferida é no coração, na alma? 

Ela machuca, dói, sangra, gera lágrimas, tristeza, decepção, isolamento, até mesmo revolta. 

Por que nesses casos, diferentemente da ferida no corpo, nem sempre aceitamos ajuda, queremos resolver sozinhos, forçar e apressar a cura, ou ficamos cutucando a ferida, remoendo, dificultando a cicatrização? 

Quando a ferida for na alma, como no corpo, precisamos aguardar a cura vir aos poucos, de dentro para fora. Forçar a cicatrização de fora para dentro a tornará frágil e com risco de reabrir. Ferida reaberta é mais difícil de curar. E deixará uma cicatriz bem maior. 

Além disso, é fundamental que aceitemos as “pomadas”, os “curativos”, os “antissépticos” dos amigos. Claro que respeitando nossos limites e necessidade de tempo conosco mesmos.

Sempre é valioso lembrar que feridas e cicatrizes formam-se apenas em quem correu, subiu, caiu, amou, se arriscou, se decepcionou. 

Cicatrizes na pele são pequenas marcas…

Cicatrizes da alma são as saudades…

Ambas devem ser vistas como marcas de quem viveu e venceu…

Alda M S Santos 

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