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poemas e reflexões da vida cotidiana

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brincadeiras

Quantos anos você tem?

QUANTOS ANOS VOCÊ TEM?

Quantos anos você tem, menina
Que energia é essa que te fascina?
Brincar de viver …será essa sua sina
É essa leveza que te ilumina?

Quantos anos você tem, criatura
Isso é sua sanidade ou sua loucura?
Será esse jeito de ser a sua cura
Encontrando na simplicidade a sua fartura?

Cara de levada, pura sapequice
Que alguns avaliam como maluquice
Será essa a razão dessa eterna meninice?

O tempo pode passar rapidamente
O jeito é ignorar, viver sempre alegremente
Não há tristeza que resista à luz na vida da gente

Alda M S Santos

Brincar de ser feliz

BRINCAR DE SER FELIZ

Brincar…de ser feliz

Dançar, pular, correr
Chupar picolé até se lambuzar
Sorrir até a barriga doer
Despertar um sorriso em alguém

Brincar…pra ser feliz

Sentar no chão, gargalhar
Voltar a ser criança, confiar
Agarrar um bichinho de estimação
Aspirar o perfume de uma rosa

Brincar…de ser feliz

Namorar, abraçar, beijar, amar
Pedir colo, ser colo, fazer amor
Ser o amor de alguém
Chorar se der vontade, inútil engolir o choro
Dormir de conchinha, sonhar
Ler um livro, escrever um poema, ser a poesia

Brincar… pra ser feliz

Mergulhar numa cachoeira gelada
Cantar alto, rezar baixinho
Tomar um banho quentinho
Assistir filme no tapete, debaixo de edredom
Se empanturrando de pipoca

Brincar… de ser feliz

Declarar o amor, apaziguar a dor
Responder a um bom dia, contar uma piada
Rir de si mesmo, sorrir para o outro
Retirar os pesos das costas, ser leve
Perdoar, acreditar que ainda vale a pena…

Brincar de ser feliz…
Brincar pra ser feliz…
Brincar para fazer feliz…

Alda M S Santos

Caí no poço

CAÍ NO POÇO

-Caí no poço!

-Quem te tira?

-Meu bem!

-Seu bem é esse? É esse?

-Que você quer dele? Maçã, pera, uva ou salada mista?

E as crianças brincavam na rua, felizes, escolhendo seus “pares”

Ganhando beijos, abraços, apertos de mão

Sem saber que a brincadeira era “preconceituosa e sexista”

Que formava pessoas dependentes, inseguras e frágeis

Hoje, para ser politicamente correto, seria mais ou menos assim:

  • “Caí no poço!”
  • Tem certeza? Ninguém cai assim! Quem te jogou? Não aceite! Denuncie!
  • “Quem te tira?”
  • Seu “bem” que nada! Não dependa de ninguém, aprenda a se virar, empodere-se!
  • “Seu bem é esse?”
  • Nada isso! Você é seu próprio bem! Abra os olhos! Veja bem onde está se metendo! Não se iluda!
  • “Que você quer dele?”
  • O quê? Ninguém dá nada para ninguém! Devemos conquistar o que queremos e não esperar nada do outro, além de respeito!

Assim, o mundo vai ficando cada dia mais sem graça

Cessam as brincadeiras de rua, com amigos reais, que nos divertiam

Nos faziam crescer, nos ensinavam a lidar com diversidades e adversidades

E nos preparavam para enfrentar um mundo, cada dia mais chato e cruel

E não recebemos nada melhor em troca…

Com pretensões de não ser excludente, de se tornar mais justo e igualitário

O “novo mundo” exclui, e muito, nossa capacidade de lidar com ele

E com aqueles que o habitam, independente de gênero, cor, raça, cultura ou sexo…

-Caí no poço! Quero ajuda! Quem me tira?

E quero salada mista!

Alda M S Santos

Brinque!

BRINQUE!

A vida carece de mais brincadeiras
Daquelas divertidas, que distraem
Nos tiram da alma a canseira

Brinque!

Seja de novo sapeca criança
Solte-se, jogue-se, sorria!
Faça com a alegria eterna aliança

Brinque!

Pule, abrace, beije, arrisque-se
Se cair, machucar, chorar, desanimar
Limpe-se, levante-se e volte a brincar

Brinque!

Alda M S Santos

Vamos brincar?

VAMOS BRINCAR?

Dia das crianças chegando

Vamos brincar?

De bola, de pique-cola, de Maria viola

De finca, bolinha de gude ou mola maluca

Não importa, vale a diversão

Impera é o correr de pé no chão

Quer nadar no rio, escalar árvores, bambolear?

De cantigas de roda, esconde-esconde, gangorrar

Quer pedalar ou cair no poço

Quem te tira? Meu bem!

Pera, uva ou maçã, beijos ou abraços também

Pé de lata, pé de pano, sapatinho de algodão

Quem será a dona do seu coração?

Passando o anel, parando nas mãos de seu doce mel…

Vamos brincar?

De correr, de cantar, de dançar, de amar…

De amar?

Sim, essa brincadeira é pra vida inteira

E como toda brincadeira boa

Não dá para brincar sozinho de qualquer maneira

Vamos brincar?

Alda M S Santos

Pierrô, Arlequim ou Colombina?

PIERRÔ, ARLEQUIM OU COLOMBINA?

“Pierrô apaixonado que vivia só cantando…”

Vai Carnaval, vem Carnaval

E sempre serão encontrados

Pierrôs apaixonados, cantando ou chorando

Arlequins preguiçosos e malandros

Colombinas encantadoras, confusas e disputadas

Amores e desamores de teor teatral

Cenários tragicômicos, amores frustrados

Uma “peça” a nos pregar peças

Personagens que atravessam a linha do espaço e do tempo

Gênero, cultura, classes sociais

Histórias e releituras da mesma sátira social

O circo, o palhaço, a arte, a plateia

A vida imitando a arte

Ou a arte imitando a vida?

Rótulos quebrados ou reforçados

Amor não é só flor, é cego, é também dor

Palhaço não é só sorrisos ou alegrias

Cantar não imuniza contra qualquer dor

E, com toda certeza, Carnaval ou não

Vez ou outra, em algum momento da vida,

Não estamos a salvo, seremos tomados por um Pierrô, Arlequim ou Colombina

Independente se somos homem ou mulher

Palhaços somos, cantando ou chorando…

Alda M S Santos

Cadê o sorriso que tava aqui?

CADÊ O SORRISO QUE TAVA AQUI?

Vamos brincar?

Cadê o sorriso que tava aqui?

A angústia levou.

Cadê a angústia?

Amigou com a tristeza.

Cadê a tristeza?

Foi dormir com a escuridão.

Cadê a escuridão?

Foi aliciar a alma.

Cadê a alma?

Acendeu uma luz.

Cadê a luz?

Iluminou o sorriso.

Cadê o sorriso?

Encontrou o amor.

Cadê o amor?

Tá procurando você…

Então lá vai o amor pegar você

Lá vai o amor pegar você…

Pegou! ❤️😇

Alda M S Santos

No contrafluxo

NO CONTRAFLUXO

Estradas cheias, acidentes

Corpos e mentes em ebulição, expectativas

Marchinhas, samba, dança, folia, abadás

Fantasias, plumas e paetês

Mata, estrada de terra, bichos, rede na varanda

Fogão à lenha, cachoeira, rios, pássaros a cantar

Uns no fluxo, outros no contrafluxo

Nesse carnaval cada qual

Escolhe o fogo que quer acender…

E que a diversão seja certa!

Alda M S Santos

A corrente que mata gente

A CORRENTE QUE MATA GENTE
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Adorava essa brincadeira de criança!
Além da diversão, elas sempre nos deixam uma lição.
Na rua, um número grande de crianças,
Unidas lado a lado com os braços passados pelos ombros do outro.
Seguiam a rua cantando:
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Quem viesse em sentido contrário tinha três opções:
Juntar-se à corrente, que seguia cantando e mais forte,
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Voltar e fugir dela o mais rápido possível,
Formar uma nova corrente para enfrentá-la de igual para igual.
Enfrentar a corrente sozinho não era uma opção, era kamikaze demais.
Crescemos, mas a “brincadeira” continua.
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Ficam algumas questões importantes no ar.
Diante das correntes que “matam gente” que se formam por aí:
Nós as abraçamos? Concordamos com elas?
Lutamos sozinhos? Fugimos?
Formamos corrente contrária?
A lição da infância que fica é:
A brincadeira fica mais interessante quando não há apenas uma corrente.
Quando há pelo que, por que e por quem lutar!
“A corrente que mata gente, quem tem medo sai da frente!”
Ela está aí e sabe que temos força! Vamos esperar ser esmagados?
Alda M S Santos
Foto Google.

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