EM ÁGUAS TURVAS

Aquelas vezes em que mergulhamos em águas turvas

Saímos do prumo, exaustos, derrapamos nas curvas

Cansados de não ver o fundo, não ver ao longe o horizonte

Desejo de estar só, nos isolar no mar,, buscar uma fonte

Águas que embaçam o olhar, deixam-nos a divagar

A questionar esse mundo, os outros, o nosso lugar

Que fazer por aqui, em quem confiar ou acreditar

A vida muitas vezes parece em nós estacionar

Nadar em águas claras, mergulhar, ir em frente, seguir

Ainda que muitas vezes não dê para sorrir

Braçadas leves, suaves, até tudo isso digerir

 
Enquanto houver águas dá para nadar

É preciso movimentar para oxigenar

E nesse giro louco tudo tudo organizar

Alda M S Santos