SOBRAS DE UM AMOR
Pequenos pedaços de fotos queimadas
Um sorriso numa, um beijo noutra, abraços rasgados ao meio
Partes de uma paisagem linda
Porta-retratos quebrados, cartões de aniversário amassados
Souvenirs, uma pulseira com o símbolo do infinito
CDs de músicas, filmes, poemas, vidros de perfume,
Entre as cinzas de uma fogueira, partes de uma história
Tentativa vã de apagar o amor vivido queimando símbolos
Ao rasgar, queimar, destruir as “provas” do vivido
Espera-se esfriar o que queima e machuca por dentro
Um modo de dizer: fim, acabou
Logo percebe-se que o que ocupou 100% de seus dias
Não se finda numa fogueira, não vira cinzas tão facilmente
Enquanto não se fizer as pazes consigo mesmo, com sua história
Aquela que está registrada nos corações, na alma
Permanecerá em fogo brando
Ainda que tudo tenha sido queimado lá fora…
Alda M S Santos
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