QUANTO TEMPO TEMOS?
As chamas intensas lambem monumentos centenários
As águas ruidosas das tempestades levam encostas, derrubam árvores e edificações
Vendavais arrastam tudo que encontram pela frente
Estruturas firmes sobre vigas e concreto “implodem” e soterram vidas
Nada está a salvo na terra, no ar ou no mar…
Tragédias, devastação, destruição… são tantas!
A vida como um todo se rebela, se revela frágil
Gritos de alerta que imploram por socorro
Todas elas deixam algo aterrador: sentimentos
Sentimentos de impotência e tristeza
A dor da destruição, da perda, da incapacidade de reagir
A angústia das histórias que “apagam” em nós
Que tentam deletar de nossa memória
Que acontecem além do oceano
Ou bem aqui ao nosso lado
E provocam curto-circuitos internos
Incendiando o que temos de bom
Ou acionando um sistema parado
Quanto tempo resistiremos
Sem ter nossa base, nossa estrutura abalada
Nossa liga emocional estremecida
Sem desmoronarmos também?
Quanto tempo temos?
Alda M S Santos