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Despertar

DESPERTAR

Despertar…soninho depois do almoço.

Não basta acordar, abrir os olhos, ouvidos, Atenção! shshshsh…

É preciso acordar a alma! 

Tudo se ouve, tudo se vê, tudo se sente…

Família de canários que canta agitada sobre mim, batendo as asinhas,

Uma motosserra cruel ao longe, 

Um bando de maritacas escandalosas que sobrevoa pertinho,

Uma mãe que grita “Pedroooo”!

“Um dia a areia branca, seus pés irão tocar…”, Roberto Carlos canta romântico no sítio afastado,

Por aqui, um assiste baixinho, ao mesmo tempo, um filme no tablet e ao compacto do desfile das Escolas de Samba do carnaval,

Outro treina músicas no teclado usando fones,

Há aquela que, dedicada, cuida do jardim com seu alicate de poda, 

Um galo canta forte no quintal ao lado, 

O vento que anuncia chuva balança as árvores,

Mangas caem do pé num som seco, 

Calangos disputam corrida no telhado, 

Galinhas d’angola propagam sua fraqueza,

A cadelinha de todo mundo tenta lamber meus pés e emite ganidos querendo atenção,

Cigarras nervosas cantam anunciando- será sol ou chuva?

Um beija -flor barulhento e lindo beija a flor ao lado da minha rede. 

Isso aqui é um local de silêncio.

Quietinha e recém desperta, pude identificar cada som, em poucos minutos de observação,

Inclusive os silêncios que se agitam em mim.

Exercício de atenção!

Ao identificar os barulhos à nossa volta,

Treinamos para identificar os barulhos internos.

Fazemos sua classificação: descartar, ignorar, reavaliar, melhorar, dar mais atenção…

Alda M S Santos

Barulhos de dentro

BARULHOS DE DENTRO

Eta mundo barulhento!

Muitos e muitos decibéis a invadir nossos tímpanos

De todos os tipos, timbres, inúmeros ruídos

Graves, agudos, verdadeira poluição sonora.

Nossa percepção acústica acaba por se confundir.

Frequências sem padrão,

E o efeito é um sinal complexo.

Difícil de ser caracterizado com exatidão.

Tantas vezes são bem vindos!

Principalmente quando os escolhermos

Com o intuito de confundir outros ruídos de fora

Ou, particularmente, para abafar os barulhos de dentro.

Aqueles que gritam, confusos, não os entendemos, não aceitamos,

Tampouco conseguimos silenciá-los!

Cantamos alto, desafinados, rimos, choramos, dançamos

Aquela linda canção, no volume máximo, repetidas vezes.

Que nos isola lá de fora, nos isola cá de dentro

E, em transe, no meio do caminho, ficamos.

Aguardando quem sairá vitorioso:

O barulho de fora ou o barulho de dentro…

Alda M S Santos

Ecos

ECOS

Ecos são a resposta sonora que chega até nós depois de emitirmos qualquer som.

Há ecos bem vindos como os emitidos pelos radares e sonares,

E outros indesejáveis, como aqueles que recebemos nos aparelhos telefônicos.

Nossos relacionamentos são como os radares ou sonares,

Eles desejam emitir eco, precisam receber eco.

Se possível, reverberados, em muitas reflexões “sonoras”.

Nas nossas relações de amizade, de amor, familiares ou de trabalho,

Precisamos que nossas ações produzam ecos

Que sejam ouvidas e atendidas na mesma medida

Que produzam efeito positivo no outro. Esse é o eco.

Gostamos quando nossas palavras, beijos, abraços e carinhos

Obtêm ecos de palavras, beijos, abraços e carinhos…

Eco é correspondência, eco é reciprocidade.

Se se joga flores, o eco não pode ser de pedras.

Uma relação sem ecos é uma relação incompleta, vazia

Uma relação onde sempre alguém estará insatisfeito

Onde alguém acabará por “gritar” mais em busca deles,

Ou, por fim, se calar…

Alda M S Santos
 

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